domingo, 31 de maio de 2020
Maria Muldaur - MARIA MULDAUR
1 Any Old Time (J.Rodgers) 3:42
2 Midnight At The Oasis 3:47
3 My Tennessee Mountain Home (D.Parton) 3:29
4 I Never Did Sing You A Love Song 2:47
5 The Work Song (K.McGarrigle) 4:02
6 Don't You Feel My Leg (Don't You Make Me High) (L.Barker/J.M.Williams/D.Barker) 2:45
7 Walkin' One & Only (D.Hicks) 2:45
8 Long Hard Climb (R.Davies) 3:01
9 Three Dollar Bill 3:56
10 Vaudeville Man (W.Waldman) 2:38
11 Mad Mad Me (W.Waldman) 3:12
Maria D'Amato iniciou a sua atividade discográfica em 1963 como membro integrante da Even Dozen Jug Band passando a integrar, pouco tempo depois, a formação da Jim Kweskin Jug Band, que durou até 1968. Uma fase de revivalismo folk em que Maria explorou os blues e o bluegrass assim como repertório mais antigo, conhecido pela designação appalachian "old timey" music, que remonta às origens norte americanas. Ao longo da sua carreira manteve o interesse na exploração desse vasto repertório que compõe os vários formatos da música de raiz norte americana pelo que não será de estranhar a diversidade de estilos que se podem já encontrar aquando da edição do seu primeiro álbum a solo em 1973, agora com o nome Maria Muldaur. Um trabalho multiforme, assente sobre uma estrutura country acústico, em que géneros variados como dixie, jazz, bluegrass e até o pop/rock saboroso de um single top ten como "Midnight At The Oasis", são enquadrados de forma tão natural na interpretação de cada música.
"Any Old Time" marca o arranque com uma combinação folk/dixie a que se segue o bem sucedido single atrás mencionado. "My Tennessee Mountain Home" (original de Dolly Parton) e "I Never Did Sing You A Love Song" são as músicas que evidenciam a pureza mais country de todo registo e levam à destreza folk/bluegrass de "Work Song" e ao humor atrevido de "Don't You Feel My Leg". O adequado walking jazz de "Walkin' One & Only" é marcante, conduz à afeição de "Long Hard Climb" e à plena emoção rock'n roll de "Three Dollar Bill", uma contribuição do pianista Mac Rebennack vulgarmente conhecido como Dr. John. O registo fecha com duas músicas de Wendy Waldman, compositora norte americana cujo repertório viria a ser bastante explorado, pelos mais variados géneros musicais, a partir desta exposição. O arranjo folk/dixie para "Vaudeville Man" e a sensibilidade de "Mad Mad Me" encerram um trabalho preenchido com muito boa disposição e algum humor, músicos fantásticos, um naipe de canções funcional e uma interpretação vocal distinta, ingredientes que no final acabam por fazer deste álbum algo muito especial.
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sexta-feira, 22 de maio de 2020
True Colours - SPLIT ENZ
Side 1
1 I Got You 3:24
2 Shark Attack 2:52
3 What's The Matter With You 3:02
4 Double Happy 3:15
5 I Wouldn't Dream Of It 3:14
6 I Hope I Never 4:26
Side 2
1 Nobody Takes Me Seriously 3:24
2 Missing Person 3:32
3 Poor Boy 3:19
4 How Can I Resist Her 3:26
5 The Choral Sea 4:29
O início dos neo-zelandeses Split Enz remonta a 1972, sob a designação Split Ends, e até ao final dessa mesma década tiveram dificuldade em manter uma base sólida que garantisse estabilidade ao projeto. A constante alteração de elementos na formação levou a que a banda atravessasse diversas fases o que os levou a passar aos poucos do art-rock do período inicial, com longas canções progressivas, até à fase pop/rock, com canções mais curtas e mais acessíveis, no final da década. Apesar das diversas contrariedades iam conseguindo atrair alguns focos de atenção mas seria apenas em 1980, com a edição de True Colours, o seu quarto trabalho original em estúdio, que os Splint Enz conseguiam conquistar finalmente o tão almejado top inglês, e norte-americano, através do single "I Got You". Foi neste ponto que os Split Enz se tornaram embaixadores culturais do seu país.
O movimento punk ainda mexia mas esta era a época da new wave e é essa a sonoridade que se encontra em True Colours. Canções curtas, eficazes e experientes, cheias de energia desse novo rock. Uma sonoridade atual, preenchida com guitarras ritmo e a presença crucial dos sintetizadores a pontuarem nos momentos chave, como os atrevidos instrumentais "Double Happy" e "The Choral Sea". A hábil estrutura pop/rock demonstrada ao longo de todo o registo é uma clara evidência da maturidade de composição que a banda já detinha e reforça a importância de músicas como "I Wouldn't Dream Of It", "Missing Person", "Poor Boy" e " How Can I Resist Her". Em "Shark Attack" encontra-se a música que mais se aproxima do espírito punk enquanto "I Hope I Never" carrega o peso dramático das baladas ao piano acabando por se destacar como a peça mais séria deste trabalho.
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quarta-feira, 13 de maio de 2020
Terranova - NOVA
Side A
1 Aurora 3:40
2 Arrivé 5:40
3 Xenos 5:02
4 Horizon 3:52
5 Terra 4:08
Side B
1 Sol 4:45
2 Clear Up 3:25
3 Ariane (The Traveler) 2:46
4 La Luna 4:03
5 Exit 4:04
Oriundos dos Países Baixos, Peter Kommers e Ruud Van Es partilhavam o fascínio pelas capacidades da música eletrónica e em 1979 formaram o duo de música eletrónica Peru. Algum tempo depois foi integrado um terceiro elemento, Rob Papen, e em 1982 editaram o álbum Terranova utilizando então a designação Nova, nome que serviu apenas para uma fase temporária em que o projeto se dedicou à exploração de uma veia mais comercial da sua música de forma a aproveitar o espaço que os sintetizadores começavam a conquistar no mercado da música popular. Bastante influenciado pela ficção científica, desde a capa aos títulos das músicas, Terranova é um registo totalmente instrumental composto por peças criadas e tocadas apenas com sintetizadores, sequenciadores, caixas de ritmo e um vocoder, sendo bem notória a similaridade com o trabalho então desenvolvido pelo francês Jean-Michell Jarre. Um trabalho bastante acessível pela riqueza da estrutura melódica das peças que o compõem e que apesar de datadas e repetitivas conseguem ser cativantes. "Aurora" é o ponto chave do registo, um single de êxito no seu país de origem e uma bonita melodia imediatamente reconhecível que não se esquece facilmente. Pontos fortes também em "Sol" e "Terra", os singles que se seguiram. "Clear Up", uma das poucas músicas em que o vocoder é utilizado, é claramente o momento mais atrevido do álbum enquanto "Ariane (The Traveler)" se destaca por ser a composição mais dançável e "La Luna" pelo seu exotismo.
Uma distinta viagem espacial proporcionada pela fantasia de uma sonoridade que então se antevia como a música do futuro.
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quinta-feira, 7 de maio de 2020
The Singles - SOFT CELL
Side A
1 Memorabilia 4:45
2 Tainted Love (E.Cobb) 2:38
3 Bedsitter 3:34
4 Say Hello, Wave Goodbye 5:22
5 Torch 4:05
Side B
1 What (H.P.Barnum) 4:29
2 Where The Heart Is 4:30
3 Numbers 4:53
4 Soul Inside 4:27
5 Down In The Subway 3:24
Como o próprio título indica, trata-se de uma coletânea de singles que resume a curta mas importante passagem do duo britânico Soft Cell pela primeira metade da década de 80. Foi em 1979 que Marc Almond e David Ball se juntaram para se tornarem nos Soft Cell e ficam na história como uma das bandas vanguardistas que esteve nas origens do então denominado "futurismo" em que a base minimalista composta por uma caixa de ritmos e um ou mais sintetizadores era o suficiente para se poder criar música para que as pessoas pudessem dançar e divertir-se, uma renúncia evidente à influência americana e à virilidade transmitida pelas guitarras nas formações convencionais do rock e do punk. Este período inicial ficou assim marcado pela plasticidade europeia da synth-pop que assumiu a fantasia pós-glam de uma geração que não se revia na degradação da imagem suja do movimento punk mas sim na alegria e no ambiente glamour que se vivia nos clubes noturnos onde podiam dançar toda a noite até o sol raiar.
Editada em 1986, a coletânea representa de forma admirável a importância de qualquer um destes singles, editados durante o período mais ativo da banda entre 1981 e 1984. A versão que os Soft Cell fizeram para "Tainted Love" em 1981 será sempre a sua maior referência mas nas restantes composições há ainda muitas pérolas que apesar de não terem brilhado tanto merecem toda a atenção. O primeiro single "Memorabilia" foi marcante pelo seu estado bruto e já tão inovador mas é no sedutor e cativante "Torch" que se encontra uma das músicas mais bem conseguidas, ao lado da veracidade de "Bedsitter" e "Say Hello, Wave Goodbye" que também alcançaram notoriedade. "What" foi a música escolhida para uma nova adaptação que apesar de bem conseguida não foi tão eficaz como "Tainted Love" e o percurso final denota alguma evolução na estrutura dos Soft Cell através dos convincentes "Where The Heart Is" e "Numbers" até à aceleração rítmica de "Soul Inside" que se afigura mais como uma nova partida do que um final anunciado. O golpe final é dado com "Down In The Subway" e outra base rítmica bastante acentuada e com a participação de mais alguns elementos nas gravações.
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