domingo, 30 de março de 2008

Heart Still Beating (Pt II) - ROXY MUSIC


Side A
1 Love Is the Drug 3:52
2 Like a Hurricane (Young) 7:43
3 My Only Love 7:16
Side B
1 Both Ends Burning 5:32
2 Avalon 4:23
3 Editions of You 4:10
4 Jealous Guy (Lennon) 6:32

O segundo disco da edição em vinyl deste trabalho segue, obviamente, tudo o que se disse no primeiro. A edição é toda do mesmo concerto e a óptima prestação da banda mantem-se por aqui. Realço Phil Manzanera, guitarra solo, numa forma estupenda a fazer-se notar durante todo o album como uma peça fulcral desta formação e tambem o incansável Andy Newmark, bateria, sempre a marcar o ritmo do concerto de uma forma bastante presente. Bryan Ferry é sempre Bryan Ferry, igual a si próprio.
Este segundo disco começa com o sempre obrigatório "Love Is The Drug" e passa a vez a "Like A Hurricane", versão do conhecido tema de Neil Young que é aqui alvo de uma boa interpretação ao nível dos Roxy Music com Guy Fletcher a fazer-se notar nos teclados criando uma atmosfera etérea. "My Only Love" é outro daqueles temas que acentam perfeitamente à voz e estilo, ou charme, de Ferry com outro bom solo de Manzanera e que culmina em alta com MacKay a solar no sax.
"Both Ends Burning" serve para matar saudades aos fãs mais antigos, tal como "Editions Of You" se bem que esta última enche mais as medidas com um som mais Rock'n Roll e com boa intervenção de Guy Fletcher a fazer lembrar o solo original de Brian Eno. Este digressão não faria sentido sem "Avalon" guardado mais para o fim com boa participação, bem afinada, de uma das coristas.O término é a versão de "Jealous Guy" de John Lennon.
É uma boa surpresa, nunca imaginei que os Roxy Music pudem-se soar assim ao vivo. A banda funciona bem no geral sem nada de mais a apontar. Última chamada de atenção para o coro composto por Fonzi Thornton, Michelle Cobbs e Tawatha Agee, muito bem afinados.

quarta-feira, 26 de março de 2008

Heart Still Beating (Pt I) - ROXY MUSIC


Side A
1 India :53
2 Can't Let Go 5:20
3 While My Heart Is Still Beating 3:52
4 Out of the Blue 4:26
Side B
5 Dance Away 3:45
6 Impossible Guitar 3:41
7 A Song for Europe 6:27

Edição dupla em vinyl no ano de 1990 para um concerto dos Roxy Music em Frejus, França em 1982 na digressão do album Avalon, a última. Foi no ano seguinte que a banda findou as suas actividades voltando somente a actuar esporadicamente ao vivo mas nunca mais voltando a entrar em estúdio. Sucede-se a famosa carreira a solo de Bryan Ferry.
Falando para já da primeira parte do album note-se a curiosidade da primeira faixa, saltando a pequena introdução de "India", ser um tema da carreira a solo de Bryan Ferry, "Can't Let Go" de 1978 abre assim, e bem, o concerto para quebrar logo a seguir com o misterioso "While My Heart Is Still Beating" de Avalon. "Out of The Blue" volta a dar nova animação numa interpretação vigorosa com Andy MacKay a soar bem em Oboé e Andy Newmark a evidenciar-se na bateria.
O lado B começa com uma das minha preferidas "Dance Away", bonita melodia onde se consegue imaginar o charme de Bryan Ferry a interpretar esta canção. Em seguida é a vez de Phil Manzanera apresentar uma das suas obras a solo, "Impossible Guitar" é instrumental e Manzanera vagueia pelo tema exprimindo-se a seu belo prazer, apoiado pela segunda guitarra de Neil Hubbard. Manzanera estava em grande forma por esta altura e os solos ao longo deste album provam-no. A acabar este primeiro disco vem "A Song For Europe" que é daqueles temas que tem qualquer coisa de épico e ficam sempre como um registo obrigatório para uma banda. Poder-lhe-ia mesmo chamar uma balada épica e o seu fim em crescendo, e heróico como um hino, seria óptimo para encerrar um concerto mas para já só encerra o primeiro disco.

sexta-feira, 14 de março de 2008

A Change Of Seasons - DREAM THEATER


1 A Change of Seasons 23:06
i The Crimson Sunrise
ii Innocence
iii Carpe Diem
iv The Darkest of Winters
v Another World
vi The Inevitable Summer
vii The Crimson Sunset
2 Funeral for a Friend (Love Lies Bleeding) (Elton John) 10:49
3 Perfect Strangers (Deep Purple) 5:33
4 The Rover/Achilles Last Stand/The Song Remains the Same (Led Zeppelin) 7:28
5 The Big Medley (Pink Floyd/Kansas/Queen/Journey/Dixie Dregs/Genesis) 10:34

Em 1995 os Dream Theater lançaram este EP que contêm uma faixa original, o épico "A Change Of Seasons" de 23 minutos de duração, e é preenchido no restante com uma actuação da banda perante os fãs em Londres, no Ronnie Scott's Jazz Club, em que se divertem a tocar exclusivamente versões de bandas que gostam, e que muito provavelmente foram grande influência da banda. Tal apresentação de trabalho pode assustar muita audiência, nem todos estão dispostos a ouvir uma faixa de 23 minutos a menos que se seja um grande apreciador de música, ou nomeadamente de Rock Progressivo em que os temas são maioritariamente grandes suites, ou então um grande fã da banda. Não foi feito com intuito comercial, obviamente.
A longa suite "A Change Of Seasons" é composta por sete partes em que há um pouco de tudo, a introdução, e o fecho, acústico, potentes partes instrumentais, assim como outras dinâmicas mais algumas sequências cantadas por Labrie. Apesar de ser bastante longo não é um tema maçudo e se nos deixarmos absorver por ele até parece bem mais pequeno.
O resto do album é então composto por uma actuação em Londres num concerto para fãs e a banda entretêm(se) com diversas covers. São óbvias referências às influências da banda que começam com "Funeral For A Friend (Love Lies Bleeding)", tema de abertura desse grandioso album de Elton John que é "Goodbye Yellow Brick Road" e que à partida nada teria a ver com este som mas esta peça é de facto um grande tema que encaixa perfeitamente na sonoridade mais progressiva dos Dream Theater. "Perfect Strangers" dos Deep Purple é igual a ele mesmo e de seguida vem um pequeno medley com três temas de Led Zeppelin, "The Rover" serve de introdução para "Achilles Last Stand" e o riff de " The Song Remains The Same" serve para encerrar, práctico e útil. A terminar vem "The Big Medley" e aqui a coisa tem impacto, mas mais pelos temas em si do que pela execução dos mesmos. São 6 temas colados entre si e exceptuando "In The Flesh" dos Pink Floyd, que é tocado na totalidade, os restantes temas resumem-se às passagens mais conhecidas, mais uma vez de forma bastante práctica.
A parte ao vivo pode-se apontar como sendo um bocado mal aproveitada uma vez que o nivel de músicos permitia que fossem mais ousados e dessem novas roupagens aos temas mas nota-se claramente que a intenção era somente entreter e passar um bom bocado sem querer provar nada.

domingo, 9 de março de 2008

Free Pop - POP DELL'ARTE


1 Berlioz 3:47
2 Rio Line 2:17
3 Loane & Lyane Noah 3:22
4 Avanti Marinaio 2:56
5 Dell’ Arte Je M’Enroque 2:11
6 Pi Latão 3:02
7 Turin Welisa Strada 3:54
8 Bladin 4:45
9 Poligrama 1:18
10 Juramento Sem Bandeira 7:43

A segunda metade da década de 80, após o boom do "Rock Português" na primeira metade, deu por cá frutos com uma série de projectos inovadores, atrevidos e por demais experimentalistas, fugindo ao conceito mais convencional do Pop Português, nomeadamente no formato de canção. O concurso de música moderna do Rock Rendez-Vous contribuiu bastante para esse movimento artístico, se assim se pode chamar, de onde viriam a surgir, entre outros tantos, os Pop Dell'Arte liderados pelo carismático João Peste. Os Pop Dell'Arte desde cedo quiseram assumir a sua diferença conceptual, e estética, no meio e recusaram sempre que alguem, ou alguma entidade, lhes dissesse o que fazer e se estava certo ou errado, a solução passou por criarem a sua própria editora e assim trabalharem livremente, foi neste contexto que surgiu a Ama Romanta, e foi tambem assim que surgiu este grande album em 1987.
Free Pop é assim um trabalho livre de quaisquer regras, senão mesmo as da própria banda. Acima de tudo experimentar, novos métodos, novas linhas, novos sons, quebrar barreiras e usar formatos anti-convencionais. Pode parecer um tanto ou quanto anárquico, e que bem que isto me soa, mas há regras como já referi antes, as regras dos Pop Dell'Arte.
Joao Peste é um "poeta fonético", como já vi referirem-se a ele e que bem que lhe fica o título. Peste entoa em diversas linguagens e cria vocalizações únicas. É tambem um bom intérprete que consegue transmitir em "Bladin" uma sensação dramática, tão envolvente, quase equivalente a uma boa representação cinematográfica. Na última faixa do album, "Juramento sem Bandeira", João Peste tem como companheiro na voz Adolfo Luxúria Canibal, dos Mão Morta, e os dois manifestam-se, e declaram-se, como as duas maiores personagens que na altura podiam mudar o rumo da vulgaridade em que o sistema caía.
A ouvir sem quaisquer preconceitos.

sábado, 1 de março de 2008

Sportin' Life - WEATHER REPORT


1 Corner Pocket (Zawinul) 5:43
2 Indiscretions (Zawinul) 4:03
3 Hot Cargo (Zawinul) 4:38
4 Confians (Cinelu) 5:03
5 Pearl on the Half Shell (Shorter) 4:04
6 What's Going On (Benson, Cleveland, Gaye) 6:26
7 The Face on the Barroom Floor (Shorter) 3:55
8 Ice-Pick Willy (Zawinul) 4:56

Penúltimo album dos Weather Report, editado originalmente em 1985. A grande particularidade deste album é ter sido fruto de uma das inovações da altura que era o MIDI, agora Zawinul podia gravar os temas e posteriormente alterá-los e trabalhá-los da forma que entendesse.
Este trabalho mantêm a frescura, as cores, os cheiros e os sabores de todos os outros trabalhos da banda mesmo passando por diversas formações, mas mantendo-se o nucleo fundador Zawinul/Shorter. Omar Hakim, na Bateria, e Victor Bailey, no Baixo, já vinham dos dois albuns anteriores e encontram-se perfeitamente enquadrados, no entanto surge aqui como novo elemento o Percussionista Minu Cinelu que contribui logo com um tema, "Confians", em que canta e toca Guitarra acústica, e preenche ainda todo o trabalho com os seu balanço percutivo encaixando-se muito bem com O.Hakim. O album vive desse balanço da secção rítmica e tambem das muitas vozes que por aqui passam, nomeadamente a de Bobby McFerrin que improvisa maravilhosamente, ouçam-se as suas pequenas, e suficientes, participações nos temas "Pearl On The Half-Shell" e "Ice-Pick Willy". Curiosamente Zawinul volta a gravar uma versão de um tema, neste caso "What's Goin'On" de Marvin Gaye que passa assim a soar a Weather Report. Chamo ainda a atenção para a peça "Face On The Barroom Floor", escrita por Shorter, e que apesar de ser tocada em trio soa a duo, Zawinul e Shorter interagem perfeitamente.
É sempre um enorme prazer disfrutar desta banda, seja em que fase for. Esta fase é apontada, normalmente, como uma das piores mas digam o que disserem a banda continuava impregnada de vida, e esta formação não fica nada aquém das anteriores.