quarta-feira, 28 de março de 2012

What's Wrong With This Picture? - VAN MORRISON


1 What's Wrong With This Picture? 6:00
2 Whinin Boy Moan 4:17
3 Evening in June 4:00
4 Too Many Myths 4:32
5 Somerset (Bilk, Collett, Morrison) 4:09
6 Meaning of Loneliness 6:41
7 Stop Drinking (Hopkins, Morrison) 3:24
8 Goldfish Bowl 6:01
9 Once in a Blue Moon 3:30
10 Saint James Infirmary (Traditional) 5:32
11 Little Village 4:30
12 Fame 5:21
13 Get on With the Show 5:40

Eis a magnificência dos Blues e da Soul pela Voz e Alma de um pequeno grande artista como Van Morrison, e ainda por cima com o selo da Blue Note. Não há de fato nada de errado com este "What's Wrong With This Picture?", Cd editado em 2003, onde encontramos Van Morrison na melhor forma de outros tempos em que nos consegue deliciar com um album composto do início ao fim por bons temas e com uma alma maior que tudo. Os Blues são a fonte de inspiração deste trabalho carregado de uma forte atmosfera Jazzística com excelentes momentos de solistas como Martin Winning em Sax-Tenor e Clarinete, Matt Holland no Trompete e no Fliscorne ou Richard Dunn em Orgão Hammond. Obviamente que Van Morrison se faz rodear de bons músicos e o resultado final tambem beneficia desse préstimo. Van Morrison além de cantar e tocar Guitarra tambem se entrega ao Sax-Alto em alguns temas.Ficamos rendidos logo no início do Cd com um angelical "What's Wrong With This Picture?" onde um arranjo de cordas e o Clarinete Baixo de Keith Donald nos introduz no tema com uma elegante sensibilidade, e sumptuosidade quanto baste, preparando-nos para um belo momento de Blues/Jazz. Ao segundo tema somos despertados pelo Sax-Tenor de Martin Winning e pela introdução do Orgão Hammond no alinhamento (quase integral) desta sessão, "Whinin Boy Moan" é pois um irrequieto Blues e um dos temas mais energéticos do album. Segue-se um momento muito cool com "Evening In June" e um blues à B.B.King em "Too Many Myths" onde se destaca a boa prestação do Guitarrista Foggy Lyttle. "Somerset" é um tema co-escrito por Morrison com David Collett e Acker Bilk que marca aqui presença com o seu Clarinete. "Meaning Of Loneliness" é uma bonita balada pontuada pelas acentuações do Orgão Hammond e pelo solo de Sax-alto de Lee Goodall. "Stop Drinking" é um original de "Lightnin" Hopkins, um dos ídolos de Van Morrison, aqui com letra adaptada por Morrison, e é o outro momento bastante energético do album. "Goldfish Bowl" recupera a pureza dos Blues, "Once In A Blue Moon" lembra as composições de Springsteen nos primeiros albuns e "Saint James Infirmary" é um dos melhores momentos deste trabalho através de uma interpretação dramática que nos consegue transportar espiritualmente até New Orleans e nos faz arrepiar a espinha, tanta alma. "Little Village" é Country/Rock à Bob Seger com arranjo de cordas e solo de Sax-Alto de Van Morrison, bonito momento. Os Blues continuam com "Fame" e novamente com a Guitarra de Foggy Lyttle e a encerrar "Get On With The Show" acaba de uma forma arcaica um trabalho muito bem conseguido.
Em "Goldfish Bowl" Van Morrison canta: "Jazz Blues & Funk, That's Not Rock & Roll. Folk with a Beat, And a little bit of Soul.". Esta frase resume todo o album.

domingo, 4 de março de 2012

Auf Der Maur - MELISSA AUF DER MAUR

1 Lightning Is My Girl 4:09
2 Followed The Waves 4:48
3 Real A Lie (Auf Der Maur, Durand) 4:22
4 Head Unbound 3:58
5 Taste You 4:39
6 Beast Of Honor 3:27
7 I'll Be Anything You Want (Auf Der Maur, Homme) 2:57
8 My Foggy Notion 4:48
9 Would If I Could 3:40
10 Overpower Thee (Auf Der Maur, Homme) 2:35
11 Skin Receiver (Durand) 3:35
12 I Need I Want I Will (Auf Der Maur, Homme) 7:32

Primeiro álbum a solo da Canadiana Melissa Auf Der Maur, musa ou deusa do rock alternativo com passagens anteriores pelas Hole de Courtney Love em 1994 e pelos Smashing Pumpkins em 2000, bandas onde participou como baixista. Dona de uma forte imagem e presença garbosa, Melissa cativa bastante pelo visual e posse distinta, apresenta-se neste cd editado em 2003 com determinada força de vontade e desejo de afirmação musical concluindo com um digno álbum de Rock Alternativo, pois claro.
Com o trabalho de Produção a cargo de Chris Goss e da própria Melissa, "Auf Der Maur" conta ainda com um extraordinário naipe de músicos alternativos como Josh Homme, Nick Oliveri, James Iha, Paz Lenchantin, Steve Durand, Brandt Bjork e Eric Erlandson entre outros, que se vão rendendo ao longo do álbum. Musicalmente temos doze temas originais carregados de energia alternativa onde as Guitarras se impõem em doses bem equilibradas entre as dinâmicas dos versos e dos refrões cantados por Melissa, que além de cantar toca baixo, guitarra e alguns teclados.
O álbum arranca com "Lightning My Girl" que nos sugere Sonic Youth para de seguida nos lembrar a passagem de Melissa, num passado recente, pelos Smashing Pumpkins, "Followed The Waves" ainda tem qualquer coisa de Corgan. "Real A Lie" é uma parceria com Steve Durand, antigo parceiro de banda nos Tinker, que poderia ter dado um bom single e "Head Unbond" conta com a presença de James Iha num tema simples ao invés do crescendo e da carência de "Taste You", bom momento. Nada a apontar ao eficaz rock de "Beast Of Honor" mas depois vem "I'll Be Anything You Want" co-escrito com Josh Homme e que resulta num claro momento à la Queens Of The Stone Age, nada disfarçado. "Foggy Notion" é claro e misterioso ao mesmo tempo, com um teclado assombrado e um ritmo e refrão cativantes a darem passagem para o momento mais sereno do álbum com "Would If I Could" e ainda um sofredor duo de Piano e Voz, Chris Goss e Melissa, em "Overpower Thee". "Skin Receiver" acelera em ritmo de cavalgada para o sonho final de "I Need I Want I Will".
Melissa Auf Der Maur empunha assim de forma corajosa o seu Baixo, e as suas ideias, para se exprimir e assumir como uma divindade do Rock.