quarta-feira, 30 de junho de 2021
Rapture - ANITA BAKER
terça-feira, 22 de junho de 2021
Earthquake Island - JON HASSELL
terça-feira, 15 de junho de 2021
Love Jones - JOHNNY "GUITAR" WATSON
1 Booty Ooty 5:06
As mudanças de época e estilos fizeram com que Johnny "Guitar" Watson se fosse reinventado ao longo da sua carreira como meio de sobrevivência. Ao chegar à década de 70 percebeu que o funk dominava e logo se adaptou ao género. "Love Jones", editado em 1980, encaixa ainda neste período eletrizante em que Watson podia rivalizar com George Clinton e os seus P-Funk/Parliament.
Um trabalho claramente dominado pelo espírito funk, com algumas infusões soul e R&B, em que Watson já não se destaca tanto pelo seu trabalho de guitarra, praticamente "limitado" à excelência de pontuais solos que ainda carregam a sua escola de blues, mas sim pela compleição do seu trabalho onde para além da evidência do seu empenho musical é notória a satisfação e a alegria com que Watson brinda as suas músicas. Uma conduta impecável e uma entrega divertida que também pretende divertir quem ouve e tirar o máximo partido da audição.
O registo abre em grande ritmo com a boa disposição do pulsante funk de "Booty Ooty" a que se segue a quente balada soul/funk que dá título ao álbum, interpretada em dueto mas não há créditos que identifiquem a segunda voz. A excitante dinâmica funk regressa logo em "Goin' Up In Smoke" e daqui passa-se para a maravilhosa frescura do exotismo bossa nova de "Close Encounters", cuja introdução é feita por um scat irresistível e deveras cativante. O lado A encerra com "Asante Sana", uma espécie de cântico ritualista.
O lado B começa com atenção redobrada para o precoce rap de "Telephone Bill", comumente referido como uma das primeiras gravações do género. "Lone Ranger" é uma recuperação mais desenvolvida de "I Don't Want To Be A Lone Ranger", que Watson editou em 1975, e contêm outro belo momento scat. "Jet Plane" é um blues com caraterísticas gospel (à la Ray Charles) e "Children Of The Universe" limita-se a encerrar o álbum em modo auto-biográfico.
Não há créditos atribuídos no álbum mas as pesquisas revelam que o naipe dos sopros era constituído por Albert Wing, Bruce Fowler e Walt Fowler, que o produtor assistente Emry Thomas terá sido o baterista em "Booty Ooty" e Ron Brown o pianista em "Children Of The Universe". O restante trabalho foi gravado e produzido por Johnny "Guitar" Watson sozinho.