sábado, 29 de setembro de 2018

The Heart Of Rock & Roll: The Best Of - HUEY LEWIS AND THE NEWS


1 Power Of Love   3:53
2 Hip To Be Square   4:01
3 Do You Believe In Love (R.J."Mutt" Lange)   3:26
4 This Is It   3:50
5 Some Of My Lies Are True   3:20
6 Workin' For A Livin' (Live)   4:00
7 Bad Is Bad   3:46
8 I Want A New Drug   3:30
9 The Heart Of Rock & Roll   4:03
10 Heart And Soul (M.Chapman/N.Chinn)   4:10
11 Jacob's Ladder (B.Hornsby)   3:29
12 Stuck With You   4:25
13 Trouble In Paradise   3:09
14 Walking On A Thin Line (A.Pessis/K.Wells)   4:01
15 Perfect World (A.Call)   4:05
16 Small World (Part One)   3:52
17 Back In Time   4:17     

De coração e alma rock & roll, o coletivo norte americano Huey Lewis and The News atravessou a década de 80 aplicando a regra mainstream do rock limpo e muito bem medido, munido de boa disposição e atestado de harmonias vocais, o que lhes permitiu algumas visitas aos tops atingindo o pico da fama com a participação na banda sonora do filme "Back To The Future" através do single "Power Of Love" em 1985. É precisamente nesta década que se foca esta coletânea, edição europeia de 1992, reunindo dezassete músicas onde se incluem dez singles que chegaram ao top ten norte americano, entre outras mais. Canções orelhudas como "Do You Believe In Love", "This Is It", "Stuck With You" e "Perfect World" contracenam com "Some Of My Lies Are True", retirado do primeiro álbum da banda ainda com notáveis influências new wave, "Workin' For A Livin'", captado ao vivo, nunca editado, e uma forma de demonstrar o forte poderio da banda em palco, "Trouble In Paradise", retirado também do primeiro álbum e usado depois como a contribuição da banda para o trabalho humanitário USA For Africa, até "Back In Time", que juntamente com "Power Of Love" fez parte do alinhamento da já mencionada banda sonora "Back To The Future". Espaço ainda para músicas dignas de relevo como "Hip To Be Square", "Bad Is Bad" e "Jacob's Ladder".

segunda-feira, 24 de setembro de 2018

John Patitucci - JOHN PATITUCCI


1 Growing   4:35
2 Wind Sprint   6:10
3 Searching, Finding   5:05
4 Baja Bajo (J.Patitucci/C.Corea)   5:46
5 Change Of Season   3:53
6 Our Family   3:01
7 Peace & Quiet Time   4:59
8 Crestline   5:13
9 Zaragoza (C.Corea)   3:57
10 Then & Now   5:38
11 Killeen   5:15
12 The View   5:39    

O virtuoso baixista norte-americano John Patitucci editou o seu primeiro registo a solo em 1988, acompanhado por algumas das "bestas" do jazz de fusão onde para além dos sintetizadores de Dave Witham e John Beasley, a dupla de base, pontuam os nomes de Michael Brecker no sax tenor, Chick Corea em piano acústico e os três bateristas, Dave Weckl, Peter Erskine e Vinnie Colaiutta. As formações vão variando ao longo do registo criando intensos momentos de fusão ou arejados momentos de jazz, dinâmica que é percetível logo de início através das três músicas que abrem o álbum. "Growing" transpira bossanova com a participação vocal de Rick Riso, "Wind Sprint" arranca em velocidade fusão e "Searching, Finding" apresenta jazz de classe numa peça mais acústica com as participações de Michael Brecker, Chick Corea e Peter Erskine. Num álbum maioritariamente elétrico, que se mantêm rigorosamente fiel ao registo de fusão, são as presenças de Michael Brecker e Chick Corea que criam o equilíbrio com a vertente acústica. Como líder de sessão, é notável a habilidade técnica de Patitucci na utilização de um baixo de 6 cordas ao longo de todo o álbum, potenciando a extensão dinâmica do instrumento, com exceção de "Zaragoza" em que utiliza o contrabaixo com arco. 
Em "Zaragoza" e "Baja Bajo" percebe-se o inconfundível toque de Chick Corea, duas peças com a assinatura do pianista sendo "Baja Bajo" uma co-autoria com Patitucci. Apontamentos interessantes ainda para "Peace & Quiet Time", uma balada sustentada por sintetizadores, com solos de Brecker e Patitucci, a lembrar Weather Report, e para o exotismo de "The View" que encerra o registo .      

segunda-feira, 17 de setembro de 2018

Curtas - ISRAEL


1 O Meu Pai, A Minha Irmã E Eu   4:24
2 Amor «Tremolo»   3:33
3 40th My Dear   3:16   
4 Janeiro Em Forma De Trio   3:15  
5 Dezasseis E A Lua   4:13
6 Valsa De Um Bêbedo   2:55
7 Prelúdio Nº1 Para Violoncelo E Guitarra   5:56      
8 Três Esculturas Sonoras   13:28   
   I. Maestoso Em Lá Bemol
   II. Allegretto Em Sol Menor
   III. Largo Em Sol Maior   

Israel Costa Pereira é um músico de formação clássica que também gosta de passear pelos campos do Pop/Rock e do Jazz mas é no estudo da guitarra clássica que se foca essencialmente e foi a partir da guitarra clássica que Israel compôs as oito peças que dão origem a "Curtas", uma edição de autor, em 2018, apoiada pela Fundação GDA. Composto para formato de quarteto, Israel é acompanhado pelo pianista Bernardo Santos, pela violinista Ianina Khmelik e pelo violoncelista Nikolay Gimaletdinov. Como primeiro registo discográfico de Israel Costa Pereira, em nome próprio, "Curtas" manifesta-se sob a égide de um trabalho artístico de profunda paixão musical em que Israel expõe a sua arte e sensibilidade como compositor e executante num álbum acessível que para além da sua musicalidade resulta visual e modelar. 
O registo abre sob uma aura de saudade e recordação através do bonito quadro "O Meu Pai, A Minha Irmã E Eu" tendo continuidade na belíssima peça «Amor Tremolo» que contêm algum caráter cinematográfico, reminiscências do cinema italiano. Curiosamente, "40th My Dear" não se inibe de uma harmonia com alguma ligeireza pop enquanto "Janeiro Em Forma De Trio" é outra peça de caráter visual, bastante sensorial, cujo início nos sugere a queda airosa de flocos de neve evoluindo depois para um contexto confortável e acolhedor. A progressão de "Dezasseis E A Lua" cria um momento musical impaciente cuja vivacidade vai evoluindo. Em "Valsa De Um Bêbedo" voltamos a encontrar nova impressão visual numa peça sustentada por uma imaginativa componente musical humorística com inclusão de algumas passagens divertidas.
"Prelúdio Nº1 Para Violoncelo E Guitarra" é uma peça exemplar, dominada pela nobreza do melodioso diálogo a dois instrumentos que após um breve momento de atrito se voltam a encontrar na plenitude da sua harmonia. O registo encerra de forma grave e ponderada com a intensidade da peça "Três Esculturas Sonoras", dividida por três movimentos. 
No geral, "Curtas" é um trabalho criado com exímio gosto musical e uma grande paixão artística, que consegue transmitir sensações e emoções e, independentemente do estilo, música é isto.  

domingo, 9 de setembro de 2018

...Continuation - LARS DANIELSSON


1 Hit Man (N. Lan Doky)   5:20
2 Continuation   2:07
3 Long Ago And Far Away (J.Kern/I.Gershwin)   5:23
4 Flykt   9:29
5 Fallin' Down   6:41
6 Hymn   3:20
7 It Never Entered My Mind (L.Hart/R.Rodgers)   6:48
8 Namtih (N.Lan Doky)   5:46
9 Fatima   7:09
10 Solar (M.Davis)   4:26
11 Postludium   1:44 

Lars Danielsson é um contrabaixista sueco de formação clássica mas foi no jazz que se fez notar e onde se carateriza pelo seu toque melodioso. Neste registo, gravado em Nova Iorque em 1994, surge em formato de trio acompanhado pelo guitarrista John Abercrombie e pelo baterista Adam Nussbaum, duas referências do jazz norte americano. Ao longo deste trabalho, Lars Danielsson combina estéticas conferindo uma sonoridade moderna e criativa a um registo maioritariamente singelo que por vezes se aventura por algum experimentalismo. Na sua generalidade, o jazz flui naturalmente ao longo do álbum com o contrabaixista sueco a liderar as nuances do trio dialogando airosamente com as linhas de guitarra do experiente John Abercrombie, sob a pontual atenção rítmica de Nussbaum. Interessante a abordagem dos sintetizadores e a utilização do arco para "It Never Entered My Mind" revelando uma nova leitura para uma peça standard através de um arranjo peculiar e classicista enquanto em "Flykt", uma das peças originais de Danielsson, a misteriosa aparição dos sintetizadores acompanha de forma subtil uma peça de execução rápida e liberal. Em "Continuation" e "Postludium", Lars Danielsson executa a solo duas peças curtas de sua autoria.