1 Blood Is Thin (J. Zorn) 1:00
2 Demon Sanctuary (J. Zorn) 0:38
3 Thrash Jazz Assassin (J. Zorn) 0:45
4 Dead Spot (J. Zorn) 0:31
5 Bonehead (J. Zorn) 0:51
6 Speedball (J. Zorn) 0:37
7 Blood Duster (J. Zorn) 0:13
8 Pile Driver (J. Zorn) 0:33
9 Shangkuan Ling-Feng (J. Zorn) 1:14
10 Numbskull (J. Zorn) 0:29
11 Perfume Of A Critic's Burning Flesh (J. Zorn) 0:24
12 Jazz Snob Eat Shit (J. Zorn) 0:24
13 The Prestidigitator (J. Zorn) 0:43
14 No Reason To Believe (J. Zorn) 0:26
15 Hellraiser (J. Zorn) 0:39
16 Torture Garden (J. Zorn) 0:35
17 Slan (J. Zorn) 0:23
18 Hammerhead (J. Zorn) 0:08
19 The Ways Of Pain (J. Zorn) 0:31
20 The Noose (J. Zorn) 0:10
21 Sack Of Shit (J. Zorn) 0:43
Lado B (maso Side)
1 Blunt Instrument (J. Zorn) 0:53
2 Osaka Bondage (J. Zorn) 1:14
3 Igneous Ejaculation (J. Zorn) 0:20
4 Shallow Grave (J. Zorn) 0:40
5 Ujaku (J. Zorn) 0:27
6 Kaoru (J. Zorn) 0:50
7 Dead Dread (J. Zorn) 0:45
8 Billy Liar (J. Zorn) 0:10
9 Victims Of Torture (J. Zorn) 0:22
10 Speedfreaks (J. Zorn) 0:29
11 New Jersey Scum Swamp (J. Zorn) 0:41
12 S & M Sniper (J. Zorn) 0:14
13 Pigfucker (J. Zorn) 0:23
14 Cairo Chop Shop (J. Zorn) 0:22
15 Fuck The Facts (J. Zorn) 0:11
16 Obeah Man (J. Zorn) 0:17
17 Facelifter (J. Zorn) 0:34
18 N.Y. Flat Top Box (J. Zorn) 0:43
19 Whiplash (J. Zorn) 0:19
20 The Blade (J. Zorn) 0:36
21 Gob Of Spit (J. Zorn) 0:18
'Torture Garden': Título emprestado de um livro escrito em 1899 pelo autor francês Octave Mirbeau, que também ficou conhecido como jornalista, crítico de arte e anarquista, cujo enredo evolui no espaço de um jardim, situado na China, onde se pratica tortura como uma forma de arte. Esta premissa permite antever um pouco do que espera a quem se atrever a enfrentar o desafiante registo que os norte-americanos Naked City editaram em 1991. E aprecie-se ou não, isto é realmente arte em estado bruto.
Liderados pelo saxofonista John Zorn, nome maior do underground nova-iorquino e reputado compositor de caráter vanguardista, os Naked City servem uma intrépida dose de fortes emoções com um distinto e empolgante cardápio de 42 músicas para consumo rápido e sem hipótese de digestão, num disco de vinil de 12" que deve ser rodado a 45rpm, em que dificilmente se encontra uma música que tenha mais do que um minuto. De referir que nove destas músicas já compunham o alinhamento do primeiro registo dos Naked City, editado em 1990, e que as restantes seriam depois incluídas no alinhamento de "Grand Guignol", editado em 1992.
Um trabalho incrível e tão imprevisível, no qual se passa do heavy metal para o jazz, ao country, à música latina, ao thrash metal, ao reggae, ao rock, à música surf, música de cinema, efeitos de ruído, sons de séries de animação e outros géneros mais, numa rápida sucessão de trechos musicais que encaixam uns nos outros de modo frenético mas igualmente genial e virtuoso. A arte e o talento dos Naked City não conhece limites, faculdade que lhes abre as portas da criatividade e exploração, ou experimentalismo, de combinar estilos musicais tão diferentes entre si. O resultado pode ser de um extremismo brutal, gritante e demolidor, sendo também burlesco e divinal ou até bastante mordaz como sugerem os expressivos títulos de algumas destas "músicas".
'Torture Garden' está longe de ser um álbum fofinho e acolhedor, podendo tornar-se mesmo tortuoso e exasperante para ouvintes mais convencionais. Mas esta é uma bela aventura, conduzida pela impressionante precisão técnica dos Naked City que certamente se terão divertido imenso com a sua conceção. Poderá ser difícil de entender o conceito deste álbum mas não há colagens ou samples. É tudo tocado pelos Naked City; John Zorn no saxofone, Bill Frisell na guitarra, Fred Frith no baixo, Wayne Horvitz nas teclas, Joey Baron na bateria e uma participação especial de Yamatsuka Eye na expressão vocal.