domingo, 25 de novembro de 2012

Rainbow Bridge - JIMI HENDRIX

1  Dolly Dagger 4:45
2 Earth Blues 4:20
3 Pali Gap 5:06
4 Room Full of Mirrors 3:18
5 The Star Spangled Banner (Francis S.Key/John S.Smith) 4:07
6 Look Over Yonder 3:24
7 Hear My Train a Comin' 11:08
8 Hey Baby (New Rising Sun) 6:01

O registo “Rainbow Bridge”, editado em 1971, foi o segundo álbum póstumo a recolher material inédito em que Jimi Hendrix estaria a trabalhar, à data da sua morte, para a edição de um novo álbum, um Lp duplo ao que parece. Uma vez que uma grande parte do material gravado já tinha sido editado anteriormente em “The Cry Of Love”, o primeiro álbum póstumo e com o mesmo propósito, foram ainda adicionados em “Raibow Bridge” temas de sessões anteriores e até uma faixa captada ao vivo.
Os estimulantes “Dolly Dagger”, “Earth Blues”, um piscar de olho a Carlos Santana no instrumental “Pali Gap” e uma possível obra-prima, inacabada, intitulada “Hey Baby (New Rising Sun)” são os temas que fazem parte das últimas gravações feitas por Hendrix. Das restantes; o psicadélico “Room Full Of Mirrors” foi gravado em Novembro de 1969 numa sessão com a formação Band Of Gypsys, a famosa adaptação de “Star Spangled Banner” (o hino Norte-Americano) foi gravada em estúdio por Hendrix em Março de 1969, tema em que ele faz sozinho todas as partes de Guitarra que se ouvem no tema, “Look Over Yonder” é uma peça “perdida” da Jimi Hendrix Experience e “Hear My Train Comin’” foi captado ao vivo em Maio de 1970, num momento que volta a demonstrar como Hendrix era explosivo e intenso em palco. A formação que mais aparece nesta edição é constituída por Billy Cox no Baixo e Mitch Mitchell na Bateria, que foi a última formação conhecida de Hendrix, com exceção para “Room Full Of Mirrors” em que está Buddy Miles na Bateria e em “Look Over Yonder” está a formação Experience com Noel Redding no Baixo e Mitch Mitchell na Bateria. O percussionista Juma Edwards participa em “Pali Gap” e “Hey Baby”, em “Earth Blues” há um coro das Ronettes.
Apesar de ser uma edição de pesquisa e recolha do legado de Jimi Hendrix encontram-se em “Rainbow Bridge” momentos únicos que enriquecem ainda mais a curta carreira do malogrado Guitarrista Americano. As gravações tem boa qualidade sonora e indiciam que Hendrix continuava empenhado em descobrir novos caminhos.
O título deste album sugere uma banda sonora, que terá a ver com o Concerto Maui’s Rainbow Concert, mas de facto a edição visa simplesmente a recolha de peças que Jimi Hendrix deixou gravadas e nunca chegaram a ser editadas.

domingo, 18 de novembro de 2012

Band Of Gypsys - JIMI HENDRIX

1 Who Knows 9:32
2 Machine Gun 12:33
3 Changes (B.Miles) 5:10
4 Power to Love  6:53
5 Message to Love 5:22
6 We Gotta Live Together (B.Miles) 5:46

Editado originalmente em 1970, como forma de cumprir compromissos com a editora Capitol, o album “Band Of Gypsys” é o único registo ao vivo da discografia oficial de Jimi Hendrix e apresentava simultaneamente a nova banda com Billy Cox no Baixo e Buddy Miles na Bateria e Voz, denominada precisamente como Band Of Gypsys. A captação do album foi feita no último dia do ano de 1969 e no primeiro dia do ano de 1970, em quatro espetáculos que a banda deu no Fillmore East em Nova Iorque dos quais se escolheram os seis temas que compõem a edição.
Consegue-se perceber neste álbum, com alguma evidência, que Hendrix está no seu ambiente pois, enquanto enclausurado em estúdio explorava as máquinas procurando tirar o maior partido de todos aqueles “brinquedos” que lhe proporcionavam novos e inventivos sons, solto no palco Jimi explorava o espaço e o tempo de uma forma que a unidade Guitarra-Alma expandia-se num desempenho transcendental, assim como espontâneo e muito natural. “Band Of Gypsys” dá-nos o privilégio de podermos desfrutar de uma grande, e concentrada, atuação de Jimi Hendrix perto do limiar da sua curta vida.
Sendo Hendrix de facto a figura preponderante deste Power Trio, tal como na Experience os restantes elementos são também eles de importância vital para o resultado final da obra. Billy Cox no Baixo mostra-se bastante seguro e perfeitamente capaz de suportar o peso da estatura do líder e Buddy Miles, apesar de escondido atrás da Bateria, é uma figura muito dinâmica, muito presente e bastante ativa ao longo de todo o espetáculo, seja nas vozes secundárias ou até como Vocalista principal em “Changes”. Buddy Miles é tambem o autor dos temas “Changes” e “We Gotta Live Together”. O repertório aqui apresentado é todo novo, se bem que ao longo dos espetáculos houve interpretações de temas mais antigos, de forma a mostrar a separação entre a Experience e a banda nova. Dos seis temas inéditos aqui apresentados destaca-se “Machine Gun” pela temática e pelo inventivo solo de Hendrix que voltava a quebrar as barreiras. O resto do material é Rock de excelência, muito intenso seja através dos Power Riffs ou através da firmeza do Trio numa performance bastante coesa e inteligente, exceção para o Funky final de “We Gotta Live Together”. Sem dúvida um dos melhores álbuns de Rock já captados ao vivo.

segunda-feira, 12 de novembro de 2012

Axis Bold As Love - JIMI HENDRIX EXPERIENCE

1 EXP 1:55
2 Up from the Skies 2:55
3 Spanish Castle Magic 3:00
4 Wait Until Tomorrow 3:00
5 Ain't No Telling 1:46
6 Little Wing 2:24
7 If 6 Was 9 5:32
8 You Got Me Floatin' 2:45
9 Castles Made of Sand 2:46
10 She's so Fine (J.Hendrix/N.Redding) 2:37
11 One Rainy Wish 3:40
12 Little Miss Lover 2:20
13 Bold as Love 4:09

Já muitas vezes se comparou o aparecimento de Jimi Hendrix na Londres de 1966 como se um alienígena ali tivesse aterrado e deixado todos perplexos pela sua extravagância e atitude musical, o que até se viria a refletir em muitos outros nos anos posteriores. É pois através da satirização alienígena de Hendrix, impregnada de rotundos efeitos e o manuseamento de algum feedback , que “EXP” nos introduz de forma alienada em “Axis Bold As Love, o segundo registo oficial da Jimi Hendrix Experience, editado em menos de um ano após a edição original de “Are You Experienced?”. Desta forma o Power Trio de Hendrix estreava-se então em 1967 não com um mas dois álbuns de originais.
“Axis Bold As Love” permanece intenso, psicadélico e experimental mas cedo se percebe ser um álbum mais meditado e menos espontâneo, que não se interprete isto num mau sentido antes pelo contrário. Hendrix permanece poderoso e viril em “Spanish Castle Magic” e “Little Miss Lover”, está totalmente arrojado em “If 6 Was 9”, talentoso em “Little Wing”, dinâmico em “One Rainy Wish”, mas mais Soul em “Wait Until Tomorrow” e mais Funky em “Ain’t No Telling” e “You Got Me Floatin’”. O groove consciente de “Up From The Skies” cheira a Jazz e no final do audaz Blues “If 6 Was 9” Hendrix dá-nos ainda um pouco de Free Jazz através de uma hábil Flauta libertina. Em “She’s So Fine”, o único momento do álbum que se enquadra perfeitamente na atmosfera Hippie da altura, Hendrix partilha os créditos de composição com o Baixista Noel Redding que dá simultaneamente voz ao tema, e no final de “Bold As Love” Hendrix dá-nos ainda um Solo de Guitarra daqueles que nos enchem a alma. “Axis Bold As Love” resulta assim num álbum muito completo, capaz de nos transportar por diversos e intensos momentos de deleite, em que mais uma vez a portentosa secção rítmica, composta por Noel Redding no Baixo e Mitch Mitchell na Bateria, tem um papel preponderante e influente no resultado final deste registo.