quinta-feira, 28 de dezembro de 2017

Shaken'n' Stirred - ROBERT PLANT




Side 1
1 Hip To Hoo   4:51
2 Kallalou Kallalou   4:17
3 Too Loud   4:07
4 Trouble Your Money   4:14
5 Pink And Black   3:45   
Side 2
1 Little By Little   4:43
2 Doo Doo A Do Do   5:09
3 Easily Lead   4:35   
4 Sixes And Sevens   6:04   

Eis Robert Plant a desbravar novos caminhos em 1985. "Shaken'n'Stirred" é o terceiro registo a solo do ex-vocalista dos Led Zeppelin, distante do género a que nos habituou com a mítica banda. Longe de ser um trabalho comercial, Robert Plant apresenta-nos um criativo álbum de estúdio em que os sintetizadores se encontram no mesmo nível das guitarras. Há algum trabalho de sequenciação e depois há Robert Plant a procurar reinventar-se dentro de um estilo mais atual. O caraterístico timbre de Plant torna-se reminiscente em temas como "Little By Little" ou "Sixes And Sevens" mas no geral é-se realmente confrontado com um "novo" Robert Plant em busca de conformidade com a música da altura. Bastante interessante musicalmente, o álbum assenta em temas rock fundidos com uma pop ponderada o que motiva a exploração de grooves distintos e por vezes algo exóticos. O registo enquadra-se bem na época revelando um trabalho bem moderado, consciente e equilibrado, na medida em que dispõe das sonoridades típicas deste período sem cair em exageros. 

quarta-feira, 20 de dezembro de 2017

Soul Mining - THE THE


1 I've Been Waitin' For Tomorrow (All Of My Life)   5:47
2 This Is The Day   5:01
3 The Sinking Feeling   3:42
4 Uncertain Smile   6:53
5 The Twilight Hour   5:56
6 Soul Mining   4:49
7 Giant   9:36
8 Perfect   5:43 

Em 1983 os The The eram o projeto pessoal do britânico Matt Johnson. Uma banda sem músicos que vivia da criatividade de uma mente dinâmica, minada de histórias e ideias inovadoras. Apesar de haver registo de um trabalho anterior, "Soul Mining" é oficialmente o primeiro registo do projeto, gravado com músicos ocasionais onde pontuam o baterista Zeke Manyika, o teclista Thomas Leer, o baixista Camelle G.Hinds e o pianista Jools Holland, entre outros mais. É um trabalho marcante em que a pop sintetizada dos The The se distingue por ser mais negra e inteligente relativamente à pop convencional da época. O registo é composto por temas sólidos, marcados por batidas enérgicas, onde se distingue "This Is The Day", um hino ao despertar da mente em que um acordeão e um violino sustentam a melodia principal, um dos incontornáveis clássicos dos anos oitenta. Musicalmente, "Uncertain Smile" é a peça mais completa do registo, um tema que distribui boa disposição e que finaliza com um maravilhoso solo de piano de Jools Holland sendo ainda impossível de contornar a energia de "Giant" que para além de ser a maior peça do álbum é um tema que cresce progressivamente de intensidade até atingir um clímax tribal. Esta edição em Cd apresenta como brinde o tema "Perfect", um single gravado em 1982, que não faz parte do alinhamento original em vinil.

quinta-feira, 14 de dezembro de 2017

Days Of Open Hand - SUZANNE VEGA


1 Tired Of Sleeping   4:22
2 Men In A War   4:47
3 Rusted Pipe   4:16
4 Book Of Dreams   3:22
5 Institution Green   6:15
6 Those Whole Girls (Run In Grace)   3:09
7 Room Off The Street   3:00
8 Big Space   3:48
9 Predictions   4:59
10 Fifty-Fifty Chance   2:36
11 Pilgrimage   5:10

Editado em 1990, "Days Of The Open Hand" é o terceiro registo original de Suzanne Vega. É um trabalho cuidado e inteligente, seguindo a mesma linha dos registos anteriores, com arranjos cuidados e temas hábeis e eficazes. Suzanne Vega mantêm uma postura sóbria e serena não evidenciando pressas em mostrar um novo trabalho mas antes uma entrega atenta à composição e elaboração de novos temas que funcionam de forma perfeita sob a forma de canções pop/folk com história. Utilizando praticamente a mesma formação de "Solitude Standing", o álbum anterior, nota-se a semelhança nas composições mas assiste-se ainda a algum aprumo de estilo bem patente nos temas "Rusted Pipe", "Institution Green", "Room Of The Street", "Predictions" e "Pilgrimage". O simpático e cativante single "Book Of Dreams" identifica da melhor forma o caraterístico estilo de Suzanne Vega e "Fifty-Fifty Chance" arrisca um quarteto de cordas com arranjo de Philip Glass.
Uma aura curiosa insinua os Police em "Rusted Pipe" e "Institution Green"...e "Instituton Green" podia ter perfeitamente saído do álbum Sinchronicity...

segunda-feira, 4 de dezembro de 2017

Wild And Peaceful - KOOL & THE GANG


1 Funky Stuff   3:00
2 More Funky Stuff   2:50
3 Jungle Boogie   3:03
4 Heaven At Once   5:01
5 Hollywood Swinging   4:36
6 This Is You, This Is Me   5:23
7 Life Is What You Make It   3:53
8 Wild And Peaceful   9:26 

Editado originalmente em 1973 como o sexto registo oficial dos norte-americanos Kool And The Gang, "Wild And Peaceful" é um álbum invejável pelas belas nuances Soul/Jazz que apresenta mas acima de tudo é um trabalho impregnado de material Funk que testemunha um dos pontos mais altos do historial da banda de New Jersey. Detentor de uma estrutura ritmicamente poderosa, onde os metais brilham, o registo apresenta oito temas que balançam sob um manto de misticidade e exotismo. O single "Funky Stuff", seguido de um reprise instrumental, abre o álbum ao melhor estilo Funky sucedendo-lhe "Jungle Boogie", um tema que mais tarde voltou a ganhar alguma dimensão por ter sido recuperado por Quentin Tarantino para integrar a banda sonora do filme Pulp Fiction. Esta tríade, inspirada no sucesso de "Soul Makossa" de Manu Dibango, marca a fase mais "selvagem" do registo enquanto o moralista "Heaven At Once" faz a transição para a fase mais tranquila e inspirada do álbum. "Hollywood Swinging" proporcionou outro single, "This Is You, This Is Me" apresenta o retorno a uma forte linha rítmica e "Life Is What You Make It" exibe o charme e a graciosidade de um funk algo irregular. O registo encerra em ambiente de jazz espiritual com uma majestosa peça instrumental que dá nome ao álbum e reflete as origens musicais dos Kool And The Gang. 

sexta-feira, 24 de novembro de 2017

New York Album - ART PEPPER


1 A Night In Tunisia (D.Gillespie)   9:43
2 Lover Man (Oh, Where Can You Be) (R.Ramirez)   5:39
3 Straight No Chaser (Alternate Take) (T.Monk)   5:56
4 Duo Blues   7:50
5 My Friend John   9:42   

Gravado em Nova Iorque em fevereiro de 1979, este "New York Album" capta um Art Pepper já afastado das drogas e em grande forma. A atribulada relação com as drogas e os diversos encarceramentos que passou não afetavam a sua prestação musical e a década de 70 foi uma época de libertação e de afirmação para o saxofonista californiano que devido a tantas atribulações nunca chegou a ser uma referência. Este registo testemunha uma sessão de elementos em perfeita sintonia, alinhados em formato de quarteto, que de forma magnânima interpretam dois standards como "A Night In Tunisia" e "Straight No Chaser" e duas peças originais de Art Pepper, "Duo Blues" e "My Friend John". Tal como o próprio título indica, "Duo Blues" é um harmonioso diálogo a dois, de puro deleite, interpretado por Pepper e Ron Carter. Apesar de estar no alinhamento deste registo, o clássico "Lover Man" foi gravado numa sessão mais tardia na California, no mesmo ano, em que Pepper assume a peça sozinho entregando-se de corpo e alma a uma sentida interpretação. É um registo revelador da fase final da carreira de Art Pepper, que viria a falecer em 1981. 

quinta-feira, 16 de novembro de 2017

Smack Up - ART PEPPER QUINTET


1 Smack Up (H.Land)   4:18
2 Las Cuevas De Mario   7:11
3 A Bit Of Bassie (B.Collette)   7:26
4 How Can You Lose (B.Carter)   6:57
5 Maybe Next (D.Tatro)   4:24
6 Tears Inside (O.Coleman)   7:47
7 Solid Citizens [Take 33] (J.Montrose)   6:33
Solid Citizens [Take 37] (J.Montrose)   6:29     

Gravado em Outubro de 1960, durante um dos conturbados períodos do relacionamento de Art Pepper com as drogas, que o levaria, pouco tempo após esta gravação, a nova detenção, Smack Up consegue ser um registo de interesse pelo nível de qualidade atingido nesta sessão. Sustentado em formato de quinteto, Art Pepper rodeia-se do trompetista Jack Sheldon e do criativo pianista Pete Jolly, contando com o apoio da eficaz secção rítmica composta por Jimmy Bond e Frank Butler, baixo e bateria respetivamente. Trabalhando apenas em temas escritos por saxofonistas, o registo arranca em estrutura be-bop com o tema "Smack Up", uma peça rápida e enérgica, mas cedo se percebe que a disposição geral do álbum se reflete sob variadas dinâmicas. Em "Las Cuevas De Mario", a única peça original de Art Pepper presente neste disco, encontra-se um momento singular conduzido pelo riff de piano de Pete Jolly. Novo andamento para a reminiscência swing de "A Bit Of Bassie" e para a nobre melodia de "How Can You Lose". A balada "Maybe Next" mantêm o equilíbrio do registo através da límpida prestação de Art Pepper sobre este agradável tema de Duane Tatro, um saxofonista pouco conhecido do público em geral, com quem Pepper já tinha tocado. "Tears Inside", de Ornette Coleman, era então um tema bastante recente demonstrando que Pepper se mostrava atento ao que se passava à sua volta em termos de novidade. Adicionado à edição em cd como bónus, o tema "Solid Citizens" é apresentado em dois takes. É uma peça cativante, escrita por Jack Montrose, um saxofonista pouco reconhecido com quem Pepper também privou anteriormente, que funciona sob o balanço de um riff de piano que se apanha facilmente e encerra um registo totalmente made in West Coast

quarta-feira, 8 de novembro de 2017

The Raw & The Cooked - FINE YOUNG CANNIBALS


Side 1
1 She Drives Me Crazy   3:35
2 Good Thing   3:19 
3 I'm Not The Man I Used To Be   4:18
4 I'm Not Satisfied   3:46
5 Tell Me What   2:46
Side 2
1 Don't Look Back   3:37
2 It's Ok (It's Alright)   3:28   
3 Don't Let It Get You Down   3:20
4 As Hard As It Is   3:10
5 Ever Fallen In Love   3:52         

Os Fine Young Cannibals apareceram e desapareceram em plena década de 80 através de um percurso curto e rápido, mas notado, pelo universo da Pop/Soul britânica. Em 1988 editaram "The Raw & The Cooked", o segundo e último trabalho da banda, onde pontuam os singles "She Drives Me Crazy" e "Good Thing". Ambos atingiram o primeiro lugar das tabelas inglesas e americanas no entanto daí para a frente não se passou mais nada. A classe e eficácia do trio reflete-se nos dez temas que preenchem "The Raw & The Cooked", tendo na voz de Roland Gift uma encantadora reminiscência soul que se destaca sobre batidas e arranjos pop típicos da época e ainda mais se salienta na pureza soul de "Tell Me What" e "As Hard As It Is". Interessante a irreverente ousadia synth-pop/soul em "Don't Let It Get You Down" e destaque para a firmeza de temas como "I'm Not Satisfied", "Don't Look Back", "Ever Fallen In Love" enquanto " It's Ok (It's Alright)" poderia ter funcionado bem como terceiro single.  

terça-feira, 31 de outubro de 2017

Beauty And The Beat - GO-GO'S


Side 1
1 Our Lips Are Sealed   2:45
2 How Much More   3:03
3 Tonite   3:33
4 Lust To Love   4:00
5 This Town   3:15  
Side 2
1 We Got The Beat   2:36
2 Fading Fast   3:32
3 Automatic   2:34
4 You Can't Walk In Your Sleep (If You Can't Sleep)   3:00
5 Skidmarks On My Heart   3:13
6 Can't Stop The World   3:22
   
As californianas Go-Go's surgem em finais da década de 70, quando o movimento Punk queimava os últimos cartuchos, e apenas se revelam em disco nos inícios da década de 80, no eclodir do movimento New Wave. Belas, aguerridas e independentes, as Go-Go's conquistaram as atenções não só por serem uma banda de miúdas enérgicas, que não tinham ninguém a dizer-lhes o que fazer e o que seguir, mas por praticarem um rock vigoroso e cativante, pleno de fervilhantes harmonias pop, sob clara influência dos movimentos mais alternativos da época e reminiscências Rock'n Roll. As Go-Go's usavam a sua graciosidade feminina mas não escondiam o seu lado mais rebelde, as suas origens são mesmo Punk, e desta combinação resultou "Beauty And The Beat", o seu registo de estreia, editado em 1981, que logo se revelou como um trabalho empolgante preenchido com um set de músicas eficazes. 

terça-feira, 24 de outubro de 2017

101 - DEPECHE MODE - CD02


1 Black Celebration   4:55
2 Shake The Disease   5:10
3 Nothing   4:36
4 Pleasure Little Treasure   4:38
5 People Are People   5:00
6 A Question Of Time   4:12
7 Never Let Me Down Again   6:40
8 A Question Of Lust   4:06
9 Master And Servant   4:29
10 Just Can't Get Enough   4:02
11 Everything Counts   6:28               


O segundo cd desta dupla edição confirma o fecho perfeito da primeira década dos britânicos Depeche Mode. O início da década de 80 marcou os primeiros passos da banda e com este registo, em formato de disco duplo e documentário em video, assiste-se ao culminar de um percurso evolutivo que chega ao fim dessa mesma década em alto nível. Não deixa de ser igualmente marcante o facto de se estar perante a edição de um duplo álbum ao vivo de uma banda de pop sintetizada enquanto a tradição dos históricos duplos álbuns ao vivo sempre esteve relacionada com grandes bandas rock em que as guitarras dominavam o palco. Um ato de coragem evidenciado pela demonstração de que uma banda apenas com sintetizadores também enche estádios...ainda para mais nos EUA, a terra do Rock'n Roll e das guitarras Fender e Gibson, um terreno difícil para a estética techno-pop pintada a tons escuros dos Depeche Mode. Em jeito de celebração, o segundo cd continua a desfilar temas icónicos do percurso da banda num ambiente quente e excitante até ao êxtase final em que a audiência fica sozinha a cantar o refrão de "Everything Counts". Os temas originais de Music For The Masses, o registo que dá origem a esta digressão, voltam a mostrar-se fundamentais através do industrializado "Nothing" e do distinto "Never Let Me Down Again" que viria a tornar-se indispensável em futuros alinhamentos. "A Question Of Lust", novamente com Martin Gore a dar voz a um tema, é aqui a única música a quebrar um pouco o balanço da corrente com o alinhamento a arrancar de seguida para um final com três peças obrigatórias que a audiência bem conhece. Pelo meio ficam as notáveis interpretações de "People Are People" e "A Question Of Time".  

terça-feira, 17 de outubro de 2017

101 - DEPECHE MODE - CD01


1 Pimpf   0:58
2 Behind The Wheel   5:49
3 Strangelove   4:54
4 Sacred   5:09
5 Something To Do   3:53
6 Blasphemous Rumours   5:09
7 Stripped   6:44
8 Somebody   4:37
9 Things You Said   4:17         

101 é o registo do último concerto dos britânicos Depeche Mode aquando da digressão Music For The Masses que decorreu entre a Europa e a América do Norte, com uma curta passagem pelo Japão, durante os anos de 1987 e 1988. Captado integralmente em Pasadena, California, este duplo registo testemunha a banda em final de tournée 
perante um Rose Bowl lotado e completamente rendido à pop eletrónica, com alguns laivos industriais, dos Depeche Mode. A dinâmica e entusiasmante prestação do quarteto britânico demonstra a entrega e confiança com que encerraram a última data da tour que para além de se focar em Music For The Masses, o álbum que originou a digressão, serve igualmente como uma excelente retrospetiva de época uma vez que aqui se encontra uma boa parte dos grandes êxitos da banda. Três temas incontornáveis de "Music For The Masses" abrem o registo que de seguida revisita o passado em "Something To Do" e "Blasphemous Rumours", antes da maquinal interpretação de "Stripped". O primeiro cd encerra com duas bonitas baladas cantadas por Martin Gore.

domingo, 8 de outubro de 2017

Christiane F. (Wir Kinder Vom Bahnhof Zoo) - ORIGINAL SOUNDTRACK


1 V-2 Schneider   3:10
2 TVC 15   3:32
3 Heroes/Helden   6:05
4 Boys Keep Swinging   3:16
5 Sense Of Doubt   3:58
6 Station To Station   8:46
7 Look Back In Anger   3:05
8 Stay   3:21
9 Warszawa   6:15         

Editado originalmente em 1981 como banda sonora da produção cinematográfica alemã "Christiane F.", este registo acaba por ser mais útil como um precioso cartão de visita de uma das fases mais interessantes da carreira de David Bowie. A ação do filme situa-se na época em que Bowie se mudou para Berlin cujo resultado foi a fantástica trilogia "Low", "Heroes" e "Lodger". A figura de Bowie é várias vezes referenciada ao longo da película e há inclusive uma cena de concerto que supostamente pertence a um espetáculo de Bowie mas, aparentemente, parece que as cenas dessa audiência terão sido na realidade captadas durante um concerto dos....AC/DC. Nenhuma das músicas desta banda sonora foi pensada ou escrita para o filme. São temas retirados da referida trilogia e ainda mais três de "Station To Station", o álbum que antecede o período de Berlin. A maior particularidade deste registo incide na versão bilingue de "Heroes", com Bowie a iniciar o tema em inglês e a passar para uma emotiva interpretação em alemão a partir do meio da música. Reza a história que a primeira gravação do tema terá mesmo sido feita em alemão. A estonteante versão ao vivo de "Station To Station", utilizada na sequência do dito concerto no filme, pertence ao álbum "Stage" que documenta a tournée de Bowie em 1978. As peças "V-2 Schneider", "Sense Of Doubt" e "Warszawa" são três instrumentais que ajudam a criar alguma ambiência de filme mas, como já foi referido, não foram de alguma forma pensadas como tal.  

terça-feira, 3 de outubro de 2017

Just One Night - ERIC CLAPTON - CD02


1 Double Trouble (O.Rush)   8:12
2 Setting Me Up (M.Knopfler)   4:38
3 Blues Power   7:19
4 Rambling On My Mind (R.Johnson)   8:49
5 Cocaine (J.J.Cale)   7:39
6 Further On Up The Road (J.Veasey/D.Robey)   7:21       

A dinâmica do segundo cd da dupla edição de "Just One Night" encontra-se totalmente imersa no poder dos Blues. A emotiva execução em "Double Trouble" e "Rambling On My Mind" é exemplar e digna de respeito por uma escola que legou todo um estilo e sensibilidade musical preponderante na evolução do rock. Como muitos outros, Clapton evoluiu dos Blues e nunca deixou de os sentir, utilizando regularmente a sua estrutura. Interessante a interpretação, na voz de Albert Lee, de "Setting Me Up", um tema "recente" escrito por Mark Knopfler para o primeiro álbum dos Dire Straits em 1978. A recuperação do peculiar tema "Blues Power" destaca-se pela sua força e exuberância, ou não tivesse sido escrito em parceria com Leon Russell, assim como a prestação de "Cocaine" é, para além de obrigatório, um momento de classe e determinação. Em jeito de encore, cabe a "Further On Up The Road" o encerrar da prestação. "Just One Night" funciona como um belo registo ao vivo que capta a qualidade de Clapton em palco, numa boa fase, apoiado por uma banda segura e eficaz.

quarta-feira, 27 de setembro de 2017

Just One Night - ERIC CLAPTON - CD01


1 Tulsa Time (D.Flowers)   4:02
2 Early In The Morning (Traditional)   7:11
3 Lay Down Sally   5:35
4 Wonderful Tonight   4:41
5 If I Don't Be There By Morning (B.Dylan/H.Springs)   4:26
6 Worried Life Blues (M.Merriweather)   8:28
7 All Our Past Times 5:00
8 After Midnight (J.J.Cale)   5:37  

Duplo registo gravado ao vivo em dezembro de 1979 no Budokan Theatre, Tokyo, durante a digressão de Backless, "Just One Night" é um testemunho magistral da essência e arte de Eric Clapton em palco numa altura em que o guitarrista britânico se encontrava em grande nível, proporcionando um brilhante registo Blues/Rock onde se sucedem alguns dos seus grandes êxitos. O registo ganha ainda mais importância quando se percebe que Clapton é aqui apoiado por uma banda de excelência onde pontua, entre outros, o exímio guitarrista Albert Lee. No primeiro cd, salientam-se os momentos blues, "Early In The Morning" e "Worried Life Blues", em que também brilha o teclista Chris Stainton, e uma vigorosa interpretação de "After Midnight". "Tulsa Time", "If I Don't Be There By Morning" e "All Our Past Times" são rock clássico e os hits "Lay Down Sally" e "Wonderful Tonight" eram passagens obrigatórias.

sábado, 23 de setembro de 2017

Dummy - PORTISHEAD


1 Mysterons   5:03
2 Sour Times   4:11
3 Strangers   3:55
4 It Could Be Sweet   4:16
5 Wandering Star   4:52
6 It's A Fire   3:44
7 Numb   3:53
8 Roads   5:02
9 Pedestal   3:39
10 Biscuit   5:01
11 Glory Box   5:04                

Em 1994 os ingleses Portishead surpreendiam com a edição de Dummy. O seu primeiro registo original revela a sensualidade da voz de Beth Gibbons associada ao estilo trip hop, eis o núcleo de um registo ambíguo. Dummy sugere um processo original de reconstrução musical, algo minimalista, evidenciado pela utilização de samplers de músicas esquecidas, ou mesmo desconhecidas, que aqui servem de base a novas músicas e a um "novo" estilo. Um sólido trabalho de estúdio por parte de Geoff Barrow, cujas programações sustentam todo um registo em que poucos são os instrumentos utilizados (destaque para os clássicos; piano Rhodes e orgão Hammond), leva a que as músicas balancem sob uma sólida componente rítmica downtempo em que Beth Gibbons surge como veludo, cantando de forma dramática e emocionada sob um cool groove. Soando vintage mas perfeitamente atuais, os Portishead diferenciavam-se então do panorama geral mostrando que também podiam ser jazz ou soul. A atmosfera enigmática de "Mysterons", reforçada pela utilização de um theremin, abre o registo de forma misteriosa indicando o caminho para um desfile de pérolas que se vão revelando peça a peça. "Roads" contêm a estrutura mais complexa do álbum em que "Sour Times", "Strangers", "Numb" e "Glory Box" se destacam pela excelência. A utilização de samplers de temas de Lalo Schifrin, Weather Report, Eric Burdon and War, Johnnie Ray e Isaac Hayes funcionam como uma visita ao passado que pode ajudar a alicerçar os caminhos do futuro.

segunda-feira, 18 de setembro de 2017

...And Justice For All - METALLICA


1 Blackened   6:40
2 ...And Justice For All   9:44
3 Eye Of The Beholder   6:25
4 One   7:24
5 The Shortest Straw   6:35
6 Harvester Of Sorrow   5:42
7 The Frayed Ends Of Sanity   7:40
8 To Live Is To Die   9:48
9 Dyers Eve   5:12 

Dois anos após o infortúnio que assolou os Metallica em 1986, que custou a vida do baixista Cliff Burton, era editado "...And Justice For All", o quarto registo longa duração, original, da banda. É um álbum poderoso, pleno de dor, raiva e sentimentos de injustiça, em que a banda norte americana extravasa demónios de forma agressiva mas calculada. Os longos temas que compõem o registo são bastante detalhados, ricos em arranjos progressivos, soando como uma orquestração de guitarras bem organizada. A contrastar, temos a questão da notória omissão do baixo de Jason Newsted, praticamente ausente das misturas finais, nunca tendo ficado esclarecido se por opção da banda ou por má gestão técnica. É um trabalho dinâmico, complexo e exigente, em que os temas passam por diversos andamentos sugerindo uma ação progressiva que resulta num registo inteligente, simultaneamente brutal e irrequieto. Autênticas pérolas como "Blackened", "...And Justice For All ", "Eye Of The Beholder", "Harvester Of Sorrow", ou " The Frayed Ends Of Sanityvivem de riffs potentes mas muito bem estruturados. "One" é a peça mais conhecida deste trabalho, uma "balada" que acaba por se transfigurar em revolta, "To Live Is To Die " é uma peça instrumental pensada para Cliff Burton na qual é declamado um pequeno texto da autoria do falecido baixista. "Dyers Eve" fecha o registo à antiga, um tema trash rápido e eficaz.

segunda-feira, 11 de setembro de 2017

AM-FM - THE GIFT - CDFM


FM
1 Driving You Slow   4:20
2 11:33   3:56
3 Cube   4:57
4 Music   4:33
5 An Answer   4:59
6 Pure   4:10
7 You Know   3:31
8 Red Light   8:51                      

Enquanto a estética de AM se define sob um conceito de sensibilidade e apreciação, FM é mais físico, radical e até experimental, funcionando como um registo provocador que motiva o ouvinte a reagir. A banda Alcobacense deixa-se envolver por uma aura criativa mais abrangente enquanto despe os preconceitos e se mostra mais à vontade, sendo praticamente impossível não sentir o vigor estimulante do seu pulsar. Não foi por mero acaso que os três singles desta dupla edição saíram de FM. "Driving You Slow", "11:33" e "Music" são dignos representantes deste exímio trabalho mas sente-se em "Cube" uma pérola oculta por esta trindade. Depois, há tempo ainda para uma rara alusão rock à la Strokes em "You Know" e um admirável final com as texturas experimentais de "Red Light". Pelo meio fica a vivacidade de "An Answer" e uma piscadela de olho a Bjork em "Pure". São percetíveis neste registo as influências evidentes e a vontade de testar variadas texturas sónicas e rítmicas. Com AM-FM, a plasticidade pop dos The Gift adquire mais detalhe, uma clara evidência do processo evolutivo da banda, e mais confiança. É um trabalho audaz, corajoso e inovador, disposto então a enfrentar, novamente, o panorama musical português. 

segunda-feira, 4 de setembro de 2017

AM-FM - THE GIFT - CDAM


AM
1 I Am AM   3:01
2 Are You Near?   5:01
3 Wallpaper   5:24
4 Wake Up   5:45
5 1977   4:41
6 Elisa   2:56
7 Bonita   4:55
8 Guess Why   7:23

Foi desde bastante cedo que os portugueses The Gift fizeram questão de mostrar que não eram apenas mais uma banda a percorrer o brando circuito da música portuguesa. Sempre demonstraram ambição e sempre lutaram por conseguir o que queriam e com quem queriam. Nesse sentido, AM-FM começa por ser mais um grande passo. Editado em formato duplo, no ano de 2004, AM-FM funciona em dicotomia numa alusão ao mundo radiofónico com a vertente AM a ser mais clássica, consciente e íntima enquanto a vertente FM se mostra mais espontânea, aguerrida e dançável. A estrutura geral de AM revela-se muito pormenorizada em pequenos detalhes. É impressionante a paleta de sons utilizados ao longo de todo o registo, inteligentemente integrados de forma a enriquecerem toda a partitura. A peculiar pop eletrónica dos The Gift começa aqui a ganhar, de facto, outra dimensão. O álbum arranca com um manifesto pessoal intitulado "I Am Am". É uma peça instrumental em que Nuno Gonçalves assume toda a componente de composição e execução evocando simultaneamente a sua posição AM. O ambiente club de "Are You Near?" consegue ser excitante e misterioso e conduz à beleza sideral de "Wallpaper" para se concluir no sussurrado "Wake Up". "1977" é a composição que mais se destaca, uma canção pop impecável e autobiográfica. "Elisa" é uma bonita canção de amor "moderno", também de caráter autobiográfico. "Bonita" vive de uma estrutura tímbrica muito rica e "Guess Why" encerra este capítulo da melhor forma. Uma combinação entre o clássico e a pop sustentada por um simples arranjo de metais e a sensibilidade de um harmonioso coro de vozes.

terça-feira, 29 de agosto de 2017

Around The_Sun - R.E.M.


1 Leaving New York   4:47
2 Electron Blue   4:11
3 The Outsiders (Feat. Q-Tip)   4:12
4 Make It All Okay   3:41
5 Final Straw   4:05
6 I Wanted To Be Wrong   4:33
7 Wanderlust   3:03
8 Boy In The Well   5:20
9 Aftermath   3:51
10 High Speed Train   5:01
11 The Worst Joke Ever   3:36
12 The Ascent Of Man   4:05
13 Around The Sun   4:28 

Vinte e um anos após a edição do primeiro álbum de originais, os norte americanos R.E.M. são uma banda patenteada que continua a criar canções hábeis e funcionais sem tendência para complicar. Around The Sun, editado em 2004, é o seu décimo terceiro registo original e expôe a experiência e maturidade da banda através de um trabalho acessível e equilibrado. São aqui evidentes as marcas de um crescente percurso em direção a uma fase mais moderada em que a banda já nada receia, eles fazem um novo disco apenas porque lhes pode apetecer fazer mais um...ou até nem fazem mais um porque não lhes apetece mesmo. Around The Sun manifesta-se como um registo limpo e harmonioso em que é possível encontrar vários momentos emblemáticos; o lindíssimo "Make It All Okay" roça a perfeição harmoniosa, "Leaving New York" presta-se como uma entrada de luxo no disco, "Boy In The Well", "Aftermath", "Ascent Of Man" ou o tema título "Around The Sun", funcionam como canções práticas para se reter na memória. Sem perderem a identidade, os R.E.M. ainda se mantêm em conformidade com a atmosfera da época através de temas como "Electron Blue", "The Outsiders" que conta com a participação do rapper Q-Tip, ou a piscadela de olho aos Radiohead em "High Speed Train", mostrando que não se encontram alheados da realidade musical. Um belo testemunho de que em 2004 os R.E.M. continuavam a ser eficazes naquilo que melhor sabem fazer, canções.

sexta-feira, 18 de agosto de 2017

Live Bursting Out - JETHRO TULL - LP02


Side A
1 Hunting Girl   5:44
2 Too Old To Rock 'n' Roll: Too Young To Die   4:23
3 Conundrum   6:55
4 Minstrel In The Gallery   5:55   
Side B
1 Cross-Eyed Mary   3:52
2 Quatrain   1:43
3 Aqualung   7:48
4 Locomotive Breath   5:58   
5 The Dambusters March (E.Coates)   3:40       

O segundo vinil da dupla edição de Bursting Out demonstra como os Jethro Tull se movem na direção do hard rock à medida em que a dinâmica do espetáculo evolui. A vertente progressiva encontra-se também bastante presente não deixando de haver cruzamentos com salientes momentos acústicos. Para além da continuidade de desfile de temas chave como "Hunting Girl", "Too Old To Rock 'n' Roll" ou "Minstrel In The Gallery", é possível ouvir neste disco as peças "Conundrum" e "Quatrain" que funcionam como interlúdios instrumentais, não constam de alguma edição original, em que os músicos, nomeadamente o guitarrista Martin Barre e o baterista Barriemore Barlow, exibem os seus dotes em aguerridos solos. O disco encerra em grande estilo com a admirável tríade, pertença do marcante álbum Aqualung, "Cross-Eyed Mary", "Aqualung" e "Locomotive Breath". No fundo, Bursting Out é um claro testemunho do imenso poderio dos Jethro Tull em palco numa das suas melhores épocas. 

domingo, 13 de agosto de 2017

Live Bursting Out - JETHRO TULL - LP01


Side A
1 No Lullaby   5:50
2 Sweet Dream   4:36
3 Skating Away On The Thin Ice Of The New Day   4:53
4 Jack In The Green   3:35      
5 One Brown Mouse   4:13
Side B
1 A New Day Yesterday   3:16
2 Flute Solo Improvisation/God Rest Ye Merry Gentlemen/Bourée (Trad.)   5:27
3 Songs From The Wood   2:31
4 Thick As A Brick   12:40           

Dez anos de carreira, várias mudanças de formação e onze álbuns depois, o excêntrico, louco e poderoso frontman Ian Anderson conduzia os Jethro Tull em mais uma digressão que ficou registada em duplo vinil, editado em 1978.  Gravado um pouco por todo o lado, algures pela europa, "Bursting Out" testemunha a intensidade dos britânicos Jethro Tull em palco servindo ao mesmo tempo como uma retrospetiva de carreira. Após um arranque mais enérgico com "No Lullaby" e "Sweet Dream" a banda entra num período acústico voltando a recuperar o entusiasmante dinamismo inicial com "A New Day Yesterday". Um concerto dos Jethro Tull nunca será completo se não incluir o peculiar solo de flauta de Ian Anderson, um improviso que passa por temas tradicionais aliado a uma curiosa técnica vocal que Ian Anderson tão bem domina. Uma breve passagem por "Songs From The Wood" e o primeiro disco desta edição fecha com uma versão mais curta, mas decisiva,  da emblemática suite "Thick As Brick".

terça-feira, 8 de agosto de 2017

After The Gold Rush - NEIL YOUNG


Side A
1 Tell Me Why   2:45
2 After The Gold Rush   3:45
3 Only Love Can Break Your Heart   3:05
4 Southern Man   5:41
5 Till The Morning Comes   1:17
Side B
1 Oh, Lonesome Me (D.Gibson)   3:47
2 Don't Let It Bring You Down   2:56
3 Birds   2:34
4 When You Dance I Can Really Love   3:44
5 I Believe In You   2:24
6 Crippled Creek Ferry   1:34     

Após ter participado na composição e gravação do mágico registo "Déjà Vu" como parte do coletivo Crosby, Stills, Nash & Young em 1970, Neil Young ainda gravou e editou, nesse mesmo ano, "After The Gold Rush", o seu terceiro trabalho original a solo. O registo foi parcialmente inspirado no guião "After The Gold Rush", escrito por Dean Stockwell e Herb Berman, pensado para um filme que nunca chegaria a ver a luz do dia. É um álbum bastante particular, centrado na vertente country-folk, que conta com a participação de poucos músicos. Quase que se pode dizer que é uma sessão para amigos. Por entre a dispersa presença dos Crazy Horse, apenas sentida em "Southern Man" e "When You Dance I Can Really Love", a curiosa participação de um muito jovem Nils Lofgren no piano e os "emprestados" Greg Reeves no baixo e Stephen Stills na voz, Neil Young revela-se como um autor autónomo que sabe qual o caminho a percorrer.

domingo, 30 de julho de 2017

We Got By - AL JARREAU


Side A
1 Spirit   4:06
2 We Got By   4:59
3 Susan's Song   5:51
4 You Don't See Me   4:52
Side B
1 Lock All The Gates   5:30
2 Raggedy Ann   3:00
3 Letter Perfect   4:15
4 Sweet Potato Pie   3:10
5 Aladdin's Lamp   4:55

Na década de 60, Al Jarreau encontrava-se dividido entre a atividade profissional como assistente social e a música. De noite cantava em bares e até chegou a gravar um disco, em 1965, que acabou por passar despercebido. Apenas em 1975, já com 35 anos de idade, Al Jarreau consegue um contrato com a Warner Bros e decide-se então a abraçar definitivamente o que se viria a tornar numa respeitável carreira musical. "We Got By" é o primeiro fruto de um tardio início de carreira e as suas consequências não ficaram por aqui. É um registo surpreendente que revela um artista já amadurecido e dono de um peculiar jogo vocal dentro dos domínios do Jazz. Al Jarreau manifesta possuir um bom controle sobre a sua virtuosa capacidade vocal sabendo expressar-se em diversas dinâmicas scat ou como um segundo instrumento. Todos os temas aqui apresentados são originais de Al Jarreau e denotam igualmente uma extrema sensibilidade musical difícil de catalogar...entre a soul e o jazz.

segunda-feira, 24 de julho de 2017

Gentlemen Take Polaroids - JAPAN


1 Gentlemen Take Polaroids   7:06
2 Swing   6:25
3 Burning Bridges   5:20
4 My New Career   3:54
5 Methods Of Dance   6:53
6 Ain't That Peculiar (W. Robinson/W. Moore/M. Tarplan/R. Rodgers)   4:40
7 Nightporter   6:57
8 Taking Islands In Africa (R. Sakamoto/D. Sylvian)   5:15  

Editado em 1980, o quarto registo oficial dos Japan evoca a singularidade da banda britânica expondo a sua classe, excelência e futurismo. Gentlemen Take Polaroids é um registo nobre e distinto que sugere a vindoura pop sintetizada dentro de uma vertente mais honrada. Detentores de uma estética particular, dentro do género Pop/Rock, os Japan encontram na emotiva expressividade de David Sylvian a sobriedade artística perfeita para transmitir um requinte delicado através de um estilo frágil e simultaneamente poderoso. Ao longo do registo, é notória uma determinada sensibilidade artística virada para o oriente, era bem conhecida a influência da cultura oriental nos Japan, com a particularidade de que este mesmo registo contêm a primeira colaboração entre David Sylvian e o pianista japonês Ryuchi Sakamoto, registada como "Taking Islands In Africa" o tema que fecha o álbum. O álbum é composto por sete temas originais e uma versão para "Ain't That Peculiar", um clássico da Soul. É também o último trabalho da banda em que participa o guitarrista Rob Dean.  

quarta-feira, 5 de julho de 2017

Mirror Moves - PSYCHEDELIC FURS


1 The Ghost In You   4:17
2 Here Come Cowboys   3:57
3 Heaven   3:27
4 Heartbeat   5:17
5 My Time   4:27
6 Like A Stranger   4:00
7 Alice's House   3:53
8 Only A Game   4:13
9 Highwire Days   4:01  

Com a banda, ou o que dela restava, já radicada nos EUA, em 1984 os britânicos Psychedelic Furs editavam Mirror Moves, o quarto registo oficial da banda, gravado em Los Angeles. É um registo mais arejado e bastante mais acessível relativamente aos trabalhos anteriores. Os sintetizadores aparecem bem salientes e a sonoridade dos Psychedelic Furs aproxima-se da vertente pop, conseguindo, ainda assim, manter algum do esplendor punk da fase inicial. Facilmente se conclui que Mirror Moves percorre caminhos que vão da corrente new romantic até ao movimento post-punk. A reforçar estas mudanças, há o inconfundível timbre vocal de Richard Butler a destacar-se por uma presença mais melodiosa. Os três primeiros temas proporcionam um esplêndido arranque sendo fulcral o seu posicionamento no alinhamento final deste registo. "Ghost In You" e "Heaven" foram singles de enorme êxito e "Here Come Cowboys" um sucesso menor mas igualmente importante. "Alice's House" distingue-se como a peça mais atrevida de um registo polido e simultaneamente marcante da fase de maior sucesso na carreira dos Psychedelic Furs.

quarta-feira, 28 de junho de 2017

Communiqué - DIRE STRAITS


1 Once Upon A Time In The West   5:14
2 News   4:11
3 Where Do You Think You're Going?   3:43
4 Communiqué   5:42
5 Lady Writer   3:38
6 Angel Of Mercy   4:29
7 Portobello Belle   4:21
8 Single Handed Sailor   4:42
9 Follow Me Home   5:42     

A deliciosa tranquilidade de Communiqué, o segundo registo oficial dos Dire Straits, editado em 1979, evidencia a jovem maturidade de uma banda de Rock'n Roll que então começava a despontar e vivia ainda o impacto do sucesso do álbum de estreia, editado no ano anterior. Sob alguma "pressão" para apresentar rapidamente um segundo álbum de forma a aproveitar o recente sucesso do trabalho anterior, os Dire Straits partiram inteligentemente para um álbum calculado e elegante sem se deixarem arrebatar em exagerados espasmos Rock. É um trabalho dominado por um groove calmo e bastante presente que assenta na quente secção rítmica enquanto os irmãos Knopfler gravavam juntos pela última vez. Acrescente-se que este álbum foi misturado no mítico estúdio Muscle Shoals Sound, Sheffield, Alabama, e produzido pelos históricos Jerry Wexler e Barry Beckett, com Beckett a constar nos créditos finais também como teclista sob o pseudónimo B.Bear.

domingo, 25 de junho de 2017

Éramos Assim - BOITEZULEIKA



1 Cão Muito Mau (Intro)   1:18
2 Cão Muito Mau   2:42
3 Cidade De Marionetas   3:07
4 Espero-te Na Estação (Comboio)   4:10
5 Marcha Sambada   5:08
6 Éramos Assim   3:50
7 Circo Do Amadeu   4:28
8 Quiseram Roubar-me Esta Noite   3:59
9 Tóxico Prostituta   3:52
10 É O Ego   4:07
11 Bolero Do Coronel Sensível Que Fez Amor Em Monsanto (Vitorino/António L. Antunes)   4:09
12 Morte Em Tempo Real   3:42
13 Adoro O Perigo   3:58
14 Bola De Sabão   5:40   

Ironicamente, "Éramos Assim" é o admirável e único registo, à data, dos Boitezuleika. Em 2004 foram a banda revelação do concurso Quinta dos Portugueses da estação de rádio Antena 3, o que valeu a gravação de um álbum a este entusiasmante coletivo originário da cidade do Porto. Ficou assim documentada a sua arte de fazer música. O álbum foi editado originalmente em 2005 e nele se pode encontrar um naipe de canções bem estruturadas dominadas por variados géneros como a bossa nova, o jazz, a música tradicional portuguesa, a música latina e o rock, claro. A tudo isto há que juntar ainda a arte de bem cantar em português. O registo é composto por treze temas bem medidos dos quais se destaca "Cão Muito Mau", o único single retirado deste trabalho. Mas há muito mais para descobrir e saborear nos 54 minutos do cd. Desde a elegância de "Cidade De Marionetas", o tropicalismo de "Marcha Sambada", a infância perdida de "Éramos Assim", um hipotético segundo single em "Tóxico Prostitutae uma belíssima recuperação do tema "Bolero Do Coronel Sensível Que Fez Amor Em Monsanto", originalmente composto por Vitorino com letra de António Lobo Antunes, há muitas histórias por contar.

quinta-feira, 15 de junho de 2017

Cacus - JOSÉ PEIXOTO e CARLOS ZÍNGARO


1 um1   4:09
2 dois2   2:41
3 três3   3:50
4 quatro4   4:07
5 cinco5   1:24
6 seis6   3:09
7 sete7   1:30
8 oito8   9:20
9 nove9   1:29
10 dez10   3:28
11 onze11   3:51
12 doze12   5:13
13 treze13   2:58         

Mais não fosse pelos dois nomes que assinam este registo, Cacus é um belo trabalho de improvisação em que a ordenação dos sons apenas obedece à criatividade artística de dois nomes credenciados da nova música Portuguesa improvisada. Editado originalmente em 2005, a beleza artística de Cacus começa por se manifestar na partilha musical entre José Peixoto, em guitarra clássica, e Carlos Zíngaro, no violino. Experiente guitarrista em variados campos musicais, José Peixoto começou por compor e gravar em casa todas as peças deste registo convidando, posteriormente, Carlos Zíngaro a colaborar nos temas já gravados enviando-lhe o trabalho e cedendo espaço para que o violinista execute livre improvisação sobre os treze temas apenas trabalhados originalmente em guitarra. No geral, manifesta-se como um registo contemporâneo de tendência experimental dominado por cordas.

terça-feira, 6 de junho de 2017

The Best Of - MARILLION


1 Garden Party (Edited Version)   4:31
2 Assassing (7" Version)   3:36
3 Kayleigh (Single Edit)   3:34
4 Lavender   3:40
5 Heart Of Lothian   3:34
6 Incommunicado   3:55
7 Sugar Mice (Radio Edit)   4:59
8 Warm Wet Circles (7" Remix)   4:21
9 Hooks In You (7" Version)   2:54
10 Easter (7" Edit)   4:28
11 Cover My Eyes (Pain & Heaven)   3:52
12 No One Can (Album Version)   4:40
13 Dry Land (7" Edit)   4:01
14 Sympathy   3:24
15 Alone Again In The Lap Of Luxury (Radio Edit)   4:26
16 Beautiful (Radio Edit)   4:22
17 Man Of A Thousand Faces   3:34
18 Between You And Me (Mark Kelly Mix)   4:12      

Edição em cd da retrospetiva que em setenta e dois minutos comprime as duas fases distintas da carreira dos britânicos Marillion. Apontando a dezoito dos muitos singles que a banda editou entre 1982 e 2001, o interesse deste registo manifesta-se nas prestações dos dois vocalistas que marcaram duas épocas claramente distintas no admirável percurso da banda. A primeira fase da banda, entre 1982 e 1988, tem na enorme presença do vocalista Fish uma figura marcante que liderou os Marillion na sua vertente mais artística. Foi a época em que a banda apostou numa sonoridade mais progressiva o que lhes valeu algumas comparações com os Genesis de Peter Gabriel. Os oito primeiros temas desta compilação dizem respeito a esta fase venerável. A difícil substituição de Fish recaiu em Steve Hogarth que liderou a banda na sua segunda existência entre 1989 e 2001, data de edição do último tema desta compilação. Hogarth encaminhou os Marillion para um novo rumo em que o rock mainstream ganhou alguma consistência e valeu à banda mais uma boa dose de êxitos, assim como um claro piscar de olho à abertura do tão desejado mercado norte-americano. Os temas incluídos nesta retrospetiva correspondem, na sua maioria, a misturas para singles e radio em vez das versões completas dos álbuns e no geral constituem uma boa mostra da versatilidade, e capacidade de adaptação, dos Marillion.

terça-feira, 30 de maio de 2017

Evolution - JOURNEY


1 Majestic   1:16
2 Too Late   2:57
3 Lovin', Touchin', Squeezin'   3:52
4 City Of The Angels   3:08
5 When You're Alone (It Ain't Easy)   3:10
6 Sweet And Simple   4:12
7 Lovin' You Is Easy   3:37
8 Just The Same Way   3:18
9 Do You Recall?   3:17
10 Daydream   4:41
11 Lady Luck   3:34 

Evolution é o quinto álbum de originais dos norte-americanos Journey, oficialmente editado em 1979. A banda é formada por músicos tecnicamente dotados e o seu som define-se como um Rock elegante, pensado e calculado para funcionar perante as massas. Utilizando uma fórmula vencedora, os Journey soam melosos quanto baste e empregam grandes doses de romantismo a um rock harmoniosamente perfeito que aqui começava a garantir êxitos aos registos da banda originária de San Francisco e Evolution firmou-se então como mais um grande passo em direção ao estatuto de super estrelas. Vários elementos passaram pelas fileiras da banda e em Evolution gravam pela segunda vez com o vocalista Steve Perry e pela primeira vez com o baterista Steve Smith, dois elementos preponderantes na sonoridade aqui obtida. Deste registo saiu o tema "Lovin', Touchin', Squeezin'", o primeiro single da banda a ocupar um lugar no Top20 americano, e outros sucessos, embora menores, como "Just The Same Way", "Too Late" e "Lovin' You Is Easy". 

terça-feira, 23 de maio de 2017

Reading, Writing and Arithmetic - THE SUNDAYS


1 Skin & Bones   4:16
2 Here's Where The Story Ends   3:54
3 Can't Be Sure   3:22
4 I Won   4:23
5 Hideous Towns   3:46
6 You're Not The Only One I Know   3:50
7 A Certain Someone   4:25
8 I Kicked A Boy   2:16
9 My Finest Hour   3:59
10 Joy   4:10

Editado originalmente em 1990, o álbum de estreia dos britânicos The Sundays é um simpático cartão de visita, embalado pelo caraterístico timbre da vocalista Harriet Wheeler e pelo carisma do single "Here's Where The Story Ends". A banda foi formada em 1987 tendo apenas apresentado o seu primeiro single, "Can't Be Sure", no ano anterior ao deste registo e que aqui aparece incluído no alinhamento. No início de uma nova década, os The Sundays apresentavam-se ainda como herdeiros da sonoridade pop indie mais inteligente que caraterizou o rico movimento musical britâncio da década de 80. É um trabalho sóbrio, dominado por etéreas canções pop, funcionais e inteligentes, onde as guitarras de David Gavurin tem um presença fulcral na estrutura final do registo. Contas feitas, é legítimo afirmar-se que aqui os The Sundays soam como uma fusão dos The Smiths com os Cocteau Twins.

terça-feira, 16 de maio de 2017

Hot Trip To Heaven - LOVE AND ROCKETS


1 Body And Soul   14:14
2 Ugly   7:25
3 Trip And Glide   5:19
4 This Heaven   7:08
5 No Worries   7:13
6 Hot Trip To Heaven   7:34
7 Eclipse   2:18
8 Voodoo Baby   3:25
9 Be The Revolution   6:43
10 Set Me Free   2:44       

"Hot Trip To Heaven", o quinto registo oficial dos Love And Rockets, foi editado originalmente em 1994. O álbum reflete-se numa calorosa viagem, debaixo de um semblante carregado, em que a banda britânica aponta destemidamente a um novo estilo sob uma estrutura "pesada",  bastante minimal  e mais eletrónica do que o habitual. São reflexos evidentes da nova década, a banda não editava desde 1989. É um trabalho algo indefinido, com menos harmonias e bastante focado no movimento de dança britânico cujo groove dominou fortemente uma boa parte das bandas inglesas no arranque dessa mesma década. O registo é dominado por longos temas hipnóticos em downtempo que embalam o corpo e convidam a uma irresistível dança lenta e sensual. Depois, há o cool ambiente jazzy de "Voodoo Baby" que sugere alguma influência de Angelo Badalamenti...olá Twin Peaks...olá Audrey Horne...e a aragem oriental transmitida pela presença bem destacada de Natacha Atlas na percussão e em algumas vocalizações, um grande reforço no ambiente místico deste registo. Destaque para a pura magia de "Trip And Glide", para o magnetismo de "This Heaven" e para o distinto "Be The Revolution".  

segunda-feira, 8 de maio de 2017

Earth . Sun . Moon - LOVE AND ROCKETS


1 Mirror People   4:05
The Light   4:13
3 Welcome Tomorrow   3:34
4 No New Tale To Tell   3:26
5 Here On Earth   3:05
6 Lazy   3:11
7 Waiting For The Flood   3:35
8 Rainbird   3:16
9 The Telephone Is Empty   3:56
10 Everybody Wants To Go To Heaven   5:10
11 Earth, Sun, Moon   3:30
12 Youth   4:37
13 Mirror People (Slow Version)   4:26      

Ao terceiro álbum de originais, editado em 1987, os Love And Rockets conseguem realmente atingir o céu. A descompressão acústica de "Earth, Sun, Moon" reflete a conjunção perfeita dos elementos naturais e a banda consegue aqui um registo celestial rico em distintas harmonias. A simplicidade das músicas é talhada na estética alva, quase angelical, com que a banda se apresenta. O registo inicia-se bem terreno com o arranque elétrico de "Mirror People" e a ascensão celestial começa a desenhar-se logo em "The Light", com "Welcome Tomorrow" e um notável "No New Tale To Tell" a darem igualmente um ar da sua graça no firmamento. "Here On Earth" e "Lazy" retornam discretamente à eletricidade terrestre mas daqui para a frente os temas sucedem-se numa espiral acústica com "Waiting For The Flood" e "Everybody Wants To Go To Heaven" a destacarem-se pela sua forte capacidade emocional. Uma nova mistura para "Mirror People" em slow version, ausente na edição original em vinil, fecha o registo em Cd.

quarta-feira, 3 de maio de 2017

Seventh Dream Of Teenage Heaven - LOVE AND ROCKETS


1 If There's A Heaven Above (Canada Mix)   4:27
2 A Private Future   5:04
3 The Dog-End Of Day Gone By   7:38
4 The Game   5:05
5 Ball Of Confusion (USA Mix) (N.Whitfield/B.Strong)   6:16
6 Seventh Dream Of Teenage Heaven   6:35
7 Haunted When The Minutes Drag   7:57
8 Saudade   4:55
9 God And Mr. Smith (Mars Mix)   4:48    

É inevitável falar dos Love And Rockets sem mencionar os Bauhaus. Após o final da mítica banda em 1983 e de uma tentativa de reunificação, recusada por Peter Murphy, os restantes elementos dos Bauhaus formam os Love And Rockets e em 1985 lançam "Seventh Dream Of Teenage Heaven", o primeiro registo oficial da nova banda. Logo à primeira audição percebe-se que o caminho dos Love And Rockets é outro. Para trás ficaram tempos mais nebulosos e sombrios que agora foram substituídos por um groove mais colorido e aberto onde a harmonia e o psicadelismo são a base de uma interessante Pop alternativa com laivo indie. Se os Bauhaus eram arte os Love And Rockets são rock'n roll. As vozes doces e melodiosas de Daniel Ash e David J. aliadas a uma poderosa secção rítmica que vive da criativa interação entre a bateria de Kevin Haskins e o baixo de David J. enquanto as guitarras de Daniel Ash conseguem manter algum do caráter habitual, e o som dos Love And Rockets está feito para encantar. Neste registo, a banda conta ainda com o apoio de John A. Rivers na produção e nos teclados. A edição em Cd contêm a excitante versão, editada originalmente em Maxi-Single, de "Ball Of Confusion", tema original dos Temptations, e uma nova mistura para "If There's A Heaven Above", agora descrita como "God And Mr.Smith" sob a forma de um instrumental com samplers. 
É caso para se dizer que os Bauhaus sem Peter Murphy soam a ... Love And Rockets.

segunda-feira, 24 de abril de 2017

We Want Miles - MILES DAVIS


1 Jean-Pierre   10:39
2 Back Seat Betty   8:12
3 Fast Track   15:13
4 Jean-Pierre   3:56
5 My Man's Gone Now (Heyward /G. Gershwin)   20:05
6 Kix   18:35  

Após um hiato de cinco anos marcado pela doença e pelas drogas, Miles Davis regressa aos palcos em 1981 mais eletrizante do que nunca. É um Miles renascido que surge numa nova época, com uma nova banda e com um novo estilo. Durante toda a sua carreira, Miles Davis fez sempre questão de se mostrar inserido no contexto da época e aqui mostra estar novamente atualizado tendo a clara noção de que era preciso adaptar-se novamente a um novo período e deixar o seu estilo mais clássico para trás, a história encarregar-se-ia de lhe fazer a devida justiça. Rodeado por jovens músicos, que procuravam o seu lugar no indefinido panorama musical do Jazz do início da década de 80, Miles foi estimulado por este sangue novo que praticava um Jazz elétrico influenciado pelas correntes Funk e Rock. Apenas o baterista Al Foster mantêm aqui alguma ligação entre o passado musical mais recente e o Miles renovado. O álbum regista seis temas captados nesta primeira digressão, após o regresso de Miles, e evoca seis distintas prestações deste novo e vigoroso sexteto. Dos seis temas do álbum apenas dois não são inéditos; "Back Seat Betty" faz parte do alinhamento do álbum "The Man With The Horn" e "My Man's Gone Now" é um original de George Gershwin que Miles gravou em 1958 com a orquestra de Gil Evans. O restante material apenas foi utilizado no decorrer desta digressão.

segunda-feira, 10 de abril de 2017

Manifold - STEVE LEHMAN QUARTET


1 Interface D   5:37
2 Is This Rhythm?   2:35
3 Dusk (A.Hill)   11:20
4 Interace F   5:51
5 Interface C   5:01
6 Cloak & Dagger   5:41
7 Interface A   4:45
8 Berceuse (J.Finlayson)   6:08
9 For Evan Parker   3:51   

"Manifold" funciona como o registo que testemunha alguns dos momentos da passagem do Quarteto de Steve Lehman no Jazz Ao Centro - Encontros Internacionais de Jazz de Coimbra, em 2007. O cd foca-se em momentos captados durante as três noites em que o quarteto se apresentou no salão Brazil. 
É uma atuação plena onde a sonoridade contemporânea do quarteto é sustentada por modernas texturas de jazz em que os músicos se movimentam livremente mas de forma organizada. A estrutura musical aproxima-se bastante da estética avant-garde,  não dispensando a velha estrutura clássica do Jazz o que garante uma certa estabilidade. Os quatro músicos interagem de uma forma espontânea, refletindo uma forte e expressiva musicalidade inerente ao elevado nível de execução e improviso onde os diálogos entre o saxofone de Steve Lehman e o trompete de Jonathan Finlayson se sucedem numa espiral de criação e da procura espiritual dos elementos. Donos de uma destreza e domínio individual,  Nasheet Waits na bateria e John Hebert no contrabaixo formam a potente linha rítmica que tanto acompanha como espevita a outra metade do quarteto. "Manifold" é um registo aguerrido e deveras entusiasmante.