sexta-feira, 23 de abril de 2021
Floodland - THE SISTERS OF MERCY
domingo, 18 de abril de 2021
Brother To Brother - GINO VANNELLI
1 Appaloosa 4:41
sexta-feira, 9 de abril de 2021
People Are Strange - ECHO AND THE BUNNYMEN
Do interregno de cerca de três anos, entre 1985 e 1987, que demorou para que os britânicos Echo And The Bunnymen concluíssem a gravação do que viria a ser o seu quinto álbum de originais, surgiu a versão de "People Are Strange", um original dos Doors, que seria apenas editada como single em 1987 e viria depois a ser utilizada na banda sonora original do filme "The Lost Boys", realizado por Joel Schumacher nesse mesmo ano.
A sessão de gravação de "People Are Strange" foi produzida por Ray Manzarek, o teclista original dos Doors, que ainda contribuiu com o peculiar solo de orgão. É uma versão muito fiel ao original, trata-se mais de uma interpretação do que uma tentativa de criar uma nova versão, e acaba por ser precisamente o inspirado solo de Ray Manzarek a fazer a grande diferença entre o original de 1967 e a frescura desta versão mais atualizada de 1987, que não desilude o fã mais obstinado da lendária banda norte-americana.
Aproveitando a ocasião do lançamento da versão de "People Are Strange" como parte integrante da banda sonora de "The Lost Boys" surgiu também esta edição em 12", no formato ep, que inclui ainda três outras versões que os Echo And The Bunnymen gravaram ao vivo em 25 de Abril de 1985 para uma rádio sueca, daí que o lado B esteja denominado como "The Bee" (Swedish Radio and The Big Beat) uma clara alusão a outro título dos Doors, "The WASP" (Texas Radio And The Big Beat).
Tal como sucede com a versão de "People Are Strange", as três versões que os Echo And The Bunnymen gravaram ao vivo na Suécia são bastante fiéis aos originais e acabam por funcionar como uma espécie de tributo a bandas idolatradas. As bandas visadas são, respetivamente, os Rolling Stones, os Velvet Underground e os Television. Uma "brincadeira" muito bem sucedida e um bom motivo de interesse para curiosos.
quarta-feira, 7 de abril de 2021
Midnite Vultures - BECK
Ao sexto registo de estúdio, o norte-americano Beck Hansen volta a trocar as voltas com mais um trabalho que não segue a linhagem dos registos anteriores. Beck expande o seu universo artístico de álbum para álbum através de reinvenções sucessivas revelando-se como um músico/compositor multifacetado que mesmo não sendo de todo um virtuoso é bastante criativo e sabe tirar partido das suas referências musicais de forma a enriquecer o conteúdo das suas músicas. Ouça-se atentamente a miscelânea de elementos que povoam as suas composições e onde se podem encontrar as mais variadas referências, sons e efeitos, sem comprometer o seu trabalho.
Editado em 1999, Midnite Vultures é um registo confecionado no habitual caldeirão em que Beck acumula as suas ideias e de onde as vai depois retirando para montar o autêntico puzzle que são as suas músicas, um autêntico mixed bizness. Desta vez Beck foi procurar inspiração nos terrenos escaldantes da música soul e do funk e a partir daí foi juntar os ingredientes necessários, mais um pouco de imaginação, e criou um trabalho enérgico e divertido onde as diversas ideias foram agrupadas a seu bel-prazer.
A energia contagiante dos singles "Sexx Laws" e "Mixed Bizness" é a melhor amostra da estética pop/rock/soul/funk que domina quase todo o álbum mas ao longo do registo vai-se percebendo o quanto Beck foi também rebuscar ao extraordinário mundo de Prince; músicas como "Get Real Paid", "Peaches & Cream" e a indisfarçável "Debra" são um claro legado de Paisley Park, a que ainda se poderá juntar o exotismo da riqueza sonora de "Nicotine & Gravy" e a hilariante paródia hip-hop de "Hollywood Freaks".
As restantes músicas enquadram-se na habitual estética pop/rock que domina boa parte dos trabalhos anteriores com destaque para "Milk & Honey" como uma das peças obrigatórias deste álbum pela imponência de uma estrutura eletrificante, cuja secção final conta com a quase discreta presença da guitarra elétrica de Johnny Marr. Curiosamente, a ambiência acústica de "Beautiful Way" leva de volta a "Mutations", o trabalho anterior, e conta com a participação vocal de Beth Orton (Portishead) como segunda voz. Quem quiser continuar o disco por mais seis minutos aproximadamente tem ainda direito a um pequeno bónus.