quarta-feira, 30 de janeiro de 2019

Cosmic Thing - B-52's


1 Cosmic Thing   3:50
2 Dry County   4:54
3 Deadbeat Club   4:45
4 Love Shack   5:21
5 Junebug   5:04
6 Roam   4:54
7 Bushfire   4:58  
8 Channel Z   4:49
9 Topaz   4:20
10 Follow Your Bliss   4:08 

Em júbilo permanente, é este o estado natural dos norte americanos B-52's. Dez anos depois da edição do primeiro álbum e quatro anos depois da morte de Ricky Wilson, o guitarrista original, os B-52's conseguem manter a contagiante boa disposição, energia q.b., e muito rock'n roll carregado de pop e algum funky com a habitual combinação de vozes Fred Schneider, Kate Pierson e Cindy Wilson a funcionar na sua plenitude através de uma estrutura musical alegre, dinâmica e complexa com a fantástica capacidade de induzir uma incontrolável vontade de dançar e um bem estar geral ao mais pacato dos mortais. Editado em 1989, Cosmic Thing passou pela supervisão de dois criteriosos produtores como Don Was e Nile Rodgers e revelou-se como o trabalho mais bem sucedido da banda. Sustentado por dois Top10 singles como "Love Shack" e "Roam" o registo contêm ainda um terceiro single em "Deadbeat Club", uma entrada entusiasmante com "Cosmic Thing", uma composição incontornável em "Channel Z" e a discreta participação de Nile Rodgers, na guitarra, em "Topaz". O álbum encerra sob a forma de um instrumental recatado com "Follow Your Bliss". 

quarta-feira, 23 de janeiro de 2019

K - KULA SHAKER



1 Hey Dude   4:09
2 Knight On The Town   3:24
3 Temple Of Everlasting Light   2:33
4 Govinda   4:56
5 Smart Dogs   3:16
6 Magic Theatre   2:37
7 Into The Deep   3:47
8 Sleeping Jiva   2:01
9 Tattva   3:44
10 Grateful When You're Dead/Jerry Was There   5:40
11 303   3:08
12 Start All Over   2:34
13 Hollow Man (Parts 1 & 2)   6:12
      
Brit-Pop ao rubro em 1996, o ano em que os Kula Shaker se estreavam com K e assim adicionaram algum exotismo à sonoridade britânica que nos anos 90 caraterizou uma época que fez reviver outra época. Num registo amplamente inspirado pela filosofia e divindades hindu os Kula Shaker usam e abusam da orientalidade para criar uma sonoridade pop carregada de misticismo, produzindo um registo vigoroso com tanto de mistério como psicadelismo. A energia pop de "Hey Dude" lança o álbum de forma decidida, com "Knight On The Town" a seguir-lhe o rasto, até que as tablas surgem em "Temple Of Everlasting Light" para nos conduzir a "Govinda", a única música cantada totalmente em sânscrito a atingir um top 10 em terreno britânico. A energia das guitarras e dos refrões pop volta com "Smart Dogs" sendo depois "quebrada" pelo fascinante encanto psicadélico de "Magic Theatre" e pela simpatia pop de "Into The Deep" até ao retorno da espiritualidade oriental em "Sleeping Jiva" que serve de introdução a "Tattva", o pico deste registo. "Grateful When You're Dead/Jerry Was There" é uma referência aos norte americanos Grateful Dead de Jerry Garcia numa música dividida por duas partes distintas, o momento mais rock'n roll de todo o registo que partilha terreno com uma segunda parte divagante, imbuída por algum improviso. "303" é mais uma canção pop mergulhada em guitarras estridentes e orgão, seguida da melodiosa "Start All Over" que por sua vez leva a "Hollow Man", em que uma introdução instrumental algo floydiana evolui inevitavelmente para um psicadelismo reminiscente dos finais da década de 60 em terras de Sua Majestade.  
Nos último segundos desta edição, após um bom compasso de espera, há ainda um pequeno presente...

segunda-feira, 14 de janeiro de 2019

Scissor Sisters - SCISSOR SISTERS


1 Laura   3:35
2 Take Your Mama   4:31
3 Comfortably Numb (R.Waters/D.Gilmour)   4:24
4 Mary   4:39
5 Lovers In The Back Seat   3:18
6 Tits On The Radio   3:14
7 Filthy/Gorgeous   3:46
8 Music Is The Victim   2:57
9 Better Luck   3:07
10 It Can't Come Quickly Enough   4:38     
11 Return To Oz   4:37
Bonus tracks
12 no title   0:30
13 The Skins   2:51
14 Get It Get It   3:47       

Eis o belíssimo cartão de visita com que os norte americanos Scissor Sisters se apresentaram ao mundo em 2004. Alegres, espampanantes e extrovertidos, focam-se em divertir os outros divertindo-se eles próprios através da música. "Scissor Sisters" é um dos registos essenciais do início deste século, que não terá sido levado muito a sério possivelmente pela conotação gay com que a banda se identifica. Preconceitos à parte, a banda pratica uma sonoridade dinâmica dominada pelo ritmo de dança onde as influências disco se fundem com rock/pop criando perfeitas texturas musicais, ricas em harmonia, uma combinação explosiva que culmina em perfeitas canções pop. No meio de tudo isto está "Comfortably Numb", a música sagrada dos Pink Floyd, que os Scissor Sisters tiveram a feliz ousadia de transformar numa música nova, completamente fora da estrutura original. O registo conclui-se como um trabalho musicalmente irrepreensível onde imperam músicas de excelência como os alegres singles "Laura" e "Take Your Mama", a notável harmonia de "Mary", a distinção pop de "Lovers In The Backseat" , a excitante provocação de "Tits On The Radio", a intensidade disco de "Filthy/Gorgeous", o rock'n roll à Elton John de "Music Is The Victim", o country escondido em "Better Luck", a sobriedade de "It Can't Come Quickly Enough" e a consciência progressiva de "Return To Oz". Esta edição em cd contêm ainda dois bonus tracks que encaixam perfeitamente no alinhamento original, o funky "The Skins" e o dançável "Get It Get It" a convocar para a pista. Uma clara nota de distinção num registo que roça a perfeição geral.

segunda-feira, 7 de janeiro de 2019

Monster - R.E.M.


1 What's The Frequency, Kenneth?   3:59
2 Crush With Eyeliner   4:39
3 King Of Comedy   3:39
4 I Don't Sleep, I Dream   3:25
5 Star 69   3:07
6 Strange Currencies   3:51 
7 Tongue   4:08
8 Bang And Blame   5:29
9 I Took Your Name   4:07
10 Let Me In   3:27
11 Circus Envy   4:14
12 You   4:52

Com a edição de Monster em 1994 os R.E.M. contrariaram a tendência acústica dos trabalhos anteriores e distorceram a sua música de forma a criar um registo áspero e suficientemente sujo. Gravado e editado no mesmo ano em que faleceu Kurt Cobain, homenageado por Michael Stipe em "Let Me In", Monster assimila muita da energia do movimento grunge, que acaba por se fundir com a inteligente e eficaz estrutura musical rock'n roll dos R.E.M. potenciando a importância deste trabalho junto da restante discografia da banda norte americana. Num álbum regulado pela eletricidade e pelo excessivo efeito tremolo/delay que Peter Buck difunde através da sua guitarra e amplificador, distinguem-se três momentos peculiares em; "Strange Currencies", a música deste álbum que mais se aproxima do registo anterior, "King Of Comedy", a faixa mais autónoma e original, enquanto "Tongue" impressiona pelo invulgar falsete de Stipe e pela aproximação à soul music. "What's The Frequency, Kenneth?" e "Bang And Blame" evidenciam-se como singles e há que ter em conta momentos como "Crushed With Eyeliner", com breve aparição vocal de Thurston Moore dos Sonic Youth, "I Don't Sleep, I Dream", a destreza de "Star 69", a habilidade de "I Took Your Name" e a saturação de "Circus Envy".