domingo, 19 de dezembro de 2010

Viagens - PEDRO ABRUNHOSA E OS BANDEMÓNIO (Colecção As Músicas Da Nossa Vida)


1 Não Posso Mais 4:59
2 Não Tenho Mão Em Mim 4:40
3 Lua 6:20
4 É Preciso Ter Calma 4:46
5 Socorro 4:54
6 Estrada 5:03
7 Fantasia 4:04
8 Viagens 7:05
9 Perto Do Céu 4:41
10 Tudo O Que Eu Te Dou 3:53

Obra ímpar, sem igual, na história da produção musical Portuguesa. Pedro Abrunhosa, contrabaixista e professor de Jazz, apresenta-se ao mundo da Pop com um album, editado em 1994, carregado de Funk e alguma Soul. "Viagens" é esse album, em que Abrunhosa é acompanhado pelos Bandemónio onde para além dos alunos do próprio Pedro Abrunhosa sigram os nomes de Mário Barreiros e Quico que tambem acumulam os créditos de produção. Há ainda a principal estrela, convidada, que é nem mais nem menos do que Maceo Parker, o Saxofonista que durante anos partilhou os palcos com a lenda da Soul Mr.James Brown. Outro nome de peso envolvido neste trabalho é o de Norman Cook, que mais tarde viria a ser conhecido como Fatboy Slim, no tratamento dos Loops.
Muito Groove, um balanço muito Funky e Soul, com um cheirinho Jazzy, envolve os dez temas originais do album numa atmosfera a que Portugal não estava habituado. "Não Posso Mais" abre o mote, foi o single que rebentou nas radios, "Não Tenho Mão Em Mim", "É Preciso Ter Calma" e "Socorro" seguiram-lhe as pisadas. As baladas, "Lua", "Viagens", "Tudo O Que Eu Te Dou" não quebram muito o andamento do trabalho e "Viagens" consegue mesmo ser um dos melhores momentos do album através de uma construção cuidada e de bom gosto, e lá está o Saxofone de Maceo Parker.
O ponto forte deste trabalho acaba por ser a consistência da banda, com Maceo Parker como Solista, pois é dela que vem toda a sonoridade que caracteriza estas sessões. Abrunhosa apresenta-se como compositor, arranjador e vocalista e a sua presença é apenas a de um Frontman seguro pelo apoio que recebe da banda.
Viagens é uma peça obrigatória da música popular Portuguesa a ter em conta pela sua originalidade, coragem e atrevimento.

domingo, 5 de dezembro de 2010

The Land Of Rape And Honey - MINISTRY


1 Stigmata 5:45
2 The Missing 2:54
3 Deity 3:23
4 Golden Dawn 5:42
5 Destruction 3:30
6 Hizbollah 3:59
7 The Land of Milk and Honey 5:12
8 You Know What You Are 4:45
9 I Prefer 2:16
10 Flashback 4:48
11 Abortive 4:23

À data de edição deste album, 1988, a brutal máquina Industrial dos Ministry dá mostras de já se encontrar muito bem oleada e fortemente capacitada para produzir potente música automatizada dentro de um género mais minimal. Samplers, Loops, Sequenciadores, Vozes distorcidas, ainda poucas Guitarras, caixas de ritmos e uma grande vontade de dar um valente soco na barriga do Mundo pontuam este trabalho de estúdio dos Ministry.
É com um grito e riffs de Guitarras que arranca este registo, num album em que a presença potente das Guitarras se encontra precisamente nos três primeiros temas do album. Daqui para a frente a presença das Guitarras limita-se a feedbacks e pequenos apontamentos. Os Ministry, duo constítuido por Al Jourgensen e Paul Barker, sempre foram uma banda de revolta e começam por se manifestar desta forma. Em "Golden Dawn" é a linha de Baixo que comanda e entra-se nos temas mais automatizados em que variados samplers de vozes de ordem ditam as suas leis de revolta. "The Land Of Rape And Honey" e "You Know What You Are" são os momentos altos do album, temas em que pontuam os arpejadores trabalhados nos Sintetizadores para dois momentos fortes quer a nível musical quer a nível social onde as palavras de ordem e incentivo são mais evidentes. A fechar o album "Abortive" proporciona um raro momento de Groove carregado de efeitos e muita experimentação.
Eis os Ministry tal como os conhecemos, provocadores, experimentalistas e incentivadores do caos "ordenado".

terça-feira, 23 de novembro de 2010

Heartattack And Vine - TOM WAITS


1 Heartattack and Vine 4:42
2 In Shades 4:04
3 Saving All My Love for You 3:39
4 Downtown 4:43
5 Jersey Girl 5:09
6 'Til the Money Runs Out 4:20
7 On the Nickel 6:17
8 Mr. Siegal 5:13
9 Ruby's Arms 5:35

É ainda um som de Blues, bastante sujo, que Tom Waits utiliza neste album de 1980, apresentado aqui em Cd. Além dos Blues, sujos, Heartattack And Vine contêm três numeros de Tom Waits ao Piano em que interpreta as suas tão ricas baladas onde "Jersey Girl" merece todo o destaque. Para além da belíssima música que é Bruce Springsteen apadrinhou esta música e chegou a usá-la com relativa frequência ao vivo.
Tom Waits começa suspirante, e pausado, no início deste registo através do tema homónimo. Ao segundo tema apresenta-nos um momento instrumental, muito cool, captado ao vivo com um sonoro Roland Bautista na Guitarra Eléctrica e um quente Ronnie Barron em orgão Hammond. "Saving All My Love For You" é a primeira de quatro baladas orquestradas, e tem tambem a presença de Victor Feldman na percussão. Feldman virá ainda a aparecer em "Jersey Girl". "Downtown" continua a revelar a forte presença do orgão Hammond num Blues mais vigoroso e autoritário seguindo-se-lhe a bonita "Jersey Girl" que dispensa comentários. Percussão dominante em " 'Til The Money Runs Out", com a presença de "Big John" Thomassie na Bateria a garantir mais uma vigorosa peça de Blues. "On The Nickel" é uma balada para a Voz de Tom Waits, para o Piano de Manuel Lang e para a Orquestra conduzida por Bob Alcivar, e foi escrita para a banda sonora do filme com o mesmo título. "Mr.Siegal" é mais uma das peças de Blues e o album fecha com "Ruby's Arms" em que Tom Waits nos presenteia com uma interpretação cheia de sentimento.

domingo, 7 de novembro de 2010

Lovesexy - PRINCE


1 I No
2 Alphabet St.
3 Glam Slam
4 Anna Stesia
5 Dance On
6 Love Sexy
7 When 2 R in Love
8 I Wish U Heaven
9 Positivity
44:56

Assim que se coloca este Cd na gaveta do leitor assola-nos uma dúvida, estará o Cd em condições? Isto porque o Index do Cd só identifica uma faixa, num total de nove. A questão não é grave e o Cd está nas devidas condições o que se passa é que Prince decidiu editar o Cd numa sequência contínua, de 44 minutos e 56 segundos, e sendo assim não podemos selecionar as faixas que queremos ouvir, "obrigando" assim o ouvinte a fazer uma audição completa de ponta a ponta.
"Lovesexy" foi editado em 1988, o último album de Prince nos anos 80, e apresenta-se como um trabalho diversificado por não seguir uma linha única de estilo optando por algumas variações à semelhança do que já havia feito anteriormente. É mais um trabalho de excelência acompanhado ainda pela banda de "Sign "O" The Times", em que se incluem nomes essencias como, Sheila E., Bateria e Percussões, Eric Leeds, Saxofone, Atlanta Bliss, Trompete, e resulta em mais um trabalho de luxo criado e gravado em Paisley Park. O Funky domina, como sempre, mas há espaço para algum Rock em "I Wish U Heaven", um dos grandes temas do album, algum Pop em "Glam Slam", e alguma indefinição em "Anna Stesia". Há ainda a incursão da balada "When 2 R In Love" que já fazia parte do alinhamento do famoso Black Album, do qual já por aqui escrevi. Nas restantes "Alphabet St." foi o single de apresentação, "I No" abre o album com grande garra e "Dance On" apresenta uma Bateria irrequieta, tocada por Sheila E. ou Prince?
Mais um trabalho em grande do pequeno génio de Minneapolis,

domingo, 24 de outubro de 2010

Surprise, Surprise - MEZZOFORTE



1 Surprise 1:28
2 Garden Party 6:07
3 Gazing at the Clouds 6:39
4 Early Autumn 6:26
5 Action Man 5:08
6 Funk Suite No. 1 5:55
7 Easy Jack 4:54
8 Fusion Blues 5:47
9 Old Neighborhood 5:44
10 Surprise (Reprise) 0:58

O jazz-funk que veio do frio. Os Islandeses Mezzoforte editavam este trabalho em 1982 e com ele ofereciam à Islândia o seu primeiro hit fora de portas através do sucesso do tema "Garden Party". Gravado em Londres com a participação de um grande naipe de músicos, entre eles o Português Luís Jardim na Percussão, Chris Hunter nos Saxofones Alto/Tenor e Steve Dawson autor do solo de fliscorne em "Garden Party", o, aqui, jovem quinteto Islandês criou um trabalho de referência para o jazz europeu com nove temas equilibrados, dentro do género mais comercial do jazz, através de uma elaboração vibrante e qualitativa. "Garden Party" destaca-se obviamente pelo sucesso que obteve e é assim o tema de apresentação do álbum. Nos restantes é difícil destacar algum, não por serem inferiores mas, por este ser um trabalho equilibrado, como já referi anteriormente, e estarem todos ao mesmo nível. Mesmo assim pode-se destacar "Funk Suite Nº1" por ir um pouco mais além em termos de concepção, "Early Autumn" por se evidenciar a Guitarra Clássica e a aproximação à Bossa Nova em "Easy Jack".

domingo, 10 de outubro de 2010

Rock In Rio Douro - GNR (Colecção As Músicas Da Nossa Vida)


1 Sangue Oculto 5:11
2 Quando Telephone Pecca 3:20
3 Pronúncia Do Norte 3:21
4 Acorda 4:00
5 Ana Lee 3:16
6 Sub-16 3:20
7 Que Importa? 3:44
8 Homem Mau (A.Fraser/P.Rodgers/R.Reininho) 4:46
9 Toxicidade 5:40
10 Sangue Oculto II 4:33

"...quase uma colectânea de singles." Foi assim que Rui Reininho descreveu posteriormente este album, o trabalho manifestamente mais comercial da banda, à data, onde practicamente todos os temas são facilmente identificáveis, seja pela melodia, pela letra, ou por esta ou aquela passagem. Foi tambem com este album que os GNR meteram 40 000 pessoas no antigo estádio de Alvalade, proeza, até aí, nunca alcançada por nenhuma banda nacional.
Os GNR atingem aqui um pico que leva a banda a enveredar definitivamente pelo caminho mais fácil do formato da canção comercial. São nove temas límpidos de boa qualidade Pop mas a interessante veia experimental da banda, que já se vinha a perder aos poucos, encontra-se por esta altura completamente extinta. Ao invés a banda apresenta canções de sucesso duradouro; "Sangue Oculto", que aparece em duas versões, numa em duo com o Espanhol Javier Andreu dos La Frontera e outra normal só com Reininho na Voz, "Pronúncia do Norte", com participação de Isabel Silvestre do Grupo Cantares e Trajes de Manhouce, que acabou por se tornar num hino regional, "Sub-16" é outro hino obrigatório, este nos concertos da banda, "Ana Lee", "Acorda" ou "Quando O Telephone Pecca". Houve ainda lugar para "Homem Mau" que é uma versão do tema original "Allright Now" dos Free, com a particularidade de a banda só ter usado a parte instrumental tendo Reininho usado a sua lírica para interpretação. O tema "Toxicidade", criado por Zézé Garcia, acaba por ser aqui a peça que mais foge ao conceito comercial do album, mas está no entanto longe da tal veia experimental referida anteriormente enveredando antes por uma proximidade a uma sonoridade mais Rock mainstream. Zézé Garcia revela-se tambem como um dos mais interessantes Guitarristas que passaram pelos GNR, uma das mais valias deste trabalho são precisamente os seus apontamentos e a sua sonoridade. O Teclista convidado, Telmo Marques, tambem se encontra num nível mais elevado sendo mesmo um dos arranjadores dos temas.
Rock In Rio Douro revela-se um projecto ambicioso dos GNR que acabou por singrar no mercado catapultando definitivamente o nome da banda a todos os cantos deste pequeno País.
Esta edição faz parte da colecção de seis Cds iniciada pela revista Visão em Setembro de 2006, intitulada "Colecção As Músicas Da Nossa Vida", já aqui exposta anteriormente.

domingo, 3 de outubro de 2010

Psalm 69: The Way To Succeed & The Way To Suck Eggs - MINISTRY


1 N.W.O. 5:29
2 Just One Fix 5:11
3 TV II 3:04
4 Hero 4:12
5 Jesus Built My Hotrod 4:51
6 Scare Crow 8:21
7 Psalm 69 5:29
8 Corrosion 4:55
9 Grace 3:06

Em 1992 os Ministry atingiam o pico com este album, o quinto da carreira da banda. Uma fusão de Metal e Industrial que resulta numa sonoridade potente e avassaladora dominada por fortes riffs de guitarras, batidas marcantes, loops e samplers de George Bush. Um misto de violência e força provavelmente influenciado por dias de guerra, não esquecer que ainda se estava no rescaldo da Guerra Fria e que a Guerra do Golfo dava os últimos suspiros, o que estava na origem de uma certa instabilidade política Mundial pois não se sabia muito bem o que se iria passar daqui para a frente, e é neste insustentável ambiente de peso que "N.W.O" se incluí, a sigla significa "New World Order".
O ponto alto do album encontra-se em "Jesus Built My Hotrod", com a participação vocal, e lírica, de Gibby Hayes dos Butthole Surfers, um tema rápido e constante com uma vocalização irónica. "Just One Fix" é o segundo ponto a considerar num tema que apesar de pesado convida a dançar. "TV II" é um tema curto de alta rotação, é executado a uma velocidade estonteante como que à espera de bater algum record. "Hero" e o riff arrastado, à la Led Zeppelin, de "Scare Crow" incluem-se dentro dos parâmetros anteriormente referidos e os últimos três temas acabam por ser ligeiramente diferentes. "Psalm 69" começa de forma canónica para depois entrar um riff acelerado continuando depois o pára/arranca. O bélico "Corrosion" e o apocalíptico"Grace" são dois instrumentais que roçam o experimentalismo.
O título original, e impresso no album, é ΚΕΦΑΛΗΞΘ, que é uma junção de uma palavra Grega (ΚΕΦΑΛΗ = cabeça) com dois algarismos (ΞΘ = 69). O título posteriormente adoptado, por ser mais fácil de identificar, foi tirado de um livro de Aleister Crowley, "The Book Of Lies", e do seu capítulo 69: "The Way to Succeed—and the Way to Suck Eggs!".
Um album para estômagos fortes.

quarta-feira, 29 de setembro de 2010

This Is The Sea - WATERBOYS


1 Don't Bang the Drum 6:46
2 The Whole of the Moon 4:58
3 Spirit 1:50
4 The Pan Within 6:13
5 Medicine Bow 2:45
6 Old England 5:32
7 Be My Enemy 4:16
8 Trumpets 3:37
9 This Is the Sea 6:29

Ao terceiro album, editado em 1985, os Escoceses Waterboys, liderados pelo carismático Mike Scott, mostravam estar já num bom nível e criavam um trabalho que não passou despercebido às hostes, muito por culpa tambem do êxito que foi o single "The Whole Of The Moon". Este album marca tambem o final da ligação do teclista Karl Wallinger com a banda.
"This Is The Sea" é um album inspirado, gravado numa das melhores fases da banda. Boas composições aliadas a uma boa Produção, de Mike Scott e Mick Glossop, e ainda uma boa qualidade de som. O album resulta de facto como uma peça singular, quase épica, no reino do panorama Pop/Rock. São nove temas a que se junta, por norma em fundo, alguma sonoridade mais tradicional com os violinos como suporte, cá está a presença de Steve Wickham um colaborador habitual da banda. A sequência dos temas é tambem de ter em conta pois está bem estruturada.
O album abre de forma insinuante com Piano e uma Trompete bastante reverberada que anuncia a entrada de "Don't Bang The Drum", um tema de batida forte e bastante afirmativo da sua posição. Segue-se o single "The Whole Of The Moon" que dispensa apresentações, pois é uma das referências obrigatórias da década de oitenta. "Spirit" marca um pequeno interregno para aparecer depois "The Pan Within", um daqueles temas que ficam para sempre connosco. Não esquecer aqui que a edição original foi em vinil e estes quatro temas criam um perfeito e equilibrado "lado" A do disco, a apresentação que faço agora é do Cd. Digo isto porque as próximas faixas seriam as do lado B e este abria logo com "Medicine Bow" que é um pequeno tema de puro Rock'n Roll bastante acelerado para se quebrar de seguida com o celestial "Old England", onde pontuam o Piano e o Saxofone, tocado por Anthony Thistlethwaite que completava o trio original da formação. "Be My Enemy" volta ao Rock acelerado e volta a ser quebrado, desta vez, por "Trumpets", um lindíssimo tema que tem uma estrutura muito semelhante à de "Old England" mas com um andamento mais Rock em que o Saxofone sola, nos intervalos da voz, quase de princípio ao fim. "This Is The Sea" encerra em formato acústico um album versátil, bem trabalhado, e de muito bom gosto.

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Lcd Soundsystem - LCD SOUNDSYSTEM - CD02


1 Losing My Edge 7:53
2 Beat Connection 8:07
3 Give It Up 3:55
4 Tired 3:34
5 Yeah [Crass Version] 9:21
6 Yeah [Pretentious Version] 11:06
7 Yr City's a Sucker [Full Version] 9:22

A estrutura do segundo Cd assenta numa base mais experimental onde o formato canção se desvanece e a variedade de estilos se perde em batidas electrónicas, loops, e sintetizadores. Os temas "Give It Up" e o Hendrixiano "Tired" são neste lado do trabalho a excepção à regra com a sua forte carga Punk Rock mas no resto dos temas é evidente a tendência mais electrónica da banda roçando os limites do Indie mais dançável.
No meio disto tudo, "Yeah (Crass Version)" salienta-se como a faixa mais estimulante com o seu ritmo marcante e o devaneio delirante com que a música é trabalhada a partir de determinado momento. "Losing My Edge" foi um dos singles de apresentação do album e "Beat Connection" é uma sucessão de ritmos bem trabalhada a lembrar um pouco a da sonoridade de uns saudosos Frankie Goes To Hollywood.
Os Lcd Soundsystem apresentaram-se assim ao Mundo em grande estilo, e logo numa edição dupla.

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Lcd Soundsystem - LCD SOUNDSYSTEM - CD01


1 Daft Punk Is Playing at My House 5:16
2 Too Much Love 5:42
3 Tribulations 4:59
4 Movement 3:04
5 Never as Tired as When I'm Waking Up 4:49
6 On Repeat 8:01
7 Thrills 3:42
8 Disco Infiltrator 4:56
9 Great Release 6:35
Ora aqui está um dos projectos mais interessantes que apareceram neste início de século. Os LCD Soundsystem são de Nova Iorque, a cidade onde tudo se passa, e talvez por isso mesmo a sua sonoridade denote uma miríade de bastas influências que pautuam solenemente cada faixa deste trabalho.
Editado em 2005 é o primeiro trabalho da banda, numa edição Cd dupla, e estamos na presença de uma banda em que a electrónica predomina, mas, sob o estigma do Punk e do mais clássico Rock, e tudo isto servido em grande dose minimal, repetitiva quanto baste.
Usando as influências sugeridas pela sonoridade evidente resumo o 1ª Cd da seguinte forma:
"Daft Punk Is Playing At My House", logo no começo do album a lembrança dos Britânicos Fall assume-se numa primeira audição.
"Too Much Love", está muito ao jeito do Prince mais experimental da primeira metade da década de 80.
"Tribulations" é uma excelente faixa, muito dançável, que pode remeter a uns New Order mais actualizados, e mais aguerridos.
"Movement" começa bastante electrónico e acaba de uma forma completamente Punk.
"Never As Tired As When I'm Waking Up", é puro Beatles da fase White Album.
"On Repeat", é o tema que assenta que nem uma luva no contexto geral do album, é uma faixa bastante repetitiva mas que vai crescendo de intensidade.
"Thrills", passa quase despercebido não fosse a sua marcação Industrial.
"Disco Infiltrator", é um tema que podia ter sido escrito por Beck, mas não foi.
"Great Release" encerra o 1º Cd da forma mais perfeita evocando as sonoridades de Brian Eno. Que melhor influência podia haver dentro do estilo?
Para já o album revela ser um bom exemplo do quanto as boas influências podem resultar num bom trabalho.

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Circo de Feras - XUTOS E PONTAPÉS (Colecção As Músicas Da Nossa Vida)


1 Contentores 3:54
2 Sai Prá Rua 3:07
3 Pensão 4:02
4 Desemprego 3:44
5 Esta Cidade 2:23
6 Não Sou O Único 3:40
7 N' América 4:45
8 Vida Malvada 4:51
9 Circo de Feras 3:56
Até à data de edição de "Circo de Feras", em inícios de 1987, os Xutos e Pontapés eram uma banda que se movimentava pelos circuitos mais marginais, por onde dava bastantes concertos, e tinha dois albuns lançados a muito custo nesse mesmo circuito. Não esquecer que estamos a falar de uma banda que já estava no activo desde 1979 e que não conseguiu apanhar boleia do famoso boom nacional com que a década de 8o foi brindada logo de início. "Circo de Feras" é assim o primeiro trabalho da banda para uma editora a sério, Polygram, e daqui para a frente a vida dos Xutos nunca mais foi a mesma.
O album é então composto por nove temas originais, com uma letra oferecida por João Gentil para "Esta Cidade", em que os Xutos nos oferecem o seu Rock'n Roll honesto, puro e empírico. Desde "Contentores", o single de maior sucesso extraído deste trabalho, a "Circo De Feras", actualmente uma referência obrigatória no cançonetismo Português popular, são todas canções que passaram a fazer parte da nossa vida, e os Xutos traziam um som mais Rock para contrastar com a sonoridade mais Pop que dominava as bandas da altura. A imagem de preto da banda tambem contrastava com alguma da cor do Pop assumindo mesmo uma imagem mais "suja" de pose industrial urbana.
Uma menção para Carlos Maria Trindade, teclista dos Heróis do Mar, que assumiu as funções de Produtor e ajudou a criar a sonoridade deste album. Foi através deste trabalho de produção que a banda incluiu pela primeira vez em disco sequenciações electrónicas e gravações de sons reais, mais especificamente sons industrias captados na fábrica de Kalú.
A registar que esta edição aqui apresentada faz parte da colecção de seis Cds iniciada pela revista Visão em Setembro de 2006, intitulada "Colecção As Músicas Da Nossa Vida", já aqui exposta anteriormente.

terça-feira, 17 de agosto de 2010

Switch - INXS


1 Devil's Party 3:25
2 Pretty Vegas 3:25
3 Afterglow 4:09
4 Hot Girls 3:33
5 Perfect Strangers 4:12
6 Remember, Who's Your Man 3:28
7 Hungry 4:47
8 Never Let You Go 4:19
9 Like It or Not 3:44
10 Us 4:07
11 God's Top Ten 4:54

A morte de Michael Hutchence em 1997 deixou os Australianos INXS practicamente num beco sem saída. Hutchence era o vocalista da banda desde 1980 e pode-se dizer que o seu carisma seria um dos pontos mais fortes do sucesso da banda. Mérito seja dado ao resto da banda, obviamente, que só a presença de Hutchence não bastava para todo o sucesso da banda, mas ajudou bastante. Privados então do seu frontman os INXS continuaram como banda e ainda tiveram numa ocasião, em 1999, Terence Trent D'Arby à frente da banda e Jon Stevens fez alguns gigs com a banda, em finais de 2003, mas acabou por seguir para uma carreira a solo. É então em 2005 que a banda se decide unir ao produtor televisivo Mark Burnett e ao programa "Rock Star: INXS" de onde viria a sair vencedor o Canadiano J.D.Fortune, um imitador de Elvis Presley, que viria assim a tomar o lugar do malogrado Michael Hutchence e partindo para estúdio com a banda para a gravação deste trabalho, o primeiro da banda após a morte de Hutchence.
Começo por dizer que não sinto decepção por este trabalho em relação aos anteriores. A força e energia da banda continua bem presente, como disse anteriormente Hutchence sem a banda tambem não singraria da mesma forma, e o novo vocalista até que faz bem o seu trabalho e tambem não desilude.São onze temas ao melhor estilo dos INXS, bom Pop-Rock dançavel, sem que se possa apontar defeitos ou decepções. Há ainda a referir a presença de Suzie McNeill, tambem ela uma participante do mesmo concurso televisivo, para um dueto em "God's Top Ten". Prémio de consolação?
Qualquer preconceito que possa existir de início, e é natural que exista, dissipa-se logo na audição dos primeiros temas. Bom album.

domingo, 8 de agosto de 2010

Ar de Rock - RUI VELOSO (Colecção As Músicas da Nossa Vida)


1 Rapariguinha Do Shopping 4:25
2 Ai Quem Me Dera A Mim Rolar Contigo Num Palheiro 3:34
3 Bairro Do Oriente 3:48
4 Afurada 2:55
5 Chico Fininho 2:28
6 Sei De Uma Camponesa 3:06
7 Miúda (Fora De Mim) 3:24
8 Saíu Para A Rua 4:04
9 No Domingo Fui Às Antas 2:45
10 Harmónica Azul (Instrumental) 1:28
11 Donzela Diesel 3:13

Já muito se falou e se escreveu acerca deste trabalho. Ar de Rock foi o primeiro album de Rui Veloso, em 1980, e foi o album que estoirou com a nova música Portuguesa dando início a uma nova época musical em que começou a ser "possível" gravar (bom) Rock cantado em Português e as pessoas aceitavam e gostavam, e compravam. Obviamente que o mérito deste trabalho pertence a Rui Veloso, todas as composições são de sua autoria, e a Carlos Tê, o autor das letras (excepção para "Miúda" e "Donzela Diesel" com letras da autoria de António Avelar Pinho), mas é importantíssimo referir a presença dos dois elementos que completam a "Banda Sonora", Zé Nabo no Baixo e Ramon Galarza na Bateria. Dois elementos de luxo que proporcionam uma secção rítmica segura e de grande qualidade, e as suas colaborações foram fundamentais para a orientação do puto que vinha do Porto, habituado a tocar sozinho, e que se estreava assim a gravar para uma grande editora nacional.
Onze belos temas compõem este trabalho, o primeiro gravado em Portugal num gravador de 24 pistas, transpirando Rock e Blues à Portuguesa em que as palavras de Carlos Tê transmitiam uma sociedade pós 25 de Abril com que as pessoas se começavam a indentificar, a novidade dos Shoppings em "A Rapariguinha do Shopping", o freak "Chico Fininho", o erotismo de "Ai Quem Me Dera A Mim...", os fumos do etéreo "Bairro do Oriente", a violência doméstica de "Saiu Para a Rua", e até as agruras das derrotas no futebol de "No Domingo Fui às Antas". Veloso interpreta ainda dois temas mais acústicos, "Afurada", sobre o bairro piscatório da Afurada, e o rural "Sei De Uma Camponesa". "Miúda" e "Donzela Diesel" têm textos do produtor, já mencionado, e são mais duas peças de Rock com Blues e até um pouco deFunk. Há tambem um pequeno instrumental, "Harmónica Azul" que é um solo de harmónica de Rui Veloso, e que serviu apenas para encher mais um pouco do disco.
A edição aqui apresentada pertence a uma colecção de seis Cds iniciada pela revista Visão em Setembro de 2006, intitulada "Colecção As Músicas Da Nossa Vida". A particularidade desta colecção é o pequeno livro, de 48 páginas, que acompanha o Cd e nos conduz através de "material investigado e produzido especialmente para esta colecção: a importância daquele disco na música e na sociedade Portuguesa da altura, a biografia do artista, a retrospectiva dos acontecimentos mais importantes daquele ano e os temas do disco, comentados, faixa a faixa, pelo autor."

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Tender Prey - NICK CAVE AND THE BAD SEEDS


Side A
1 The Mercy Seat 7:17
2 Up Jumped the Devil 5:16
3 Deanna 3:45
4 Watching Alice 4:01
5 Mercy 6:23
Side B
1 City of Refuge 4:48
2 Slowly Goes the Night 5:23
3 Sunday's Slave 3:40
4 Sugar Sugar Sugar 5:01
5 New Morning 3:47

Cada vez mais fico desconfiado da religiosidade de Cave, e neste Lp de 1988 ela está bem patente. Como não pode haver Deus sem haver Diabo por aqui se encontra tambem a outra face da dúbia personagem Nick Cave. É dentro destes parâmetros que Tender Prey se revela como uma oração, algo insólita, em que os acólitos Bad Seeds são a companhia perfeita para complementar a obra divina de Nick Cave. Nick Cave é neste trabalho tanto o orador como o próprio Diabo, ou ainda um amante apaixonado, que termina o lado A deste vynil a pedir clemência e encerra o album esperançoso numa nova alvorada.
Musicalmente é um album coerente em que os Bad Seeds se revelam como músicos excepcionais, no sentido de serem pouco convencionais mas bastante criativos. Os temas não seguem o padrão clássico de canção em que os versos são seguidos do refrão. Há versos e refrões, obviamente, mas a sua utilização tanto pode ser repetitiva, como os versos podem ser longos textos exemplares em que a interpretação de Cave nos hipnotiza e cativa. O resultado final é bom, muito bom mesmo, e temos canções que vivem do momento da interpretação pois Cave é emocional e estamos dependentes da forma como ele se entrega à música, e estamos a falar de um album de estúdio.
Encontram-se duas lindíssimas baladas neste album, "Watching Alice", com a participação de Hugo Race na Guitarra Eléctrica, e a grandiosa "Slowly Goes The Night". "Deanna" e "City Of Refuge" são os momentos mais eléctricos da sessão, e provavelmente os mais conhecidos, "The Mercy Seat", "Up Jumped The Devil", "Sunday's Slave" e "Sugar Sugar Sugar" são de ter em consideração tambem.
Para uma ternurenta oração o album revela-se um tanto ou quanto ardiloso, chega mesmo a ser malicioso, revelando-se um trabalho bem concebido em que a atmosfera foi muito bem conseguida.
Este é Mr.Nick Cave meus senhores e minhas senhoras.

quarta-feira, 28 de julho de 2010

Show Time - RY COODER


Side A
1 School Is Out (Anderson, Barge) 2:41
2 Alimony (R.Higginbotham, B.L.Jones, W.Young) 4:51
3 Jesus on the Mainline (Traditional) 5:19
4 The Dark End of the Street (C.Moman, D.Penn) 6:31
Side B
1 Viva Seguin/Do Re Mi (S.Jimenez, W.Guthrie) 5:27
2 Volver, Volver (R.Maldonado) 3:59
3 How Can a Poor Man Stand Such Times and Live (A.Reed) 6:33
4 Smack Dab in the Middle (C.Calhoun) 8:01

"Show Time" retrata isso mesmo, tal como o título indica estamos na presença de um album captado ao vivo, concretamente no The Great American Music Hall em San Francisco em duas noites de Dezembro de 1976. Não deixa de ser curioso, no entanto, o facto do tema de abertura deste registo ao vivo, "School Is Out", ter sido gravado em estúdio, e com a mesma formação. Excepção para o Saxofonista Pat Rizzo que só aparece neste mesmo tema.
Neste show Ry Cooder apoia-se numa banda maioritariamente latina, em que se destaca a presença do Acordeonista Flaco Jimenez e a luxuosa base de vozes espirituais sustentada pelo trio composto por Eldridge King, Terry Evans, e Bobby King.
Dono de um percurso singular e de um estilo próprio, o uso frequente do slide, ao mesmo tempo alimentando-se dos mais variados géneros, revelantes do trabalho de pesquisa do músico, o som de Ry Cooder resulta numa sonoridade rica que revela um músico de bom gosto e um bom intérprete de estilos pouco comuns. A entrega calorosa do músico e da banda, bastante específica para a ocasião, à interpretação dos temas entusiasma a plateia que rejubila e devolve o entusiasmo ao palco encontrando-se neste album uma simbiose consequentemente positiva para os dois lados.
Isaac Garcia, na Bateria, Henry "Big Red" Ojeda, no Baixo, Jesse Ponce, no Sexto, Frank Villareal, em Saxofone, completam a banda.

sábado, 3 de julho de 2010

Photo-Finish - RORY GALLAGHER


Side A
1 Shin Kicker 4:02
2 Brute Force & Ignorance 4:16
3 Cruise on Out 4:42
4 Cloak & Dagger 5:21
5 Overnight Bag 4:52
Side B
1 Shadow Play 4:45
2 The Mississippi Sheiks 6:01
3 The Last of the Independants 3:58
4 Fuel to the Fire 6:21

O Blues-Rock do power trio Irlandês de Rory Gallagher, que inclui o Baixista Gerry McAvoy e o Baterista Ted McKenna, gravou em 1978 este Photo-Finish impregnado de temas vibrantes em que a Guitarra de Rory Gallagher dita as leis e move as montanhas sonoras que pautam este trabalho. Nove temas originais de Gallagher, onde apenas o tema final "Fuel To The Fire" desacelera um pouco o ritmo da coisa, preenchem este trabalho de bom Blues-Rock Irlandês, local de onde sempre vieram bons músicos.
É difícil evitar as comparações com Eric Clapton assim como tambem são difíceis de evitar comparações com os compatrícios Thin Lizzy. É essencialmente um album de Guitarra Eléctrica, apesar de Gallagher ainda se aventurar pelo Bandolim, como instrumento de fundo em algums temas, onde os Riffs iniciam a toada e os solos complementam e acabam os temas. As vocalizações de Gallagher são simples, limita-se a cantar as peças, e normais, dentro do que se pede para o estilo, pois aqui o que se destaca de facto é a estrutura musical sustentada na base de Guitarra Eléctrica-Baixo-Bateria.

domingo, 27 de junho de 2010

Land Of Dreams - RANDY NEWMAN


Side A
1 Dixie Flyer 4:08
2 New Orleans Wins the War 3:32
3 Four Eyes 3:38
4 Falling in Love 3:01
5 Something Special 3:07
6 Bad News from Home 2:47
Side B
1 Roll with the Punches 3:27
2 Masterman and Baby J 3:29
3 Red Bandana 2:36
4 Follow the Flag 2:14
5 It's Money That Matters 4:07
6 I Want You to Hurt Like I Do 4:05

Autobiográfico, é a forma como Randy Newman começa por se apresentar neste álbum, edição de vynil em 1988, onde os três primeiros temas revelam histórias da infância do compositor entre New Orleans e Los Angeles. É também no início do álbum, aos primeiros acordes de "Dixie Flyer", que logo se percebe a presença de Mark Knopfler que participa neste registo como músico e produtor. Para além de Knopfler assumem também o trabalho de produção Jeff Lynne, e a dupla James Newton Howard & Tommy Lipuma. Três trabalhos de produção que acabam por se dividir em três grupos de músicos distintos; participam no álbum nomes como Jeff Porcaro e Carlos Vega, na bateria, Steve Lukather, Michael Landau, Dean Parks, Buzz Feiten, Tom Petty e Mike Campbell, nas guitarras, Leland Sklar, Nathan East e Neill Stubenhaus, nos baixos, Guy Fletcher e David Paich nos teclados. São todos músicos de mérito reconhecido e estão reunidas, logo à partida, as condições ideais para um bom trabalho.
Randy Newman é conhecido por ser um compositor satírico, patriótico e politicamente incorrecto. A sua escrita consegue ser bastante sarcástica e a composição é bastante rica, harmoniosamente bem estruturada e muito bem apresentada. Vários estilos são aqui confrontados, se o Dixie abre o álbum através de "New Orleans Wins The War", um dos temas que evocam a infância de Randy Newman em New Orleans, o tema produzido por Jeff Lynne, "Falling In Love", envereda por um estilo mais tradicionalista. No lado B do registo, Newman aventura-se mesmo no hip-hop interpretando "Masterman and Baby J", um tema bastante divertido respeitando as regras do género. No cômpito geral a primeira sequência de três músicas é bastante notável, destacando-se "Four Eyes" pelo excelente arranjo, quase "Zappiano". No lado B, "It's Money That Matters" destaca-se por ser o tema mais conhecido do trabalho, em que a presença de Mark Knopfler volta a fazer-se notar, e há também uma boa dose de humor em "Red Bandana". Destaque ainda para os trabalhos de segundas vozes, e os arranjos dos coros em "Four Eyes" e "I Want You To Hurt Like I Do", que são uma delícia.

terça-feira, 15 de junho de 2010

Tripping The Live Fantastic - PAUL McCARTNEY - LP03


Side A
1 Twenty Flight Rock (Cochran, Fairchild) 3:09
2 Coming Up 5:18
3 Sally (Haines, Leon, Towers) 2:04
4 Let It Be (Lennon, McCartney) 3:53
5 Ain't That a Shame (Bartholomew, Domino) 2:14
6 Live and Let Die 3:11
7 If I Were Not Upon the Stage (Bowsher, Sutton, Turner) 0:36
8 Hey Jude (Lennon, McCartney) 8:04
Side B
1 Yesterday (Lennon, McCartney) 2:07
2 Get Back (Lennon, McCartney) 4:11
3 Golden Slumbers/Carry That Weight/The End (Lennon, McCartney) 6:41
4 Don't Let the Sun Catch You Crying (Greene) 4:31

E no terceiro, e último, vynil desta edição a celebração da digressão do ex-Beatle antige o auge com temas obrigatórios como "Let It Be", "Hey Jude", "Yesterday", "Get Back" e o medley final de Abbey Road "Golden Slumbers/Carry That Weight/The End". "Coming Up" e "Live And Let Die" são, por aqui, os últimos resquícios da carreira a solo de McCartney e fazem-no em grande, são dois temas fugazes e emocionantes capazes de entusiasmar uma audiência. A herança do Rock continua a fazer-se sentir através dos clássicos "Twenty Flight Rock" e "Ain't That A Shame" mas são mais uma vez as canções dos Beatles que extasiam não só a plateia como a própria banda, o repertório da banda é de uma riqueza patrimonial a que ninguem consegue ficar alheio.
Sir Paul McCartney chega ao fim deste disco como um convincente entertainer e músico sempre bem disposto e muito brincalhão, a introdução a "Hey Jude" é feita com "If I Were Not Upon The Stage" que é interrompida ao cabo de 36 segundos em jeito de engano de alinhamento para seguidamente entrarem os acordes iniciais de "Hey Jude" e o público delira.
Isto é espectáculo, McCartney sabe lidar com isso e sabe o que as massas querem. É a garantia de um bom concerto.
Em 21 de Abril de 1990, no Estádio Maracaná no Rio de Janeiro, num concerto incluído nesta digressão, Paul McCartney tocou para 184 000 pessoas. À data foi oficializado como o maior concerto de estádio da história do Rock'n Roll.

segunda-feira, 14 de junho de 2010

Tripping The Live Fantastic - PAUL McCARTNEY - LP02


Side A
1 Fool On The Hill (Lennon, McCartney) 5:01
2 Sgt.Pepper's Lonely Hearts Club Band (Lennon, McCartney) 6:34
3Can't Buy Me Love (Lennon, McCartney) 2:17
4 Matchbox (Perkins) 3:07
5 Put It There 2:44
6 Together 2:15
Side B
1 Things We Said Today (Lennon, McCartney) 5:01
2 Eleanor Rigby (Lennon, McCartney) 2:36
3 This One 4:28
4 My Brave Face 3:09
5 Back In The USSR (Lennon, McCartney) 3:16
6 I Saw Her Standing There (Lennon, McCartney) 3:26

Neste segundo vynil perdura o Rock e revela-se uma parte do alinhamento mais equilibrada e apoiada no repertório dos Beatles. Começa em tom de saudade com McCartney a revelar que sem os outros parceiros dos Fab Four nada disto teria sido possível e arranca com "Fool On The Hill" para depois nos dar uma versão bem Rocalheira, e desgarrada, de "Sgt.Pepper's Lonely Hearts Club Band" que inclui disputa de solo de guitarras pelo meio, grande momento. O rock continua por aí fora, com passagem por "Matchbox" de Carl Perkins, retirado nitidamente de um check-sound, até fechar este lado do vynil com um curto Reggae, "Together", tambem retirado de um check-sound. O segundo lado do album arranca com dois grandes momentos, "Things We Said Today" e "Eleanor Rigby" com o seu tradicional arranjo. Dois simpáticos, e harmoniosos, temas de McCartney aparecem aqui pelo meio para novamente se voltar a investir em grande ritmo com "Back In The USSR" e "I Saw Her Standing There".
Este disco surge assim mais balaceado para o Rock e com maior incidência no repertório da antiga banda.

domingo, 13 de junho de 2010

Tripping The Live Fantastic - PAUL McCARTNEY - LP01


Side A
1 Showtime 0:38
2 Figure of Eight 5:33
3 Jet 4:02
4 Rough Ride 4:48
5 Got to Get You into My Life (Lennon, McCartney) 3:24
6 Band on the Run 5:10
7 Birthday (Lennon, McCartney) 2:43
Side B
1 Ebony and Ivory 4:01
2 We Got Married 6:38
3 Inner City Madness 1:23
4 Maybe I'm Amazed 4:42
5 The Long and Winding Road (Lennon, McCartney) 4:18
6 Crackin' Up (McDaniel) 0:50

Triplo Vynil para Paul McCartney em 1990 com este album que testemunha a digressão realizada, e gravada, nos anos de 1989 e 1990. Acompanhado por bons músicos que transmitem segurança num espectáculo deste nível, McCartney apresenta mais um sólido album de Rock'n Roll, ao vivo, em que são percorridos vários anos de carreira desde a fase mais longínqua dos Beatles até ao album Flowers In The Dirt, editado em 1989, que gerou esta digressão e posteriormente este mesmo registo ao vivo.
Neste primeiro disco pontuam maioritariamente temas originais do ex-Beatle e destaco absolutamente a progressão do tema "We Got Married", um dos temas do album de estúdio que origina esta digressão. Há por aqui uma primeira visita ao repertório dos Beatles, o alegre "Got To Get You Into My Life", o Blues/Rock de "Birthday" e o sempre obrigatório "The Long And Winding Road". Depois há os clássicos "Band On The Run", "Jet" e "Ebony And Ivory". Tambem se brinca bastante em palco como o comprovam "Inner City Madness", um provável momento de devaneio da banda nalgum check-sound, e a curta interpretação de "Crackin' Up".
Este primeiro disco serve de aquecimento para o seu seguimento.

quinta-feira, 10 de junho de 2010

Ohmónimo - BASS-OFF


1 That Dead Song 4:04
2 Whatever 2:56
3 Playing God 3:14
4 Cellar Door 4:47
5 Trumpets 5:01
6 Sunrise 4:59
7 Nova Nova 5:49
8 God Loves What He Hates 3:27
9 Virginia 4:33

Os Bass-Off são Portugueses, oriundos das Caldas da Rainha, e foram os vencedores da edição do Festival Termómetro 2008, o que lhes proporcionou a gravação deste registo editado em cd no início deste ano. Têm a particularidade de serem um trio composto por duas guitarras eléctricas e uma bateria ou seja, não há baixista nesta banda, daí a denominação Bass-Off.
Ohmónimo apresenta uma selecção de nove temas, três são instrumentais, que se enquadram entre os limiares sónicos extremistas, algum noise, e momentos de pura reflexão que aguardam o momento certo para explodir, ou apenas mesmo para introspecção. Neste álbum, o trabalho de vozes não é preponderante reforçando-se antes a estrutura instrumental das guitarras de Né e Rui Filipe que é muito coesa, bastante preenchida e possante, e também muito rica em dinâmicas e efeitos. A Bateria de Nuno Oliveira é um excelente complemento do trio enriquecendo bastante a parte rítmica.
Num breve apanhado: "That Dead Song", um instrumental, introduz-nos timidamente no cd e de seguida "Whatever" revela-se o momento mais "pop" do álbum. "Playing God" é uma faixa inteligente, "Cellar Door" é um instrumental arrebatador e "Trumpets" é uma versão invulgar de uma música original dos Waterboys. "Sunrise" é emocional, "Nova Nova" é de eleição, "God Loves What He Hates" provoca, e o registo encerra da melhor forma com "Virginia", um criativo instrumental que vai crescendo de força até ao êxtase.
Um pormenor a ter em conta, este álbum é para ouvir bem alto.

texto revisto em Junho, 2022

Live At The BBC - BEATLES - CD02


1 Crinsk Dee Night [Speech] 1:04
2 A Hard Day's Night 2:24
3 Have a Banana! [Speech] :21
4 I Wanna Be Your Man 2:09
5 Just a Rumor [Speech] :20
6 Roll over Beethoven (Berry) 2:15
7 All My Loving 2:04
8 Things We Said Today 2:18
9 She's a Woman 3:14
10 Sweet Little Sixteen (Berry) 2:20
11 1822! [Speech] :10
12 Lonesome Tears in My Eyes (Burlison, Burnette,Mortimer) 2:36
13 Nothin' Shakin' (But the Leaves on the Trees) (Colacrai, Fontaine,Gluck, Lampert) 2:59
14 The Hippy Hippy Shake (Romero) 1:49
15 Glad All Over (Bennett, Schroeder, Tepper) 1:51
16 I Just Don't Understand (Westberry, Wilkin) 2:46
17 So How Come (No One Loves Me) (Bryant) 1:53
18 I Feel Fine 2:12
19 I'm a Loser 2:32
20 Everybody's Trying to Be My Baby (Perkins) 2:20
21 Rock & Roll Music (Berry) 2:00
22 Ticket to Ride 2:56
23 Dizzy Miss Lizzy (Williams) 2:42
24 Medley: Kansas City/Hey! Hey! Hey! Hey! (Leiber, Penniman, Stoller) 2:37
25 Set Fire to That Lot! [Speech] :27
26 Matchbox (Perkins) 1:57
27 I Forgot to Remember to Forget (Feathers, Kesler) 2:08
28 Love These Goon Shows! [Speech] :26
29 I Got to Find My Baby (Berry) 1:55
30 Ooh! My Soul (Penniman) 1:36
31 Ooh! My Arms [Speech] :35
32 Don't Ever Change (Goffin, King) 2:02
33 Slow Down (Williams) 2:36
34 Honey Don't (Perkins) 2:11
35 Love Me Do 2:29

Entre Março de 1962 e Junho de 1965 os Beatles actuaram em 52 programas de radio da BBC e tocaram um total de 88 músicas, sendo que 36 delas, practicamente versões, nunca foram editadas em disco pela banda. É sobre estas sessões que incide esta edição dupla em que foram recuperadas as melhores gravações, infelizmente não se conseguiram gravações de qualidade do ano de 1962 ainda com a participação de Pete Best na Bateria. Concluindo, esta edição apresenta 56 sessões remasterizadas digitalmente e escolhidas por George Martin, quem mais?
Apesar de as sessões não estarem dispostas de forma ordenada este segundo Cd incide mais na fase dos anos 64/65 e começa-se a notar o aparecimento de mais temas originais da banda. Um dos prazeres de audição de um documento deste nível está em perceber como a banda lidava com a radio de uma forma natural, extrovertida, e de como libertou este meio de um certo convencionalismo em relação ao Rock 'n Roll. A última gravação da banda para a BBC foi captada em Maio de 1965, "Ticket To Ride" e "Dizzy MissLizzy" foram os temas gravados, e foi para o ar em Junho desse ano. A falta de tempo da banda, assim como as condições de gravação que a banda começou a ter nos estúdios da EMI, acabaram com os dias de rádio dos Beatles.
Há momentos interessantes como no final de "Hard Days Night" em que o apresentador interrompe a banda no final da música para provar que os ouvintes não estão a ouvir um disco mas sim a banda a tocar ao vivo para o programa. Noutro momento não deixa de ser curioso, para nós, que este Cd começa com uma intervenção dos Beatles em que há uma menção, jocosa, a Portugal acerca do título atribuido por cá ao filme Hard Days Night. Outro pormenor a ter em conta ocorre no tema "Lonesome Tears In My Eyes" em que se ouve o chiar do pedal de bombo.
É um documento fundamental, com preciosidades, que testemunha a época da radio dos Beatles.

quinta-feira, 3 de junho de 2010

Live At The BBC - BEATLES - CD01


1 Beatle Greetings [Speech] :13
2 From Us to You :23
3 Riding on a Bus [Speech] :53
4 I Got a Woman (Charles) 2:48
5 Too Much Monkey Business (Berry) 2:05
6 Keep Your Hands off My Baby (Goffin, King) 2:30
7 I'll Be on My Way 1:57
8 Young Blood (Leiber, Pomus, Stoller) 1:56
9 A Shot of Rhythm and Blues (Thompson) 2:14
10 Sure to Fall (In Love With You) (Cantrell, Claunch, Perkins) 2:07
11 Some Other Guy (Barrett, Leiber, Stoller) 2:00
12 Thank You Girl 2:01
13 Sha la la la La! [Speech] :27
14 Baby It's You (Bacharach, David, Williams) 2:43
15 That's All Right (Mama) (Crudup) 2:53
16 Carol (Berry) 2:34
17 Soldier of Love (Lay Down Your Arms) (Cason, Moon) 1:59
18 A Little Rhyme [Speech] :25
19 Clarabella (Pingatore) 2:39
20 I'm Gonna Sit Right Down and Cry (Over You) (Biggs, Thomas) 2:01
21 Crying, Waiting, Hoping (Holly) 2:09
22 Dear Wack! [Speech] :42
23 You Really Got a Hold on Me (Robinson) 2:37
24 To Know Her Is to Love Her (Spector) 2:49
25 A Taste of Honey (Marlow, Scott) 1:57
26 Long Tall Sally (Blackwell, Johnson, Penniman) 1:52
27 I Saw Her Standing There 2:31
28 The Honeymoon Song (Sansom, Theodorakis) 1:39
29 Johnny B. Goode (Berry) 2:51
30 Memphis (Berry) 2:12
31 Lucille (Collins, Penniman) 1:49
32 Can't Buy Me Love 2:06
33 From Fluff to You [Speech] :28
34 Till There Was You (Willson) 2:13

Live at the BBC é um Cd duplo, editado em 1994, que incide nas gravações feitas para a BBC nos dias inocentes da banda de Liverpool desde Janeiro de 1963, o primeiro album seria lançado em Março do mesmo ano, até 1965, altura em que a fama atingiu tal dimensão que os Beatles deixaram de ter tempo para ir gravar as suas sessões de radio, assim como tambem já não necessitavam da radio como meio de promoção.
É interessante começar por notar que a banda utiliza maioritariamente temas Nashville, R & B, e Rock 'n Roll que já conheceram êxito nas mãos de outros intérpretes. Neste primeiro Cd encontramos apenas quatro temas originais da dupla Lennon/McCartney e um deles, "I´ll Be On My Way", é um inédito, que a banda só gravou nestas sessões, que foi oferecido a Billy J.Kramer and The Dakotas como lado B de um primeiro single deste artista. Dos restantes originais que aparecem neste Cd, "Thank You Girl" viria a ser gravado como o lado B do single "From Me To You", "I Saw Her Standing There" e "Can't Buy Me Love" viriam a ser êxitos que a história testemunhou. No restante encontramos vinte e três covers de autores bastas vezes referenciados pela banda como influências, Carl Perkins, Chuck Berry, Little Richard, a dupla Goffin/King, ou Buddy Holly, e outros temas que foram êxitos por Elvis Presley, ou Ray Charles. Mas Chuck Berry é de facto o que mais contribui.
Encontram-se tambem no Cd alguns excertos de entrevistas, bastante humorísticos, em que Paul McCartney e John Lennon se destacam como intervenientes.
O Cd vem acompanhado de um livreto com todas as indicações das datas e dos locais de gravação e de transmissão. Obrigatório e essencial em qualquer colecção que se preze.

quinta-feira, 27 de maio de 2010

Nocturama - NICK CAVE AND THE BAD SEEDS


1 Wonderful Life 6:49
2 He Wants You 3:31
3 Right out of Your Hand 5:14
4 Bring It On 5:23
5 Dead Man in My Bed 4:40
6 Still in Love 4:44
7 There Is a Town 4:58
8 Rock of Gibraltar 3:00
9 She Passed by My Window 3:20
10 Babe, I'm on Fire 14:46

No seu estilo habitual Nick Cave revela-se um calmo, e sereno, contador de histórias que por vezes tambem se revela explosivo e bastante expressivo, e tudo isto com o apoio fiel dos Bad Seeds que acompanham religiosamente o seu mestre, tornando-se o braço direito deste orador. Além disso Cave detêm um estigma que consegue imprimir uma espécie de carácter religioso às suas composições, seja na lírica seja na soturna sonoridade que tanto caracteriza o seu estilo, e este Nocturama contêm todas estas características.
Nos três primeiros temas do Cd encontram-se os momentos mais ternos deste album, sempre com Cave ao Piano, se bem que o primeiro som que ouvimos no Cd é do Hammond. Ao quarto tema uma interessante linha de baixo sugere algo novo e "Bring It On" traz-nos mais ritmo ao album, e Cave entrega-se mais ao Hammond, para de seguida explodir selvaticamente com "There's a Dead Man In My Bed", lembram-se dos Birthday Party?
"Still In Love" volta ao estilo balada, bem bonita e muito descritiva, "There Is A Town" é bastante Americanizada, Pedal Steel Guitar a fazer lembrar os desertos cheios de pó de "Joshua Tree", "Rock Of Gibraltar" parece um bocado deslocada do resto do album, algo lamecha, e "She Passed By My Window" tem um triste Violino para uma triste melodia. A fechar, um grande momento com um grande tema. "Babe, I'm On Fire" é longo, é potente, minimalista, e soa a manifesto, Nick Cave canta para todo o Mundo.
A referir que o Piano continua a ser o instrumento de eleição de Cave mas há tambem bastantes prestações suas em grandes devaneios de Orgão Hammond a roçarem o experimental, bem colocados e presentes. Boa presença do Baixista de serviço, Martyn P.Casey, e tambem se nota quando Jim Sclavunos se senta na Bateria, em "He Wants You", "Bring It On", "There Is A Town" e "She Passed By My Window".
Nick Cave em 2003 a mostrar que sabe amadurecer.

domingo, 16 de maio de 2010

Only YAZOO: The best Of


1 Only You 3:12
2 Ode to Boy 3:38
3 Nobody's Diary 4:31
4 Midnight 4:20
5 Goodbye 70's 2:33
6 Anyone 3:25
7 Don't Go 3:06
8 Mr. Blue 3:26
9 Tuesday 3:19
10 Winter Kills 4:03
11 State Farm 3:35
12 Situation [US 12 Remix] 5:46
13 Don't Go [Todd Terry Freeze Mix] 6:12
14 Situation [Club 69 Future Funk Mix] 8:48
15 Only You [1999 Mix] 2:53

Qual o resultado do encontro entre um pequeno gênio da música electrónica e uma mulher grande, possante, e cheia de alma? Resposta: os Yazoo. Vincent Clarke e Allison Moyet eram, respectivamente, a estrutura e a voz do grandioso duo Yazoo que numa muito curta existência, entre 1981 e 1983, editou dois albuns apenas.
E são, obviamente, esses dois albuns que fornecem o material que compõe esta colectânea da banda. Entre grandes êxitos como "Only You", "Don't Go" ou "Nobody's Diary" a banda tinha um repertório rico em boa música de base electrónica, sustentada em sequenciações e caixas de ritmos, acompanhada apenas pela corpórea, e enérgica, voz de Allison Moyet. Temas curtos, simples, melodiosos e dançaveis, proporcionaram uma nova corrente de Pop-Electrónica bastante rica e expressiva, dificilmente se consegue ficar indiferente a um tema dramaticamente intenso como "Winter Kills".
A ter em conta que Vincent Clarke foi uma figura muito importante na década de 80 pois esteve na base de três das bandas, de Pop-Electrónica, mais preponderantes dos anos 8o, Depeche Mode, Yazoo e Erasure.

terça-feira, 4 de maio de 2010

The Blade - FRONT LINE ASSEMBLY


1 The Blade (Technohead) 6:37
2 Re-Animate 5:46
3 Target 4:52
4 The Blade [Worldwide Mix] 6:27
5 The Blade [Pro-Gress Mix] 6:25
6 Heatwave 5:24
7 Laughing Pain 5:45
8 The Blade (Blindfold) 6:35

Eis a edição Europeia do Ep "The Blade" da dupla Canadiana Front Line Assembly, em 1992, carregado de grande dose de musica Industrial electrónica. Os Front Line Assembly incluem-se, inclusive, nas primeiras bandas a fundir a sonoridade Industrial com música de dança, a exemplo dos Ministry.
"The Blade" foi um dos singles retirados do Lp Tactical Neural Implant, editado no mesmo ano, e o tema é aqui alvo de quatro misturas que proporcionam quatro ambientes distintos. É um tema intenso, e bastante envolvente, e as misturas aqui apresentadas ajudam a criar novas intensidades em diferentes ambientes, mas todos dentro do género, revelando-se possantes, todas elas, mas a primeira, "Technohead", e a última, "Blindfold", são de facto as mais imponentes elevando o tema às grandes hostes das pistas de dança, mais negras. São realmente ambientes negros, e pesados, que por aqui se esbatem sobre linhas de Vocoder, Sintetizador, Caixa de Ritmo e Samplers.
Há ainda a acrescentar a esta edição a inclusão de quatro temas inéditos que são bastante bons ao ponto de poderem facilmente serem incluídos num alinhamento de qualquer album original da banda. Imperdível para apreciadores.

sábado, 24 de abril de 2010

SOMMS - SOUNDGARDEN - CD02


1 Into the Void (Sealth) (Butler, Osbourne, Sealth, Ward) 6:37
2 Girl U Want (Casale, Mothersbaugh) 3:29
3 Stray Cat Blues (Jagger, Richards) 4:46
4 She's a Politician 1:48
5 Slaves & Bulldozers [live] 8:38

Esta edição de Badmotorfinger é Americana, limitada, e inclui um Cd extra que é o Ep "SOMMS", cujo termo significa nada mais nada menos que, "Sattanoscilattemymetallicsonatas".
Este Ep é composto por cinco raridades e começa com uma versão de "Into The Void" dos Black Sabbath tambem ela uma raridade, isto porque a letra que Cornell canta não é a original dos Black Sabbath mas uma letra, de um discurso de 1852, atríbuida ao chefe Índio "Chief" Sealth, líder de uma das tribos Índias que habitavam no estado Norte-Americano de Washington, onde se situa Seatlle. Seath será mesmo uma das variações do nome Seatlle.
Outras duas versões se seguem, "Girl U Want", original dos Devo, e "Stray Cat Blues", dos Rolling Stones. Ambas são bastante boas prestigiando os originais como uma homenagem de categoria. "She's A Politician" é uma pequeno tema da autoria de Chris Cornell, e por fim "Slaves & Bulldozers", de Badmotorfinger, captada ao vivo algures na América.
Revela-se assim como uma pequena preciosidade, este Ep, cheio de pormenores que obviamente poderão interessar mais aos fans da banda. Basta no entanto ser bom apreciador de bom Rock para se conseguir captar a boa energia deste Ep.

quinta-feira, 15 de abril de 2010

Badmotorfinger - SOUNDGARDEN - CD01


1 Rusty Cage 4:25
2 Outshined 5:10
3 Slaves & Bulldozers 6:55
4 Jesus Christ Pose 5:50
5 Face Pollution 2:23
6 Somewhere 4:20
7 Searching with My Good Eye Closed 6:31
8 Room a Thousand Years Wide 4:05
9 Mind Riot 4:49
10 Drawing Flies 2:26
11 Holy Water 5:07
12 New Damage 5:39

Em 1991 os Soundgarden editavam "Badmotorfinger", o seu terceiro album de originais. Neste mesmo ano os Pearl Jam estreavam-se com "Ten" e os Nirvana lançavam "Nevermind", o seu segundo album, que viria a ofuscar os outros lançamentos. Este surto de bandas oriundas de Seatlle, nos Estados Unidos da América, acabaria por rebentar practicamente neste ano e o mundo do Rock via nascer uma nova comunidade musical, o Grunge. E o Grunge deveu mais ao Punk que ao Rock.
O que os Soundgarden nos oferecem neste album é Rock do bom, em boa dose e medida. Há reminiscências do Hard'n'Heavy dos anos 70, facilmente identificamos similaridades com a sonoridade dos Balck Sabbath ou dos Led Zeppelin, e isso tambem é bom. Excelente a prestação de Chris Cornell, o vocalista, rockeiro quanto basta. Gritante, muito presente, sente-se a sua aura por todo o album. Matt Cameron, na Bateria, actualmente integrado na formação dos Pearl Jam, é outra presença determinante neste registo transmitindo muita segurança à secção rítmica. Kim Thayill, o Guitarrista, dispara riffs lentos, mas possantes e encorpados. O Baixista Ben Shepherd integra-se plenamente com o resto da banda e ajuda a complementar o som poderoso e intenso deste trabalho. Há ainda a presença de dois discretos convidados em sopros, Scott Granlund, em Saxofone, e Ernst Long, em Trompete, que debitam algumas notas por cima do som da banda em "Room a Thousnad Years Wide" e em "Drawing Flies".
É de facto um trabalho tão coeso, e quase perfeito, que não vou destacar temas em particular. Deve-se ouvir de princípio ao fim e de preferência com o som bastante alto.
Esta edição que possuo tem a particularidade de incluir um segundo Cd com alguns extras, brevemente será aqui exposta tambem.

domingo, 4 de abril de 2010

Philadelphia - ORIGINAL SOUNDTRACK


1 Streets of Philadelphia - Bruce Springsteen 3:55
2 Lovetown - Peter Gabriel 5:29
3 It's in Your Eyes - Pauletta Washington 3:46
4 Ibo Lele (Dreams Come True) - Ram 4:14
5 Please Send Me Someone to Love - Sade 3:43
6 Have You Ever Seen the Rain? - Spin Doctors 2:41
7 I Don't Wanna Talk About It - Indigo Girls 3:41
8 La Mamma Morta [From the Opera Andrea Chenier] - Maria Callas 4:53
9 Philadelphia - Neil Young 4:06
10 Precedent - Howard Shore 4:03

Cd editado em 1993 com a banda sonora original do filme Philadelphia de Jonathan Demme, um dos primeiros filmes a abordar o flagelo da SIDA, e é precisamente a SIDA que serve de mote aos principais temas desta banda sonora. Bruce Springsteen e Neil Young escreveram temas originais carregados de forte emoção, são temas de estruturas simples mas de grande sensibilidade. "Streets Of Philadelphia", de Springsteen, é acompanhado apenas por caixa de ritmos e sintetizador e tornou-se num dos grandes hits do Boss, e foi ainda o cartão de visita do filme. Neil Young aparece aqui sozinho apenas acompanhado por Piano, com uma ligeira aparição de Bateria perto do final do tema, e canta uma bonita balada, triste, mas muito melódica, acerca da cidade do amor fraterno. Peter Gabriel é aqui outra das grandes aparições e tambem apresenta um tema escrito originalmente para a banda sonora, "Lovetown", que se rege pelos parâmetros habituais a que Gabriel nos habituou. Sade interpreta "Please Send Me Someone To Love", um original de Percy Mayfield, em tons de Blues, curioso e interessante. Outras duas versões são aqui interpretadas, "Have You Ever Seen The Rain?", um clássico dos Creedence Clearwater Revival, pelos Spin Doctors, e "I Don't Wanna Talk About It", um original de Danny Whitten, pelas Indigo Girls, ambas sem acrescentar algo de novo. Presença real para Maria Callas, a diva da ópera, e a encerrar o Cd vem o tema do filme orquestrado por Howard Shore. Falta apenas referir a bonita balada R'n'B de Pauletta Washington e o Afro de RAM, dois casos pontuais.
É esta a banda sonora eleita para servir o filme "Philadelphia".

quinta-feira, 25 de março de 2010

Parade - PRINCE AND THE REVOLUTION


1 Christopher Tracy's Parade 2:11
2 New Position 2:20
3 I Wonder U 1:39
4 Under the Cherry Moon 2:57
5 Girls & Boys 5:29
6 Life Can Be So Nice 3:13
7 Venus de Milo 1:55
8 Mountains 3:57
9 Do U Lie? 2:44
10 Kiss 3:37
11 Anotherloverholenyohead 4:00
12 Sometimes It Snows in April 6:50

Mais conhecido por ser o album de "Kiss" este trabalho editado em 1986 era a banda sonora para "Under The Cherry Moon", uma produção cinematográfica de Prince tal como Purple Rain. O alinhamento cinge-se assim à referida produção resultando num trabalho de temática variada que inclui algumas orquestrações, um pouco de Funky, uma pequena passagem por terras de França, e até uma triste balada acústica. Foi tambem o último album sob o nome Prince And The Revolution.
O album é composto por canções curtas, eficazes, obviamente que criadas para servir as imagens do filme. A parada do primeiro tema é isso mesmo, uma marcha em que a orquestração acompanha o momento. "New Position" e "I Wonder U" são pontuais, e depois vem o hipnótico "Under The Cherry Moon" num ritmo muito próximo da valsa. "Boys And Girls" é um verdadeiro momento à Prince com a presença de Eric Leeds em Sax-Barítono e cola com um marcante, e acentuado, "Life Can Be So Nice" para depois ser interrompido pelo bonito instrumental "Venus de Milo". "Mountains" é quase Rock, com Mico-Rhythm na Guitarra, "Do You Lie?" transporta-nos a França, e à sua sonoridade mais castiça e "Kiss" dispensa apresentações. "Anotherloverholenyohead" é, tal como "Girls And Boys", um tema à Prince, mais para o Rock, e a fechar está a triste balada, acústica, "Sometimes It Snows In April".
Não esquecer as presenças femininas de Wendy, Lisa, Susannah, Sheila E., e tambem o Trompete de Atlanta Bliss.

sábado, 13 de março de 2010

Black Album - PRINCE


1 Le Grind 6:44
2 Cindy C. 6:15
3 Dead on It 4:37
4 When 2 R in Love 3:59
5 Bob George 5:36
6 Superfunkycalifragisexy 5:55
7 2 Nigs United 4 West Compton 7:01
8 Rockhard in a Funky Place 4:31

Os mitos nascem assim e as colecções de discos necessitam deste tipo de trabalhos. Previsto inicialmente para ser editado em 1987, logo a seguir a "Sign "O" The Times", o album foi retirado do mercado mesmo à última da hora e todas as cópias existentes foram imediatamente destruídas. Todas? Parece que não, pois o album circulou como um bootleg até ser finalmente editado, oficialmente, em Cd em 1994.
Prince não terá gostado do resultado final deste trabalho, e a sua posterior edição terá sido resultado apenas de uma das formas de cumprir rapidamente o contrato estabelecido com a Warner Bros., para a edição de cinco albuns, e assim terminar de vez com a sua ligação à editora. Assim sendo o Black Album é isso mesmo, um album todo preto sem qualquer descrição ou créditos (a única informação impressa é o número de catálogo), e musicalmente parece mais ter sido o resultado de uma Jam do que um produto de estúdio, excepção para o tema "Bob George" que foi claramente trabalhado em estúdio. E é um trabalho de estúdio mas percebe-se ter sido mais uma sessão para o(s) músico(s) do que um album pensado para o mercado. Composto por oito temas originais é um album muito Funky e muito hardcore, na medida em que as temáticas são um bocado mais violentas que o habitual e a sonoridade mais crua e directa. Dificilmente se extraia daqui um single com sucesso no mercado, excepção talvez para a balada "When 2 r In Love". Tambem se nota neste album a sonoridade Funky, mais potente, que viria a caracterizar o som de Prince and The New Power Generation.
Num album sem potenciais Hits, mas de boa cepa, destaca-se o Funky de "Cindy C." e os três últimos temas do album que são bastante potentes; "Superfunkycalifragisexy", anda algures entre James Brown e George Clinton, "2 Nigs United 4 West Compton", é um instrumental possante e contagioso, "Rockhard In A Funky Place", ao estilo Funky mais típico de Prince.
"Bob George" é uma peça invulgar na medida em que funciona como uma história, passional, musicada e bastante violenta. A voz, de Prince, está bastante alterada, digitalmente, para tons mais graves e com uma pronúncia bastante carregada.O tema está tambem carregado de efeitos, tornando-se curioso mas interessante.
O mito existe de fcato, está lançado no mercado e pode-se ouvir. Depois, que cada um o julgue por si. Os mitos são assim.

domingo, 28 de fevereiro de 2010

Sign "O" The Times - PRINCE - CD02


1 U Got the Look 3:47
2 If I Was Your Girlfriend 5:01
3 Strange Relationship 4:01
4 I Could Never Take the Place of Your Man 6:29
5 The Cross 4:48
6 It's Gonna Be a Beautiful Night 9:01
7 Adore 6:30
O segundo Cd desta edição começa com a "recuperação" de Sheena Easton a fazer o duo com Prince no poderoso single "U Got The Look", tema que conta ainda com a presença da percussionista Sheila E. na Bateria. É tambem neste Cd que se encontra outro grande êxito de Prince, "I Could Never Take The Place Of Your Man", um tema simples, bastante melodioso, e muito eficaz. O alter-ego Camille volta a ser evocado em "If I Was Your Girlfriend" e "Strange Relationship" é tambem um tema ritmado de grande presença. "The Cross" é a peça que se destaca por ter uma construção diferente do habitual, em relação ao estilo de Prince. O tema arranca só em Guitarra Acústica e Voz e os restantes instrumentos vão sendo incorporados aos poucos. É um tema bastante espiritual que vai crescendo de intensidade até se revelar por completo. "It's Gonna Be A Beautiful Night" foi captado ao vivo numa actuação de Prince And The Revolution em Paris e dá bem para perceber a força da banda em palco, neste tema aparece, novamente, Sheila E. e na Guitarra principal está Mico Weaver. A fechar está mais uma daquelas baladas que nos enchem a alma e o coração, "Adore".
Prince assina assim mais um album maravilhoso que se revela de facto como um "Sign "O" The Times".

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Sign "O" The times - PRINCE - CD01


1 Sign "O" the Times 4:56
2 Play in the Sunshine 5:05
3 Housequake 4:42
4 The Ballad of Dorothy Parker 4:01
5 It 5:09
6 Starfish and Coffee 2:50
7 Slow Love 4:22
8 Hot Thing 5:39
9 Forever in My Life 3:30

Mais um grande album de Prince , edição dupla, em que, como habitualmente, o artista controla tudo desde a escrita à produção, e execução dos temas. Excepção para "Starfish And Coffee", co-escrito com Susannah, e "Slow Love", co-escrito com Carol Davis. De resto alguns colaboradores a assinalar como Eric Leeds, o Saxofonista de serviço, Atlanta Bliss, o Trompetista, e as habituais presenças de Wendy, Guitarra e Coro em "Slow Love", e de Lisa, nos coros.
"Sign "O" The Times" revela-se, tal como o single do mesmo nome, um album que explora novos tempos e novas temáticas expondo mais realismo e maturidade ao trabalho de Prince. O single é mesmo revelador de uma nova época, conturbada, com a qual já vivemos. De resto e no geral a temática Funky, em conjunto com momentos mais enternecedores, fornece o conteúdo habitual se bem que aqui complementado por uma sonoridade mais crua mas tambem mais rica em arranjos. A reter, para além do grande single que é "Sign "O" The Times", o momento festivo de "Housequake" em que Camille, uma extraordinária figura que comanda as hostes em tom de falsete, é nada mais nada menos que o próprio Prince, ou um dos seus alter-egos. "The Ballad Of Dorothy Parker" é realmente uma balada mas num sentido menos convencional, muito descritiva e sustentada por uma base rítmica electrónica, acentuada por acordes de Piano Eléctrico e Baixo em Slap. Neste tema há uma referência a Joni Mitchell ; "."Oh my favorite song" She said. And It was Joni singing."Help Me I Think I'm Falling"." com a entoação e tudo. Mais à frente vem "Slow Love" que é um daqueles temas em que Prince arrasa completamente, uma magnífica balada, primorosamente interpretada, e tão simples. "Hot Thing" é liberal e animalesco, e nesta peça brilha Eric Leeds que sola na parte final.

domingo, 14 de fevereiro de 2010

1999 - PRINCE


1 1999 6:15
2 Little Red Corvette 5:03
3 Delirious 4:00
4 Let's Pretend We're Married 7:21
5 D.M.S.R. 8:17
6 Automatic 9:28
7 Something in the Water (Does Not Compute) 4:02
8 Free 5:08
9 Lady Cab Driver 8:19
10 All the Critics Love U in New York 5:59
11 International Lover 6:37

Eis Prince em 1982 a editar o quinto album da sua carreira, em vynil era uma edição dupla, e mais uma vez a controlar a produção, escrita e execução de todos os temas. Surgem alguns participantes, todos eles futuros Revolution, mas limitam-se a fazer as segundas vozes, excepção para Dez que executa os solos de Guitarra em "Little Red Corvette", todo o resto é executado pelo pequeno génio de Minneapolis. Apesar de Prince aqui ainda se apresentar sozinho há uma pequena menção aos futuros Revolution no design gráfico deste trabalho, no meio do I de Prince consegue-se ler, em sentido inverso, And The Revolution.
É um Prince inspirado, como sempre, rodeado de sintetizadores e acompanhado por uma caixa de ritmos Linn LM-1, a primeira caixa de ritmos a usar samples de baterias acústicas, que nos delicia a alma e o espírito. Os riffs sintetizados combinam bem com os ritmos programados e o Groove Funky solta-se ao longo de todo o trabalho, onde por vezes surgem Guitarras gritantes, o legado Hendrixiano, pecando apenas na longevidade dos temas, todos eles demasiado longos, mas afinal são temas dançáveis e o ritmo não pode parar por isso é bom pecar. "D.M.S.R." é um desses temas longos em que o ritmo imprime um balanço irrequieto, imparável, e convidativo à dança. "1999" e "Little Red Corvette" foram os singles que apresentaram este trabalho e todo o restante repertório é digno tambem de referência.
É um Prince sedutor, mágico e virtuoso que nos conduz ao longo desta viagem intemporal sem desiludir quem nela embarca.

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

Psychedelic Furs - PSYCHEDELIC FURS


1 India 6:21
2 Sister Europe 5:38
3 Imitation of Christ 5:29
4 Fall 2:41
5 Pulse 2:37
6 We Love You 3:26
7 Wedding Song 3:28
8 Blacks/Radio 6:56
9 Flowers 4:11
10 Susan's Strange* 3:14
11 Soap Commercial* 2:53
Foi este o album que apresentou os Britânicos Psychedelic Furs ao mundo em 1980, numa altura em que o Punk dava lugar à Pop mais electrónica da New Wave e mesmo assim os Psychedelic Furs mostravam ainda reminiscências de um dos estilos mais "sujos" que o Rock gerou. O som dos Psychedelic Furs não se pode mencionar como sendo bonito, ou agradável, a banda envolve-se totalmente no som das Guitarras, eléctricas, e cria uma sonoridade fria e crua, não é agressiva, que se fecha em acordes e arpégios repetidos até à exaustão e que não cansam, e no meio disto salienta-se a voz rouca e linear de Richard Butler, e a pontualidade do Saxofone-Tenor de Duncan Kilburn. Algures entre os patamares dos Velvet Underground e dos Sex Pistols haverá um para os Psychedelic Furs.
Esta edição em Cd conta com dois temas Bónus* que até acabam por sugerir um pouco do som que a banda acabaria por vir a criar a meio da década, uma sonoridade com mais algum espaço para respirar, sem ser tão claustrofóbica, no entanto os Psychedelic Furs são daquelas bandas que ou se gosta muito ou não se gosta mesmo, não são fáceis de ouvir às primeiras audições.
Este album conta ainda com um grande trunfo na pessoa de Steve Lillywhite que produziu este trabalho, e que à data produziu tambem o primeiro trabalho dos Irlandeses U2, assim como os dois albuns seguintes de Bono e Ca.

sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

Load - METALLICA


1 Ain't My Bitch 5:04
2 2 X 4 5:28
3 The House Jack Built 6:39
4 Until It Sleeps 4:30
5 King Nothing 5:28
6 Hero of the Day 4:22
7 Bleeding Me 8:18
8 Cure 4:54
9 Poor Twisted Me 4:00
10 Wasting My Hate 3:57
11 Mama Said 5:19
12 Thorn Within 5:51
13 Ronnie 5:17
14 The Outlaw Torn 9:52

"Load", trabalho editado pelos Metallica em 1996, apresenta mudanças estéticas significativas, tanto musicais como visuais. Os cabelos compridos desapareceram para darem lugar a uns rapazinhos de aspecto um pouco mais limpo, fotografados por Anton Corbjin, o preto mantêm-se como uma tendência, com algumas variações, e o som da banda parece ter sofrido algo que não se consegue explicar muito bem. Estamos perante rock do pesado mas já não tão pesado como os Metallica nos tinham habituado. Falta alguma garra, agressividade, raiva e loucura para este álbum soar mais digno do nome Metallica, ao invés é um álbum mais passivo, são e mais calculado. Resumindo, é um bom álbum de metal, mas não é um bom álbum dos Metallica.
Não deixa de ser interessante a aproximação ao som rock mais americano, mais tradicional, de "Mama Said" ou "Poor Twisted Me", mas é em "Ain't My Bitch", "King Nothing" e "Wasting My Hate" que estão os verdadeiros Metallica. O longo e arrastado "Bleeding Me" tem o seu quê de interessante e também é uma faixa a considerar. "Load" é um bom álbum mas não chega.

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

Pastpresent - THE CLANNAD


1 Theme from Harry's Game 2:26
2 Closer to Your Heart 3:28
3 Almost Seems (Too Late to Turn) 4:48
4 The Hunter 4:53
5 Lady Marian 3:19
6 Sirius 5:34
7 Coinleach Ghlas an Fhómhair (Traditional) 5:56
8 Second Nature 3:19
9 World of Difference 4:00
10 In a Lifetime 3:07
11 Robin (The Hooded Man) 2:49
12 Something to Believe In 4:44
13 Newgrange 4:02
14 Buachaill an Eirne (Traditional) 3:07
15 White Fool 4:37
16 Stepping Stone 3:52

Com esta colectânea de dezasseis temas, editada em 1989, os Clannad mostram como numa década, a de oitenta, época a que os quatro albuns aqui revisitados pertencem, mudaram o seu som original, respeitando inicialmente a tradição Celta que a Irlanda herdou, fundido-o gradualmente com um estilo mais aproximado da Pop.
O Cd incide principalmente nos albuns "Macalla" e "Sirius", os que mais evidenciam a dita fusão, e faz-se assim o percurso da banda desde os momentos mais tradicionais até à fase mais Pop/Rock, em que a banda não descurou as influências originais acabando por fundir os géneros.
"Harry's Game" introduz-nos no Cd, e é importante frisar que este foi o tema que lançou a banda nas bocas do mundo em 1982, data de edição do album Magic Ring. Deste album constam ainda os temas "Coinleach Ghlas an Fhómair", uma peça tradicional adaptada pela banda, e "Newgrange". Por esta altura a sonoridade dos Clannad ainda era bastante tradicional, utilizavam frequentemente o dialecto Gaélico, mas "Harry's Game" já abria um pouco a porta ao que estava para vir.
O album "Legend", editado em 1984, é a banda sonora da série Britânica de televisão "Robin of Sherwood" e deste album, em que a banda não utiliza pela primeira vez o dialecto Gaélico, foram retirados os temas "Lady Marian" e "Robin (The Hooded Man)" que continuam a ter uma sonoridade muito tradicional mas já bastante apoiada nos sintetizadores.
"Macalla" é um album maravilhoso, de 1985, e aqui já a fusão se torna evidente. Deste album constam os temas "Closer To Your Heart", "Almost Seems (To Late To Turn)", "In A Lifetime", duo com Bono Vox dos U2, e "Buachaill an Eirne", outra adaptação de uma música Celta.
O album "Sirius" já é bastante Pop e as faixas , "Sirius", "Second Nature" e "Something To Believe In", ambas com participação de Bruce Hornsby, "White Fool" e "Stepping Stone" são os temas que o representam. Este album demarca-se pela batida de Russ Kunkel e por uma construção musical mais centrada no estilo Pop/Rock.
Nesta colectânea a banda incluiu ainda dois temas originais, "The Hunter" e "World Of Difference", que pouco acrescentam ao que já estava feito.
O album destaca-se pela positiva ao evidenciar a evolução deste interessante "Clã Irlandês" em que a voz de Márie Brennan ajuda a encantar, com a sua voz a manter a aura Celta à medida que a banda evolui musicalmente para um estilo mais convencional de Pop/Rock. Não posso deixar de referir a presença, habitual, de Mel Collins em Saxofone e Flauta.