domingo, 22 de janeiro de 2023

Bach - GLENN GOULD - CD01

 

   Johann Sebastian Bach (1685-1750)
   Variações Goldberg, BWV 988 
1 Ária   01:54
2 Variação 1   00:46
3 Variação 2   00:38
4 Variação 3 Canone all'unisuono   00:55
5 Variação 4   00:29
6 Variação 5   00:37
7 Variação 6 Canone alla seconda   00:34
8 Variação 7   01:09
9 Variação 8   00:46
10 Variação 9 Canone alla terza   00:38
11 Variação 10 Fughetta   00:43
12 Variação 11   00:55
13 Variação 12 Canone alla quarta   00:56
14 Variação 13   02:12
15 Variação 14   00:59
16 Variação 15 Canone alla quinta   02:18
17 Variação 16 Ouverture   01:18
18 Variação 17   00:53
19 Variação 18 Canone alla sesta   00:47
20 Variação 19   00:43
21 Variação 20   00:48
22 Variação 21 Canone alla settima   01:43
23 Variação 22 Alla breve   00:43
24 Variação 23   00:55
25 Variação 24 Canone alla'ottava   00:57
26 Variação 25   06:31
27 Variação 26   00:53
28 Variação 27 Canone alla nona   00:50
29 Variação 28   01:12
30 Variação 29   01:00
31 Variação 30 Quolibet   00:48
32 Ária da capo   02:13

Edição distribuída para venda com os jornais Diário de Notícias e Jornal de Notícias em 2010, que marcava o início de uma coleção composta por 21 livros com cd duplo. A coleção evoca uma seleção de repertório escrito por grandes compositores, interpretado pelas mãos de conceituados pianistas. Os textos originais que perfazem cada um dos livros ajudam a conhecer melhor a vida e a obra de cada intérprete e compositor, servem de guia de audição, e são da autoria de Alain Lompech, credenciado jornalista e crítico musical francês, e de Stéphane Friederich, jornalista francês geralmente associado à escrita de notas de apontamento em edições de música clássica. 

A coleção recebeu o título "O Grande Piano" e o primeiro volume contempla o pianista canadiano Glenn Gould (1932-1982) e a sua controversa abordagem à incontornável obra de Johann Sebastian Bach (1685-1750).  
 
Ainda hoje é difícil classificar Glenn Gould. Terá sido apenas uma personalidade rebelde ou simplesmente um músico dotado de um imenso talento? Para a história da música, Gould fica marcado pela excelência de uma técnica admirável ao piano mas também pela ousadia e "indisciplina" com que interpretava o reportório clássico. Uma atitude controversa que não era bem aceite por alguns mas que seria amplamente reconhecida por muitos outros como genial. O virtuosismo transpunha-se facilmente acima da leitura das peças e Gould elevava-se numa interpretação intensa e tão pessoal que tanto incomodava os melómanos mais fiéis às obras originais como os fazia delirar perante a genialidade e o arrojo de tal dimensão. O certo é que Glenn Gould será eternamente recordado como um dos melhores intérpretes ao piano.

Reza a história, que por volta de 1742 o conde russo Hermann von Keyserling tenha pedido a Bach para compor alguma música que o ajudasse a suportar as sofríveis noites de insónia de que padecia. A partitura seria depois entregue ao jovem cravista Johann Gottlieb Goldberg, serviçal do conde Keyserling, a quem o conde pedia, nas noites mais críticas, que lhe tocasse as suas variações. Esta seria a origem do título da obra mas esta história nunca foi reconhecida como sendo real.   

A obra em si é composta por trinta pequenas peças, ou variações de um mesmo tema, que mal perfazem um minuto de duração. Exceção maior para os 6:31 da "Variação 25". As variações são precedidas de uma Ária, o tema principal, que reaparece no final da obra para a concluir. No fundo, Bach escreveu trinta formas diferentes de tocar a mesma peça combinando 'todas as formas musicais então conhecidas' e deixando a possibilidade de que cada intérprete a tocasse à sua maneira. Glenn Gould não se deixou intimidar e a sua gravação de 1955, aos vinte e dois anos, é tida como uma esplêndida reinvenção da obra. É esta gravação que preenche o primeiro cd desta edição.