domingo, 24 de fevereiro de 2008

Thriller (w/ bonus tracks) -MICHAEL JACKSON


1 Wanna Be Startin' Somethin' 6:02
2 Baby Be Mine (Temperton) 4:20
3 The Girl Is Mine 3:42
4 Thriller (Temperton) 5:57
5 Beat It 4:17
6 Billie Jean 4:53
7 Human Nature (Bettis, Porcaro) 4:05
8 P.Y.T. (Pretty Young Thing) (Ingram, Jones) 3:58
9 The Lady in My Life (Temperton) 4:59
10 Interview with Quincy Jones 2:19
11 Someone in the Dark (Bergman, Bergman, Temperton) ** 4:47
12 Interview with Quincy Jones 2:04
13 Billie Jean (Home Demo From 1981) 2:20
14 Interview with Quincy Jones 3:10
15 Interview with Rod Temperton 4:03
16 Interview with Quincy Jones 1:32
17 Voice-Over Session from Thriller by Vincent Price 2:52
18 Interview with Rod Temperton 1:56
19 Interview with Quincy Jones 2:01
20 Carousel (Sembello, Freeman) ** 1:49
21 Interview with Quincy Jones 1:17
** Nunca editado

Chamo desde já a atenção para o facto de esta edição não ser a que foi editada por estes dias e que comemora os 25 anos do album, e vem tambem com alguns extras, incluindo um dvd. A que aqui apresento é uma edição especial de 2001, recheada com bonus tracks que curiosamente não fazem parte dos extras da edição dos 25 anos, exceptuando a gravação da sessão de Vincent Price.
É um album que dispensa qualquer apresentação, basta referir que continua a deter o estatuto do album mais vendido de sempre. Em 1982 Michael Jackson, com Quincy Jones a produzir, tornava-se no Rei da Pop, tal foi o êxito que este trabalho obteve. Recheado de êxitos, todos bem trabalhados e muito bem produzidos, evidenciam um album criado para vencer em todos os aspectos coincindindo na altura perfeita com uma MTV que começava a mostrar o que anteriormente só se podia ouvir, e no campo do vídeo este album tambem apresentou um excelente trabalho, o mini-filme criado para o tema "Thriller" foi na altura revelador e os seus efeitos especiais deliciaram todo o mundo.
Lugar de destaque tambem para três convidados muito especiais, o famoso actor de filmes de terror Vincent Price que emprestou a sua voz para a declamação final em "Thriller", delirante, o ex-Beatle Paul McCartney que disputa, com Michael Jackson, a rapariga desse belo tema que é "The Girl Is Mine", e o virtuoso guitarrista Eddie Van Halen, em bastante voga na altura, que criou o solo de "Beat It".
Os temas são practicamente perfeitos e foram criados para encaixar em diversos géneros, "Beat It" é practicamente Rock e juntamente com "Wanna be Startin' Somethin'", "Thriller" e "Billie Jean" deliciaram muitas pistas de dança, "Baby be Mine" e "P.Y.T" são R'n'B, "The Girl is Mine" tem uma estrutura inteligente e humorística, "The Lady in My Life" é a balada que encerra e "Human Nature" é a pérola do album. Os arranjos são muito cuidados com muitos pormenores a pontuarem por todo o lado, uma audição atenta com auscultadores revela-se prolífera. Os metais aparecem cirurgicamente, assim como alguns arranjos de violinos e os fraseados das guitarras electricas.
Os extras são tambem eles bastante interessantes, temos uma demo de 1981 para "Billie Jean", e dois temas que nunca tiveram edições; "Someone in The Dark", que conforme explica Quincy Jones foi um tema feito para o filme, tambem vencedor na altura, "E.T." mas que ficou de fora da banda sonora, o outro tema que vem nos extras é "Carousel" que foi excluído do alinhamento inicial de "Thriller" por um pormenor engraçado que revelou "Human Nature" escondido numa demo que se esqueceram de apagar. Claro que não posso deixar de referir ainda nos extras a sessão de gravação de Vincent Price em que se ouve a sua declamação completa, incluindo o 2º verso que não aparece no disco.
É emocionante voltar a descobrir este album.

terça-feira, 19 de fevereiro de 2008

Night Passage - WEATHER REPORT


1 Night Passage (Zawinul) 6:29
2 Dream Clock (Zawinul) 6:26
3 Port of Entry (Shorter) 5:09
4 Forlorn (Zawinul) 3:55
5 Rockin' in Rhythm (Carney, Ellington, Mills) 3:02
6 Fast City (Zawinul) 6:16
7 Three Views of a Secret (Pastorius) 5:50
8 Madagascar (Zawinul) 10:56

Este Cd tem data de edição original de 1980, surge logo a seguir ao duplo Cd ao vivo "8:30" de 1979, e foi tambem ele gravado ao vivo, mas não é um album ao vivo. Foi de facto gravado perante uma assistência de 250 pessoas em duas noites no The Complex em Los Angeles mas foi posteriormente trabalhado em estúdio. Excepção para o último tema, "Madagascar", que foi captado em Osaka, Tokyo. Este trabalho será mesmo um fruto da tournée que originou "8:30" tendo vindo a ser elaborado e testado ao longo da mesma e daí terá porventura saído a ideia de o gravar ao vivo, onde a banda vive o momento e a improvisação estará no seu estado mais instintivo.
Os Weather Report sempre conseguiram transmitir uma universalidade em que a viagem por diversos lugares é evidente, quase que conseguimos sentir os odores, os sabores e as vozes de outras gentes e paisagens que Zawinul nos sugere escondido por trás da sua parafernália de sintetizadores. O tema "Night Passage" terá sido inspirado, e criado, numa viagem de Zawinul, em comboio, entre Veneza e Viena, por exemplo.
"Port of Entry", escrito por Wayne Shorter, é o tema mais explosivo do album, tal é a intensidade que dele se apodera à medida que progride e Jaco Pastorius contribui, e de que maneira, para tal. "Forlorn" é como que um prelúdio para "Rockin' in Rhytm", aqui temos a invulgaridade de uma versão, Duke Ellington, algo a que os Weather Report nunca nos habituaram. "Three Views of a Secret" foi escrito por Pastorius para o seu segundo album a solo e acabou por aparecer primeiro por aqui, aparecendo depois em "Word Of Mouth" devidamente orquestrado, bela melodia. "Dream Clock" é uma balada bem preenchida com Shorter a solar bem e com o toque mágico de Pastorius a criar boas linhas de baixo. "Fast City" é swing, acelerado e movimentado como a vida na cidade. A terminar, a envolvência da selva de "Madagascar" com diversificados sons a pontificar em diversos apontamentos de percussão para no fim terminar em efervescente celebração.
São assim os Weather Report, e este é mais um excelente trabalho ao seu melhor nível.

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2008

Journey In Satchidananda - ALICE COLTRANE


1 Journey in Satchidananda 6:35
2 Shiva-Loka 6:32
3 Stopover Bombay 2:51
4 Something About John Coltrane 9:39
5 Isis and Osiris 11:29

É interessante saber primeiro o significado de Satchidananda, para quem não sabe e eu não sabia. Swami Satchidananda era um Indiano, figura religiosa, adepto de Yoga e professor espiritual, que ganhou bastantes adeptos no Ocidente e nomeadamente nos Estados Unidos da América, em finais dos anos 60, onde se integrou como cidadão. Ao fazer o discurso de abertura do Festival Woodstock, em 1969, tornou-se uma figura bastante popular. Entre os seus mais famosos discípulos encontravam-se Allen Ginsberg, Carole King e Alice Coltrane.
Alice Coltrane, víuva do grande músico que era John Coltrane, falecida em Janeiro do ano passado era uma Pianista, Organista e Harpista. Neste Cd de 1970 Alice aparece mais com a Harpa deixando o Piano para dois temas, "Stopover Bombay" e "Something About John Coltrane". É um trabalho esotérico em que Alice afirma ter-se inspirado totalmente no seu contacto com este homem cheio de espiritualidade, e temos assim um som que se divide entre o Jazz e um instrumento chamado Tamboura, um dos instrumentos Indianos mais antigos, executado por Tulsi e que enche a atmosfera com o seu som hipnotizante muito semelhante à Cítara. Figura fundamental neste trabalho, e parceiro de trabalho habitual, é Pharoah Sanders aqui só em Sax-Soprano. Cecil McBee revela-se nesta sessão como um contrabaixista dinâmico e marcante.
O último tema deste Cd, "Isis And Osiris", foi captado ao vivo no mesmo ano e tem Charlie Haden no Contra-Baixo e a presença de Vishnu Wood a tocar Oud, um instrumento de cordas do médio-Oriente semelhante ao Alaúde.
Alice só pede para que este album seja ouvido como uma forma de meditação e que desperte a espiritualidade de todos os que o ouvirem de uma forma interiorizada.

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2008

Shadow Dancing - ANDY GIBB


Side 1
1 Shadow Dancing (Gibb, Gibb, Gibb, Gibb) 4:34
2 Why (Gibb, Gibb) 4:31
3 Fool for a Night 3:20
4 An Everlasting Love (Gibb) 4:06
5 (Our Love) Don't Throw It All Away (Gibb, Weaver) 4:07
Side 2
1 One More Look at the Night 3:45
2 Melody 4:00
3 I Go for You 4:19
4 Good Feeling 3:46
5 Waiting for You 4:13

Ora aqui está um Lp para se ouvir no estado de espírito certo. Sem ser um trabalho lamechas é acima de tudo um album impregnado de romance e com a magia melódica dos irmãos mais velhos (Bee Gees), nomeadamente com o apoio de Barry Gibb como produtor executivo, autor e co-autor em alguns temas. Andy Gibb, o benjamim da familia, têm aqui o segundo (em três), trabalho da sua carreira a solo lançado em 1978. Andy viria a falecer 10 anos mais tarde vítima de complicações cardíacas derivadas do seu abuso de drogas.
"Shadow Dancing" é o tema-título inspirado no Disco-Sound, recorde-se o sucesso dos irmãos no ano anterior com "Saturday Night Fever", e que perdurou nos Tops da altura. "An Everlasting Love" e "(Our Love) Don't Throw It All Away", pedido emprestado aos manos mais velhos, foram os outros singles retirados deste trabalho. "Fool For a Night", escrito por Andy, foge um bocado ao estilo de arranjos do resto do album e lembrou-me que este tema acentava que nem uma luva a um grande senhor chamado Michael Franks, dono de um estilo e voz muito cool.
Todo o lado B é da autoria de Andy e começa com "One More Look At The Night" que tal como o inicio do lado A remete para um som mais Disco. "Melody" é uma bonita balada com piano e um arranjo muito típico dos anos 70 e "I Go For You" tem o único solo, de guitarra, de todo o album, executado por Don Felder.
Gravado em Miami dá-nos o som estimulante das noites quentes em que o romance anda no ar, e na discoteca. Sem a força e impacto da obra dos irmãos mas um bom trabalho apesar de mais singelo.

domingo, 3 de fevereiro de 2008

A Flock of Seagulls - A FLOCK OF SEAGULLS


Side 1
1 Modern Love Is Automatic 3:49
2 Messages 2:51
3 I Ran (So Far Away) 5:08
4 Space Age Love Song 3:46
5 You Can Run 4:28
Side 2
6 Telecommunication 2:31
7 Standing in the Doorway 4:41
8 Don't Ask Me 2:46
9 D.N.A. 2:30
10 Tokyo 2:53
11 Manmade 5:38

Os britânicos A Flock Of Seagulls, mais propriamente de Liverpool, reuniam em 1982, o ano de edição deste Vinil, todos os padrões exigidos para a altura, em plena época MTV o aspecto visual assumia-se como fundamental para a o lançamento das bandas, os penteados, as roupas, a atitude, a postura, e acima de tudo os videos, e foi o video de "I Ran" que mostrou a banda, e os seus elementos, ao mundo. O Neo-Romantismo era a nova ordem, e os Duran Duran o seu estandarte, a vertente na altura apresentava uma atitude futurista e a música, tal como os anos que aí vinham, tendia a massificar uma sociedade de plástico num conceito de usar e deitar fora, e foram de facto muitas as bandas que apareceram com um êxito e desapareceram para nunca mais se ouvir falar.
Os Flock of Seagulls acabaram por ficar para a história com o single "I Ran", obrigatória referência dos anos 80, mas este album tem mais para dar. O album começa com um aviso, "Modern Love Is Automatic" com a guitarra de Paul Reynolds a dominar um tema dançável em que se notam algumas reminiscências da sonoridade Joy Division. "Space Age Love Song" é como o próprio título indica espacial, mais uma vez a guitarra de Reynolds assume-se fundamental ao encher o tema com uma sonoridade muito típica de The Edge, a mais semelhante que ouvi até hoje com a do guitarrista dos U2. "Telecommunication" já era um hit das pistas de dança antes deste album, e "Standing in The Doorway" é um tema mais Rock que Pop, num estilo Love & Rockets, que na altura ainda eram os Bauhaus. "D.N.A." é um pequeno instrumental em que Reynolds brilha mais uma vez e a acabar "Man Made" deixa no ar o aviso de que as máquinas feitas pelo homem vão controlar tudo.
O que mais me surpreendeu neste registo foi o guitarrista Paul Reynolds, que pena ter-se perdido um valor destes tão inventivo com a guitarra.
Aspecto curioso, as edições em Cd costumam servir para apresentar mais material e neste caso ficou de fora o tema "Tokyo" que só vem na edição em vinil, esta mesmo.