sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Mind Bomb - THE THE


1 Good Morning Beautiful 7:31
2 Armageddon Days Are Here (Again) 5:40
3 The Violence Of Truth 5:41
4 Kingdom Of Rain 5:53
5 The Beat(en) Generation 3:06
6 August & September 5:47
7 Gravitate To Me 8:10
8 Beyond Love 4:20

Matt Johnson, o homem que criou e sempre sustentou os The The, reune-se aqui pela primeira vez com uma formação que se viria a revelar como uma verdadeira banda. A presença de um nome tão sonante, na altura, como Johhny Marr, o Guitarrista, ex-Smiths, a juntar ao Baterista David Palmer, que passou pelos ABC, e ao Baixista James Eller, veio a revelar uma banda que se mostrou coesa e pronta a transmitir as composições de Matt Johnson, que continua a ser o principal compositor, numa sonoridade equilibrada da qual o tema "Beat(en) Generation" se veio a revelar como o single de apresentação para uma nova roupagem do som dos The The. Mantêm-se o desfile de convidados por todo o album destacando-se as presenças de Sinéad O'Connor, dueto com Matt Johnson no vigoroso "Kingdom Of Rain", a Harmónica electrizante de Mark Feltham, ou o som de Piano e Orgão Hammond de Paul "Wix" Wickens.
Os temas são longos e elaborados, ao estilo de Johnson, mas agora dentro de uma estética mais Pop/Rock. "Good Morning Beautiful" insere-nos calmamente no album, subindo de tom à medida que nos vai avisando profeticamente, em "Armageddon Days Are Here", que entramos em anos conturbados, "Violence Of Truth". Mais à frente vem "August & September", em tom mais Jazzy, e "Gravitate to Me" revela uma parceria de composição Johnson/Marr com um tema inseguro em que a guitarra de Marr é bastante evidente. "Beyond Love" encerra de forma serena um album começa de uma forma politicamente agressiva.
A realçar os tons de branco que envolvem toda a edição do disco e sugerem uma certa pacificidade mas quando chegamos à contra-capa somos confrontados com a forte imagem de uma pomba branca cravada, sangrando, na ponta de uma baioneta. Matt Johnson passa assim a imagem, que se veio a revelar, de uns anos 90 conturbados e de ascensão da cultura Islâmica, tal como revelado no tema "Armageddon Days Are Here".

terça-feira, 17 de novembro de 2009

In A Bar, Under The Sea - dEUS


1 I Don't Mind What Ever Happens 0:46
2 Fell off the Floor, Man 5:13
3 Opening Night 1:38
4 Theme from Turnpike 5:46
5 Little Arithmetics 4:30
6 Gimme the Heat 7:38
7 Serpentine 3:17
8 A Shocking Lack Thereof 5:52
9 Supermarketsong 1:56
10 Memory of a Festival 1:52
11 Guilty Pleasures 4:23
12 Nine Threads 3:34
13 Disappointed in the Sun 6:03
14 For the Roses 4:57
15 Wake Me Up Before I Sleep 2:53

Este album dos dEUS, o terceiro da banda, editado em 1997, espelha bem o que eram os anos 90, criativos, indefinidos e muito confusos. Isto resulta em muitas ideias baralhadas mas que no final acabam por funcionar muito bem. A banda Belga apresenta assim 15 temas originais que celebram vários estilos musicais fundidos num só trabalho.
Iniciando o Cd com um pequeno tema produzido para soar como um velhinho Blues a banda ataca de seguida com "Fell Off The Floor, Man", tema que arranca com um ritmo Funky e que se vem a revelar com uma peça diferente e original. Um pouco depois surge "Theme From Turnpike" que se sustenta num sampler do tema "Far Wells, Mill Valley" de Charles Mingus e que adquire contornos de banda sonora, com qualquer coisa de Portishead. "Little Arithmetics" é Pop limpinha, e "Gimme The Heat" um dos primeiros grandes momentos. "A Schocking Lack Thereof" sugere Tom Waits e "Supermarketsong" revela-se como uma pequena grande canção com a participação de Dana Colley dos Morphine no Saxofone. "Disappointed In The Sun" é um grande momento que nasce melancólico mas que cresce de intensidade e acaba em esperança, grandioso. "For The Roses" pode muito bem ter sido o elo que levou os Arcade Fire a fazerem música.
As primeiras audições deste Cd são particularmente difíceis, de tal forma que me senti incentivado a ouvir mais e mais para tentar conhecer a alma deste trabalho, e depois de a conhecer bem torna-se uma boa companhia.

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Pocket Revolution - dEUS


1 Bad Timing 7:07
2 7 Days, 7 Weeks 3:53
3 Stop-Start Nature 4:28
4 If You Don't Get What You Want 3:49
5 What We Talk About (When We Talk About Love) 4:48
6 Include Me Out 5:02
7 Pocket Revolution 6:01
8 Nightshopping 4:03
9 Cold Sun of Circumstance 5:44
10 The Real Sugar 3:58
11 Sun Ra 6:43
12 Nothing Really Ends 5:35

De raízes bem Europeias, tendo a Bélgica como origem, os dEUS surpreendem por serem tão eficazes e seguros naquilo que que nos oferecem, uma Pop sincera e cautelosa que soa muito bem e satisfaz plenamente. Num País sem grandes referências no universo Pop tal não deixa de ser surpreendente. Começando singelos vão crescendo pausadamente em pequenas, mas decididas, passadas para entrarem em momentos mais esfuziantes e plenos de poder. A banda percorre assim paisagens lineares tanto rurais como urbanas.
É pois assim que em 2006 os dEUS nos oferecem este CD, com uma distância de aproximadamente sete anos em relação ao trabalho anterior, e em que encontramos momentos como, "Bad Timing" que parece resumir tudo o que se disse no parágrafo inicial, o tema vai crescendo de intensidade à medida que vai evoluindo para se concluir num belo tema Pop mas explosivo. "If You Don't Get What You Want" é tambem de referir, como um tema mais Rockeiro, e de seguida vem dois temas de muito bom gosto, "What We Talk About", com o seu baixo corrido que segura o tema de princípio ao fim, à semelhança dos temas antigos dos U2, e "Include Me Out" que é de uma serenidade espantosa e faz lembrar Paul Simon na forma calma e melodiosa de cantar, muito giro. "Cold Sun Of Circumstance" é arrojado, com bom arranjo de guitarras e de vozes, "The Real Sugar" é uma espécie de Bossa, e "Sun Ra" é electrizante. Este tema tem como referência o estratosférico músico de Jazz, Sun Ra, mas não é Jazz é Rock e bastante eléctrico. A fechar o Cd vem a pérola deste trabalho, "Nothing Really Ends" é um bonito tema que tão bem ficaria na voz de Leonard Cohen, uma autêntica preciosidade de harmonia.
São bastas as influências mas de boas castas.