domingo, 28 de outubro de 2012

Are You Experienced? (US Version) - JIMI HENDRIX EXPERIENCE


1 Purple Haze 2:50
2 Manic Depression 3:42
3 Hey Joe (B.Roberts/D.Valenti) 3:30
4 Love or Confusion 3:12
5 May This Be Love 3:10
6 I Don't Live Today 3:54
7 The Wind Cries Mary 3:20
8 Fire 2:43
9 Third Stone from the Sun 6:44
10 Foxy Lady 3:18
11 Are You Experienced? 4:16

Obscurecido na primeira metade dos anos sessenta como Guitarrista secundário nos grupos de Little Richard, King Curtis e com os Isley Brothers, Jimi Hendrix só viria a ser realmente conhecido em finais da mesma década e após ter sido descoberto nos EUA por Chas Chandler, Ex-Baixista dos Animals, que procurava então começar uma carreira de manager de artistas e viu em Hendrix a oportunidade ideal para o fazer convencendo-o a ir para Londres, onde aterrou em Setembro de 1966, e arranjou-lhe banda e estúdio. O power Trio de Hendrix chamou-se Experience e era composto por Mitch Mitchell na Bateria e Noel Redding no Baixo, uma poderosa secção rítmica que muito ajudou Hendrix nos meandros do psicadelismo e loucas experimentações, uma reflexão da época liberal que então se vivia na cidade de Londres no mítico ano de 1967, de que “Third Stone From The Sun” é um “caótico” exemplo. “Love Or Confusion” também consegue refletir o espírito psicadélico da época mas é um pouco mais Flower Power. Lançado então em 1967 “Are You Experienced?” viria a ser o álbum que iniciava a, infelizmente curta, carreira de Jimi Hendrix.
Livre de preconceitos e apenas com vontade de tocar, Hendrix, que era um músico muito expressivo, explorava a sua Guitarra de forma a extrair novos sons e usando novas técnicas e uma nova abordagem de interpretação musical que começava por se distanciar de algum convencionalismo. A entusiástica exploração de efeitos em estúdio foi uma das vertentes utilizadas e sente-se neste album em momentos como as vozes Off de “Purple Haze”, os Delays e as panorâmicas de “May This Be Love”, o Feedback em “I Don’t Live Today” e no solo de Guitarra invertido em “Are You Experienced?”, mas o expoente do álbum encontra-se no arrojado instrumental de “Third Stone From The Sun”. Para além de toda a parafernália Hendrix revelou-se ainda um compositor diversificado capaz do Rock mais possante de “Purple Haze”, “Manic Depression”, “I Don’t Live Today”, “Fire” e “Foxy Lady”, capaz da etérea versão de “Hey Joe”, de ser volúvel em “May This Be Love” e baladeiro em “Wind Cries Mary”, e um experimentalista em “Third Stone From The Sun” e “Are You Experienced?”
O álbum conheceu duas edições diferentes, uma para o Reino Unido e outra posterior para os EUA. A que aqui se apresenta é a Americana. A principal diferença entre as duas edições é que a Americana contêm os três singles, “Hey Joe”, “Purple Haze”, e “The Wind Cries Mary”, lançados no Reino Unido antes da edição do album.

sexta-feira, 19 de outubro de 2012

KEITH JARRETT At The Blue Note - The Complete Recordings - CD VI

Cd 06
1  Time After Time (S.Cahn/J.Styne) 12:36
2 For Heaven's Sake (E.Bretton/D.Meyer/S.Edwards & Donald Meyer) 11:02
3 Partners 8:56
4 Desert Sun 28:32
5 How About You? (R.Freed/B.Lane) 7:11

Eis o último cd da sêxtupla edição captada integralmente ao vivo em 1994 durante três noites no conhecido clube Nova Iorquino, Blue Note. Em súmula resta confirmar o que foi exposto nos cinco Cds anteriores; Keith Jarrett para além de virtuoso é um músico bastante emotivo que se entrega de corpo e alma às suas atuações gerando performances espontâneas, fisicamente expressivas e musicalmente perfeitas. Gary Peacock é outro músico extraordinário, dono de uma harmonia admirável, que por vezes consegue rivalizar com Keith Jarrett nos Solos. Jack de Johnette completa o Trio sendo um elemento dinâmico e muito criativo que tem como missão conduzir e sustentar o ritmo desta experiente formação. A clareza deste Trio impressiona pela sua integridade e firmeza o que torna esta formação num dos maiores Trios de Jazz que a história já conheceu. Há ainda a salientar o vasto repertório de Standards que a banda percorreu nas três noites repetindo apenas três temas no total, e desses três dois, “No Lonely Nights” e “Partners”, são originais de Keith Jarrett.
É com as bonitas melodias de “Time After Time” e “For Heaven’s Sake” que arranca este Cd, duas interpretações proporcionais em dedicação e alma pela coesão do Trio. Gary Peacock tem inclusive um encantador Solo no segundo tema. “Partners” e “Desert Sun” são duas peças escritas por Keith Jarrett inseridas num repertório preenchido por Standards; e se o Jazz fluído de “Partners” entra bem no enquadramento da sessão a contemporaneidade de “Desert Sun” confere-lhe o estatuto da peça mais arrojada das três noites. Por fim o simpatiquíssimo “How About You?” encerra as hostes com caráter e boa disposição.

domingo, 14 de outubro de 2012

KEITH JARRETT At The Blue Note: The Complete Recordings - CD V


Cd 05
1 On Green Dolphin Street/Joy Ride (B.Kaper/N.Washington) 21:07
2 My Romance (L.Hart/R.Rodgers) 9:40
3 Don't Ever Leave Me (O.Hammerstein II/J.Kern) 5:08
4 You'd Be So Nice to Come Home To (C.Porter) 6:58
5 La Valse Bleue (R.Wilbur) 7:03
6 No Lonely Nights 6:21
7 Straight, No Chaser (T.Monk) 6:13

Ao quinto Cd continua a ser notório e indiscutível o elevado nível de qualidade do Trio de Standards de Keith Jarrett. Neste Cd encontram-se mais seis Standards, e um original, reinventados em distintas interpretações por um Trio de músicos que desenvolve o tempo de performance duma forma espontaneamente aberta e sincera quão simples parece ser para estes homens o facto de executarem os seus instrumentos com excelência, plena harmonia, dedicação e de forma tão satisfatória.
A abordagem inicial com “On Green Dolphin Street/Joy Ride” cedo sugere uma nova perspetiva do tema em mais um momento em que o Trio se alonga para lá dos limites acabando por entrar em ritmo de dança denotando uma evidente boa disposição e deixando desde logo a sala rendida ao seu encanto. Em “My Romance” encontramos Keith Jarrett concentrado para um tema íntegro e sentimental mas que acaba por se soltar mais perto do final. Temos uma modesta interpretação de “Don’t Ever Leave Me” que contrasta com um incansável “You’d Be So Nice To Come Home To” pleno de energia e requinte, e depois vem “La Valse Bleue” que soa comedida. “No Lonely Nights”, uma peça original de Keith Jarrett, é um dos poucos temas que volta a aparecer no alinhamento dos Gigs e que volta a demonstrar um bom enquadramento no meio da vasta lista de clássicos apresentada nas três noites captadas por esta edição. Para fechar em grande estilo o Cd numero 5 da caixa, uma rápida e intensa interpretação de “Straight No Chaser”.

domingo, 7 de outubro de 2012

KEITH JARRETT At The Blue Note: The Complete Recordings - CD IV

Cd 04
1 How Deep Is the Ocean? (I.Berlin) 11:25
2 Close Your Eyes (B.Petkere) 9:27
3 Imagination (J.Burke/J.Van Heusen) 8:44
4 I'll Close My Eyes (B.Kaye/ B.Reid) 10:11
5 I Fall in Love Too Easily/The Fire Within (S.Cahn/K.Jarrett/J.Styne) 27:08
6 Things Ain't What They Used to Be (M.Ellington/T.Persons) 8:58

A proeminência deste Trio reside na salubridade com que se consegue manter unido há alguns anos e com bastantes atuações por todo o Globo. A confiança alicerçada destes homens, a sua capacidade de execução e de improviso, garantem a certeza de um momento bem passado tal como se encontra bem refletido neste quarto Cd, de uma edição sêxtupla captada ao vivo em três noites. Keith Jarrett, ao Piano, é o elemento de destaque quer pelo seu virtuosismo quer pelo seu evidente entusiasmo e à vontade com que encara o seu instrumento. A sua entrega à execução é de tal forma intensa que nunca se sabe ao certo que rumo pode tomar cada um dos seus concertos, seja isso um bom ou um mau indício. Gary Peacock no Contra-Baixo é um pilar de força extrema que nos inebria com a sua melodiosa linha de Baixo e Jack de Johnette é incansável nos seus variados ritmos.
É de novo com atitude que o Trio começa mais um Cd. A sólida interpretação de “How Deep Is The Ocean” deixa antever uma boa sessão o que se comprova logo de seguida pelo balanço empregue a “Close Your Eyes” até que em “Imagination” acalma-se o ambiente. O rico “fraseado” de “I’ll Close My Eyes” volta a despertar o Swing e daqui passamos ao momento mágico dos 24:30’ de “I Fall In Love Too Easily/The Fire Within”. A lenta introdução da balada começa a crescer de intensidade após o Solo de Gary Peacock e o ambiente muda religiosamente apoiado num sentido rítmico algo minimalista em que o tema progride tal como um conhecido Bolero, mas aqui só existem três executantes e a peça não finaliza no seu auge. De novo como encore “Things Ain’t What They Used To Be” volta a encerrar a sessão mas desta vez numa forma mais liberal.