terça-feira, 28 de abril de 2015

Dire Straits - DIRE STRAITS


1 Down To The Waterline   3:59
2 Water Of Love   5:22
3 Setting Me Up   3:19
4 Six Blade Knife   4:09
5 Southbound Again   2:57
6 Sultans Of Swing   5:34
7 In The Gallery   6:14
8 Wild West End   4:42
9 Lions   4:54 

O primeiro álbum dos Dire Straits é um trabalho de coragem na medida em que sai para a rua em plena revolução Punk, no ano de 1978. Quando se julgava que já ninguém queria ouvir Rock, limpo e bem construído, os Dire Straits contrariam as estatísticas e o mundo respondeu que ainda gostava de Rock'n Roll, para mais quando é bem feito. O álbum "Dire Straits" é composto por nove temas honestos e naturais que se sucedem ordenadamente no alinhamento do álbum. A herança musical é claramente Norte-Americana, com a música a sugerir paisagens rurais e desérticas, mas as histórias centram-se manifestamente nas origens Britânicas da banda. A fusão temática de dois Continentes separados geograficamente por um Oceano reflete as influências sentidas por ambas as partes. 
A formação inicial dos Dire Straits era composta pelas Guitarras dos dois irmãos Knopfler, Mark e David, e pela segura secção rítmica John Illsley e Pick Withers, Baixo e Bateria respetivamente. Mark Knopfler é já na altura o elemento que mais se destaca, tendo o apoio da Guitarra do irmão que suporta o ritmo e liberta o fraseado e os solos do virtuoso Guitarrista. A batida seca de Pick Withers têm a particularidade de ser bastante eficiente e concreta. Nos temas, encontra-se em "Sultans Of Swing" a referência obrigatória deste trabalho onde se evidenciam ainda a transparência de "Water Of Love", a destreza de "Setting Me Up" e a distinta "In The Gallery".

sexta-feira, 24 de abril de 2015

Phoenix - XYMOX


1 Phoenix Of My Heart/Wild Thing Outro   4:11
2 At The End Of The Day   3:42
3 The Shore Down Under   5:15
4 Mark The Days   6:10
5 Believe Me Sometimes   4:54
6 Wonderland   4:57
7 Written In The Stars   5:03
8 Dancing Barefoot (I.Král/P.Smith)   3:40
9 Crossing The Water   3:46
10 Smile Like Heaven   4:47       

Editado originalmente em 1991, Phoenix é um trabalho em que os Clan Of Xymox já só utilizavam a denominação Xymox. Neste registo a banda Holandesa abria-se a um som mais convencional com predominância da sonoridade indie pop que caraterizou a vertente negra da pop mais comercial dos anos 80. Esta particularidade retira alguma mística e originalidade face aos trabalhos anteriores mas não lhes retira o brio. Os Xymox conseguem permanecer como uma banda bastante interessante que apenas aqui experimentou alguma harmonia repescada em bandas que certamente admiravam como os Cure ou os Cocteau Twins. No início do Cd é ainda denunciada alguma sonoridade influenciada por "Madchester", a então corrente Britânica, e pela suavidade Pop dos Electronic, registadas simultaneamente nos dois primeiros temas deste album. Encontram-se aqui preciosidades como "The Shore Down Under", a música que Robert Smith nunca escreveu, e uma maravilha em estado bruto chamada "Smile Like Heaven", havendo ainda espaço para uma peculiar versão de "Dancing Barefoot" de Patti Smith.
O álbum soa descaraterizado perante trabalhos anteriores mas uma audição atenta comprova a qualidade deste registo e percebe-se que os Xymox continuaram a fazer um bom trabalho.

sábado, 18 de abril de 2015

Live At Barbican - MEDESKI, SCOFIELD, MARTIN & WOOD


1 A Go-Go (J.Scofield)   8:19
2 Little Walter Rides Again / Deadzy (J.Scofield)   21:39
3 Hanuman / Miles Behind   31:56

A transmissão via radio BBC3 da atuação desta Super-formação em Barbican, Londres, no Verão de 2007 proporcionou este Bootleg, registo não oficial gravado ao vivo, onde se compreende a interação e o alto calibre destes quatro elementos que alguns anos antes se encontraram pela primeira vez para trabalharem no álbum "A Go-Go" de John Scofield. Em 2006 Scofield retribuiu a participação e o Quarteto gravou então o álbum "Out Louder" e consequentemente fez-se à estrada para o mostrar. 
Live at Barbican é um testemunho dessa digressão, bem captado e bastante percetível, permitindo-nos saborear a intensidade desta atuação em que John Medeski nos Teclados, John Scofield na Guitarra, Chris Wood no Baixo e Billy Martin na Bateria, partilham o palco de forma estrondosa tocando e improvisando sobre Jazz, Funk e Rock, todo um set de estilos que os músicos espalham e distribuem de forma poderosa. Sente-se a intensidade do Groove no momento com Scofield a utilizar as suas unidades de efeitos e loops, Medeski a expressar-se através de um Hammond, um Mellotron e até uma simples Melódica, e uma abrasiva secção rítmica com um Wood moderado mas aguerrido e um irrequieto Martin a marcar tempo.
Registo não oficial mas de forte interesse para fans. 

segunda-feira, 13 de abril de 2015

Mad Hatter - CHICK COREA


1 The Woods   4:25
2 Tweedle Dee   1:08
3 The Trial   1:39
4 Humpty Dumpty   6:30
5 Prelude To Falling Alice   1:19
6 Falling Alice   8:16
7 Tweedle Dum   2:50
8 Dear Alice   13:07
9 Mad Hatter Rhapsody   10:43    

Editado originalmente em 1978, "The Mad Hatter" é um trabalho concetual inspirado no louco ambiente do célebre conto de Lewis Carrol "Alice no País das Maravilhas". Neste mundo imaginário onde tudo pode acontecer Chick Corea encontra o terreno perfeito para explorar vários percursos e no final o álbum revela-se como um trabalho dinâmico e multifacetado que mais parece uma obra orquestrada com intuito de representação.
Corea inicia a solo a demanda fantasiosa através de uma peça sugestiva que nos introduz na floresta (The Woods). Equipado com a sua maquinaria onde figuram Sintetizadores Moog e um ARP Odissey, o piano acústico e até uma marimba, consegue reproduzir/sugerir os sons ambientais do espaço de ação. De seguida Corea separa as duas personagens inseparáveis do conto, Tweedle Dee e Tweedle Dum, sendo "Tweedle Dee" a primeira personagem a aparecer no alinhamento do álbum com uma intervenção acentuadamente marcante de Corea ao piano acompanhado por um quarteto de cordas numa peça rápida que faz ligação com "The Trial", outra peça curta, onde aparece pela primeira vez a voz de Gayle Moran, aqui em tom operático. Ao quarto tema o be-bop acentua a presença de "Humpty Dumpty" que nos sugere o primeiro grande momento deste registo numa peça vigorosa com quarteto jazz onde figuram para além de Corea, Joe Farrell em sax-tenor, Eddie Gomez no contrabaixo e Steve Gadd na bateria. "Falling Alice" é antecedido de um pequeno prelúdio que nos conduz a outra peça de excelência dominada já por uma formação de orquestra num momento que sugere um Musical com arranjos pop, novamente com Gayle Moran a dar voz ao tema, e entretanto chega a vez do gémeo "Tweedle Dum" fazer a sua aparição, curiosamente na peça mais dramática do álbum. As duas peças finais, em formato de orquestra, são as mais intensas. A progressividade latina de "Dear Alice" atinge ritmos emocionantes com salsa de fundo enquanto "Mad Hatter Rhapsody" proporciona a oportunidade de ouvir Chick Corea e Herbie Hancock a partilhar momentos através de mais uma peça plena de vigor.
"Mad Hatter" incorpora-se no estilo de trabalho que Chick Corea desenvolveu a meio dos anos 70 encontrando bastantes similaridades, na temática fantasiosa e na banda, com o registo "The Leprechaun" editado dois anos antes.

sábado, 4 de abril de 2015

Three Quartets - CHICK COREA


1 Quartet Nº 1   10:16
2 Quartet Nº 3    9:41
   Quartet Nº2
3 Pt.1 (Dedicated To Duke Ellington)   7:09
4 Pt.2 (Dedicated To John Coltrane)   12:01
5 Folk Song   5:51
6 Hairy Canary   3:43
7 Slippery When Wet   6:02
8 Confirmation (C.Parker)   6:18  

Pensado e editado originalmente como um álbum de quartetos à semelhança da forma como os músicos clássicos nomeavam os seus trabalhos, Chick Corea, em Piano acústico, compôs três peças (quartetos) e depois nomeou-os simplesmente de forma cardinal. Os quartetos não estão alinhados de forma correta porque na edição original em vinyl o Quarteto nº2, dividido em duas partes dedicadas a Duke Ellington e John Coltrane simultaneamente, não cabia completo num lado do disco juntamente com o Quarteto nº1 pelo que o Quarteto nº 2 acabou por ficar com um lado completo, o B, da edição em vinyl. Na edição em Cd, aqui apresentada, respeita-se o mesmo alinhamento usado na edição em vinyl e com a condicionante da capacidade do novo formato digital permitir ainda a inclusão de quatro temas extra gravados pela formação na mesma altura.  A formação que Chick Corea utilizou para complementar o quarteto é composta na prática pelos Steps (que posteriormente passariam a chamar-se Steps Ahead) com Michael Brecker no Saxofone, Eddie Gomez no Contrabaixo e Steve Gadd na Bateria, ficando o Vibrafonista Mike Manieri e o Pianista Don Grolnick de fora. Não esquecer no entanto que Eddie Gomez e Steve Gadd já tinham participado anteriormente em álbuns de Chick Corea.
A cumplicidade deste quarteto, uma notável coesão de grupo, garante logo de início um álbum de Jazz moderno, seguro e eficaz, patenteado na capacidade e na qualidade técnica de execução dos seus notáveis participantes. Os temas, escritos por Chick Corea na íntegra, são peças dinâmicas tocados respeitosamente e onde cada um sabe efetivamente qual é a sua posição contextual. 
Nesta edição em Cd é interessante perceber-se a diferença entre  a complexidade e velocidade de execução dos Quartetos e a execução mais descontraída dos quatro temas extra, com exceção para a intensa interpretação de "Confirmation" por Michael Brecker apenas acompanhado por Chick Corea...na Bateria.