domingo, 9 de março de 2008

Free Pop - POP DELL'ARTE


1 Berlioz 3:47
2 Rio Line 2:17
3 Loane & Lyane Noah 3:22
4 Avanti Marinaio 2:56
5 Dell’ Arte Je M’Enroque 2:11
6 Pi Latão 3:02
7 Turin Welisa Strada 3:54
8 Bladin 4:45
9 Poligrama 1:18
10 Juramento Sem Bandeira 7:43

A segunda metade da década de 80, após o boom do "Rock Português" na primeira metade, deu por cá frutos com uma série de projectos inovadores, atrevidos e por demais experimentalistas, fugindo ao conceito mais convencional do Pop Português, nomeadamente no formato de canção. O concurso de música moderna do Rock Rendez-Vous contribuiu bastante para esse movimento artístico, se assim se pode chamar, de onde viriam a surgir, entre outros tantos, os Pop Dell'Arte liderados pelo carismático João Peste. Os Pop Dell'Arte desde cedo quiseram assumir a sua diferença conceptual, e estética, no meio e recusaram sempre que alguem, ou alguma entidade, lhes dissesse o que fazer e se estava certo ou errado, a solução passou por criarem a sua própria editora e assim trabalharem livremente, foi neste contexto que surgiu a Ama Romanta, e foi tambem assim que surgiu este grande album em 1987.
Free Pop é assim um trabalho livre de quaisquer regras, senão mesmo as da própria banda. Acima de tudo experimentar, novos métodos, novas linhas, novos sons, quebrar barreiras e usar formatos anti-convencionais. Pode parecer um tanto ou quanto anárquico, e que bem que isto me soa, mas há regras como já referi antes, as regras dos Pop Dell'Arte.
Joao Peste é um "poeta fonético", como já vi referirem-se a ele e que bem que lhe fica o título. Peste entoa em diversas linguagens e cria vocalizações únicas. É tambem um bom intérprete que consegue transmitir em "Bladin" uma sensação dramática, tão envolvente, quase equivalente a uma boa representação cinematográfica. Na última faixa do album, "Juramento sem Bandeira", João Peste tem como companheiro na voz Adolfo Luxúria Canibal, dos Mão Morta, e os dois manifestam-se, e declaram-se, como as duas maiores personagens que na altura podiam mudar o rumo da vulgaridade em que o sistema caía.
A ouvir sem quaisquer preconceitos.

Sem comentários: