quinta-feira, 31 de janeiro de 2008

Pablo Honey - RADIOHEAD


1 You 3:27
2 Creep 3:55
3 How Do You? 2:11
4 Stop Whispering 5:25
5 Thinking About You 2:41
6 Anyone Can Play Guitar 3:37
7 Ripcord 3:09
8 Vegetable 3:12
9 Prove Yourself 2:25
10 I Can't 4:13
11 Lurgee 3:07
12 Blow Out 4:41

Primeiro album da banda de Oxford, Inglaterra, decorria o ano de 1993, os Radiohead apresentavam-se assim ao mundo, depois de um Ep, "Drill", em 1992. Neste primeiro registo viria a destacar-se o grande sucesso que foi "Creep", um grito dilacerante de inferioridade e não-integração social, talvez o principal motivo de tal sucesso para este tema com que muitos se terão identificado.
As primeiras abordagens que tive com este trabalho foram complexas, não é um trabalho muito linear assim como tambem não é muito fácil de assimilar numa primeira audição, a forma da banda trabalhar as músicas é um bocado própria, não lhes chamarei originais, mas os temas ganham vida por isso mesmo e a utilização de três guitarras eléctricas criam uma atmosfera não pesada mas envolvente e hipnotizante, o final com "Blow Out" é o melhor exemplo dessa mesma atmosfera.
"Anyone Can Play Guitar", "Prove Yourself" e um grande final com o já referido "Blow Out" são os temas que mais aguçam o apetite, são peças muito consistentes em que as guitarras são bem aproveitadas para criar uma sonoridade etérea e com um cheirinho experimentalista que se virá a evidenciar mais tarde. "I Can't" têm qualquer "coisa" próxima da sonoridade dos Pixies, essa grande influência do som dos anos noventa, e "Stop Whispering" é longo e acolhedor. "Thinking About You", em formato acústico, é o tema mais convencional do trabalho.
É um Cd para ir saboreando e descobrindo onde se escondem os pequenos detalhes que tornam cada audição mais prazerosa.

terça-feira, 29 de janeiro de 2008

Come an' Get It - WHITESNAKE


Side 1
1 Come An' Get It 3:57
2 Hot Stuff 3:22
3 Don't Break My Heart Again 4:01
4 Lonely Days, Lonely Nights 4:14
5 Wine, Women An' Song 3:43
Side 2
6 Child of Babylon 4:50
7 Would I Lie to You 4:30
8 Girl 3:54
9 Hit An' Run 3:21
10 Till the Day I Die 4:27

Inevitavelmente a história do Hard Rock passa por aqui, e este disco, sem ser um dos fundamentais, inclui todas as regras do género. A voz de Coverdale é perfeita, um pouco rouca e máscula, para o que se pretende, tal como a sua imagem exuberante, os riffs de guitarra marcam os temas e são completados pelos solos de Micky Moody e Bernie Mardsen, a temática das canções como, mulheres, prazeres, boa vida e alguma temática épica, e um grande baterista como Ian Paice.
Este Lp de 1981 têm tudo aquilo que se esperava que os Whitesnake fizessem como costume, Rock'N Roll puro e duro, com garra. "Wine, Women An'Song" vai às raizes mais Bluesy / Honky Tonk em toada de farra e festa, "Hit An'Run" é possante com bom solo de Micky Moody em guitarra com Slide, "Don't Break My Heart Again" é a minha preferida, pura canção Hard com Bridge e Refrão perfeitos. Há ainda uma aproximação aos Blues, mais Hard, em "Would I Lie To You", "Child of Babylon" parece um Western e em "Till The Day I Die" com começo acústico para depois se entrar a meio a patir, temos o encerrar do album.
Apesar disto tudo temos Ian Paice. Está presente em todo o album, em todos os pormenores, é a sua presença de facto que mais enche este trabalho.

quarta-feira, 23 de janeiro de 2008

Dynasty - KISS


Side 1
1 I Was Made for Lovin' You 4:33
2 2000 Man (Jagger, Richards) 4:56
3 Sure Know Something 4:01
4 Dirty Livin' 4:27
Side 2
5 Charisma 4:25
6 Magic Touch 4:42
7 Hard Times 3:31
8 X-Ray Eyes 3:46
9 Save Your Love 4:40

Não o vou esconder é o meu primeiro album dos Kiss. Este Lp data de 1979 mas só agora tive oportunidade de o ouvir, embalado pelo espanto de descobrir ao fim de tanto tempo serem os Kiss os autores de "I Was Made For Lovin' You", tema que nunca imaginei pertencer a uma banda com a apresentação visual, e atitude, dos Kiss. Fiquei um pouco desiludido com o que aqui descobri, esperava uma banda mais consistente, com um som mais "quente" e mais potente, quando afinal me sai um album que até tem boas ideias mas no final sabe a muito pouco. Posso tambem não ter acertado no album ideal, pois este foi o último trabalho com a formação inicial da banda, e com a particularidade de nenhum dos quatro elementos se ter encontrado uma única vez no estúdio durante as sessões de gravação.
"I Was Made For Lovin' You" foi um sucesso, a aproximação da banda à vertente Disco Sound, completamente na ordem do dia na altura, criou novos fãs e afastou muitos outros. "2000 Man" é uma versão Rock, pouco inspirada, de um tema da época mais psicadélica dos Rolling Stones, sem trazer nada de novo. "Sure Know Something" será para mim o melhor tema deste trabalho, canção bem construída com ar de Top mas inteligente. "Magic Touch" soa a canção FM, e "Hard Times" é neste album o tema mais "Hard", saído das mãos do guitarrista Ace Frehley que viria de seguida a abandonar a banda juntamente com o baterista Peter Criss.
No geral as canções parecem ter sido gravadas sem grande vontade, não parece haver uma grande motivação, nem entrega, dos músicos. Os temas soam deslavados e nota-se que podiam ter sido mais trabalhados, uma melhor produção podia, provavelmente, ter ajudado a quebrar a tensão entre a banda puxando-os mais para a entrega à música, mas o primeiro capítulo dos Kiss estava condenado a encerrar aqui.

quinta-feira, 17 de janeiro de 2008

All Live And All Of The Night - THE STRANGLERS


Side 1
1 No More Heroes 3:48
2 Was It You? 3:42
3 Down in the Sewer 6:26
4 Always the Sun 4:29
5 Golden Brown 3:36
6 North Winds 4:02
Side 2
7 European Female 3:45
8 Strange Little Girl 2:43
9 Nice 'N' Sleazy 4:26
10 Toiler on the Sea 6:28
11 Spain 3:46
12 London Lady 2:40
13 All Day and All of the Night (Davies) 2:24

Em 1988 os Stranglers decidiram compilar as melhores versões, ao vivo, daqueles que são considerados os seus melhores temas, ao vivo. O resultado foi este vinyl, ao vivo, com temas retirados das Tours de 1985 e 1987 e em que foi incluída uma versão, de estúdio, de "All Day and All of the Night" dos Kinks que acabou por ser o single de apresentação do album e tambem serviu para o trocadilho do título. Estamos para todos os efeitos perante um best-of, bastante aconselhável, com um leque de boas canções que nos lembram os melhores dias desta outrora importante banda.
Os três primeiros temas dão um arranque fantástico à audição deste album, nomeadamente a colagem de "Was It You" e "Down In The Sewer" é contagiante e emprega um forte balanço que é imediatamente cortado pelos momentos mais Pop e mais calmos de dois temas ternos como "Always The Sun" e "Golden Brown". "Strange Little Girl" é outro grande momento com outra canção bastante terna, para depois se entrar numa toada mais acentuada, e misteriosa, de "Nice 'n' Sleazy" para se terminar nos momentos mais acelerados dos últimos temas. A fechar temos a versão contagiante, gravada em estúdio, do tema dos Kinks, um tema de muita força sonora e que lhes deu um single de êxito.

domingo, 13 de janeiro de 2008

Tinseltown Rebellion - FRANK ZAPPA


1 Fine Girl 3:31
2 Easy Meat 9:19
3 For the Young Sophisticate 2:48
4 Love of My Life 2:15
5 I Ain't Got No Heart 1:59
6 Panty Rap 4:35
7 Tell Me You Love Me 2:07
8 Now You See It- Now You Don't 4:54
9 Dance Contest 2:58
10 The Blue Light 5:27
11 Tinseltown Rebellion 4:35
12 Pick Me, I'm Clean 5:07
13 Bamboozled by Love 5:46
14 Brown Shoes Don't Make It 7:14
15 Peaches III 5:01

Editado em 1981 Tinseltown Rebellion é mais um album de Frank Zappa gravado ao vivo, mas como de costume não foi captado num só local, "Easy Meat", por exemplo, é apresentado, captado, em 2 locais distintos e com a introdução de mais vozes e teclados, na parte clássica, feita em estúdio. O tema "Fine Girl" que abre este trabalho é a única faixa neste album que foi totalmente gravada em estúdio, foi aqui incluída com o intuito das rádios mais conservadoras terem um tema que pudessem passar nas suas emissões de forma a haver uma pequena chance das pessoas terem conhecimento da existência deste album, tal como dito por Zappa nas notas deste Cd, mais directo não podia. Dois momentos bastante interessantes são o tradicional concurso de dança e uma divertidissíma colecta de roupa interior, feminina, junto da audiência.
Falando do album em si há de tudo um pouco com a qualidade, disciplina, humor e à vontade habitual das bandas de Zappa e por aqui encontramos nomes como Steve Vai na Guitarra, Vinnie Colaiuta na Bateria, Peter Wolf e Tommy Mars nos teclados, Arthur Barrow no Baixo ou Warren Cucurullo em Guitarra. Encontrei por aqui algumas formulas que Zappa virá a utilizar em albuns posteriores, "Love of My Life" virá a ser utilizado no album "Them Or Us" como o tema "The Closer You Are", em "The Blue Light" Zappa usa o mesmo tipo de discurso que virá a usar em "The Man From Utopia" no tema "The Jazz Discharge Party Hats", e uma parte de "Tell me You Love Me" virá a ser utilizada em "Broadway the Hard Way" no tema "Why Don't You Like Me?", truques que Zappa sempre soube usar e bem. "Bamboozled By Love" é uma peça forte neste album, um tema Blues com garra. "Brown Shoes Don't You Make It" é um dos temas obrigatórios, que retrata mordazmente a perda da inocência na adolescência e "Peaches III", a finalizar o album, é mais uma variação do tema "Peaches In Regalia" do album "Hot Rats", aqui na 3ªversão apresentada em disco, daí a designação "III".
Como já referi em albuns anteriores de Zappa, não há conotação de Zappa com nenhum género de música em particular mas acho que nesta edição Zappa caí um pouco mais para os lados do Rock, mas como sempre acaba por haver de tudo.

sexta-feira, 11 de janeiro de 2008

Broadway The Hard Way -FRANK ZAPPA


1 Elvis Has Just Left the Building 2:24
2 Planet of the Baritone Women 2:48
3 Any Kind of Pain 5:42
4 Dickie's Such an Asshole 5:45
5 When the Lie's So Big 3:38
6 Rhymin' Man 3:50
7 Promiscuous 2:02
8 The Untouchables (Riddle) 2:26
9 Why Don't You Like Me? 2:57
10 Bacon Fat (Brown, Williams) 1:29
11 Stolen Moments (Nelson) 2:57
12 Murder by Numbers (Sting, Summers) 5:37
13 Jezebel Boy 2:27
14 Outside Now 7:49
15 Hot Plate Heaven at the Green Hotel 6:40
16 What Kind of Girl? 3:17
17 Jesus Thinks You're a Jerk 9:15

Este é o primeiro Cd da "trilogia" que documenta a digressão mundial de Zappa em 1988. Neste Cd, que não é duplo ao contrário dos outros dois, Zappa deu mais atenção às canções, maioritariamente novas. É uma excelente oportunidade para perceber como este homem funcionava ao vivo e conduzia uma banda que estava muito bem ensaiada e da qual podia sacar o que pretendesse no momento, e só mesmo uma banda nestas condições pode fazer as mudanças, consecutivas, de andamentos que chegam a parecer impossíveis. Há muito humor, muita crítica, muito divertimento e grandiosos momentos musicais, que até parece que é fácil participar nesta festa de palco.
Zappa sempre usou a música como forma de protesto, nomeadamente político e Ronald Reagan, e os Replubicanos, eram nesta altura os mais visados. Jimmy Swaggart, um pregador da igreja Pentecostal e conhecido Tele-evangelista da televisão americana, estava em voga na altura devido a um escândalo sexual, e tambem não escapou nesta digressão à atitude contestadora de Zappa, por acaso neste Cd é Sting, sim esse mesmo Sting, que sobe ao palco para interpretar o tema "Murder by Numbers" mas que antes denuncia Swaggart por este ter acusado este mesmo tema de ter sido escrito pelo Diabo e tocado pelos filhos do Diabo. Michael Jackson é outra das vítimas por aqui visada, no tema "Why Don't You Like Me?".
É mais uma excelente obra deste magnífico compositor que nos deixa aqui mais um legado de canções muito bem estruturadas, com letras carregadas de humor do mais negro. "Any Kind of Pain" é uma das canções mais exemplares do grande gosto deste homem em compôr música e depois há sempre os solos de guitarra, únicos e inconfundíveis, de Zappa.
Impressionante é o numero de obras conhecidas, dos mais diversos géneros, que Zappa utiliza nos concertos em pequenos excertos, uma audição atenta revela imensos pormenores, isto numa obra sem um género definido uma vez que quase todos os estilos passam por aqui, pois é de música que se trata e da melhor estirpe.

domingo, 6 de janeiro de 2008

Little Willies - LITTLE WILLIES


1 Roly Poly (Rose) 2:33
2 I'll Never Get out of This World Alive (Rose, Williams) 3:22
3 Love Me (Leiber, Stoller) 3:51
4 It's Not You It's Me (Julian, Monroe) 2:43
5 Best of All Possible Worlds (Kristofferson) 3:10
6 No Place to Fall (VanZandt) 4:00
7 Roll On (Alexander) 3:06
8 I Gotta Get Drunk (Nelson) 2:27
9 Streets of Baltimore (Glaser, Howard) 3:06
10 Easy as the Rain (Campilongo, Julian) 3:15
11 Tennessee Stud (Driftwood) 3:49
12 Night Life (Breeland, Buskirk, Nelson) 3:47
13 Lou Reed (Alexander, Jones, Julian) 4:16

Que prazer foi, descobrir este trabalho de percurso para cinco músicos, cada um com a sua actividade noutros projectos, que aqui decidiram registar o que normalmente só fazem ao vivo. A ideia inicial seria mesmo apresentar um Cd gravado ao vivo. Não são propriamente músicos muito conhecidos, excepção feita a Norah Jones que aqui se apresenta bastante à vontade quer a cantar quer ao Piano. Lee Alexander no Baixo, acompanhante habitual de Norah Jones, Dan Rieser na Bateria, que tambem costuma trabalhar com Norah Jones, Jim Campilongo na Guitarra Eléctrica e Richard Julian em Guitarra e vozes completam a banda. Lugar ainda para a participação de Jon Dryden em Orgão e Acordeão como músico convidado em alguns temas.
Não há por aqui nenhum elemento que se possa considerar o líder e a maior parte dos temas são versões, excepção para os quatro escritos por alguns elementos da banda, "It's Not You It's Me", "Roll On", "Easy as the Rain" e "Lou Reed" que se enquadram naturalmente no contexto de um album centrado em temas Country/Blues.
Boa interpretação de Norah Jones em "Love Me", um tema bastante conhecido pela interpretação de Elvis Presley e pela de Nicholas Cage na obra Lynchiana "Wild at Heart". Excelente entrega de Jones e Julian em "Streets of Baltimore", a recordar outros grandes duetos no Country. "Lou Reed" o tema que encerra o trabalho é uma canção bastante divertida.
Sem mais excepções é um disco para se ouvir de uma ponta a outra sem interrupções, com uma boa escolha de canções. Surpreendente, pela positiva, a entrega de Norah Jones a este trabalho e o seu som de piano.

sábado, 5 de janeiro de 2008

Another Green World - BRIAN ENO


1 Sky Saw 3:27
2 Over Fire Island 1:51
3 St. Elmo's Fire 3:02
4 In Dark Trees 2:31
5 The Big Ship 3:01
6 I'll Come Running 3:50
7 Another Green World 1:41
8 Sombre Reptiles 2:21
9 Little Fishes 1:34
10 Golden Hours 4:00
11 Becalmed 3:56
12 Zawinul/Lava 3:00
13 Everything Merges With the Night 3:54
14 Spirits Drifting 2:36

Em 1975 já Brian Eno dava largas à imaginação, e neste album, o terceiro, já desenhava as suas peças através de um conceito estético elevado ao nível de criar autênticas imagens, ou paisagens, sonoras. São peças curtas, algumas bastantes minimalistas, mas que nos criam sensações de deleite sensorial e de uma forma um tanto ou quanto abstracta sentimo-nos confortáveis, como num mundo mais perfeito e harmonioso. Uma audição mais profunda e concentrada deste Cd leva-nos a imaginar que percorremos os corredores de uma exposição que vamos apreciando momento a momento.
"St.Elmo's Fire", "I'll Come Running" e "Golden Hours" são os esboços mais convencionais em formato canção Pop, longe dos conceitos mais comerciais são canções simples mas preenchidas com sonoridades mais vanguardistas, curiosamente estes três temas têm a participação de Robert Fripp na guitarra, ele que tambem é um arquitecto sonoro. "In Dark Trees" faz lembrar, em sentido inverso, a sonoridade criada por Eno para os U2 em "Passengers: Original Soundtracks 1", outra obra que sugere paisagens, cinematográficas neste caso. "Sombre Reptiles" têm sonoridade exótica, "Over Fire Island" sugere quase uma jam com cheirinho a jazz e o inicío com "Sky Saw" é uma forte introdução à obra.
Neste ambiente, ainda hoje vanguardista, Brian Eno conta com a presença de figuras como o já referido Robert Fripp, Phill Collins em bateria, John Cale em cordas, Percy Jones em Baixo Fretless ou Rod Melvin em Fender Rhodes.
"Another Green World" poderá ser sempre um outro mundo para onde podemos escapar em qualquer momento que necessitemos de fugir da monotonia que nos assola regularmente.