terça-feira, 29 de dezembro de 2015

New Jersey - BON JOVI


Side A
1 Lay Your Hands On Me   5:58
2 Bad Medicine   5:14
3 Born To Be My Baby   4:38
4 Living In Sin   4:36
5 Blood On Blood   6:14
Side B
1 Homebound Train   5:09
2 Wild Is The Wind   5:04
3 Ride Cowboy Ride   1:24
4 Stick To Your Guns   4:43
5 I'll Be There For You   5:43
6 99 In The Shade   4:25
7 Love For Sale   3:56 

Em "New Jersey", editado em 1988, Jon Bon Jovi segue a mesma fórmula comercial (Pop/Metal) utilizada no álbum anterior mas apruma-se aperfeiçoando mais a estrutura através de arranjos mais cuidados e tornando o registo mais equilibrado. As temáticas continuam as mesmas com histórias de primeiros encontros, aventuras de adolescência e o fascínio pelo mito do cowboy, enquanto o registo musical aparece mais detalhado com muitos coros, solos mais pormenorizados e perfeitas canções Pop que cativam pelos refrões fáceis de decorar e pela enérgica, jovial e gritante, interpretação de Jon Bon Jovi. Mais uma vez são vários os hits que compõem o alinhamento mas destaco apenas a força impressionante de "Born To Be My Baby" que tem qualquer coisa de Bruce Springsteen, a poderosa balada "I'll Be There For You" com harmonia "emprestada" pelos Beatles e o puro Hard Rock de "Homebound Train". 
"New Jersey" revela ser mais uma lufada de vistoso Soft Metal feito para vencer.

terça-feira, 22 de dezembro de 2015

Slippery When Wet - BON JOVI


Side A
1 Let It Rock   5:20
2 You Give Love A Bad Name   3:39      
3 Livin' On A Prayer   4:03
4 Social Disease   4:15
5 Wanted Dead Or Alive   5:05
Side B
1 Raise Your Hands   4:14
2 Without Love   3:27
3 I'd Die For You   4:29
4 Never Say Goodbye   4:47
5 Wild In The Streets   3:52 

Editado originalmente em 1986, "Slippery When Wet" colocava Jon Bon Jovi nas bocas e nos tops do mundo. Preenchido com quatro singles de êxito, "You Give Love A Bad Name", Livin' On A Prayer", "Wanted Dead Or Alive" e "Never Say Goodbye", o vistoso aparato Pop Metal meloso da banda mostrava ser um produto Americano de fórmula funcional que então arrasou os Tops. As emotivas canções, aliadas à cativante garra e força de Bon Jovi, resultaram de forma eficaz e colocaram definitivamente a banda como uma referência da versão mais comercial do Metal. Tendo a seu lado a presença fundamental do Guitarrista Richie Sambora, os seus riffs são essenciais na sonoridade do álbum, Jon Bon Jovi percorre o álbum como um rebelde que canta amores perdidos, aventuras adolescentes dos primeiros encontros, os problemas laborais e que viaja como um cowboy solitário no seu cavalo de aço, uma figura com que o povo facilmente se identifica. 
Curioso o facto do último tema "Wild In The Streets" ser a única peça deste registo que Jon Bon Jovi assina sozinho e por ser um tema que lembra a forma de compor e interpretar da outra face conhecida de New Jersey, o Boss Bruce Springsteen.

segunda-feira, 14 de dezembro de 2015

Lloyd Cole - LLOYD COLE


Side A
1 Don't Look Back   3:38
2 What Do You Know About Love?   4:06
3 No Blue Skies   4:07
4 Loveless   4:07
5 Sweetheart   4:28
6 To The Church   2:22
7 Downtown   5:12
Side B
1 A Long Way Down   5:20
2 Ice Cream Girl   3:02
3 Undressed   3:01
4 I Hate To See You Baby Doing That Stuff   3:56   
5 Waterline   2:56
6 Mercy / Killing   5:07         

Em 1990 Lloyd Cole lança de forma destemida o seu primeiro registo oficial sem os Commotions. Gravado e misturado em Nova Iorque o álbum homónimo mostra a sobriedade Britânica de Lloyd Cole em terras Norte-Americanas acompanhado por dois elementos improváveis como o Baterista Fred Maher, que também assume a Produção, e o Guitarrista Robert Quine, dois elementos que juntos partilharam momentos em álbuns e concertos de Lou Reed entre outros. Lloyd Cole apresenta-se neste álbum com uma sonoridade um pouco mais suja que o habitual mas consegue manter a mesma postura com que nos tinha presenteado nos registos anteriores pelo que o álbum assenta por vezes numa sonoridade Pop/Rock mais Americana em que a dinâmica Bateria de Fred Maher demonstra algum poderio rítmico e com o fraseado de Robert Quine na Guitarra a evidenciar-se distinto no resultado final. A presença de Blair Cowan no orgão Hammond, o único elemento dos Commotions que acompanha Lloyd Cole neste registo, é também notória e preponderante para o nível de qualidade atingido neste trabalho.
Momentos como "What Do You Know About Love?", "Sweetheart", Downtown", "I Hate To See You Baby Doing That Stuff" e "Mercy/Killing" demonstram um trabalho mais aguerrido enquanto temas como "Don't Look Back", "No Blue Skies", "A Long Way Down" e "Waterline" salientam-se por uma sonoridade virtuosa, madura e inteligente, com as restantes peças a aproximarem-se da sonoridade anterior com os Commotions. Um registo eficaz a roçar a perfeição.  

domingo, 6 de dezembro de 2015

Ser Maior - Uma História Natural - DELFINS - LP03


Lado E - Acto II
1 O Último Capítulo   5:04
2 Chrysallis (Instrumental)   4:03
3 Não Eras Só Uma   3:37
4 Esperança   4:05
Lado F - Acto II
1 1ª Canção D'Amor   5:17
2 Os Melhores Anos Das Nossas Vidas   3:35
3 Alto Na Serra   3:51
4 Pairando Nas Nuvens (Instrumental)   3:28   
5 Abertura (A Metamorfose)   2:57   

E ao terceiro vinil da tripla edição de Ser Maior termina a aventura do Delfim. Uma obra maior criada pelos Delfins que no seu todo excede o processo de trabalho comum da banda tendo como resultado uma peça calculada e elaborada com gosto e ambição mercê da liberdade de criação e produção alcançada com a utilização do novo estúdio da banda o que lhes permitiu criar uma obra já sonhada e que só assim conseguiram finalmente gravar e produzir apenas sob o seu critério.
O último capítulo desta fábula fica assinalado por um alinhamento menos coerente a nível produtivo mas ainda assim preenchido com alguns momentos relevantes. A tentativa Hard Rock em "Esperança" e "1ª Canção de Amor" apresenta-se desproporcional e o instrumental "Chrysallis" limita-se a ser um mero separador sendo a sequência iniciada com "Os Melhores Anos Da Nossa Vida" o ponto mais intenso do disco final que encerra de forma cénica sob a égide da metamorfose.
Os préstimos e a experiência de Pedro Ayres de Magalhães como músico e compositor "emprestado" ajudaram certamente a criar alguma consistência na elaboração desta obra mas Fernando Cunha é seguramente o homem por trás deste álbum assegurando a Produção e a direção musical e revelando-se como um Guitarrista exemplar sempre presente com frases dinâmicas e muito bem colocadas, um nobre trabalho de Guitarras que consolida a qualidade das peças deste registo. 
Ser Maior é revelador de uma imensa Portugalidade.

segunda-feira, 30 de novembro de 2015

Ser Maior - Uma História Natural - DELFINS - LP02

Lado C - Acto I
1 Oração   4:20
2 A Queda De Um Anjo   5:05
3 Manhã Perdida   4:37
4 Viagens Da Mente (Instrumental)   2:31
Lado D - Acto II
1 + Amor   3:39
2 Revelações   4:24
3 Flirtin' (Instrumental)   1:17
Soluçando   5:00   

O segundo disco da tripla edição em vinil faz a transição entre os actos, I (A Travessia) e II (Revelações), desta peça concetual, elaborada e calculada de forma inteligente para contar a história do Delfim que sonhava viver entre os homens. Estruturado de forma teatral, sendo musicalmente perfeito como banda sonora, Ser Maior encontra-se muito distante do convencional trabalho Pop a que os Delfins sempre nos habituaram. 
O acto I fecha de forma significativa em estilo progressivo com "Oração" e "Manhã Perdida" como peças maiores, "A Queda De Um Anjo" como um grande Single e "Viagens Da Mente" a desempenhar o papel de separador de fases através de um instrumental Roqueiro em que Rui Fadigas e Fernando Cunha trocam de posições. O acto II abre em forma de espiritual com "+ Amor" para depois se manifestar com uma sonoridade mais moderna em "Revelações" que se mantêm nos restantes temas evidenciado a chegada aos anos 90. "Soluçando" encerra este disco como uma intensa e expressiva balada.

terça-feira, 24 de novembro de 2015

Ser Maior - Uma História Natural - DELFINS - LP01



Lado A - Acto I
1 Abertura   5:25
2 Travessia   3:57
3 Ser Maior   6:00
4 A Estrela Da Vida   5:10
Lado B - Acto I
1 Sal   3:27
2 Novos Rumos   6:53
3 A Casa Em Sintra   5:02
4 Ao Passar Um Navio   4:28          

"Ser Maior - Uma História Natural" é um trabalho concetual editado pelos Delfins em formato de triplo vinil no ano de 1993. É uma viagem de descoberta, metamorfose e ascensão, documentada em dois atos, para a qual os Delfins chamaram Pedro Ayres de Magalhães que participa ativamente em todo o registo como músico e compositor. Gravado no estúdio "1 Só Céu", pertença dos Delfins e inaugurado neste mesmo ano com a gravação deste trabalho, o álbum revela uma clara mudança de percurso, um arrojo permitido por a banda poder trabalhar com os seus próprios meios e não estar dependente de horários e datas. Concebido como uma estrutura perfeita, à medida dos históricos trabalhos progressivos criados na década de 70 em Inglaterra, o primeiro disco integra o primeiro acto (sub-titulado como "A Travessia") e introduz-nos na obra através da faustosa apresentação de "Abertura" que dá mote ao destino da "Travessia", o momento de viagem, que aspira atingir a peça épica que é "Ser Maior" procurando o caminho através da "Estrela Da Vida". No lado B, "Sal" manifesta o reconhecimento da origem do "ser" enquanto "Novos Rumos" revela o melhor momento do primeiro disco e "A Casa Em Sintra" revela Fernando Cunha como um excelente intérprete. "Ao Passar Um Navio" fecha o alinhamento como o Single da edição. 
"Ser Maior" começa por se apresentar como um trabalho muito bem conseguido e com um notório aproveitamento de uma boa parte do legado musical Português revelando claramente a aureola de um dos trabalhos do género mais bem conseguidos em Portugal.         

segunda-feira, 16 de novembro de 2015

Exile On Main Street - ROLLING STONES - LP02


Side A
1 Happy   3:00
2 Turd On The Run   2:33
3 Ventilator Blues   3:24
4 Just Wanna See His Face   2:49
5 Let It Loose   5:16
Side B
1 All Down The Line   3:46
2 Stop Breaking Down   4:34
3 Shine A Light   4:11
4 Soul Survivor   3:46 

No segundo disco desta edição em vinil começamos logo por encontrar Keith Richards como a voz principal em "Happy", tema que doravante passou a ser obrigatório nos alinhamentos dos concertos dos Rolling Stones. Sendo "Happy" um tema Rock'n Roll ao melhor estilo dos Stones são de seguida os Blues que voltam a encher o olho com um acelerado "Turd On The Run", um inspirado "Ventilator Blues" e a captação suja e direta de "Just Wanna See His Face" terminando este lado com "Let It Loose", a balada de serviço. Os últimos quatro temas registam o lado mais equilibrado desta dupla edição em quatro momentos chave de soberania Soul onde apenas destoa "Stop Breaking Down", outra grande peça de Blues. "Shine A Light" é divino, uma notória presença de Billy Preston no Orgão e "Soul Survivor" fecha de forma aguerrida completamente expressivo como a alma vitoriosa que conseguiu enfrentar as adversidades da altura.  
"Exile On Main Street" são os Rolling Stones no seu melhor. A trabalhar e a viver fora de portas os Rolling Stones agarraram-se ao que melhor sabem fazer e exploraram da melhor forma a escola que sempre os influenciou e assim criaram aquele que será um dos seus trabalhos mais "negro". Neste "exílio" foram acompanhados pelo habitual Ian Stewart no Piano e pelos Metais, sempre presentes, de Bobby Keys e Jim Price, Saxofone e Trompete/Trombone respetivamente. Mick Jagger toca Harmónica em grande parte dos temas.         

terça-feira, 10 de novembro de 2015

Exile On Main Street - ROLLING STONES - LP01


Side A
1 Rocks Off   4:29
2 Rip This Joint   2:22
3 Shake Your Hips   2:57
4 Casino Boogie   3:31
5 Tumbling Dice   3:42
Side B
1 Sweet Virginia   4:23
2 Torn And Frayed   4:15
3 Sweet Black Angel   2:51
4 Loving Cup   4:21        

1972, o ano da edição oficial do duplo álbum "Exile On Main Street", foi um ano de excessos. Exilados em França, numa "declarada" fuga ao fisco Britânico, os Rolling Stones isolaram-se  na grande e húmida cave de Nellcôte, a vila do século XIX que Keith Richards adquirira na Riviera Francesa, onde passaram as noites quentes do Verão de 1971 a compor e a gravar aquele que foi um dos seus maiores e mais genuínos registos. Em França os Rolling Stones enfrentaram uma nova realidade, fora dos habituais estúdios de gravação, o que parece ter inspirado a banda a trabalhar numa sonoridade mais áspera e mais orientada na direção dos Blues que desde cedo inspiraram Jagger e Richards. Apesar da sobriedade Rock em "Rocks Off" e "Loving Cup", do Soul clássico de "Tumbling Dice" ou do Country Folk de "Sweet Virginia", "Torn And Frayed" e "Black Angel" neste primeiro disco sentem-se os Blues em toda a extensão. "Shake Your Hips" e "Casino Boogie" são autênticos e ainda sobra espaço para o clássico Rock'n Roll de "Rip This Joint". 

terça-feira, 3 de novembro de 2015

The Last Emperor - ORIGINAL SOUNDTRACK


Side A
 RYUICHI SAKAMOTO
1 First Coronation   1:46
2 Open The Door   2:53 
3 Where Is Armo?   2:24
4 Picking Up Brides   2:37
5 The Last Emperor - Theme Variation 1   2:18
6 Rain (I Want A Divorce)   1:48   
7 The Baby (Was Born Dead)   0:55
8 The Last Emperor - Theme Variation 2   4:27  
9 The Last Emperor - Theme   5:48
Side B
 DAVID BYRNE 
1 Main Title Theme (The Last Emperor)   3:59
2 Picking A Bride   1:58
3 Bed   4:57
4 Wind, Rain And Water   2:14  
5 Paper Emperor (Traditional / D. Bright / D. Byrne)   1:46
 CONG SU
6 Lunch   4:51
7 Red Guard (Traditional / The Red Guard) - THE RED GUARD ACCORDION BAND   1:19
8 The Emperor's Waltz (J. Strauss Jnr.) - THE BALL ORCHESTRA OF VIENNA   3:04   
9 The Red Guard Dance (Traditional / The Girls Red Guard Dancers) - THE GIRLS RED GUARD DANCERS   0:37

Premiado com 9 óscares em 1988, incluindo o óscar para melhor banda sonora, o filme de Bernardo Bertolucci "The Last Emperor" (O Último Imperador) retratava de forma rigorosa a época do último imperador da China Imperial, cumprindo com um guarda-roupa exigente e uma banda sonora à altura. O álbum que regista a banda sonora divide-se pelas composições de Ryuichi Sakamoto, que preenchem totalmente o lado A do vinil, David Byrne, que contribui com cinco momentos no lado B, e uma peça isolada de Cong Su. Para além dos três compositores há ainda três faixas originais, recuperadas, que fecham o registo e que conferem um toque de autenticidade à obra criada.
As peças de Ryuichi Sakamoto evocam, dramaticamente, o exotismo e a ação do filme através de orquestrações cabalmente criadas com a inclusão de instrumentos musicais orientais que reforçam o ambiente assim como a grandiosa fotografia e tradicionalismo do filme. No lado B do registo, David Byrne contribui com o ritmo mantendo o exotismo e o tradicionalismo. Com as suas composições surgem as percussões e os seus temas transmitem algum júbilo à obra. Cong Su, o terceiro compositor creditado nesta banda sonora, contribui com o tema mais oriental através de uma misteriosa peça, sem orquestração, apenas executada com instrumentos orientais.     

domingo, 25 de outubro de 2015

Rendezvous - SANDY DENNY


Side A
1 I Wish I Was A Fool For You (R. Thompson)   4:25
2 Gold Dust   3:54
3 Candle In The Wind (B. Maupin / E. John)   4:08
4 Take Me Away   4:23
5 One Way Donkey Ride   3:34
Side B
1 I'm A Dreamer   4:45
2 All Our Days   7:25
3 Silver Threads And Golden Needles (J. Rhodes / D. Reynolds)   3:40
4 No More Sad Refrains   2:48

Dividida entre o Folk, o Rock, o Jazz e até um momento único com arranjo orquestral, Sandy Denny percorria aqui diferentes caminhos provavelmente em busca de um encaixe e pode-se afirmar que encaixa bem em todos os géneros. Rendezvous foi editado originalmente em 1977 tendo sido o último registo gravado por Sandy Denny que viria a falecer prematuramente cerca de um ano depois desta edição. Este álbum testemunha uma fase mais aberta da vocalista, que esteve sempre associada aos Fairport Convention onde passou por duas vezes, e conta com um extenso leque de músicos convidados que não se encontram creditados individualmente nas músicas. Não é um trabalho equilibrado na medida em que tem pontos muito altos e alguns dispensáveis, tal como a desnecessária versão de "Candle In The Wind". O registo começa muito bem com "I Wish I Was A Fool For You" e o cheirinho a Jazz de Gold Dust" (olá Joni Mitchell!) com os momentos altos a prosseguirem ainda com "Take Me Away", uma portentosa balada de Blues que parece ter sido "tirada" a Janis Joplin. Depois segue-se o momento Folk "One Way Donkey Ride" e ao passar para o lado B encontramos a balada Pop "I'm A Dreamer", com arranjo de cordas, seguida do momento lírico representado pela peça orquestral "All Our Days". Por fim as baladas "Silver Threads And Golden Needles" e "No More Sad Refrains" a transmitirem algum travo Country/Folk ao álbum.

segunda-feira, 19 de outubro de 2015

The Moneyman - KIEM


Side A
1 The Moneyman 2   6:16
Side B 
1 The Moneyman 3 (Instrumental)   6:37

Os  Holandeses KIEM (abreviação para Klank Improvisatie Elektronische Muziek) são um trio composto por Huub Kentie nos Sintetizadores e Voz, Cees 'IJzermans' Meurs na Bateria e Jos Valster nos Saxofones. Os KIEM são donos de uma sonoridade Pop/Rock de base Eletrónica e basicamente tocam/improvisam por cima dessa base mas a grande particularidade deste projeto reside na Bateria de Cees Meurs composta por partes de metal como tambores de petróleo, uma bigorna, um sino de um navio entre outras mais.
O single The Moneyman, aqui apresentado em formato de 12", foi editado em 1986 e é composto por duas versões do tema, a normal e a instrumental. O tema assenta numa frase e num ritmo sequenciado que ditam a estrutura minimal da peça sob a qual a banda vai tocando. Na versão instrumental a Voz é substituída por uma Acordeão que transmite algum caráter popular ao tema.

quinta-feira, 15 de outubro de 2015

Gammapolis - OMEGA



Side A
1 Dawn In The City   7:10
2 Lady Of The Summer Night   4:32
3 Rush Hour   4:39
4 Return Of The Outcast   4:25
Side B
1 Start   2:25
2 Gammapolis   4:03
3 The Man Without A Face   2:02
4 Silver Rain   5:16
5 Gammapolis 2   7:21

Gammapolis é pura ficção cientifica. É uma viagem sideral conduzida pelos Omega, a banda Rock Húngara com maior projeção e que em 1978 se elevou ao topo com a edição deste registo utópico preenchido pelo ambiente espacial criado pelos Teclados de Lásló Benko e pelos melodiosos solos de Guitarra de Gyorgy Molnár. O fantástico arranque com o etéreo "Dawn In The City" começa logo por transmitir um ambiente incrível que é ainda mais acentuado pelo glamour de "Lady Of The Summer Night", uma imagem inebriante da década de 1970. O Rock 'n Roll de "Rush Hour" vem quebrar a magia por um bocado e "Return Of The Outcast" até distrai a atenção mas o lado B traz mais, começando com o interlúdio "Start" que não é mais do que a preparação da emotiva partida para "Gammapolis" com a viagem interstelar a concretizar-se em "Gammapolis 2". Pelo meio ficam um deslocado "The Man Without A Face" em contraste com a magnificência e força de "Silver Rain", uma poderosa e intensa balada. 
Esta é a versão Inglesa de Gammapolis, existe também a versão Húngara e ambas tem alinhamentos diferentes. Este registo pleno de Space Rock manifesta-se como o ponto alto dos Omega mantendo o estatuto do álbum mais vendido na Hungria.

quinta-feira, 8 de outubro de 2015

The Hall Of Floaters In The Sky - OMEGA


Side A
1 Movin' World   6:33
2 One Man Land   5:52
3 Magician   6:03
Side B
1 The Hall Of Floaters In The Sky   3:25
2 Never Feel Shame   8:15
3 20th Century Town Dweller   6:46

Oriundos da Hungria os Omega sempre foram um caso sério no panorama musical do seu País e bastante conhecidos pela qualidade dos seus concertos. Iniciaram atividade em 1962 sendo a primeira banda Rock Húngara e com a edição deste registo em 1975 abraçam de forma magistral o Rock Progressivo. The Hall Of Floaters In The Sky contem todos os ingredientes necessários que identificam o género manifestando-se ainda assim como um trabalho bastante acessível. Liderados pela Voz presente de Janos Kóbor, são aqui denunciadas as origens Rock dos Omega através dos riffs da Guitarra Elétrica de Gyorgy Molnár. A sonoridade Progressiva da banda neste registo é sustentada pelos vários Teclados de Lásló Benko e por uma forte secção rítmica onde pontuam o Baterista Ferenc Debreceni e o Baixista Tamas Mihaly. Os seis temas que preenchem esta edição são emblematicamente caraterísticos do género Progressivo então em voga, com os Omega a não atingirem a grande complexidade dos mestres mas a manifestarem-se como uma formação capacitada e estruturalmente eficaz. Os momentos fundamentais estão centrados nos temas "Never Feel Shame", "20th Century Town Dweller" e "Movin' World".  

quarta-feira, 30 de setembro de 2015

Getting Sentimental - BILL EVANS


1 I Should Care (S. Cahn / A. Stordahl / P. Weston)   4:56
2 How My Heart Sings (E. Zindars)   5:15
3 Gary's Theme (G. McFarland)   4:46
4 I'm Getting Sentimental Over You (G. Bassman / N. Washington)   4:42
5 Quiet Now (D. Zeitlin)   5:31
6 Re: Person I Knew (B. Evans)   4:56
7 The Peacocks (J. Rowles)   6:10
8 Emily (J. Mandel /  J. Mercer)   4:56
9 Song From M*A*S*H* (Suicide Is Painless) (J. Mandel / M. Altman)   4:49
10 Turn Out The Stars (B. Evans)   5:09
11 When I Fall In Love (V. Young / E. Heyman)   4:17
12 In Your Own Sweet Way (D. Brubeck)   6:13
13 But Beautiful (J. Van Heusen / J. Burke)   5:32
14 I Love You (C. Porter)   5:08

Gravado ao vivo no Village Vanguard, Nova Iorque, a 15 de Janeiro de 1978, este registo pertence à coleção pessoal de Mike Harris, um fã de Bill Evans que com alguma regularidade assistia e gravava em fita, sempre com autorização local, os concertos do Pianista no mítico clube. Esta gravação surge oficialmente ao público vinte e cinco anos após a sua gravação com o intento de partilhar momentos que serão mais direcionados para fãs atentos de Bill Evans. O principal motivo de interesse/curiosidade nesta sessão, para além de ser uma rara oportunidade de ouvir esta formação, assenta no facto desta atuação corresponder precisamente à noite em que o Contrabaixista Michael Moore prestava provas perante Bill Evans que procurava então um sucessor para Eddie Gomez. Michael Moore passou a prova mas apenas ficou com Evans durante seis meses não aguentando a pressão emocional de estar tão perto de tal personalidade que também evidenciava uma nova abordagem musical, Evans estava a tocar mais rápido e de forma mais complexa. 
Sendo uma gravação pessoal, captada no meio ambiente da sala, não se pode daqui esperar uma grande qualidade sonora mas mesmo assim apresenta-se uma gravação bastante satisfatória apenas com o senão de se ouvir a Bateria de Philly Joe Jones um pouco acima do resto o que evidencia que muito provavelmente Mike Harris terá captado a banda estando situado muito perto da Bateria mas este pormenor não compromete o registo, que acaba por ser histórico.        

segunda-feira, 21 de setembro de 2015

Phenix - CANNONBALL ADDERLEY


1 Hi-Fly (R. Weston)   6:04
2 Work Song (N. Adderley)   6:28
3 Sack O' Woe (J. Adderley)   5:06
4 Jive Samba (N. Adderley)   5:19
5 This Here (B. Timmons)   7:12
6 The Sidewalks Of New York (J. Blake / C. Lawlor)   5:37
7 Hamba Nami (J. Adderley)   5:24
8 Domination (J. Adderley)   6:55
9 74 Miles Away (J. Zawinul)   5:58
10 Country Preacher (J. Zawinul)   4:26
11 Stars Fell On Alabama (M. Parish / F. Perkins)   5:48
12 Walk Tall / Mercy, Mercy, Mercy (J. Zawinul / "Queen" E. Marrow / J. Rein / J. Zawinul)   7:28   

Editado originalmente em Abril de 1975, o registo Phenix recupera doze dos melhores temas do Saxofonista norte-americano Julian "Cannonball" Adderley e do seu irmão o Trompetista Nat Adderley. Baseando-se na fábula da mitológica ave Egípcia Phoenix, que morria ao fim de centenas de anos para depois renascer das suas próprias cinzas, os irmãos Adderley reabilitaram o seu próprio repertório atribuindo-lhe uma nova roupagem e um espírito mais atual para o qual utilizaram a secção rítmica dos primeiros tempos, Sam Jones no Baixo e Louis Hayes na Bateria, na primeira parte do álbum e a secção rítmica que os acompanhava nesta altura, Walter Booker no Baixo e Roy McCurdy na Bateria, na segunda parte. Foram ainda adicionadas as prestações de George Duke e Mike Wolff nos Teclados e Sintetizadores e Airto Moreira nas Percussões. 
É um trabalho muito bem conseguido. A atualização de repertório foi extremamente bem sucedida conseguindo manter o brio original das peças mas imbuído-as de uma nova frescura com Soul, Samba, Funk e Blues, não caindo na habitual tentação, à época, de tornar a sonoridade mais comercial. A exemplar sonoridade dos irmãos Adderley está ao melhor nível e as prestações de George Duke e Airto Moreira caraterizam fortemente esta revitalização. Ironicamente, sendo uma retrospetiva (atualizada) de carreira, Phenix foi o último trabalho que Cannonball Adderley finalizou em estúdio pois viria a falecer poucos meses depois desta edição.

sexta-feira, 11 de setembro de 2015

In Japan - JOE HENDERSON


1 'Round Midnight (T. Monk)   12:35
2 Out 'n' In   9:03
3 Blue Bossa (K. Dorham)   8:25
4 Junk Blues   14:46

Jazz em ebulição! 
A garra captada nesta gravação feita ao vivo em 1971 no Junk Club em Tóquio, Japão, mostra um imparável Joe Henderson em grande forma acompanhado por um trio local. Numa altura em que o Jazz perdia alguma da sua importância no continente de origem o Saxofonista norte-americano Joe Henderson foi tocar ao Japão a convite de músicos locais onde encontrou um novo público, plenamente conhecedor da sua obra e ávido de Jazz, a que Henderson correspondeu com a inspirada prestação captada neste registo. O trio nipónico que escolta Henderson nesta sessão, onde se destaca o Pianista Hideo Ichikawa, está à altura do pretendido e apoia de forma competente o Saxofonista norte-americano na entrega de quatro interpretações de grande nível através dos clássicos "'Round Midnight" e "Blue Bossa" assim como duas enérgicas obras originais de Joe Henderson, "Out 'n' In" e "Junk Blues". E se os dois clássicos sobrevivem como peças standard os dois registos originais sobressaem claramente como intensos momentos de improvisação, velocidade e audácia do quarteto. 

segunda-feira, 31 de agosto de 2015

Nucleus - SONNY ROLLINS


1 Lucille   6:03
2 Gwaligo   5:56
3 Are You Ready?   4:06
4 Azalea   4:45
5 Newkleus (Mtume)   5:13
6 Cosmet   7:18
7 My Reverie (L. Clinton,  based on Debussy's "Reverie")   7:41  

Na década de 1970 muitos músicos de Jazz, mesmo alguns dos mais credenciados, abraçaram novos estilos e fusões o que causou grandes atritos com os adetos mais classicistas do género que não conseguiram, ou não quiseram, compreender a evolução de géneros e consequentes fusões que a época proporcionava. Pode afirmar-se que nesta altura o Jazz passou a ser mais comercial, e mais acessível, mas não lhe deve ser retirado mérito só por ter procurado evoluir seguindo as linhas mais atuais.
Os três primeiros temas deste álbum, editado originalmente em 1975, enquadram-se perfeitamente na referida fusão de géneros em que o inconfundível e possante som de Sonny Rollins no Sax-Tenor se pronuncia sob, o registo Soul de "Lucille", o Funky "Gwaligo" ou o dançável Blues "Are You Ready?" com a banda a limitar-se a acompanhar sem grandes apontamentos de destaque, apenas os dois Guitarristas de serviço tem os seus momentos e Raul Souza tem um solo de Trombone em "Gwaligo". A partir do quarto tema "Azalea" pressente-se mais abertura e já por aqui se sente algum calor Jazz com George Duke solto no piano elétrico e a solar, com Bennie Maupin a seguir-lhe a pisada através de um solo em Sax-Tenor. Em "Newkleus" encontramos um Funk particular escrito pelo Percussionista Mtume que aqui lidera na Guitarra e em "Cosmet", o momento mais audaz de todo o registo, volta-se de novo ao Jazz com Bennie Maupin a utilizar um Saxello e com direito a novo solo de Raul de Souza. A encerrar, uma versão / adaptação da peça "Rêverie" de Debussy num claro momento de execução com Sonny Rollins no Sax-Tenor, Bennie Maupin no Clarinete Baixo, Raul de Souza no Trombone e George Duke no Piano, a terem o seu espaço.
     

quinta-feira, 20 de agosto de 2015

Suite Lady - GAP MANGIONE


Side A
1 Mellow Out! (G. Mathieson)   5:39
2 I Don't Know   (L. Carlton)   4:02
3 Shh (G. Mathieson)   5:55
4 You Can't Cry For Help (P. Bogush, Jr.)   3:34
Side B
1 Sister Joe / Time Of The Season (G. Mangione / R. Argent)   5:27
2 King Snake (L. Carlton)   6:34
3 Suite Lady   6:15
4 We Three (Scherzando)   2:27    

Ao invés do irmão Chuck Mangione, conhecido Trompetista, o Pianista Gap Mangione é dono de uma singular e discreta carreira no meio do Jazz mais comercial e com maior incidência na década de 1970 onde se insere este álbum editado em vinil em 1978, ainda sem edição em Cd conhecida. "Suite Lady" é uma peça interessante a que não se pode passar ao lado. O registo deste álbum centra-se num Jazz ligeiro perfeitamente acessível e mais comercial, com um inevitável, mas não exagerado, cheirinho Disco próprio da altura, e os oito temas que o preenchem são realmente peças de qualidade. Gravado e Produzido por Larry Carlton no seu famoso estúdio Room 335, o álbum conta ainda com prestações de topo como o Pianista Greg Mathieson, o Baterista Jeff Porcaro, o Baixista Abraham Laboriel e o próprio Larry Carlton nas Guitarras para além de outros nomes mais. Gap Mangione apresenta-se ainda como um versátil homem das teclas dividindo-se entre os Pianos e os Sintetizadores. 

sexta-feira, 7 de agosto de 2015

Thanks For The Ride Eric - ROGER WATERS - CD 02


1 The Gunners Dream   6:57
2 Apparently They Were Travelling Abroad   3:20
3 Running Shoes   4:17
4 Arabs And Knives & West German Skies   2:57
5 For The First Time Today (Part 2)   2:31
6 Sexual Revolution   5:30
7 The Remains Of Our Love   3:29
8 Go Fishing   6:13
9 For The First Time Today (Part 1)   1:42
10 Dumroamin' Duncarin' Dunlivin'   3:03
11 The Pros And Cons Of Hitch Hiking   6:03
12 Every Strangers Eyes   4:10
13 The Moment Of Clarity   2:46
14 Brain Damage/Eclipse   5:21

O segundo Cd deste Bootleg (edição não oficial) centra-se na segunda parte do concerto da digressão Europeia do álbum a solo de Roger Waters "The Pros And Cons Of Hitch Hiking", editado nesse mesmo ano de 1984, que é interpretado integralmente seguindo a mesma sequência do disco. O tema "The Gunners Dream" que abre este cd corresponde ainda ao final da primeira parte que era totalmente preenchida com temas dos Pink Floyd.
O centro de atenções deste registo e da respetiva digressão continua a ser a presença de Eric Clapton ao lado de Roger Waters em palco. Se na primeira parte é estranho ouvir Clapton a interpretar na Guitarra as partes de David Gilmour nas músicas dos Pink Floyd nesta segunda parte Clapton soa mais enquadrado e mais à vontade pois todas estas músicas foram gravadas por si e já não carregam o peso e legado da outras. Para além da curiosidade de ver e ouvir Clapton ao lado de Waters havia também curiosidade em ver como se saía o "líder" dos Pink Floyd sem os parceiros habituais e percebeu-se que fora dos Pink Floyd os seus elementos a solo não atraiam tanta atenção. David Gilmour já tinha passado anteriormente pela mesma experiência e com o mesmo resultado, pouca afluência de público e até datas canceladas por falta de audiência no caso de Waters. Roger Waters agarrou a oportunidade de ter a presença de Clapton como um sólido chamariz também para a digressão mas o palco acabou por se revelar pequeno demais para estes dois ícones. Roger Waters não aguentou partilhar a atenção e Clapton, que na altura apenas pretendia ser um elemento natural da banda, percebeu que este palco não era para ele. 
Como não podia deixar de ser, o concerto encerra com um encore em que voltam os temas dos Pink Floyd , os mesmos que encerram o álbum "The Dark Side Of The Moon". 
Registo de má qualidade audio mas um precioso testemunho de uma das mais improváveis parcerias na história da música popular Anglo-Saxónica.  

domingo, 2 de agosto de 2015

Thanks For The Ride Eric - ROGER WATERS - CD 01


1 Set The Controls For The Heart Of The Sun   8:13
2 Money   7:50
3 If   4:27
4 Welcome To The Machine   8:01
5 Have A Cigar   6:03
6 Wish You Were Here   6:47
7 Pigs On The Wing   1:24
8 In The Flesh   3:34
9 Nobody's Home   4:42
10 Hey You   4:46 

Este registo, em cd duplo, é um bootleg (edição não oficial) gravado ao vivo em Estocolmo, Suécia, a 16 de Junho de 1984, aquando da primeira data da digressão Europeia do álbum "The Pros And Cons Of  Hitch Hiking" de Roger Waters a solo que, tal como no álbum, contou com a presença de Eric Clapton na guitarra, uma parceria improvável, que de facto aconteceu, mas que não durou até ao final da digressão. Roger Waters aproveitou a disponibilidade de Clapton o acompanhar também na digressão mas não conseguiu lidar muito bem com o facto de ter de partilhar o palco com uma estrela de tão elevado calibre ao seu lado e que consequentemente lhe "roubava" alguma da atenção, e o espetáculo era o seu. 
A digressão foi pensada dentro dos cânones megalómanos habituais de Roger Waters e a produção foi mesmo entregue a dois dos principais responsáveis pelo palco da digressão de "The Wall". Quanto ao espetáculo em si, dividia-se o alinhamento em duas partes distintas com a primeira parte a ser totalmente preenchida com temas do repertório dos Pink Floyd, precisamente o que se pode ouvir neste primeiro cd, e a segunda parte a ser totalmente preenchida com o álbum a solo de Roger Waters "The Pros and Cons Of Hitch Hiking". 
Numa altura em que os Pink Floyd ainda não estavam oficialmente acabados era estranho, e ainda hoje é, ouvir estes temas tocados por elementos exteriores à banda, se bem que Michael Kamen já tinha colaborado nas gravações de "The Wall" e "The Final Cut" e Andy Newmark tocou Bateria em "The Final Cut", mas o mais curioso, e estranho, é ouvir Eric Clapton a tocar as músicas dos Pink Floyd no lugar de David Gilmour.    
A qualidade da gravação não é das melhores...  

domingo, 26 de julho de 2015

Marseilles, France, July 13, 1991 - PAT METHENY GROUP - CD 02


1 Third Wind   9:33
2 Pat Warm Up - The Road To You   4:20
3 Untitled   1:05
4 Lonely Woman (H. Silver)   3:19
5 The Road To You (1st Take)   6:00
6 The Road To You (2nd Take)   6:27
7 Spring Ain't Here   7:05
8 Beat 70   4:58
9 Half Life Of Absolution   14:07     

O segundo Cd deste bootleg (edição não oficial) arranca com uma dinâmica interpretação de "Third Wind" mas o ritmo desta apresentação "quebra" aqui. Pat Metheny apresenta então um novo tema, uma balada ainda sem título, que agora revela ser um esboço do tema "The Road To You" e a partir daqui Pat Metheny entra numa espécie de aquecimento, em modo de ensaio, para que a posterior interpretação possa ser bem aproveitada para a gravação. Pelo meio há ainda espaço para uma interpretação de "Lonely Woman" de Horace Silver. Voltando ao ritmo de concerto, a gravação finaliza com dois temas dos últimos álbuns e ainda com uma inédita peça progressiva, "Half Life Of Absolution", que veio conhecendo algumas evoluções desde 1985 até ser usada, e finalmente gravada, nesta digressão. 
No geral esta gravação atua como um outtake da posterior edição oficial intitulada "The Road To You" e destaca-se pela qualidade de som bastante aceitável, captada diretamente da mesa de mistura. A descontraída atuação da banda manifesta-se por estarem a tocar essencialmente para a gravação, tal como Pat explica no início do primeiro Cd, indo mesmo ao ponto de executarem o tema "The Road To You" por duas vezes e finalizarem com Pat Metheny a levar a audiência a votos para saber de qual das duas interpretações tinham gostado mais.
Vale essencialmente como documento ou curiosidade desta bem sucedida digressão. 

sábado, 18 de julho de 2015

Marseilles, France, July 13, 1991 - PAT METHENY GROUP - CD 01



1 Pat - Intro   1:36
2 Have You Heard   6:26
3 Every Summer Night   7:23
4 Naked Moon   5:24
5 Better Days Ahead   5:42
6 Airstream   7:17
7 Question & Answer   6:56
8 James   5:48
9 How Insensitive (Antonio C. Jobim/V. de Moraes)   7:46
10 Last Train Home   5:07 

Em inícios do século XXI um grupo de fans do Pat Metheny Group começou a juntar algumas das melhores gravações bootleg da banda trabalhando a sua qualidade e divulgando estas gravações junto de outros fans sob o nome MAAP (Metheny Audio Archives Project) e sob a tolerância de Pat Metheny que não se opõe a este tipo de partilha/troca desde que não haja dinheiros, ou interesses, envolvidos. Esta gravação captada em Marselha, França, em 1991 é uma dessas gravações. A gravação desta data em Marselha conta também com a particularidade de poder ser considerada um outtake das gravações feita nesse ano ao longo da digressão Europeia da banda com o intuito de editar posteriormente um álbum gravado ao vivo com os melhores momentos dessa digressão. O álbum, "The Road To You", viria a ser oficialmente editado em 1993.
A gravação é composta por dois Cd e começa precisamente com Pat Metheny a informar a audiência de que o concerto vai ser gravado para posterior edição e que poderá haver interrupções caso as músicas não entrem bem à primeira, o que neste Cd só chega a acontecer uma vez. O repertório desta data assenta essencialmente nos dois últimos trabalhos do grupo havendo ainda espaço para a recuperação de "Airstream", que segundo Pat já não era tocado ao vivo há cerca de 11 anos, e para "James", uma peça essencial. O original "Naked Moon" não aparece em nenhum álbum de Pat Metheny mas foi presença constante ao longo desta digressão e integrou posteriormente o Cd oficial "The Road To You". De notar também a presença neste alinhamento de uma versão de "How Insensitive" de Tom Jobim.   

domingo, 12 de julho de 2015

Station To Station - DAVID BOWIE


1 Station To Station   10:11
2 Golden Years   4:00
3 Word On A Wing   5:50
4 TVC 15   5:31
5 Stay   6:13
6 Wild Is The Wind   6:00
7 Word On A Wing/Stay (Live Bónus Track)   13:34

Em Station To Station, editado em 1976, David Bowie voltava a metamorfosear-se e iniciava, ainda nos EUA, a fase de experimentação passando mais tempo em estúdio explorando sonoridades e criando as músicas no momento o que também representa uma nova forma de composição na carreira de Bowie. O alinhamento original é composto por apenas seis longos temas, o Cd tem um bónus track captado ao vivo, que refletem precisamente o quanto importante era estar em estúdio a pesquisar e criar usufruindo das condições de material disponível e sem pressas. O tema homónimo que abre o registo é um dos melhores exemplos desta fase, uma peça longa com uma introdução que sugere a passagem de um comboio (da direita para a esquerda) e a meio do tema dá-se um volt-face no andamento para baralhar o ouvinte. Um arranque perfeito para um álbum exemplar. Depois segue-se "Golden Years", ainda um resquício da anterior fase Soul "Young Americans", e "Word On A Wing" revela um momento da inspiração divina. Diz-se que Bowie escreveu este tema como uma redenção da sua fase mais negra, um desesperado pedido de proteção divina. "TVC15" e "Stay" são simultaneamente Rock e Funk, duas peças agridoce que se revelam fundamentais no equilíbrio deste registo e a fechar está "Wild Is The Wind" que se assemelha em estilo a "Word On A Wing" mas sem o vigor e carisma da peça magistral deste registo.
A re-edição em Cd contêm dois bónus track captados ao vivo em Março de 1976 no Nassau Coliseum em Long Island. 


sábado, 4 de julho de 2015

Backless - ERIC CLAPTON


Side A
1 Walk Out In The Rain (B.Dylan/H.Springs)   4:10
2 Watch Out For Lucy   3:24
3 I'll Make Love To You Anytime (J.J.Cale)   3:21
4 Roll It   3:40
5 Tell Me That You Love Me   3:30
Side B
1 If I Don't Be There By Morning (B.Dylan/H.Springs)   4:35
2 Early In The Morning (Traditional)   5:25
3 Promises (R.Feldman/R.Linn)   3:01
4 Golden Ring   3:30
5 Tulsa Time (D.Flowers/D.Flowers)   3:30

Editado em 1978 Backless é mais um registo de Eric Clapton dentro do estilo a que ele sempre nos habituou, uma boa dose de Blues Rock. O álbum abre com a serenidade de "Walk Out In The Rain" escrito por Bob Dylan, segue mais animado para "Watch Out For Lucy" e tem passagem fiel e obrigatória por J.J.Cale em "I'll Make Love To You Anytime". "Roll It" funciona praticamente como um instrumental em que a pontual voz de Marcy Levy cria a alma necessária enquanto "Tell Me That You Love Me" é um terno tema de passagem pelo registo. O lado B volta a abrir com Bob Dylan, "If I Don't Be There By Morning", num dos momentos fundamentais deste singelo registo seguindo-se a pureza dos Blues através de "Early In The Morning". "Promises" foi o Single retirado deste trabalho atingindo o Top 10 Norte-Americano. "Golden Ring" é Folk e o registo fecha com o Rock de "Tulsa Time".
Backless revela-se como um trabalho calculado, sincero e previsivel com Eric Clapton a limitar-se a ser ele próprio.      

sexta-feira, 26 de junho de 2015

Beyond The Missouri Sky (Short Stories) by CHARLIE HADEN & PAT METHENY

1 Waltz For Ruth 
   (C. Haden)   4:28
2 Our Spanish Love Song 
   (C. Haden)   5:40
3 Message To A Friend 
   (P. Metheny)   6:13
4 Two For The Road 
   (H. Mancini/L. Bricusse)   5:16
5 First Song (for Ruth) 
   (C. Haden)   6:37
6 The Moon Is A Harsh Mistress 
   (J. Webb)   4:05
7 The Precious Jewel (in memory of my father Carl E. Haden) 
   (R. Acuff)   3:47
8 He's Gone Away (in memory of my mother Virginia Day Haden) 
   (Traditional)   4:18
9 The Moon Song 
   (J. Mandel)   6:56
10 Tears Of Rain 
   (P. Metheny)   5:30
11 Cinema Paradiso (love theme) 
   (A. Morricone)   3:35
12 Cinema Paradiso (main theme)
   (E. Morricone)   4:24
13 Spiritual 
   (J. Haden)   8:22          

Beyond The Missouri Sky é um trabalho de amizade e sentimentos. Vive de memórias, recordações, saudade e um grande respeito e admiração mútuo entre dois músicos, dois amigos, que partilham a região onde cresceram e de onde saíram um dia para o mundo ultrapassando os limites dessa zona comum. Após se terem cruzado algumas vezes em digressão em variadas situações, tendo inclusive trabalhado juntos noutras sessões, ficou sempre em aberto a oportunidade de um dia gravarem apenas como duo e o ano de 1996 proporcionou então a oportunidade aos dois músicos para trabalharem juntos, gravar e editar este belo registo intitulado "Beyond The Missouri Sky". 
Charlie Haden apenas com o seu Contrabaixo e Pat Metheny nas Guitarras Acústicas e demais instrumentos que aparecem no album, trabalharam sobre treze temas fantásticos num registo e formação que à partida parece limitado, o próprio Charlie Haden temia isso, mas a excelência e capacidade de improviso destes dois elementos não tem limites e o duo consegue transmitir dinamismo e harmonia aos temas escolhidos. O critério de escolha de repertório assentou simplesmente na ideia de encontrarem bonitas melodias e estruturas musicais que os tenham inspirado e o registo demonstra o quanto esse conceito foi bem aplicado através das belíssimas interpretações de "Two For The Road" de Henry Mancini, "The Moon Is A Harsh Mistress" de Jim Webb e duas peças fundamentais da banda sonora do igualmente belíssimo filme Cinema Paraíso, estes estão entre os pontos mais altos do Cd mas não nos podemos esquecer ainda de "Our Spanish Love Song" de Charlie Haden, "The Moon Song" de Johnny Mandel ou "Spiritual" originalmente escrito por Josh Haden, filho de Charlie Haden, para o seu grupo Spain. 
Beyond The Missouri Sky não é um álbum de sonho na medida em que é real e para nosso gáudio existe mesmo. Na mesma proporção os dois músicos sonharam um dia puder expandir as suas qualidades para além da sua terra e concretizaram esse sonho tornando-se figuras incontornáveis na historia da musica Norte-Americana e até mundial.    

segunda-feira, 15 de junho de 2015

Local Hero - MARK KNOPFLER


1 The Rocks And The Water   3:30
2 Wild Theme   3:40
3 Freeway Flyer   1:50
4 Boomtown (Variation Louis' Favorites)   4:10
5 The Way It Always Starts   4:08
6 The Rocks And The Thunder   0:40
7 The Ceilidh And The Northern Lights   4:07
8 The Mist Covered Mountains   5:13
9 The Ceilidh: Louis' Favorite/Billy's Tune   3:42
10 Whistle Theme   0:53
11 Smooching   5:05
12 Stargazer   1:31
13 The Rocks And The Thunder   0:40
14 Going Home: Theme Of The Local Hero   5:01

Após a edição de "Love Over Gold" em 1982, Mark Knopfler, o virtuoso líder dos Dire Straits, dedicou-se mesmo ao cinema através da composição e gravação de bandas sonoras começando por trabalhar a música do modesto filme "Local Hero", editada em 1983, que fica também oficialmente registado como o seu primeiro trabalho a solo. 
Uma banda sonora requer sempre ambientes que se enquadrem na localização e ação da respetiva película e, com a assídua presença do Teclista Alan Clark, Mark Knopfler conseguiu criar uma belíssima partitura que viaja através do espírito das raízes Britânicas onde o tradicionalismo tem um lugar distinto acabando por funcionar, posteriormente, como veículo de ligação, ou de inspiração, ao presente. Notório que apesar de inspirado pelo argumento e respetiva película, "Local Hero" consegue sobreviver como álbum mesmo sem a visualização da fita pois a excelência dos temas consegue levar-nos a viajar por outros ambientes e imagens, mesmo sem termos visto o filme.
Para além da centralidade de temas como "Wild Theme" ou "Whistle Theme" que no final se fundem no tema principal "Going Home: Theme From Local Hero" há ainda três momentos cruciais em que o tal tradicionalismo atrás referido é preponderante na elaboração da peça principal; "The Ceilidh And The Northern Lights", "The Mist Covered Mountains" e "The Ceilidh: "Louis' Favorite/Billy's Tune", todos executados pelos Acetones, são o claro momento de inspiração do espírito desta obra. Há ainda lugar para um acelerado momento Country/Rock com os Dire Straits em "Freeway Flyer", Jazz em "Boomtown" com o Saxofone de Michael Brecker, o Vibrafone de Mike Mainieri e a secção rítmica Neil Jason/Steve Jordan, respetivamente Baixo e Bateria. A bonita balada "The Way It Always Starts", o único momento cantado do álbum, é interpretada por Gerry Rafferty havendo ainda mais um momento de destaque para "Smooching", um instrumental liderado por Mark Knopfler na Guitarra Elétrica e novamente com as participações de Michael Brecker e Mike Mainieri.

segunda-feira, 8 de junho de 2015

Games - BOB BERG w/ MIKE STERN GROUP


1 Games (Bob Berg)   24:27
2 After You (M.Stern)   16:14
3 After All (M.Stern)   7:59

Na discografia de Bob Berg o álbum "Games" consta como um bootleg, gravação não oficial, que resulta de uma atuação captada ao vivo nos EUA em 1990 do Saxofonista Norte-Americano com a formação do Guitarrista Mike Stern, na altura composta ainda por Lincoln Goines no Baixo e Dennis Chambers na Bateria. Os quatro músicos já tinham trabalhado juntos anteriormente em algumas sessões pelo que o seu encontro no palco demonstra um grande à vontade e segurança. O registo é composto por apenas três temas, bem gravados, e testemunha uma atuação bastante enérgica do quarteto com momentos entusiasmantes que chegam por vezes a atingir elevados níveis de densidade sonora.  Ao longo de todo o registo a intensidade das interpretações demonstra uma banda plena de vida em que o nível e capacidade de entrega e execução produz um Jazz potente, muito moderno, com laivos de Rock.
"Games" é um vigoroso tema de Bob Berg com potentes prestações do próprio Bob Berg e de Mike Stern mas acaba por ser Dennis Chambers quem se evidencia através de um dinâmico solo de bateria que ocupa praticamente metade do tema. "After You" de Mike Stern é a faixa mais equilibrada do Cd com o próprio Mike Stern a iniciar o tema a solo através de um momento calmo e concentrado em que explora alguns efeitos de delay até a banda entrar e acompanhar fielmente esta bonita balada até ao fim, um momento do Cd que pertence claramente a Stern. "After All", também escrito por Mike Stern, é o último tema do Cd e capta mais um momento excitante com Mike Stern a voltar a destacar-se através de um solo estratosférico que se aproxima perigosamente dos níveis do Rock.

terça-feira, 2 de junho de 2015

Everyday, Everynight - FLORA PURIM


Side A
1 Everyday, Everynight (M.Colombier/F.Purim/A.Moreira)   4:57
2 Samba Michel (M.Colombier/F.Purim/A.Moreira)   4:07
3 The Hope (M.Colombier/F.Purim/A.Moreira)   3:39
4 Five-Four (M.Colombier)   3:32
5 Walking Away (M.Colombier/N.Croisille/G.Fattoruso/H.Fattoruso)   4:53
Side B
1 I Just Don't Know (M.Colombier/F.Purim/A.Moreira)   3:57
2 In Brasil (G.Sopuch)   3:49
3 Las Olas (J.Pastorius)   4:22
4 Blues Ballad (M.Colombier/Y.Purim)   1:54
5 Overture (M.Colombier)   2:55
6 Why I'm Alone (J.Hancock)   4:36 

Em 1978 a cantora Brasileira Flora Purim, radicada nos EUA desde finais da década de 1960, contou com os préstimos do compositor Francês Michel Colombier e desta colaboração surgiu este álbum discreto em que se fundem as composições e arranjos de Colombier com as origens Brasileiras de Flora Purim e com o Jazz de um magnífico naipe de músicos altamente credenciados. "Everyday, Everynight" atua assim como um trabalho de género em que a música flui de forma natural por entre momentos singulares que tanto podem ser Canção Ligeira, Samba ou Jazz de Fusão e com Flora de Purim a cantar maioritariamente em Inglês, apenas se ouve cantar em Português no carnavalesco "Samba Michel" e em "Blues Ballad". Há ainda espaço para três instrumentais com os momentos de Fusão "Five-Four" e "Las Olas" (escrito por Jaco Pastorius) e um caraterístico arranjo de estilo Francês, de Colombier, para "Overture". 
A importância da qualidade dos músicos envolvidos nas gravações é aqui incontornável pois todo o trabalho acaba por respirar através da sua importância, força e expressividade; os solos de Trombone de Raul de Souza, os Saxofones de Michael Brecker e David Sanborn, as Guitarras de Lee Ritenour, as enormes presenças de Jaco Pastorius no Baixo e de Herbie Hancock ao Piano, acabam por ser os elementos fundamentais num álbum sem grandes momentos de destaque.        

domingo, 24 de maio de 2015

Royal Scam - STEELY DAN


1 Kid Charlemagne   4:37
2 The Caves Of Altamira   3:32
3 Don't Take Me Alive   4:15
4 Sign In Stranger   4:22
5 The Fez   4:00
6 Green Earrings   4:05
7 Haitian Divorce   5:49
8 Everything You Did   3:55
9 The Royal Scam   6:30

Todos os trabalhos dos Steely Dan têm cunho de qualidade e obviamente que "Royal Scam", editado em 1976, não foge à regra. Composto numa altura em que a banda já só se dedicava a trabalho de estúdio (tendo mesmo deixado de tocar ao vivo) Royal Scam é o quinto álbum de originais da banda a ser editado e mantêm a linha de distância e inteletualidade que Donald Fagen, Voz e Teclados, e Walter Becker, Baixo e Guitarras, impõem como regra fundamental desde os primórdios da banda. As fortes personalidades de Fagen e Becker, os verdadeiros Steely Dan pois os restantes membros são sempre convidados e são sempre de luxo, conseguem rigorosamente manter uma linha de trabalho qualitativa em que todo o processo de trabalho passa obrigatoriamente pelos dois, e os dois são pouco dados a modas e por isso fazem o seu trabalho exatamente como pretendem. Não são Rock nem Pop, não são Jazz nem Soul, mas conseguem ser um bocado de cada e sabem compor como ninguém. Nunca foram uma banda Mainstream, sempre funcionaram do lado de fora do sistema, mas mesmo assim conseguiram alguns êxitos. Os temas são harmoniosamente bem conseguidos, compostos de forma inteligente e irónica. 
Os Steely Dan não foram criados para se mostrarem. Nós é que temos de os descobrir.                 

segunda-feira, 18 de maio de 2015

Far Cry - ERIC DOLPHY with BOOKER LITTLE


1 Mrs. Parker of K.C. (Bird's Mother) (J.Byard)   8:00
2 Ode To Charlie Parker (Byard)   8:41
3 Far Cry   3:51
4 Miss Ann   4:14
5 Left Alone (Waldron/Holiday)   6:39
6 Tenderly (Gross/Lawrence)   4:17
7 It's Magic (Styne/Cahn)   5:38
8 Serene   6:36 

Far Cry foi o terceiro de três trabalhos originais gravados por Eric Dolphy em 1960, os seus primeiros registos em nome próprio. Logo de início percebe-se que Far Cry começa por funcionar como um tributo a Charlie Parker, facto evidente nos temas "Mrs.Parker Of K.C." e "Ode To Charlie Parker" escritos pelo pianista Jack Byard. Ao longo do álbum Eric Dolphy divide-se entre o clarinete baixo, o sax alto e a flauta, e manifesta-se um claro herdeiro da sonoridade de Bird nos temas similares "Far Cry" e "Miss Ann". Ao lado de Dolphy está o trompetista Booker Little que aqui surge como uma alma gémea, com os dois músicos a entenderem-se perfeitamente através dos rápidos fraseados. Booker Little é ainda dono de um belo apontamento com um solo melodioso em "Ode To Charlie Parker". 
Nos restantes quatro temas entra-se numa fase diferente do registo com Eric Dolphy a aparecer espiritualmente mais aberto e mais desenvolvido, envolto numa sonoridade mais evoluída marcada pela sua clara distinção artística. A interpretação de Dolphy para "Left Alone", em flauta, é demonstrativa da sua inovação e capacidade de domínio do instrumento assim como a corajosa interpretação a solo, sem qualquer acompanhamento, para "Tenderly" em sax Alto é também inovadora pela segurança e estabilidade que Dolphy transmite. Até à data de edição deste álbum, apenas Coleman Hawkins e Sonny Rollins tinham conseguido tamanha proeza e Dolphy foi até o primeiro a fazê-lo com um  sax alto. 
Algum classicismo em "It's Magic" mas é realmente um momento mágico com um fascinante Eric Dolphy no clarinete baixo e "Serene", que não aparecia na edição original, marca o regresso de Booker Little à formação para um encerramento harmonioso.

segunda-feira, 11 de maio de 2015

Mirage - FLEETWOOD MAC


1 Love In A Store   3:14
2 Can't Go Back   2:42
3 That's Alright   3:09
4 Book Of Love   3:21
5 Gypsy   4:24
6 Only Over You   4:08
7 Empire State   2:51
8 Straight Back   4:17
9 Hold Me   3:44
10 Oh Diane   2:33
11 Eyes Of The World   3:44
12 Wish You Were Here   4:45       

Editado originalmente em 1982, "Mirage" apresenta-se como um trabalho menos inspirado dos Fleetwood Mac. Neste registo a banda Norte-Americana aparenta menos garra que o habitual mas em compensação os temas estão mais harmoniosos e cuidados. A coleção de canções aqui apresentada pode não ser a melhor mas os arranjos e a qualidade do trabalho da banda mantêm-se elevada e as harmonias vocais estão mesmo por cima. 
Dos três compositores habituais da banda Stevie Nicks surge neste álbum como a mais inspirada, Lindsey Buckingham como o menos inspirado e Christine McVie está igual a ela própria. Stevie Nicks iniciou a carreira a solo no ano anteiror ao deste álbum e talvez por isso a sua contribuição é a menor, com três temas apenas, mas as suas canções são realmente as que mais se destacam; o Country de "That's Alright", a ligeireza de "Gypsy" e a solidez de "Straight Back", no entanto o tema que mais se encaixa na dinâmica habitual da banda é "Eyes Of The World" de Lindsey Buckingham. A velha parceria da secção rítmica da banda, com os únicos elementos originais da formação inicial da banda, Mick Fleetwood na Bateria e John McVie no Baixo, permanece sólida e eficaz na sua posição habitual. 

quinta-feira, 7 de maio de 2015

Solitude Standing - SUZANNE VEGA


1 Tom's Diner   2:09
2 Luka   3:52
3 Ironbound/Fancy Poultry   6:19
4 In The Eye   4:16
5 Night Vision   2:47
6 Solitude Standing   4:49
7 Calypso   4:14
8 Language   3:57
9 Gypsy   4:04
10 Wooden Horse (Caspar Hauser's Song)   5:13
11 Tom's Diner (Reprise)   2:40       

Suzanne Vega é uma contadora de histórias. Com a Guitarra dá vida a essas histórias criando harmonias simples mas musicalmente eficazes que em estúdio são depois limadas e arranjadas pela banda. Em "Solitude Standing", o segundo álbum de Suzanne Vega, a maior parte das histórias foram escritas alguns anos antes da edição original do álbum em 1987 e cada uma dessas histórias está referenciada nos créditos do álbum com o respetivo ano em que foi escrita. Constata-se então que apenas os temas "Fancy Poultry", "Solitude Standing" e "Wooden Horse" foram realmente escritos para este álbum, por terem sido escritos no mesmo ano da edição e por serem os únicos que tem a assinatura de toda a banda. 
Ao segundo álbum Suzanne Vega surge com uma sonoridade mais elétrica, apresentando um registo de linhagem mais Pop mas mantendo a sonoridade Folk e partilhando alguma ambiência Jazzy. Sente-se aqui um trabalho mais equilibrado, muito adulto e estruturalmente inteligente, com bastante requinte. O Single "Luka" resultou satisfatoriamente como estandarte deste álbum e a entrada A Capella de "Tom´s Diner" viria a dar frutos mais tarde....
Globalmente, "Solitude Standing" resulta num trabalho sincero que merece ser apreciado pela sua elegância e qualidade.   

terça-feira, 28 de abril de 2015

Dire Straits - DIRE STRAITS


1 Down To The Waterline   3:59
2 Water Of Love   5:22
3 Setting Me Up   3:19
4 Six Blade Knife   4:09
5 Southbound Again   2:57
6 Sultans Of Swing   5:34
7 In The Gallery   6:14
8 Wild West End   4:42
9 Lions   4:54 

O primeiro álbum dos Dire Straits é um trabalho de coragem na medida em que sai para a rua em plena revolução Punk, no ano de 1978. Quando se julgava que já ninguém queria ouvir Rock, limpo e bem construído, os Dire Straits contrariam as estatísticas e o mundo respondeu que ainda gostava de Rock'n Roll, para mais quando é bem feito. O álbum "Dire Straits" é composto por nove temas honestos e naturais que se sucedem ordenadamente no alinhamento do álbum. A herança musical é claramente Norte-Americana, com a música a sugerir paisagens rurais e desérticas, mas as histórias centram-se manifestamente nas origens Britânicas da banda. A fusão temática de dois Continentes separados geograficamente por um Oceano reflete as influências sentidas por ambas as partes. 
A formação inicial dos Dire Straits era composta pelas Guitarras dos dois irmãos Knopfler, Mark e David, e pela segura secção rítmica John Illsley e Pick Withers, Baixo e Bateria respetivamente. Mark Knopfler é já na altura o elemento que mais se destaca, tendo o apoio da Guitarra do irmão que suporta o ritmo e liberta o fraseado e os solos do virtuoso Guitarrista. A batida seca de Pick Withers têm a particularidade de ser bastante eficiente e concreta. Nos temas, encontra-se em "Sultans Of Swing" a referência obrigatória deste trabalho onde se evidenciam ainda a transparência de "Water Of Love", a destreza de "Setting Me Up" e a distinta "In The Gallery".

sexta-feira, 24 de abril de 2015

Phoenix - XYMOX


1 Phoenix Of My Heart/Wild Thing Outro   4:11
2 At The End Of The Day   3:42
3 The Shore Down Under   5:15
4 Mark The Days   6:10
5 Believe Me Sometimes   4:54
6 Wonderland   4:57
7 Written In The Stars   5:03
8 Dancing Barefoot (I.Král/P.Smith)   3:40
9 Crossing The Water   3:46
10 Smile Like Heaven   4:47       

Editado originalmente em 1991, Phoenix é um trabalho em que os Clan Of Xymox já só utilizavam a denominação Xymox. Neste registo a banda Holandesa abria-se a um som mais convencional com predominância da sonoridade indie pop que caraterizou a vertente negra da pop mais comercial dos anos 80. Esta particularidade retira alguma mística e originalidade face aos trabalhos anteriores mas não lhes retira o brio. Os Xymox conseguem permanecer como uma banda bastante interessante que apenas aqui experimentou alguma harmonia repescada em bandas que certamente admiravam como os Cure ou os Cocteau Twins. No início do Cd é ainda denunciada alguma sonoridade influenciada por "Madchester", a então corrente Britânica, e pela suavidade Pop dos Electronic, registadas simultaneamente nos dois primeiros temas deste album. Encontram-se aqui preciosidades como "The Shore Down Under", a música que Robert Smith nunca escreveu, e uma maravilha em estado bruto chamada "Smile Like Heaven", havendo ainda espaço para uma peculiar versão de "Dancing Barefoot" de Patti Smith.
O álbum soa descaraterizado perante trabalhos anteriores mas uma audição atenta comprova a qualidade deste registo e percebe-se que os Xymox continuaram a fazer um bom trabalho.

sábado, 18 de abril de 2015

Live At Barbican - MEDESKI, SCOFIELD, MARTIN & WOOD


1 A Go-Go (J.Scofield)   8:19
2 Little Walter Rides Again / Deadzy (J.Scofield)   21:39
3 Hanuman / Miles Behind   31:56

A transmissão via radio BBC3 da atuação desta Super-formação em Barbican, Londres, no Verão de 2007 proporcionou este Bootleg, registo não oficial gravado ao vivo, onde se compreende a interação e o alto calibre destes quatro elementos que alguns anos antes se encontraram pela primeira vez para trabalharem no álbum "A Go-Go" de John Scofield. Em 2006 Scofield retribuiu a participação e o Quarteto gravou então o álbum "Out Louder" e consequentemente fez-se à estrada para o mostrar. 
Live at Barbican é um testemunho dessa digressão, bem captado e bastante percetível, permitindo-nos saborear a intensidade desta atuação em que John Medeski nos Teclados, John Scofield na Guitarra, Chris Wood no Baixo e Billy Martin na Bateria, partilham o palco de forma estrondosa tocando e improvisando sobre Jazz, Funk e Rock, todo um set de estilos que os músicos espalham e distribuem de forma poderosa. Sente-se a intensidade do Groove no momento com Scofield a utilizar as suas unidades de efeitos e loops, Medeski a expressar-se através de um Hammond, um Mellotron e até uma simples Melódica, e uma abrasiva secção rítmica com um Wood moderado mas aguerrido e um irrequieto Martin a marcar tempo.
Registo não oficial mas de forte interesse para fans. 

segunda-feira, 13 de abril de 2015

Mad Hatter - CHICK COREA


1 The Woods   4:25
2 Tweedle Dee   1:08
3 The Trial   1:39
4 Humpty Dumpty   6:30
5 Prelude To Falling Alice   1:19
6 Falling Alice   8:16
7 Tweedle Dum   2:50
8 Dear Alice   13:07
9 Mad Hatter Rhapsody   10:43    

Editado originalmente em 1978, "The Mad Hatter" é um trabalho concetual inspirado no louco ambiente do célebre conto de Lewis Carrol "Alice no País das Maravilhas". Neste mundo imaginário onde tudo pode acontecer Chick Corea encontra o terreno perfeito para explorar vários percursos e no final o álbum revela-se como um trabalho dinâmico e multifacetado que mais parece uma obra orquestrada com intuito de representação.
Corea inicia a solo a demanda fantasiosa através de uma peça sugestiva que nos introduz na floresta (The Woods). Equipado com a sua maquinaria onde figuram Sintetizadores Moog e um ARP Odissey, o piano acústico e até uma marimba, consegue reproduzir/sugerir os sons ambientais do espaço de ação. De seguida Corea separa as duas personagens inseparáveis do conto, Tweedle Dee e Tweedle Dum, sendo "Tweedle Dee" a primeira personagem a aparecer no alinhamento do álbum com uma intervenção acentuadamente marcante de Corea ao piano acompanhado por um quarteto de cordas numa peça rápida que faz ligação com "The Trial", outra peça curta, onde aparece pela primeira vez a voz de Gayle Moran, aqui em tom operático. Ao quarto tema o be-bop acentua a presença de "Humpty Dumpty" que nos sugere o primeiro grande momento deste registo numa peça vigorosa com quarteto jazz onde figuram para além de Corea, Joe Farrell em sax-tenor, Eddie Gomez no contrabaixo e Steve Gadd na bateria. "Falling Alice" é antecedido de um pequeno prelúdio que nos conduz a outra peça de excelência dominada já por uma formação de orquestra num momento que sugere um Musical com arranjos pop, novamente com Gayle Moran a dar voz ao tema, e entretanto chega a vez do gémeo "Tweedle Dum" fazer a sua aparição, curiosamente na peça mais dramática do álbum. As duas peças finais, em formato de orquestra, são as mais intensas. A progressividade latina de "Dear Alice" atinge ritmos emocionantes com salsa de fundo enquanto "Mad Hatter Rhapsody" proporciona a oportunidade de ouvir Chick Corea e Herbie Hancock a partilhar momentos através de mais uma peça plena de vigor.
"Mad Hatter" incorpora-se no estilo de trabalho que Chick Corea desenvolveu a meio dos anos 70 encontrando bastantes similaridades, na temática fantasiosa e na banda, com o registo "The Leprechaun" editado dois anos antes.

sábado, 4 de abril de 2015

Three Quartets - CHICK COREA


1 Quartet Nº 1   10:16
2 Quartet Nº 3    9:41
   Quartet Nº2
3 Pt.1 (Dedicated To Duke Ellington)   7:09
4 Pt.2 (Dedicated To John Coltrane)   12:01
5 Folk Song   5:51
6 Hairy Canary   3:43
7 Slippery When Wet   6:02
8 Confirmation (C.Parker)   6:18  

Pensado e editado originalmente como um álbum de quartetos à semelhança da forma como os músicos clássicos nomeavam os seus trabalhos, Chick Corea, em Piano acústico, compôs três peças (quartetos) e depois nomeou-os simplesmente de forma cardinal. Os quartetos não estão alinhados de forma correta porque na edição original em vinyl o Quarteto nº2, dividido em duas partes dedicadas a Duke Ellington e John Coltrane simultaneamente, não cabia completo num lado do disco juntamente com o Quarteto nº1 pelo que o Quarteto nº 2 acabou por ficar com um lado completo, o B, da edição em vinyl. Na edição em Cd, aqui apresentada, respeita-se o mesmo alinhamento usado na edição em vinyl e com a condicionante da capacidade do novo formato digital permitir ainda a inclusão de quatro temas extra gravados pela formação na mesma altura.  A formação que Chick Corea utilizou para complementar o quarteto é composta na prática pelos Steps (que posteriormente passariam a chamar-se Steps Ahead) com Michael Brecker no Saxofone, Eddie Gomez no Contrabaixo e Steve Gadd na Bateria, ficando o Vibrafonista Mike Manieri e o Pianista Don Grolnick de fora. Não esquecer no entanto que Eddie Gomez e Steve Gadd já tinham participado anteriormente em álbuns de Chick Corea.
A cumplicidade deste quarteto, uma notável coesão de grupo, garante logo de início um álbum de Jazz moderno, seguro e eficaz, patenteado na capacidade e na qualidade técnica de execução dos seus notáveis participantes. Os temas, escritos por Chick Corea na íntegra, são peças dinâmicas tocados respeitosamente e onde cada um sabe efetivamente qual é a sua posição contextual. 
Nesta edição em Cd é interessante perceber-se a diferença entre  a complexidade e velocidade de execução dos Quartetos e a execução mais descontraída dos quatro temas extra, com exceção para a intensa interpretação de "Confirmation" por Michael Brecker apenas acompanhado por Chick Corea...na Bateria. 

quarta-feira, 25 de março de 2015

Zbigniew Seifert - ZBIGNIEW SEIFERT



Side A
1 On The Farm   5:26
2 Quasimodo   4:21
3 Way To Oasis   3:55
4 For The Love Of You   3:58
Side B
1 Chinatown   5:11
2 Nasty Gal   3:58
3 Would You Ever...   4:09
4 Song For Christopher   5:41

O músico Polaco Zbigniew Seifert formou-se muito cedo como Violinista vindo posteriormente a abandonar o Violino para se dedicar ao Saxofone Alto e consequentemente ao Jazz. Tendo John Coltrane como modelo e inspiração, gradualmente acabou por voltar ao Violino e é já completamente integrado neste instrumento que o vamos encontrar neste Lp editado em 1977. 
O álbum homónimo foi gravado na Holanda e nos EUA tendo contado com variadas participações de músicos onde se destacam os nomes dos irmãos Michael e Randy Brecker, Saxofone e Trompete respetivamente, o Baixista John Lee, o Baterista Gerry Brown e o Guitarrista Philip Catherine. O álbum é claramente um trabalho de época, facilmente identificável pela típica fusão elétrica Jazz/Rock praticada então por grupos exemplares como os Weather Report, os Return To Forever ou a Mahavishnu Orchestra. Inevitáveis também as comparações com Jean-Luc Ponty. Seifert era um músico exigente consigo próprio, e também com os músicos, e entrega-se completamente à execução do seu Violino sempre inspirado em Coltrane procurando elevar o seu instrumento acima das suas capacidades. 
Zbigniew Seifert faleceu em 1979 com 32 anos. A doença impediu-nos de saber que futuro nos reservava Seifert como músico virtuoso que já era.