segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

The Summer Of 1993 - Live At Saratoga, NY - STEELY DAN - CD 02

1 Deacon Blues 8:11
2 Tomorrow’s Girls 6:40
3 Babylon Sisters 6:48
4 Reelin’ In the Years 7:26
5 The Fall of ’92 6:11
6 Peg 4:40
7 Third World Man 6:29
8 Countermoon / Teahouse on The Tracks 13:36
9 My Old School 8:23
10 FM 6:30

Segunda parte da gravação não oficial do concerto de Nova Iorque em 1993 que conclui na sexta faixa, “Peg”, daí para a frente o resto da gravação foi feita em L.A. e a qualidade de som altera-se, nota-se ter sido captado no meio da assistência mas apesar de menos equilibrado continua a perceber-se bem o som de toda a banda.
Os Steely Dan não tocavam ao vivo desde 1974, ano em que deixaram os palcos para se dedicarem mais ao trabalho de estúdio. Esta Tournée foi um sucesso pois era uma oportunidade única para ver a banda ao vivo e tudo começou por causa da edição de “Kamakiriad” o álbum a solo de Donald Fagen editado neste mesmo ano. A Tournée serviu para a promoção do trabalho de Fagen mas assenta essencialmente no repertório dos Steely Dan. Do álbum de Donald Fagen temos aqui uma poderosa interpretação de “Tomorrow’s Girls” e a fusão dos dois temas, com cheiro a Jam Session, “Countermoon/Teahouse On The Tracks”. Walter Becker preparava na altura o álbum a solo “11 Tracks of Whack” que viria a ser editado em 1994, do qual se pode ouvir aqui o tema “The Fall of ‘92”.
O concerto é muito bom e este registo vale imenso tanto pelo espantoso repertório dos Steely Dan como pela Super-Banda que os acompanhou, ver CD 01. Particularidades a ter conta; o novo arranjo para “Reelin’ In The Years”, a aparição do Guitarrista Denny Dias, que fez parte da primeira formação da banda, em “Countermoon/Teahouse On The Tracks” e o final do concerto ao estilo de discos pedidos com “FM”, tema que os Steely Dan escreveram em 1978 para o filme do mesmo nome e foi editado como Single, não fez parte do alinhamento de nenhum dos álbuns da banda.
No seguimento do sucesso destas Tournées viria a ser editado oficialmente o álbum “Alive In America” em 1995.

segunda-feira, 24 de dezembro de 2012

The Summer Of 1993 - Live At Saratoga, NY - STEELY DAN - CD 01


1 Intro Medley 7:57
   (The Royal Scam/Bad Sneakers /Aja)
2 Green Earings 5:26
3 Bodhisattva 5:31
4 I.G.Y. (International Geophysical Year) 6:15
5 Josie 7:16
6 Hey 19 6:31
7 Book Of Liars 4:34
8 Chain Lightning 6:36
9 Band Introductions 3:47
10 Green Flower Street 3:59
11 Home At Last 6:53
12 Black Friday 4:17
13 Tesla Shadows 6:11

Detentores de uma requintada e exemplar carreira que preencheu praticamente a década de 1970 e terminou em 1981, ano em que os líderes Donald Fagen e Walter Becker findaram os serviços da banda, os Steely Dan regressaram aos palcos em 1993 com o seu Rock adulto polvilhado de adereços Jazzísticos, para uma Tournée em que mostraram continuar em grande forma tendo ainda o privilégio de serem acompanhados por uma banda de luxo que denominaram “The Steely Dan Orchestra”. A Tournée assenta também na apresentação do álbum a solo de Donald Fagen editado nesse mesmo ano, “Kamakiriad”, e do quase acabado album solo de Walter Becker “11 Tracks Of Whack“. Temas de ambos os álbuns são incluídos no alinhamento assim como temas do primeiro álbum a solo de Donald Fagen, “Nightfly” editado em 1981. Este registo, não oficial, é composto por dois Cds que documentam com boa qualidade sonora o concerto na cidade de Nova-Iorque, a casa dos Steely Dan.
O concerto abre com uma interessante peça instrumental que é um Medley composto por três conhecidos temas dos Steely Dan em que o Trio de Saxofones se evidencia pois toda a harmonia passa por esta mesma secção. A meio do concerto Donald Fagen faz mesmo uma menção especial à secção de sopros por ser unicamente composta por Saxofones, tal como os Steely Dan gostam. De seguida o espetáculo passa pela revisão de carreira da banda e há momentos mágicos em “I.G.Y.” que remete ao primeiro álbum a solo de Donald Fagen, em “Josie” com direito a solo de Peter Erskine na Bateria, na formosura de “Hey Nineteen” e no charme Jazzístico de “Chain Of Lightning”. “Green Flower Street” volta a remeter ao primeiro trabalho a solo de Donald Fagen e o Rock quente de “Black Friday” encerra de forma enérgica a primeira parte do concerto. Pelo meio, Walter Becker apresenta um tímido “Book Of Liars”, tema a ser incluído no seu álbum a solo editado algum tempo depois, e é também Walter Becker quem faz as apresentações da super-banda que transpira confiança e acompanha os Steely Dan: Drew Zingg na Guitarra Elétrica, Warren Bernhardt no Piano, Tom Barney no Baixo, Peter Erskine na Bateria, Bill Ware em Vibrafone e algumas Percussões, o Trio de Saxofones composto por Bob Sheppard, Chris Potter e Cornelius Bumpus, e ainda as encantadoras harmonias das vozes de Brenda King, Catherine Russell, Diane Garisto. O misterioso instrumental “Tesla Shadows” inicia a segunda parte do concerto e encerra o primeiro Cd desta edição não oficial.

domingo, 16 de dezembro de 2012

Caution Radiation Area - AREA

1 Cometa Rossa 4:00
2 ZYG (Crescita Zero) 5:27
3 Brujo 8:02
4 MIRage, Mirage 10:27
5 Lobotomia 4:23

A fusão de elementos que carateriza o som dos Italianos Area neste trabalho original editado em 1974 é deveras radioativa/corrosiva quanto baste para além de avant-garde e detentora de uma fabulosa contemporaneidade. Há uma complexidade progressiva ao longo do registo que se projeta num caos expansivo que termina com um registo de frequências eletronicamente processadas. É no entanto de forma bastante acessível que “Cometa Rossa” nos introduz neste álbum, um tema com influências de Rock Progressivo interrompido a meio pela invulgar capacidade vocal de Demetrio Stratos cuja particular interpretação impressiona pelo seu exotismo, não esquecer que Stratos era natural de Alexandria, Egipto. O sugestivo arranque Industrial de “ZYG” transforma-se de novo em Rock progressivo para passar imediatamente a um momento de fusão Jazz/Rock com diversos andamentos. É uma peça de força intensa em que se sente bem a coesão do grupo e a partir daqui a coisa começa a complicar. “Brujo” é já uma peça mais complexa, sempre com a presença progressiva em fundo mas ainda mais ousada. Patrizio Fariselli sola no Piano Eletrico sobre uma estrutura estética que nos remete automaticamente a “Bitches Brew” de Miles Davis até uma pausa final em que vozes etéreas se perdem no espaço e vagueiam sussurrantes sobre o tema até à sua conclusão operática. “MIRage, Mirage” é único e aterrorizante. Basta o seu principio, Demetrio Stratos e a sua performance vocal singular, para nos introduzir num momento estranho até o Contra-Baixo de Ares Tavolazzi e a Bateria de Giulio Capiozzo nos dar um fio condutor seguro mas à sua volta tudo deambula num experimentalismo desvairado e depois, chegam as Vozes. Num momento espantoso e deveras assustador, temos a demonstração perfeita de que as vozes também são instrumentos, não servem só para cantar textos. O tema volta a arrancar de forma progressiva e conclui como começou. “Lobotomia” é o final perfeito para este álbum num interessante enredo de frequências eletrónicas, mais experimental não podia ser.
Caution Radiation Area consegue ser “acessível” de início mas a sua progressão vai-se tornado complexa, ousada e abstrata de tema para tema até ao experimentalismo final. Fosse este álbum Anglo-Saxónico e a sua história teria sido outra certamente.

domingo, 2 de dezembro de 2012

The Cry Of Love - JIMI HENDRIX

1 Freedom 3:25
2 Drifting 3:48
3 Ezy Ryder 4:10
4 Night Bird Flying 3:50
5 My Friend 4:38
6 Straight Ahead 4:42
7 Astro Man 3:32
8 Angel 4:25
9 In from the Storm 3:41
10 Belly Button Window 3:37

The Cry Of Love, o primeiro album a ser editado após a morte de Jimi Hendrix em Setembro de 1970, parte da recolha de temas que Hendrix andava a trabalhar em estúdio para a edição de um novo trabalho, um Lp duplo. O critério de escolha desta edição póstuma centrou-se nos temas que se encontravam mais perto da sua conclusão e foi desta forma que em 1971 The Cry Of Love chegou ao acesso do público. É por muitos considerado como o quarto álbum de estúdio de Jimi Hendrix, uma afirmação que só peca pelo facto do trabalho não ter sido concluído e editado ainda em vida de Hendrix. Apesar de se tratar de uma recolha de material inédito quase concluído fica ainda a incógnita de se saber como Hendrix teria limado as arestas destes temas. Apesar das circunstâncias The Cry Of Love acaba por fazer parte do legado da curta e incrível carreira de Jimi Hendrix e como tal não desilude pois mais uma vez encontramos um forte set de músicas vigorosas, muito dinâmicas e singulares, que resultam numa riqueza harmoniosa digna da criatividade de um distinto autor como Jimi Hendrix.
É de forma intensa e possante que “Freedom” nos apresenta a edição assim como, “Night Bird Flying”, Straight Ahead”, “Astro Man” e “In From The Storm” são igualmente intensos e bastante conscientes pelo que se nota um trabalho mais elaborado bastante evidenciado na preciosidade de “Drifting” e “Angel”. A genuinidade dos Blues está bem patente em “My Friend” e na naturalidade clássica do estilo em “Belly Button Window” que Hendrix interpreta sozinho. Coloco “Ezy Rider” à parte por pertencer a uma sessão anterior ainda com a Band Of Gypsys (Billy Cox no Baixo e Buddy Miles na Bateria) assim como “My Friend” (Noel Redding no Baixo e Mitch Mitchell na Bateria) que pertence às primeiras sessões de gravação de Electric Ladyland. Todo o restante material foi gravado com Billy Cox no Baixo e Mitch Mitchell na Bateria, a última formação que gravou e tocou com Hendrix.
A curta aparição de Jimi Hendrix no universo mexeu redondamente com os cânones da música popular e acabou por abriu novos e inventivos caminhos para a progressão de um estilo que ainda hoje reconhece o contributo Hendrixiano como fulcral para a evolução do género e da forma de utilizar uma Guitarra Elétrica. The Cry Of Love fica como testemunho dos últimos dias de um génio que provavelmente ainda teria muito para dar…