terça-feira, 31 de maio de 2016

Pretzel Logic - STEELY DAN


1 Rikki Don't Lose That Number   4:30
2 Night By Night   3:38
3 Any Major Dude Will Tell You   3:06
4 Barrytown   3:18
5 East St. Louis Toodle-Oo (D. Ellington / B. Miley)   2:46
6 Parker's Band   2:41
7 Through With Buzz   1:31
8 Pretzel Logic   4:29
9 With A Gun   2:15
10 Charlie Freak   2:42
11 Monkey In Your Soul   2:33    

Editado em 1974, Pretzel Logic, o terceiro álbum dos Steely Dan, é um álbum de canções curtas e eficazes onde começam por se destacar as referências jazzísticas a Horace Silver (o riff de piano de "Rikki Don't Lose That Number" foi claramente repescado a "Song For My Father"), Duke Ellington (uma belíssima adaptação de "East St. Louis Toodle-Oo") e Charlie Parker (homenageado em "Parker's Band"). Consequentemente é um trabalho eclético, mais arriscado e experimental, na medida em que Donald Fagen e Walter Becker não seguem um caminho linear percorrendo antes variadas vias em que a banda explora outros géneros conseguindo ainda assim manter o cunho caraterístico que define o estilo da banda. Por aqui o Rock continua a ter uma particularidade ímpar colando-se a outros géneros de forma inteligente e primorosa proporcionando temas Rock de invulgar qualidade. 
Mantendo ainda a formação inicial da banda, com exceção do vocalista David Palmer que apenas participou no primeiro álbum, começa aqui a ser mais evidente a inclusão de músicos de estúdio realçando-se a presença simultânea de duas baterias em "Parker's Band" (Jim Gordon e Jeff Porcaro) que se conseguem distinguir claramente nos canais panorâmicos à esquerda e à direita resultando numa experiência de som e ritmo muito interessante. Victor Feldman mantêm presença habitual no vibrafone, Michael Omartian aparece ao piano em "Rikki Don't Lose That Number", Chuck Rainey é o baixista em "Any Major Dude", Dean Parks toca banjo em "East St. Louis" entre outras presenças mais. Pretzel Logic mantêm elevado o prestígio da banda dentro dos pârametros exigidos pela dupla perfecionista Fagen / Becker. Neste mesmo ano empreenderiam a sua última digressão ao vivo para posteriormente se dedicarem apenas ao trabalho de estúdio.     

terça-feira, 24 de maio de 2016

Countdown To Ecstasy - STEELY DAN


1 Bodhisattva   5:15
2 Razor Boy   3:09
3 The Boston Rag   5:38
4 Your Gold Teeth   6:57
5 Show Biz Kids   5:22
6 My Old School   5:44
7 Pearl Of The Quarter   3:48
8 King Of The World   4:59    

O segundo álbum oficial dos Steely Dan, editado em 1973, começa por se mostrar através da predominante linha Rock em que Bodhisattva se movimenta. Simultaneamente mordaz e harmonioso poucas vezes o Rock foi tão polido, inteligente e irónico, como aquele que os Steely Dan criaram. Será que lhe podemos realmente chamar Rock? As guitarras de Denny Dias e Jeff "Skunk" Baxter dizem que sim que é de Rock que aqui se trata, mas depois temos os líderes Donald Fagen e Walter Becker a complementar o estilo com o requinte pretendido e é aqui que a coisa muda. É também a partir deste registo que Donald Fagen assume definitivamente a voz da banda e imprime ainda mais o seu registo ao estilo dos Steely Dan. Depois há momentos como a notável presença de Victor Feldman no vibrafone em "Razor Boy", o determinante "The Boston Rag" com um excelente apontamento de Jeff "Skunk" Baxter, a curiosa pronúncia do loop de "Show Bizz Kids" ou a perfeição de "My Old School" com naipe de sopros e mais um excelente apontamento de Jeff  "Skunk" Baxter como solista.

sexta-feira, 13 de maio de 2016

Heavy Weather - WEATHER REPORT


1 Birdland   5:57
2 A Remark You Made   6:51
3 Teen Town   2:51
4 Harlequin   3:59
5 Rumba Mama   2:11
6 Palladium   4:46
7 The Juggler   5:03
8 Havona   6:01

É inevitável falar-se de Heavy Weather sem mencionar o nome de Jaco Pastorius. São vários os fatores que terão contribuído para o grande sucesso do álbum em 1977, como o tema Birdland que se tornou num clássico incontornável, mas a influência da presença de Jaco Pastorius sente-se por todo o registo desde a música à produção final. Longe de ser um trabalho comercial, a moderna e experimental fusão Jazz/Rock dos Weather Report atingia aqui uma dimensão divina com Heavey Weather a ficar para a história como o álbum da banda que mais vendeu e mais prémios conquistou. A tudo isto não será certamente alheia a jovial presença de Jaco Pastorius como o novo baixista da banda apesar de já ter participado em dois temas do álbum anterior, Black Market, sendo Heavy Weather na realidade o seu primeiro trabalho com os Weather Report em que participa do princípio ao fim. 
O registo contêm sete temas trabalhados em estúdio e um captado ao vivo, Rumba Mama é um entusiástico momento com Alex Acuña e Manolo Badrena a darem show de percussão no festival Jazz de Montreux. É também notável neste registo a invulgar prestação de Alex Acuña como baterista, impulsionado e estimulado pelo pujança rítmica de Pastorius. 
Joe Zawinul percebeu em Pastorius a oportunidade de dar novo fulgor aos Weather Report e este registo, assim como os seguintes, prova(m) que o chefe não se enganou.

quinta-feira, 5 de maio de 2016

Secret Story - PAT METHENY


1 Above The Treetops   2:44
2 Facing West   5:59
3 Cathedral In A Suitcase   4:52
4 Finding And Believing   9:57
5 The Longest Summer   6:32
6 Sunlight   3:53
7 Rain River   7:09
8 Always And Forever   5:25
9 See The World   4:48
10 As A Flower Blossoms (I Am Running To You)   1:53
11 Antonia   6:11
12 The Truth Will Always Be   9:10
13 Tell Her You Saw Me   5:07
14 Not To Be Forgotten (Our Final Hour)   2:20     

Para além de na realidade ser um trabalho a solo do guitarrista norte-americano Pat Metheny, Secret Story é uma distinta viagem que conta com a participação de variados músicos desde os elementos do Pat Metheny Group, distribuídos por diversos temas, alguns músicos convidados e a omnipresença de elementos da London Orchestra o que efetivamente distingue logo este álbum dos trabalhos do PMG. É um registo luminoso, muito claro e com muita alma, com um toque muito pessoal de um artista que consegue viajar por diversas paisagens através da sua música e ao mesmo tempo nos consegue transmitir essas mesmas sensações de lugar, espaço, tempo através da estrutura dessas mesmas composições, sons e harmonias, como uma banda sonora nascida de um acumular de experiências que aqui agrega vários estilos culminando de forma airosa nas orquestrações, sempre presentes, que transmitem algum caráter épico a esta jornada fantástica. Sentir o sugestivo minimalismo de "Cathedral In A Suitcase", a riqueza exótica de "Finding And Believing", a intimidade de "Always And Forever", o quase Tango de "Antonia" ou o radioso crescendo de "The Truth Will Always Be" são certamente alguns dos momentos preciosos da história secreta de quem já viajou por este registo.