quarta-feira, 29 de outubro de 2014

Crime Of The Century - SUPERTRAMP


Side A
1 School   5:35
2 Bloody Well Right   4:26
3 Hide In Your Shell   6:52
4 Asylum   6:30
Side B
1 Dreamer   3:19
2 Rudy   7:07
3 If Everyone Was Listening   4:05
4 Crime Of The Century   5:20

É impressionante quando tomamos consciência da riqueza musical e artística deste registo dos Supertramp editado em 1974, o terceiro da banda e o primeiro com a sua formação mais coerente e mais conhecida. Nunca ocultando as origens progressivas deste coletivo Britânico, Roger Hodgson e Rick Davies compõem excelentes partituras que se revelam em esplêndidas melodias Pop que, aliadas ainda ao cuidado e esmero colocado na produção musical a cargo de Ken Scott e da própria banda, fazem deste álbum um daqueles trabalhos obrigatórios com lugar cativo no pódio para os melhores. 
Qualquer uma das músicas que compõem este registo é um clássico. Ouvi-las aqui no seu formato original, na dinâmica da sua pureza singular onde a limpidez e definição de cada instrumento utilizado é de uma sensibilidade perfeita, torna-se uma experiência ímpar; atente-se por exemplo na excelência com que é utilizada uma "serra musical" no refrão de "Hide In Your Shell". Os temas denotam ser elaborados com apontamentos exemplares, como minuciosas peças de orquestra, a que o quinteto corresponde da melhor forma dentro da sua estrutura onde dominam as Teclas a par da polivalência de John Helliwell nos Sopros e de uma excelente secção rítmica onde Bob Siebenberg e Doug Thomson, Bateria e Baixo respetivamente, mostram estar plenamente à altura da tarefa.      

quinta-feira, 23 de outubro de 2014

Soundtrack From The Film More - PINK FLOYD


Side A
1 Cirrus Minor   5:07
2 The Nile Song   3:22
3 Crying Song   3:26
4 Up The Khyber   2:07
5 Green Is The Colour   2:54
6 Cymbaline   4:43
7 Party Sequence   1:06     
Side B
1 Main Theme   5:23
2 Ibiza Bar   3:14
3 More Blues   2:10
4 Quicksilver   7:06
5 A Spanish Piece   1:00
6 Dramatic Theme   2:13

Como fã confesso dos dois primeiros álbuns dos Pink Floyd o realizador francês Barbet Schroeder contratou-os pessoalmente para criarem a banda sonora do seu filme More em 1969, que veio a tornar-se oficialmente no terceiro álbum da banda Britânica. Apesar da EMI autorizar os Pink Floyd a gravar este registo, uma vez que o projeto era externo à EMI, não foram autorizados a utilizar, como habitualmente, os estúdios Abbey Road tendo por isso de alugar os estúdios Pye onde escreveram e gravaram este trabalho nuns frenéticos nove dias. 
Schroeder apenas pediu à banda para criar música espontânea que se inserisse no filme de forma natural, por outras palavras que fossem apenas os próprios Pink Floyd a criar algo seu. Como tal a banda esteve nove dias em estúdio a escrever e a gravar o álbum sem seguir o processo habitual de gravação de uma banda sonora que seria a visualização das imagens do filme e criar a música e o ambiente para as cenas. A ideia de Schroeder era unicamente que as músicas surgissem no filme em cenas em que os atores estão simplesmente a ouvir música de uma aparelhagem, de um radio ou de uma televisão. Pode-se então afirmar que More acabou por servir como um exercício, ou teste, de ideias para futuros trabalhos da banda.
Entre os treze temas do álbum encontram-se momentos únicos da banda e há diferenças notórias entre os dois lados do vinil. O lado A, praticamente composto por Roger Waters, foca-se numa vertente de canções mais acústicas mas tem momentos como "The Nile Song" em que os Pink Floyd soam mais Rock que nunca, completamente gritantes e com Nick Mason mais solto que o habitual. Em "Up The Khyber" Nick Mason e Rick Wright praticam uma espécie de Jazz Psicadélico. O lado B é assinado pela banda na totalidade, com exceção para o apontamento "A Spanish Piece" assinado por Gilmour, e está preenchido na sua maioria com peças/exercícios experimentais em formato instrumental em que apenas "Ibiza Bar", muito semelhante a "The Nile Song", é uma exceção à regra. 
Para além de servir de banda sonora "More" é mesmo um álbum dos Pink Floyd facilmente inserido na integralidade psicadélica/experimental que a banda tão bem explorou em inícios de carreira.   

quinta-feira, 16 de outubro de 2014

Trans-Electronic Music Productions Inc. Presents Switched-On Bach - WALTER CARLOS


Side A
1 Sinfonia To Cantata Nº29   3:20
2 Air On a G String   2:27
3 Two-Part Invention In F Major   :40
4 Two-Part Invention In B-Flat Major   1:30
5 Two-Part Invention In D Minor   :55
6 Jesu, Joy Of Man's Desiring   2:56
7 Prelude And Fugue Nº7 In E-Flat Major   7:07
   (From Book I of "The Well-Tempered Clavier")
Side B
1 Prelude And Fugue Nº2 In C Minor   2:43
  (From Book I of "The Well-Tempered Clavier")
2 Chorale Prelude "Wachet Auf"   3:37
3 Brandenburg Concerto Nº3 In G Major
    First Movement   6:35
    Second Movement   2:50
    Third Movement   5:05

Johann Sebastian Bach exerceu desde sempre uma fascinante atração sobre os músicos e muitos foram os que tentaram recriar a sua obra ao longo das várias épocas que o precederam. Não espanta por isso que Walter Carlos, antes de se transfigurar em Wendy Carlos, o tenha feito também em 1968 com este trabalho hercúleo mas antes de mais é preciso perceber que em 1968 o Sintetizador não adquirira ainda estatuto de instrumento musical. 
Nos primórdios da música eletrónica a estética experimental dos Sintetizadores, em universidades de música e estúdios, não passava de processamento eletrónico de frequências filtradas e estava longe de poder convencer alguém da sua genuinidade como instrumento musical. Eram precisas muitas horas para criar e aperfeiçoar sons e daí conseguir aproveitar pequenos fragmentos que se resumiam muitas vezes a meros segundos de música, e muitos acabavam por depois serem rejeitados por estarem longe do resultado pretendido. Perante tal impasse Walter Carlos implorou a Bob Moog para trabalhar com ele no desenvolvimento das nuances de expressão das máquinas e dessa parceria acabou por resultar um instrumento musical. Walter Carlos possuía então uma coleção de gigante equipamento modular Moog, muito distante das versões portáteis que hoje conhecemos, e com o seu esmero e cuidado de gravar linha a linha, nota a nota, re-afinar, re-envelopar e filtrar conseguiu finalmente, com colaboração do amigo e musicólogo Benjamin Folkman, criar um trabalho totalmente eletrónico preenchido com virtuosas e extraordinárias execuções de Bach, um sacrilégio para os puristas clássicos que achavam ser apenas uma nova moda condenada ao esquecimento. O repertório de Bach aqui processado é essencialmente um "Best of" da vasta obra do Supremo Mestre e teve como base de escolha o facto de ser um repertório de respeito e ideal para demonstração de que era possível criar música a sério num Sintetizador. 
 Após a edição deste álbum em 1968 estabeleceu-se definitivamente um novo conceito e uma nova palavra entre os músicos, Sintetizador.     

terça-feira, 7 de outubro de 2014

Around The World In A Day - PRINCE AND THE REVOLUTION


1 Around The World In a Day   3:25   
2 Paisley Park   4:41
3 Condition Of The Heart   6:46   
4 Raspberry Beret   3:31   
5 Tambourine 2:46
6 America   3:40
7 Pop Life   3:42
8 The Ladder   5:26
9 Temptation   8:21

A regularidade de Prince editar em média um álbum por ano conseguindo manter a qualidade dos seus trabalhos aumentava o respeito pela sua "pequena" figura e por simpatia o seu ego. A sua conhecida genialidade em escrever, tocar e produzir os seus trabalhos praticamente sozinho requeria mais independência e neste trabalho editado em 1985 ouve-se pela primeira vez uma referência a Paisley Park. "Paisley Park" é neste álbum uma das faixas e retrata um local edílico, o complexo de estúdios Paisley Park seriam uma realidade dois anos depois deste trabalho. Apesar de alguns dos temas serem aqui referenciados como tendo sido gravados em Paisley Park tal não passa de uma metáfora de Prince exprimindo assim o seu desejo de concretizar a sua independência. Mas Around The World In a Day tem muito mais para oferecer; mantendo o estilo dos dois trabalhos anteriores Prince controla tudo continuando a ter os Revolution como apoio para as suas criações onde temas Pop eficazes e provocantes com balanço Funky, suavizados em Exotismo, uma Balada de morrer e um final Hendrixiano colocam este álbum ao nível do melhor que Prince sabe fazer, canções perfeitas. 
"But Life It Ain't 2 Funky, Unless It's got That Pop. Dig It?"  
 

sexta-feira, 3 de outubro de 2014

Brothers In Arms - DIRE STRAITS


1 So Far Away   5:05
2 Money For Nothing   8:24
3 Walk Of Life   4:07
4 Your Latest Trick   6:28
5 Why Worry   8:23
6 Ride Across The River   6:55
7 The Man's Too Strong   4:37
8 One World   3:36
9 Brothers In Arms   6:56

Há álbuns que de tão completos pouco há que acrescentar à sua história e a história de Brothers In Arms é acima de tudo uma história de êxito. Editado em 1985, foi o primeiro álbum da história a ter  enorme sucesso no formato Cd e nele encontramos uns Dire Straits/Mark Knopfler mais liberais e mais experimentados no mercado. Vários são os caminhos aqui abordados num trabalho que abriu definitivamente as portas do mundo à banda Britânica e em que participaram nomes importantes da música como Sting, Michael Brecker, Randy Brecker, Omar Hakim ou Tony Levin. Os créditos não estão devidamente identificados no álbum mas são conhecidas as inconfundíveis presenças de Sting em "Money For Nothing" e o Saxofone e a Trompete dos irmãos Michael e Randy Brecker, respetivamente, em "Your Latest Trick". Composto por nove temas perfeitos este registo apresenta-se no formato Cd remasterizado com versões mais extensas. Ao quinto registo oficial os Dire Straits mostravam-se então como uma banda universal e com plena capacidade de criar distintos temas elaborados que se encaixam em variados estilos para além do clássico Rock como os incontornáveis "Ride Across The River" e "Your Latest Trick".