domingo, 19 de dezembro de 2010

Viagens - PEDRO ABRUNHOSA E OS BANDEMÓNIO (Colecção As Músicas Da Nossa Vida)


1 Não Posso Mais 4:59
2 Não Tenho Mão Em Mim 4:40
3 Lua 6:20
4 É Preciso Ter Calma 4:46
5 Socorro 4:54
6 Estrada 5:03
7 Fantasia 4:04
8 Viagens 7:05
9 Perto Do Céu 4:41
10 Tudo O Que Eu Te Dou 3:53

Obra ímpar, sem igual, na história da produção musical Portuguesa. Pedro Abrunhosa, contrabaixista e professor de Jazz, apresenta-se ao mundo da Pop com um album, editado em 1994, carregado de Funk e alguma Soul. "Viagens" é esse album, em que Abrunhosa é acompanhado pelos Bandemónio onde para além dos alunos do próprio Pedro Abrunhosa sigram os nomes de Mário Barreiros e Quico que tambem acumulam os créditos de produção. Há ainda a principal estrela, convidada, que é nem mais nem menos do que Maceo Parker, o Saxofonista que durante anos partilhou os palcos com a lenda da Soul Mr.James Brown. Outro nome de peso envolvido neste trabalho é o de Norman Cook, que mais tarde viria a ser conhecido como Fatboy Slim, no tratamento dos Loops.
Muito Groove, um balanço muito Funky e Soul, com um cheirinho Jazzy, envolve os dez temas originais do album numa atmosfera a que Portugal não estava habituado. "Não Posso Mais" abre o mote, foi o single que rebentou nas radios, "Não Tenho Mão Em Mim", "É Preciso Ter Calma" e "Socorro" seguiram-lhe as pisadas. As baladas, "Lua", "Viagens", "Tudo O Que Eu Te Dou" não quebram muito o andamento do trabalho e "Viagens" consegue mesmo ser um dos melhores momentos do album através de uma construção cuidada e de bom gosto, e lá está o Saxofone de Maceo Parker.
O ponto forte deste trabalho acaba por ser a consistência da banda, com Maceo Parker como Solista, pois é dela que vem toda a sonoridade que caracteriza estas sessões. Abrunhosa apresenta-se como compositor, arranjador e vocalista e a sua presença é apenas a de um Frontman seguro pelo apoio que recebe da banda.
Viagens é uma peça obrigatória da música popular Portuguesa a ter em conta pela sua originalidade, coragem e atrevimento.

domingo, 5 de dezembro de 2010

The Land Of Rape And Honey - MINISTRY


1 Stigmata 5:45
2 The Missing 2:54
3 Deity 3:23
4 Golden Dawn 5:42
5 Destruction 3:30
6 Hizbollah 3:59
7 The Land of Milk and Honey 5:12
8 You Know What You Are 4:45
9 I Prefer 2:16
10 Flashback 4:48
11 Abortive 4:23

À data de edição deste album, 1988, a brutal máquina Industrial dos Ministry dá mostras de já se encontrar muito bem oleada e fortemente capacitada para produzir potente música automatizada dentro de um género mais minimal. Samplers, Loops, Sequenciadores, Vozes distorcidas, ainda poucas Guitarras, caixas de ritmos e uma grande vontade de dar um valente soco na barriga do Mundo pontuam este trabalho de estúdio dos Ministry.
É com um grito e riffs de Guitarras que arranca este registo, num album em que a presença potente das Guitarras se encontra precisamente nos três primeiros temas do album. Daqui para a frente a presença das Guitarras limita-se a feedbacks e pequenos apontamentos. Os Ministry, duo constítuido por Al Jourgensen e Paul Barker, sempre foram uma banda de revolta e começam por se manifestar desta forma. Em "Golden Dawn" é a linha de Baixo que comanda e entra-se nos temas mais automatizados em que variados samplers de vozes de ordem ditam as suas leis de revolta. "The Land Of Rape And Honey" e "You Know What You Are" são os momentos altos do album, temas em que pontuam os arpejadores trabalhados nos Sintetizadores para dois momentos fortes quer a nível musical quer a nível social onde as palavras de ordem e incentivo são mais evidentes. A fechar o album "Abortive" proporciona um raro momento de Groove carregado de efeitos e muita experimentação.
Eis os Ministry tal como os conhecemos, provocadores, experimentalistas e incentivadores do caos "ordenado".