Variações Goldberg, BWV 988
1 Ária 01:54
2 Variação 1 00:46
3 Variação 2 00:38
4 Variação 3 Canone all'unisuono 00:55
5 Variação 4 00:29
6 Variação 5 00:37
7 Variação 6 Canone alla seconda 00:34
8 Variação 7 01:09
9 Variação 8 00:46
10 Variação 9 Canone alla terza 00:38
11 Variação 10 Fughetta 00:43
12 Variação 11 00:55
13 Variação 12 Canone alla quarta 00:56
14 Variação 13 02:12
15 Variação 14 00:59
16 Variação 15 Canone alla quinta 02:18
17 Variação 16 Ouverture 01:18
18 Variação 17 00:53
19 Variação 18 Canone alla sesta 00:47
20 Variação 19 00:43
21 Variação 20 00:48
22 Variação 21 Canone alla settima 01:43
23 Variação 22 Alla breve 00:43
24 Variação 23 00:55
25 Variação 24 Canone alla'ottava 00:57
26 Variação 25 06:31
27 Variação 26 00:53
28 Variação 27 Canone alla nona 00:50
29 Variação 28 01:12
30 Variação 29 01:00
31 Variação 30 Quolibet 00:48
32 Ária da capo 02:13
Edição distribuída para venda com os jornais Diário de Notícias e Jornal de Notícias em 2010, que marcava o início de uma coleção composta por 21 livros com cd duplo. A coleção evoca uma seleção de repertório escrito por grandes compositores, interpretado pelas mãos de conceituados pianistas. Os textos originais que perfazem cada um dos livros ajudam a conhecer melhor a vida e a obra de cada intérprete e compositor, servem de guia de audição, e são da autoria de Alain Lompech, credenciado jornalista e crítico musical francês, e de Stéphane Friederich, jornalista francês geralmente associado à escrita de notas de apontamento em edições de música clássica.
A coleção recebeu o título "O Grande Piano" e o primeiro volume contempla o pianista canadiano Glenn Gould (1932-1982) e a sua controversa abordagem à incontornável obra de Johann Sebastian Bach (1685-1750).
Ainda hoje é difícil classificar Glenn Gould. Terá sido apenas uma personalidade rebelde ou simplesmente um músico dotado de um imenso talento? Para a história da música, Gould fica marcado pela excelência de uma técnica admirável ao piano mas também pela ousadia e "indisciplina" com que interpretava o reportório clássico. Uma atitude controversa que não era bem aceite por alguns mas que seria amplamente reconhecida por muitos outros como genial. O virtuosismo transpunha-se facilmente acima da leitura das peças e Gould elevava-se numa interpretação intensa e tão pessoal que tanto incomodava os melómanos mais fiéis às obras originais como os fazia delirar perante a genialidade e o arrojo de tal dimensão. O certo é que Glenn Gould será eternamente recordado como um dos melhores intérpretes ao piano.
Reza a história, que por volta de 1742 o conde russo Hermann von Keyserling tenha pedido a Bach para compor alguma música que o ajudasse a suportar as sofríveis noites de insónia de que padecia. A partitura seria depois entregue ao jovem cravista Johann Gottlieb Goldberg, serviçal do conde Keyserling, a quem o conde pedia, nas noites mais críticas, que lhe tocasse as suas variações. Esta seria a origem do título da obra mas esta história nunca foi reconhecida como sendo real.
A obra em si é composta por trinta pequenas peças, ou variações de um mesmo tema, que mal perfazem um minuto de duração. Exceção maior para os 6:31 da "Variação 25". As variações são precedidas de uma Ária, o tema principal, que reaparece no final da obra para a concluir. No fundo, Bach escreveu trinta formas diferentes de tocar a mesma peça combinando 'todas as formas musicais então conhecidas' e deixando a possibilidade de que cada intérprete a tocasse à sua maneira. Glenn Gould não se deixou intimidar e a sua gravação de 1955, aos vinte e dois anos, é tida como uma esplêndida reinvenção da obra. É esta gravação que preenche o primeiro cd desta edição.