quarta-feira, 29 de julho de 2009

Fables Of The Reconstruction - R.E.M.


1 Feeling Gravitys Pull 4:51
2 Maps and Legends 3:10
3 Driver 8 3:23
4 Life and How to Live It 4:08
5 Old Man Kensey 4:10
6 Can't Get There from Here 3:39
7 Green Grow the Rushes 3:46
8 Kohoutek 3:17
9 Auctioneer (Another Engine) 2:44
10 Good Advices 3:30
11 Wendell Gee 3:02
12 Crazy [*] (Pylon) 3:04
13 Burning Hell [*] 3:49
14 Bandwagon [*] 2:15
15 Driver 8 [live/*] 3:30
16 Maps and Legends [live/*] 3:15

O alinhamento original deste disco, na edição em vynil em 1985, o terceiro trabalho da banda, era composto por onze temas originais. Nesta reedição em Cd do catálogo da editora, a I.R.S., ganhamos como extras(*) cinco temas, três lados B e duas versões de temas deste album captados ao vivo.
No seus tímidos primeiros anos a banda mostrava-se discreta por entre as hostes à espera do sucesso vindouro. Crescendo lentamente, ao longo de uns electrónicos anos 80, os R.E.M. iam criando pequenas canções Pop/Rock e Folk/Rock plenas de bons momentos e sustentadas pelos acordes e riffs das guitarras, e banjos, de Peter Buck e pela curiosa personagem que era, e é, Michael Stipe. O quarteto, complementado pelo Baixista Mike Mills e pelo Baterista Bill Berry, practica por esta altura a sua conhecida sonoridade e criam um album bastante interessante onde se pode destacar o quase Funky "Can't Get There From Here", com arranjo de metais, e o começo tímido de "Feeling Gravity Pull" que traz como sequência um conjunto de temas simples mas cativantes. Nos extras há o bom momento que é "Crazy" e em "Burning Hell" revela-se um desfigurado, e gritante, Michael Stipe num tema que roça a fronteira do Punk.

quinta-feira, 23 de julho de 2009

Milagreiro - DJAVAN


1 Farinha 3:39
2 Om 4:29
3 "Meu" 3:57
4 Ladeirinha 3:39
5 Infinitude 5:17
6 Milagreiro 5:46
7 Brilho da Noite 5:02
8 Além de Amar 3:39
9 Lugar Comum 4:55
10 Sílaba 4:23
11 Cair Em Si 4:52

No ano de 2001 Djavan voltava a editar um album de originais com a qualidade e estilo que se lhe conhecem. Gravado em casa no seu estúdio pessoal, acompanhado da família, os seus dois filhos Max Viana, na Guitarra, e João Viana, na Bateria, e a participação da sua mulher na concepção gráfica do Cd, Djavan retorna tematicamente às suas origens. Musicalmente só o primeiro tema, "Farinha", evoca as raízes sertanejas do músico.
Milagreiro comporta onze temas bem estruturados ao melhor estilo da Música Popular Brasileira. Canções eficazes, bem construídas e harmoniosamente cuidadas. São quatro músicos que acompanham Djavan nesta sessão, para além dos já mencionados dois filhos de Djavan participam tambem Sérgio Carvalho, no Baixo, e Renato Fonseca nos Teclados. Há ainda a presença de dois convidados, Marcus Miller no Baixo, faz duo com Djavan em "Além De Amar", e a malograda Cássia Eller, falecida no final desse mesmo ano de 2001, emprestou a voz ao tema "Milagreiro" no qual ajuda a criar um ambiente Flamengo com a sua voz grave a soar a cigana. Um dos grandes momentos do album.
Djavan conseguiu assim mais um bom trabalho, na sua já longa carreira, mantendo a sua postura como músico de bom gosto, atencioso, e que não descura a Produção do seu trabalho.

sábado, 18 de julho de 2009

Live: A Fortnight In France - PATRICIA BARBER


1 Gotcha 6:14
2 Dansons la Gigue! 5:13
3 Crash 7:28
4 Laura (Mercer, Raksin) 5:27
5 Pieces 6:47
6 Blue Prelude (Bishop, Jenkins) 5:53
7 Witchcraft (Coleman, Leigh) 6:28
8 Norwegian Wood (This Bird Has Flown) (Lennon, McCartney) 7:10
9 Whiteworld 6:08
10 Call Me (Fields, Gasso) 6:34

Patricia Barber é dona de um estilo muito próprio de compôr, e interpretar, dentro do imenso mundo da música, sendo o Jazz o género que mais se associa ao seu perfil. Sem a tornar um caso único, ou mesmo original, acaba por ser uma artista facilmente identificável e é sempre de aguardar com alguma curiosidade o que dela pode sair.
O Cd foi captado em três espectáculos em França no ano de 2004 e proporciona-nos, deliciosamente, alguns desses momentos. Acompanhada por três músicos habituais, Michael Arnopol, no Contrabaixo, Neal Alger, em Guitarra eléctrica e Clássica, e Eric Montzka, na Bateria, Patricia Barber, Piano e Voz, apresenta um concerto cativante que prende facilmente quem estiver a ouvir. O repertório aqui apresentado, divide-se por cinco peças originais sendo uma delas inédita, e por outras cinco versões, é uma das força motivadoras do interesse deste trabalho, os originais são muito interessantes e as interpretações das versões são intensas, sinta-se a força da banda em "Norwegian Wood" ou a emotividade das baladas "Laura" e "Blue Prelude", ou ainda o quente desempenho de "Witchcraft", mas de facto os originais, "Crash", "Pieces" e "Whiteworld" são os melhores momentos deste Cd. A grande força contudo centra-se numa banda habituada a partilhar o palco e à qual é dada liberdade para se exprimir. Eric Montzka distingue-se na Bateria, não só por estar sempre presente ritmicamente, ausente somente nas baladas, mas por ser um músico bastante criativo e que consegue empregar bastante força e emotividade à banda, por sua vez o Guitarrista Neal Alger é tambem um membro em constante progressão que se empenha em alguns dos melhores momentos empregando solos bastante intensos. O Contrabaixista Michael Arnopol é o músico que acompanha Patricia à mais tempo e é entre todos o que lhe transmite mais segurança mantendo a constância da banda.
Dentro das intérpretes de Jazz actuais que por aí tem andado Patricia Barber consegue ser das poucas, senão a única, que me tem cativado pela sua sonoridade tão própria e fora do Jazz mais convencional.

quarta-feira, 15 de julho de 2009

Clan Of Xymox - CLAN OF XYMOX


1 A Day 6:40
2 No Words 4:26
3 Stumble and Fall 5:05
4 Cry in the Wind 5:16
5 Stranger 7:41
6 Equal Ways 5:44
7 7th Time 4:38
8 No Human Can Drown 3:22
9 A Day [Remix] 5:21
10 Stranger [Remix] 9:11

Os Clan Of Xymox são oriundos da Holanda e este album teve edição original em 1985 pela mítica editora Inglesa 4AD, no entanto a edição aqui apresentada é em Cd e contêm duas faixas extra que são remisturas de Ivo, o produtor do album, um dos fundadores da editora 4AD e principal mentor do projecto This Mortal Coil, para "A Day" e "Stranger". Já agora chamo a atenção para o facto da ordem destes Extras estar trocada no alinhamento do Cd, a Faixa 9 é "Stranger" e a 10 é "A Day".
O som dos Clan Of Xymox, só Xymox antes da edição deste album, o primeiro, é um Electro-Pop, bastante Gótico, com reminiscências de bandas como os New Order e os Cure mas que consegue ir mais além apresentando paisagens sonoras imbuídas de novas cores numa paleta que não se quer preenchida. A produção de Ivo ajuda por aqui à atribuição de algumas semelhanças com a sonoridade dos Cocteau Twins, nomeadamente nas guitarras que criam enchimento por trás da sonoridade das máquinas. Sem serem tão comerciais, e expostos, como os exemplos atrás referenciados a banda Holandesa vive de uma sonoridade mais Indie e mais Dark, por vezes a roçar o Industrial, o que a torna numa perfeita banda de culto.
Os temas são todos interessantes não se conseguindo encontrar um ponto fraco no trabalho, ao invés pode-se evidenciar o crescendo final de "Cry In The Wind", os dançaveis "A Day" e "Stranger", um quase, incrível, Funky em "No Words", e um poderoso baixo em "7th Time". De uma forma mais modesta apresentam-se as restantes faixas dentro de um bom nível em relação ao trabalho apresentado.

sábado, 11 de julho de 2009

Let It Be...Jazz - A GRP ARTIST'S CELEBRATION OF THE SONGS OF THE BEATLES


1 The Long and Winding Road - George Benson 5:55
2 She's Leaving Home - McCoy Tyner 5:56
3 I Want You (She's So Heavy) - Groove Collective 5:47
4 And I Love Her - Diana Krall 7:05
5 The Fool on the Hill - Tom Scott 4:29
6 Michelle - Ramsey Lewis 4:46
7 A Day in the Life - Lee Ritenour 5:21
8 Let It Be - Nelson Rangell 4:54
9 Eleanor Rigby - Chick Corea 4:38
10 While My Guitar Gently Weeps - Russ Freeman 4:45
11 In My Life - Spyro Gyra 3:29
12 Here, There and Everywhere - David Benoit 4:05
13 Blackbird - Arturo Sandoval 5:52
14 Yesterday - Dave Grusin 4:34
15 Imagine - Yoshiko Kishino 3:20

Em 1995 a editora Americana GRP, geralmente associada com a sonoridade Smooth Jazz, uma forma de Jazz mais comercial, editava em Cd este trabalho em que pretendia celebrar a música de uma das maiores bandas que já pisou este planeta, os Beatles. A GRP fê-lo através dos seus artistas dando assim uma nova forma de ouvir temas tão populares, que practicamente todo o mundo conhece, interpretados por famosos músicos de Jazz. O resultado acaba por ser simplesmente esse, as músicas estão lá tal como as conhecemos mas com arranjos de Jazz, seja em solos de Piano, de Chick Corea e Dave Grusin, seja em formato de Big Band, como Arturo Sandoval se apresenta, ou até num formato mais Latino, como os Groove Collection. Apenas alguns se atreveram a alterar um pouco a coisa, Ramsey Lewis, que interpreta "Michelle", apresenta uma versão com um arranjo mais actual, batida Hip-Hop, Arturo Sandoval e a "sua" Jazz Train Band interpretam uma versão bastante Swingada de "Blackbird" e Russ Freeman consegue dar um novo ambiente, mais actual e com boas vozes, a "While My Guitar Gently Weeps". Os restantes limitam-se a interpretar os temas tal como são mas numa versão mais Jazzística.
A versão que aqui apresento é a da nossa edição nacional, em 1999, e está um pouco deturpada em relação à edição original. Começando pelo título, a edição original Americana intitula-se "I Got No Kick Against Modern Jazz - A GRP Artist's Celebration Of The Music Of The Beatles", e é desta forma que se consegue encontrar mais dados acerca deste Cd na net. A nossa edição, e pelos vistos tambem a Brasileira, inclui mais um tema que a Americana mas essa mais valia nem faz muito sentido, o tema que vem a mais é "Imagine", de John Lennon, numa interpretação Piano solo por Yoshiko Kishino, que nunca foi gravado pelos Beatles pois o tema faz parte da carreira a solo de Lennon. Por último a capa da nossa edição tambem não é igual à original e é com a capa original que aqui deixo este Post.


quinta-feira, 9 de julho de 2009

Quartet - BILL FRISELL


1 Tales from the Far Side 6:27
2 Twenty Years 2:55
3 Stand Up, Sit Down 5:37
4 Convict 13 5:36
5 In Deep 3:10
6 Egg Radio 4:31
7 The Bacon Brunch 4:26
8 Prelude (Frisell, Miles) 1:36
9 Bob's Monsters 8:44
10 The Gallows 6:14
11 What? 3:26
12 Dead Ranch 4:27
13 Coffaro's Theme 4:27

Em 1996 Bill Frisell editava em Cd este "Quartet" que pouco tem de convencional. A começar pela formação, pouco vulgar, que é compreendida para além do próprio Frisell, em guitarra eléctrica e Acustica, por Ron Miles no Trompete, Curtis Fowlkes no Trombone e por Eyvind Kang no Violino, e tambem na Tuba. O repertório aqui apresentado pertence na basta maioria a bandas sonoras que o próprio Frisell fez, criando novos arranjos para esta formação.
Estamos assim na presença de um trabalho único, sem um género que o possa definir. Tanto pode ser Folk, como Country, Nashville, ou até podem ser uns Blues. Por vezes tambem pode soar a música de câmara. Como são peças originalmente escritas para filmes, a maior parte dos temas pertencem a uma criação animada Americana, para televisão, intitulada "Tales From The Far Side", a descobrir, dois temas pertencem à banda sonora de Convict 13, de Buster Keaton, e outros dois a uma produção Italiana intitulada "La Scuola", têm uma estrutura musical apoiada em imagens, muita vezes criada espontâneamente perante o visionamento da obra, e por isso divergem do género mais comum da escrita mais comercial, ou mais convencional. É um processo bastante criativo que nos leva a viajar musicalmente por esses mundos imaginários.
Frisell é detentor de um som de guitarra bastante seu, facilmente identificável, e apoiado pela restante formação oferece-nos de facto um bom momento musical de descoberta e por vezes bastante divertido.

domingo, 5 de julho de 2009

Tones for Joan's Bones - CHICK COREA


1 Litha 13:36
2 This Is New (Gershwin, Weill) 7:41
3 Tones for Joan's Bones 6:11
4 Straight up and Down 12:34

Eis o album de estreia de Chick Corea a solo, em 1966. Acompanhado por Woody Shaw, em Trompete, Joe Farrell, em Sax-Tenor, Steve Swallow, no Contrabaixo, e por Joe Chambers, na Bateria, Chick Corea apresenta uma sessão, com três peças originais mais uma versão, que resulta num trabalho seguro e bastante consistente dentro do estilo mais clássico do Jazz, ainda assim a banda mostra-se muito à vontade e expande-se regularmente em diversas vias intervindo de uma forma célere e concisa. A secção rítmica, Swallow/Chambers, mostra-se imparável e condutora de toda esta agitação. É um jovem Chick Corea que ataca o Piano sem temor e precorre três peças, de sua autoria, com destreza e confiança.
O arranque com "Litha" mostra logo que o ambiente geral é influenciado por uma enorme vontade de tocar. A banda ataca como uma unidade para um começo acelerado, quase irrespirável, em que depois os solos, primeiro de Farrell depois de Shaw, se mostram longos mas precisos. O tema de Kurt Weill é uma interpretação convicente, e "Tones for Joane's Bones" é uma peça um pouco mais calma, executada em trio por Corea/Swallow/Chambers, que acabou por receber o referido título depois de Corea concluir que o ambiente desta peça o recordava da sua esposa Joan. A terminar, com "Straight Up And Down", a banda despede-se, tal como se apresentou, numa faixa de execução rápida.
De referir que Chick Corea compõe primeiramente as suas peças, tendo simplesmente a música como objectivo, sem qualquer influência ambiental ou temática, e só depois procura associá-las com pessoas ou momentos e a partir daí atribui-lhes um título. Parafraseando Vladimir Nabokov, tal como vem nas notas do Cd, "Art is not "about" something but Is the thing Itself."
Para terminar há só que referir que este Cd pertence a uma edição comemorativa dos cinquenta anos da editora Atlantic, em 1998, em que foram reeditados cinquenta trabalhos, considerados grandes momentos na história de tão grande editora, preservando o som, a capa e as notas originais.