terça-feira, 29 de abril de 2008

Live: 23-5-00 Estádio do Restelo-Lisbon, Portugal - PEARL JAM - CD01


1 Of the Girl 6:56
2 Do the Evolution 3:49
3 Animal 2:56
4 Red Mosquito 5:09
5 Corduroy 5:29
6 Grievance 4:31
7 Light Years 5:12
8 Nothing as It Seems 5:57
9 Given to Fly 4:12
10 Even Flow 5:13
11 Faithful 4:43
12 Untitled 3:59
13 Last Kiss (Cochran) 3:27
14 MFC 2:37
15 Breakerfall 2:47
16 Wishlist 3:52

A 23 de Maio de 2000 os Pearl Jam iniciavam em Lisboa, no Estádio do Restelo, a digressão europeia do album Binaural. Como forma de evitar bootlegs, e outras demais piratarias sem grande qualidade, a banda decidiu registar todas as datas desta digressão e editá-las posteriormente em formato Cd garantindo aos fãs a possibilidade de adquirirem em condições, e com bom som, o concerto a que assistiram.
Provavelmente por ter sido o primeiro concerto da digressão pelo velho Continente nota-se alguma apatia da banda, Eddie Vedder só estabelece contacto com o público Português no final da quarta música, no entanto estamos perante um bom concerto, com um bom alinhamento, que não desilude tanto os que lá estiveram como os que não foram. Outro factor que demonstra estarmos perante um arranque de digressão é o tempo que a banda demora a arrancar de uma música para outra, nota-se que ainda há situações que não estão bem preparadas, mas a nível musical não há nada a assinalar, tirando o facto de Eddie se esquecer do início da letra de "Wishlist" mas o público Português, em grande forma, ajuda a Eddie a recuperar a canção depois de alguns versos. Ainda a assinalar um pormenor técnico que deixou Matt Cameron sem pedal de bombo por um bom bocado, em "Faithful", e que levou Eddie a "improvisar" um tema desconhecido para não deixar o concerto parar e ainda iniciou a versão de "Last Kiss" sem bateria voltando a mesma a marcar presença passado um pouco. São pormenores que não prejudicaram a actuação da banda que veio ganhando confiança aos poucos, e o público Português, incansável a puxar pela banda, ajudou-os a alcançar estabilidade.
Acaba por servir como um Best of ao vivo.

sábado, 26 de abril de 2008

Pleasant Valley - JAVON JACKSON


1 Sunswept Sunday (Ellington) 3:23
2 Pleasant Valley 7:08
3 Hippodelphia (Zawinul) 6:59
4 Don't You Worry 'Bout a Thing (Wonder) 8:29
5 Jim Jam (Goldings) 6:28
6 In the Pocket 6:05
7 Brother "G" 5:24
8 Love and Happiness (Green, Hodges) 4:34
9 For One Who Knows 6:33

Jazz fresco de bom gosto e boa execução feito por músicos novos que ainda não são referências obrigatórias a nível mundial, este trabalho data de 1999.
Javon Jackson, Sax-Tenor, fez parte da fase final dos Jazz Messengers de Art Blakey, essa escola que viu nascer muitos outros grandes nomes do Jazz. Após a morte de Blakey o jovem músico começou a trabalhar a solo e este "Pleasant Valley" é já o oitavo album de carreira. Neste trabalho faz-se acompanhar por Larry Goldings, em Orgão, que tambem sustenta a parte do Baixo, pela Guitarra de Dave Stryker e pela Bateria de Billy Drummond, o mais credenciado do quarteto. Os músicos são muito seguros garantindo um bom momento que do Jazz tambem passa pelo Groove mais Funky de "In The Pocket" ou pelas versões com tom mais Soul/Pop de "Don't You Worry 'Bout a Thing" de Stevie Wonder ou "Love and Happiness" de Al Green.
O album começa com uma balada, facto pouco usual, que pode enganar uma primeira audição, é um tema de Duke Elligton, "Sunswept Sunday" e só por isso merece toda a atenção assim como tambem o merece o terceiro tema, "Hippodelphia", escrito por Joe Zawinul nas alturas em que fazia parte da formação de Cannonbal Adderley. São duas versões bem aproveitadas por este quarteto, nomeadamente por Jackson. Referência obrigatória é o último tema do CD ,"For One Who Knows", em que a banda encerra de uma forma improvisada e solta.
Em relação à banda só tenho a apontar boas menções; gostei bastante de Dave Stryker, um guitarrista muito completo com um fraseado limpo e definido e que sabe sempre onde se deve colocar. Larry Goldings é um excelente acompanhante, tendo, para mais, a "agravante" de ter que fazer tambem a parte do Baixo, o seu Groove é um dos factores a ter em conta neste album. Billy Drummond é o baterista que sustenta o ritmo da banda dentro do estilo que for preciso.
É um album bastante acessível para todos os ouvidos, mesmo aqueles que não sejam apreciadores de Jazz.

quarta-feira, 23 de abril de 2008

In The Court Of The Crimson King - KING CRIMSON


Side A
1 21st Century Schizoid Man/Mirrors 7:24
2 I Talk to the Wind 6:05
3 Epitaph/March for No Reason/Tomorrow and Tomorrow 8:47
Side B
4 Moonchild/The Dream/The Illusion 12:12
5 The Court of the Crimson King/The Return of the Fire Witch/The Dance of the Puppets 9:22

Em 1969 os King Crimson desafiavam as leis da gravidade e levitavam o seu som até aos confins das galáxias. A metafísica ocupa grande espaço desta obra deixando os conceitos terrenos entregues a figuras convencionais. A razão da loucura transcende o homem e cria espaços, lugares, musas, e uma intemporalidade e realidades distintas onde a esquizofrenia e a insanidade se podem encarar como propriamente sãs.
A concepção musical é cuidada mas por vezes o caos instala-se tal como logo no início com "21st Century Schizoid Man", um tema louco, cantado com voz distorcida, em que o saxofone de Ian McDonald é prepoderante através de uma intervenção autenticamente free, no conceito mais "livre" da palavra, no entanto a desordem é controlada. Tudo parece correcto mesmo não o sendo, a reflexão é feita através de um dos versos de "I Talk To The Wind": "I'm on the outside looking inside/What do I see/ Much confusion, disillusion/ All around me". Neste tema muito calmo é Ian McDonald quem se faz mais notar através de um maravilhoso som de flauta que domina a peça. A confusão da mente continua com "Epitaph" que fica muito bem na voz de Greg Lake, tal como todos os outros temas.
"Moonchild" é uma peça única e ainda mais transcendente que as restantes. Se nos deixarmos absorver integralmente por esta peça a libertação do espírito é divina e emocional, há uma relação espaço-tempo, e este tema é o mais longo, em que o silêncio e a improvisação nos deleitam singularmente a alma. Lindo.
O último tema oferece-nos uma visão mais singular deste reino, em que o coro, no momento crucial, lhe dá o toque mais divino.
De referir obviamente o nome de Robert Fripp, guitarrista, principal mentor deste projecto e tambem Peter Sinfield o criador dos textos e de toda esta espectacular ambiência.
Fundamental.

segunda-feira, 21 de abril de 2008

Two Tribes - FRANKIE GOES TO HOLLYWOOD


Side A
1 Two Tribes (annihilation) 9:07
Side B
1 War (hide yourself) (Strong/Whitfield) 4:14
2 Two Tribes (surrender) 3:40
3 One February Friday 1:17

Em 1984 ainda se viviam os anos da guerra fria que opunha o bloco de Leste ao bloco Ocidental, nomeadamente a U.R.S.S. vs. E.U.A., ou noutro ponto de vista, Comunismo vs. Capitalismo. O medo de um dos lados poder carregar no botão a qualquer momento e disparar uma arma nuclear assombrava toda a humanidade, eram anos de tensão.
O projecto britânico Frankie Goes To Hollywood lançava na altura o album "Welcome To The Pleasuredome" e ironicamente lançavam dois singles de temáticas opostas, "The Power Of Love" e este "Two Tribes". "Two Tribes" é um tema bastante politizado e refere-se ás duas tribos que se enfrentam temerosamente tentando demonstrar, uma perante a outra, a sua superioridade tecnológica e acima de tudo militar e nuclear. "The Power Of Love" terá tido porventura o intuito de mostrar que o poder do Amor terá valores mais fortes.
Este Ep foca-se no single "Two Tribes", um tema rítmicamente muito forte, e de conteúdo político a nível igual. A nova mistura de 9:07 que preenche todo o lado A é bastante intensa e quase não deixa espaço para respirar. A introdução ao som das sirenes é de marca, seguida por uma entrada quase operática ao som dos címbalos de orquestra, brutal. Muitas percussões enchem esta mistura sempre embaladas pela marcação de bombo e de um baixo irrequieto, depois vem a narrativa e os avisos, e alertas. O tema é practicamente instrumental.
O lado B prossegue a mesma temática iniciando a parada com uma excelente versão de "War" e depois voltamos a "Two Tribes" e a sua força ao vivo, aqui já com Holly Johnson a cantar mas de facto a força deste tema reside no instrumental. Há um pequeno excerto de uma entrevista, antes da versão ao vivo, em que o próprio entrevistador incita os músicos Brian Nash, Guitarrista, Peter Gill, Baterista e Mark O'Toole o baixista, a revelarem-se como a verdadeira força da banda, mas eles não vão na conversa.
Basta-me referir que na minha extensa colecção de discos vinyl só tenho 2 Ep, ou Maxi-Single, e este é um deles.

sábado, 19 de abril de 2008

Heroes - JOHNNY CASH & WAYLON JENNINGS


Side A
1 Folks Out on the Road (Myers, Raven) 2:47
2 I'm Never Gonna Roam Again (Crowell) 2:56
3 American by Birth (Wade) 2:33
4 Field of Diamonds (Cash, Routh) 2:37
5 Heroes (Emmons, Moman) 4:16
Side B
1 Even Cowgirls Get the Blues (Crowell) 3:03
2 Love Is the Way (Kristofferson) 2:31
3 Ballad of Forty Dollars (Hall) 3:11
4 I'll Always Love You (In My Own Crazy Way) (Miller, Seals, Setzer) 3:58
5 One Too Many Mornings (Dylan) 2:38

Edição em vinyl no ano de 1986 para Johnny Cash, aqui acompanhado por Waylon Jennings. Heroes é um album Country, como só podia ser, recheado de canções Americanas cantadas por duas vozes queridas, e inconfundíveis, do povo Americano. Quase todas as canções têm arranjos de cordas, e algumas até de sopros, trabalhadas pelo baixista Mike Leech. É um trabalho muito popular, feito para as pessoas que tem um sentimento Americano mais sofredor, há uma grande toada dramática imposta não só pela maneira de cantar de Cash mas tambem pela forte presença das cordas. A presença de Jennings acaba por ser um ponto de equilíbrio através do seu tom mais grave e esperançoso.
"Folks Out On The Road" é um agradecimento, e reconhecimento, aos fãs pela sua dedicação ao artista, é um bom tema, logo para começar, com bom fraseado de guitarra eléctrica. Em "I'm Never Gonna Roam Again" há Bandolim sustentado pelas cordas, bonito tema. "American By Birth" revela o patriotismo e o orgulho de ser Sulista.
No lado B, "Even Cowgirls Get The Blues" é um tema dançável, à boa maneira dos Cowboys, tal como o é "The Ballad Of Forty Dollars", que não é uma balada no sentido rítmico, é até bastante mexido e neste tema andam sopros e guitarras à solta, foi tambem o que gostei mais. Nestes temas não há arranjos de cordas coincidindo assim com o facto de serem os temas mais alegres do album. "I'll Always Love You" é uma bonita balada ao estilo Memphis e gostava de ter ouvido Elvis Presley interpretar este tema, que bem que soaria certamente. A terminar um tema de Bob Dylan, "One Too Many Mornings".
É um género definitivamente mais para apreciadores. O som, as vozes, o ritmo e as paisagens são únicas,e não são para todos.

domingo, 13 de abril de 2008

Emergency - KOOL & THE GANG


Side A
1 Emergency 5:20
2 Fresh 4:26
3 Misled 5:00
4 Cherish 4:50
Side B
5 Surrender 5:04
6 Bad Woman 5:41
7 You Are the One 7:02

Sem a força e a dinâmica que os categorizou durante a década de setenta, mas mantendo o espírito e o bom gosto, os Kool & The Gang lançaram este album em 1985. Um trabalho completamente R&B, longe vão os tempos mais Funky, e impregnado de sons da época como os dos sintetizadores Yamaha DX-1 e DX-7, ou o Juno-60.
Deste trabalho sairam 3 singles de sucesso, "Misled" que me faz lembrar o ambiente, devido à sonoridade da guitarra, de "Beat It" de Michael Jackson, "Fresh" uma peça muito cool, balanceada pelo ritmo da guitarra e boa para as pistas de dança, e a balada "Cherish". "Emergency" tambem viria a sair como single mas já não pegou tão bem. Das restantes peças sobram duas das minhas preferidas, outra balada que é "Bad Woman", de extremo bom gosto e bastante superior a "Cherish", demasiado "lamecha". Em comparação "Bad Woman" é mais alegre, e mais equilibrada. O último tema do album é "You Are The One" com um ritmo que nos pega e nos põe a dar ao pé, é tambem o tema mais completo e menos comercial com direito a solo de sintetizador e de saxofone, a banda soltou-se mais neste tema.
Sem ser uma grande trabalho é um album de referência da época em que se insere, e que me despertou a curiosidade de conhecer melhor os antecedentes.

segunda-feira, 7 de abril de 2008

That's Why I'm Here - JAMES TAYLOR


Side A
1 That's Why I'm Here 3:39
2 Song for You Far Away 2:58
3 Only a Dream in Rio 5:01
4 Turn Away 3:25
5 Going Around One More Time (Taylor)3:27
Side B
6 Everyday (Petty, Hardin) 3:16
7 Limousine Driver 3:54
8 Only One 4:22
9 Mona 2:51
10 (The Man Who Shot) Liberty Valance (Bacharach, David) 3:46
11 That's Why I'm Here (Reprise) :29

James Taylor compõe, canta e executa lindamente. As suas canções transmitem calma, segurança e um enorme prazer auditivo. É assim a imagem deste homem, sereno e pacífico, que todos gostaríamos de ter como vizinho, ouvir a sua voz todos os dias de manhã a dar-nos os bons dias deve chegar para nos deixar bem dispostos.
Em 1985 editou este vinyl repleto de mais uma mão-cheia de belas canções, e sempre bem acompanhado em termos de banda. Leland Sklar, no baixo, em dois temas e Tony Levin nos restantes. Bill Payne, nos teclados, na maior parte dos temas. Russell Kunkel é dono da bateria tambem na maior parte do album. As vozes de, Graham Nash em "Mona" e "The Man Who Shot Liberty Valance", um original de Bacharach & David, Joni Mitchell e Don Henley em "My Only One".
O lado B soa mais consistente, arranca com um tema conhecido pela interpretação de Buddy Holly, "Everyday", "Limousine Driver" tem naipe de sopros, com Michael Brecker, Randy Brecker e David Sanborn, a acompanhar, em "Only One" a harmonia das vozes é muito importante e sustenta o tema, em "Mona" James Taylor recorda uma "amiga" muito especial que faleceu e a interpretação de "The Man Who Shot Liberty Valance" recorda-nos um certo ambiente Western, tal como o filme que serve de inspiração ao tema.
Apesar de destacar primeiro o lado B deste trabalho não pretendo de forma nenhuma minorar o lado A. "That's Why I'm Here" e "Song For You Far Away" são temas completamente soft ao estilo de James Taylor, "Only A Dream In Rio" é como que um agradecimento, e reconhecimento, de uma saudade deixada no Rio de Janeiro, neste tema temos uma parte cantada em "Brasileiro". Em "Turn Away" nota-se um andamento diferente e de facto este é um dos dois temas em que a secção ritmica muda, Rick Schlosser na bateria e Leland Sklar no Baixo. A terminar este lado vêm uma versão de um tema de Linvingston Taylor "Going Around One More Time" com boa intervenção de Gregory 'Fingers' Taylor em Harmónica.
Como referi no início é um enorme prazer disfrutar de qualquer trabalho deste Senhor.