domingo, 11 de dezembro de 2011

A Drug Problem That Never Existed - MONDO GENERATOR


1 Meth, I Hear You Callin' (Cook) 1:13
2 Here We Come (Oliveri) 1:40
3 So High, So Low (Oliveri) 2:35
4 Do the Headright (Homme, Oliveri) 2:34
5 Open Up and Bleed for Me (Oliveri) 3:18
6 All I Can Do (Oliveri) 2:43
7 F.Y. I'm Free (Blag Dahlia, Oliveri) 2:12
8 Detroit (Oliveri) 3:00
9 Me and You (Homme, Oliveri) 2:12
10 Like You Want (Blag Dahlia) 2:07
11 Girl's Like Christ (Blag Dahlia, Oliveri) 1:39
12 Day I Die (Oliveri) 2:56
13 Jr. High Love (Oliveri) 2:00
14 Four Corners (Oliveri, Viereck) 5:33
15 [Untitled Hidden Track] 1:55

À semelhança das famosas Desert Sessions os Mondo Generator são outro dos projetos a que membros dos Queen Of The Stone Age recorrem de vez em quando para descomprimir e até experimentar novas ideias. Estes projetos paralelos acabam assim por funcionar quase que como laboratórios de testes. De uma brutalidade gritante o projeto Mondo Generator, liderado por Nick Oliveri, o Baixista, com a parceria de Josh Homme, acaba por ser não um dos afluentes mas uma das nascentes dos Queens Of The Stone Age, uma vez que este projeto é anterior à origem da banda principal.
Neste album editado em 2003, o segundo captado em estúdio, encontramos todos os sintomas de referências Rock-Punk-Metal, de uma forma direta com Guitarras empunhadas vigorosamente, distorcidas e decididas quanto baste, e temas possantes capazes de nos prender a atenção e fazer vibrar o mais comum dos mortais. Nick Oliveri destila por aqui raiva a rodos, ao que parece numa altura menos boa da sua vida, situação essa que acaba por influenciar tambem o estado de espírito desta sessão. Nestas sessões participam sempre bastantes músicos que acabam por deixar o seu cunho à mercê de ideias e performances de facto marcantes, destaque neste caso para a participação de Mark Lanegan, a Voz em "Four Corners". Outros nomes como Blag Dahlia e Troy Van Leeuwen são tambem de ter em conta nesta sessão.

quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Standing In The Way Of Control - THE GOSSIP


1 Fire with Fire 2:49
2 Standing in the Way of Control 4:16
3 Jealous Girls 3:39
4 Coal to Diamonds 4:00
5 Eyes Open 2:10
6 Your Mangled Heart 4:22
7 Listen up! 4:18
8 Holy Water 2:43
9 Keeping You Alive 3:47
10 Dark Lines 3:27

A voz de Beth Ditto resgata corporalmente toda a atenção deste trabalho minimal, em termos de recursos, que explora desde a raiz dos Blues até ao Punk-Rock mais contemporâneo com alguma apetência para dançar. Composto por canções curtas e diretas Standing In The Way Of Control, o quarto registo deste trio Norte-Americano, resiste através de Riffs de Guitarra, apoiados apenas pela Bateria como complemento da presença de uma grande Voz. Apesar de musicalmente ingénuo não deixa de ser no entanto um trabalho interessante e sedutor, prenhe de influências de um Rock'n Roll mais primitivo e mais crú, sem grandes malabarismos, onde apenas a vontade de tocar e exprimir basta para mostrar vida e capacidade de expressão num mundo imperfeito, seja lá o que isso for.

domingo, 13 de novembro de 2011

Return To Cookie Mountain - TV ON THE RADIO


1 I Was a Lover 4:21
2 Hours 3:55
3 Province 4:37
4 Playhouses 5:11
5 Wolf Like Me 4:39
6 A Method 4:25
7 Let the Devil In 4:27
8 Dirtywhirl 4:15
9 Blues from Down Here 5:17
10 Tonight 6:53
11 Wash the Day 8:08

Sente-se alguma frescura ao ouvir Return To Cookie Mountain, o segundo album dos Tv On The Radio, editado em 2006. Numa evidente miscelânea de influências a banda nascida em Brooklyn na aurora do século XXI parece ter imbuido muito do que se fez no século anterior acabando por juntar todas as peças e criar algo que está entre a originalidade e um resumo da herança Pop/Rock, mas os séculos separam-se por barreiras temporais e nos Tv On The Radio não parecem existir barreiras de qualquer espécie. O denunciado trabalho de estúdio revela uma sessão de antropologia Pop/Rock não convencional onde a mistura de cheiros, sons e cores resulta numa estrutura musical alicerçada em géneros que se coadunam bem e concluem com mestria um bom album. Um dos grandes, e cativantes, pormenores a reter neste album é o mágico trabalho de vozes, constantemente enigmáticas e encantadoras.
A utilização de Samplers é evidente logo desde o início com "I Was A Lover", alguma Pop mais convencional surge em "Hours", e em "Province" surge a voz de David Bowie, proclamado fã da banda. Uma intensidade cadenciada domina "Playhouses" para dar vez à sonoridade sónica de "Wolf Like Me" seguida da infantil "A Method" que recorda as composições de Syd Barrett para os Pink Floyd primordiais. "Let The Devil In" é ao mesmo tempo gritante e tribal, "Dirtywhirl" é um grande momento Pop e em "Blues From Down Here" encontramos uma expressividade impressionante. "Tonight" revolve-se em algum experimentalismo para o Cd concluir num canto de rendenção intitulado "Wash The Day".
Oriundos de Brooklyn, New York, onde tudo se passa, tudo se encontra e tudo se mistura, eles bem o demonstram.

terça-feira, 1 de novembro de 2011

Graffiti Bridge - PRINCE


1 Can't Stop This Feeling I Got 4:24
2 New Power Generation 3:39
3 Release It (Prince, Seacer) 3:54
4 The Question Of U 4:00
5 Elephants And Flowers 3:54
6 Round And Round 3:55
7 We Can Funk (Clinton, Prince) 5:28
8 Joy In Repetition 4:53
9 Love Machine ( Day, Prince, Seacer) 3:34
10 Tick, Tick, Bang 3:30
11 Shake! 4:01
12 Thieves In The Temple 3:20
13 The Latest Fashion 4:02
14 Melody Cool 3:39
15 Still Would Stand All Time 5:23
16 Graffiti Bridge 3:51
17 New Power Generation, Pt.2 2:57

O album Graffiti Bridge, editado em 1990, foi criado por Prince como banda sonora para o filme do mesmo nome realizado e interpretado tambem por Prince. Graffiti Bridge é tambem uma sequela do primeiro filme de Prince "Purple Rain". Tal como as experiências similares anteriores o filme fracassou mas a banda sonora é de registar.
Em mais um album de alto nível, tal como Prince nos habituou, todos os temas tem a sua assinatura e há até algumas parcerias e muitas participações, nomeadamente da banda The Time, que já aparecia em Purple Rain, e que executa três dos temas aqui presentes, "Release It", "Love Machine" e "Shake!", George Clinton, um dos Reis do Funk, que assina parceria e execução em "We Can Funk", Mavis Staples empresta a Voz e a Garra a "Melody Cool", Tevin Campbell é a Voz de "Round And Round", e as duas fazem ainda as Vozes do tema "Graffiti Bridge" onde ainda se inclui Sheila E.
É um trabalho bastante linear dentro da linha Funk, Rock, R&B habitual de Prince em que não há momentos de destaque tal é a familiaridade do registo havendo apenas que referir "The Question Of U" por recuperar a harmonia, mas com letra e arranjo diferente, de "Under A Cherry Moon" utilizada anteriormente na banda sonora de "Parade", outro dos filmes de Prince, e "Melody Cool" que tem uma harmonia vocal que recorda "Susie Q" dos Creedence Clearwater Revival". Há neste trabalho uma primeira menção, em título, aos New Power Generation que veio a ser a designação da poderosa banda que acompanhou Prince na primeira metade da década de 90.
Musicalmente Prince não desilude mantendo alta a fasquia e provando mais uma vez ser um excelente compositor e um magnífico executante nos mais variados instrumentos. Sejam então benvindos mais uma vez ao maravilhoso reino dos estúdios Paisley Park.

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Secrets Of The Beehive - DAVID SYLVIAN


1 September 1:17
2 The Boy With the Gun 5:19
3 Maria 2:49
4 Orpheus 4:51
5 The Devil's Own 3:12
6 When Poets Dreamed of Angels 4:47
7 Mother and Child 3:15
8 Let the Happiness In 5:37
9 Waterfront 3:23
10 Forbidden Colours (Sakamoto, Sylvian) 6:01

A sobriedade artística de David Sylvian conduz-nos por eternas paisagens onde nos sentimos conquistados através de puras atmosferas em que podemos respirar a tranquilidade de um belo quadro que nos seduz e enriquece a alma. Dono de uma estética futurista onde uma Pop inteligente é tudo menos imediata, David Sylvian dá-nos belas e plenas canções, de forma consciente e bem cuidada tendo ao seu lado uma alma gémea que dá pelo nome de Ryuichi Sakamoto. Secrets Of The Beehive, editado em 1987, é assim um daqueles albuns que guardamos religiosamente e que provavelmente nem ouviremos muitas vezes mas de cada vez que se (re)descobrir vai-nos satisfazer de uma forma magnânima. Num ambiente sereno, exótico e até Jazzy, David Sylvian delicia-nos com dez temas originais vinculados pela excelente disposição criativa do autor apoiado por um naipe de músicos que tão bem se enquadra no estilo pretendido, onde a presença de Ryuchi Sakamoto, Pianos e Arranjos, é a que mais se destaca por participar em todos os temas. Mark Isham, no Trompete, Steve Jansen, na Bateria, D.Thompson, em Contrabaixo, David Torn, nas Guitarras, e Phil Palmer com uma participação grandiosa na Guitarra Acústica em "When Poets Dreamed Of Angels" completam a formação. Os dez temas do Cd são de tal maneira coerentes que dificultam o realce de um deles onde apenas se pode apontar a inclusão de "Forbidden Colours", tema que a dupla Sylvian/Sakamoto trabalhou, e editou, anteriormente em 1983 para a banda sonora de "Merry Christmas Mr.Lawrence", filme que inclusive conta com a presença de Ryuichi Sakamoto como compositor da banda sonora e ator, ao lado de outra estrela Pop, tambem como ator, que é David Bowie. "Forbidden Colors" é a versão vocal do tema principal do filme, um belíssimo instrumental, e ambas as versões aparecem no album original da banda sonora.

quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Ten Summoner's Tales - STING


1 Prologue (If I Ever Lose My Faith In You) 4:30
2 Love Is Stronger Than Justice (The Munificent Seven) 5:11
3 Fields Of Gold 3:42
4 Heavy Cloud No Rain 3:39
5 She's Too Good For Me 2:30
6 Seven Days 4:40
7 Saint Augustine In Hell 5:05
8 It's Probably Me (Clapton, Kamen, Sting) 4:57
9 Everybody Laughed But You 3:52
10 Shape Of My Heart 4:38
11 Something The Boy Said 5:13
12 Epilogue (Nothing 'Bout Me) 3:39

Desde que abandonou os Police em 1984, para iniciar uma carreira a solo, Sting revelou-se como um músico bastante inteligente que sabe bem o que pretende musicalmente e com quem trabalhar de forma a alcançar um resultado que roça sempre a perfeição. Pontualmente rodeado de excelentes músicos, normalmente mais conetados com a area do Jazz, Sting conseguiu imprimir um som caraterístico à sua obra que o define como um compositor de bom gosto que escreve elaborados temas Pop com laivos Jazzísticos que tão bem cativam o ouvido mais apurado, assim como o mais inocente. Ten Summoner's Tales, editado em 1993, foi o quarto lançamento de Sting a solo e este Cd acaba por não ser uma exceção à regra e pode-se até afirmar que neste trabalho se atinge o climax dentro do estilo iniciado com "Dream Of The Blue Turtles" em 1985.
Este album contêm doze temas originais dos quais cinco conheceram bem a popularidade; o Prólogo, como single, "If I Ever Lose My Faith In You", o Country oculto de "Love Is Stronger Than Justice", as bonitas harmonias de "Fields Of Gold" e "Shape Of My Heart", e o inevitável "It's Probably Me", co-autoria de Eric Clapton e Michael Kamen e editado originalmente em 1992, que Sting voltou a gravar para este album com a banda que o acompanha nesta sessão. Os restantes temas, mercê de um trabalho homogéneo, estão ao nível dos atrás mencionados podendo mesmo assim referenciar, um Rock mais acelerado em "She's Too Good For Me", um cadenciado "Heavy Cloud No Rain", a crítica Satírica de "Saint Augustine In Hell" ou um muito interessante "Everybody Laughed But You".
Não se pode deixar de parte a excelência de três nomes fundamentais na sonoridade obtida como resultado final deste album, David Sancious é enorme nas Teclas, Dominic Miller é o dono das Guitarras nesta sessão e Vinnie Collaiuta o Mestre da Bateria. A qualidade destes homens ajuda a preencher enormemente a boa aura desta obra. Há tambem que referir o nome do veterano Larry Adler na Harmónica Cromática, é ele que se ouve em "Shape Of My Heart", e Kathryn Tickell nas Gaitas ( Northumbrian Pipes) em "Fields Of Gold".
O Epílogo deste Cd é tambem ele grande com "Nothin' But Me" em toada Jazzística e um final à Sgt. Peppers.

domingo, 25 de setembro de 2011

Epiphany: The Best Of CHAKA KHAN volume one


1 Ain't Nobody (Wolinski) 4:41
2 Papillon (aka Hot Butterfly) (Diamond) 4:08
3 Tell Me Something Good (Wonder) 3:35
4 I Feel for You (Prince) 5:46
5 I Know You, I Live You (Khan, Mardin) 4:28
6 I'm Every Woman (Ashford, Simpson) 4:08
7 Love Me Still (Hornsby, Khan) 3:28
8 The End of a Love Affair (Redding) 5:13
9 And the Melody Still LingersOn (A Night in Tunisia) (Gillespie, Khan, Mardin, Paparelli) 5:00
10 Through the Fire (Foster, Keane, Keene, Weil) 4:47
11 What Cha' Gonna Do for Me (Doheny, Stuart) 3:53
12 Everywhere (McVie) 4:52
13 Never Miss the Water (DeVeaux, Mole) 4:46
14 Somethin' Deep (Crouch, Jones, Khan) 4:58
15 Your Love Is All I Know (Friedman, Rich, Walker) 4:35
16 Every Little Thing (DeVeaux, Gamson, Khan, Thomas) 5:12

Epiphany revisita os melhores momentos da carreira de Chaka Khan começando pelo primeiro album a solo, editado em 1978, intercalando com o album gravado ao vivo com a antiga banda Rufus em 1983, e conclui à data de edição deste Cd, 1996, em que gravou, e incluiu ainda neste registo, cinco novos temas. Eis uma viagem por uma carreira em que Chaka Khan passou pelo R&B, Soul, algum Disco, um toque de Jazz e o sucesso Pop.
Chaka Khan chegou ao mundo da música em 1974 como vocalista da banda Rufus e os temas "Ain´t Nobody" e "Tell Me Something Good", escrito por Stevie Wonder para Khan, são os dois escolhidos do album gravado ao vivo com a banda em 1983 e que bem demostram a força que esta banda possuía. Em 1978 Chaka Khan editava o seu primeiro trabalho a solo de onde se destacaria o sucesso "I'm Every Woman", escrito para Khan pela famosa dupla Ashford & Simpson, em que, juntamente com "Papillon" do seu segundo trabalho a solo, experimenta um arranjo Disco. É já em plenos anos 80 que conhece o seu maior sucesso ao levar emprestado "I Feel For You", original de Prince, transformando o tema num grande Hit da Pop, com o Hip Hop a querer despontar já aqui, e com a participação de Stevie Wonder em Harmónica. Do album I Feel For You saiu ainda a bonita balada "Through The Fire" que tem o toque mágico de David Foster. Em duo com o Pianista Bruce Hornsby interpreta "Love Me Still", escrito pelo próprio para a banda sonora de Clockers um filme realizado por Spike Lee, e os dois momentos mais Jazzy deste Cd são "The End Of A Love Affair", que Billie Holliday interpretou em Lady In Satin, e um excelente novo arranjo para o clássico "Night In Tunisia", aqui re-intitulado "And The Melody Still Lingers On" em jeito de homenagem, com solo de Dizzie Gillespie incluído. George Benson contribui com um pequeno solo de Guitarra e algum Scatt no tema de Billie Holliday.
Restam os cinco temas inéditos em que se inclui a versão de "Everywhere", um original dos Fleetwood Mac, um grande Groove em "Never Miss The Water" em que a participação de Me'Shell Ndegéocello no Baixo e Voz é preponderante, o lento Funky à La George Clinton / Prince de "Somethin' Deep" com solo de Sax-Alto de Derrick Edmondson, a balada R&B "Your Love Is All I Know" e o R&B mais ritmado de "Every Little Thing" que encerra este Cd.
Uma pequena chamada de atenção para o fato desta coletânea apresentar a designação "volume one" mas no entanto nunca foi editado nenhum volume two.

sábado, 10 de setembro de 2011

Permanent Revolutions - MORE REPUBLICA MASONICA


1 Random Acts Of Love 4:28
2 The Time When Anything Is Possible 3:36
3 Disco Life 3:54
4 In Hunter's Land 4:23
5 Games We Play 4:11
6 ( She's A) Lonely Revolution 5:41
7 Sugar & Gasoline 3:59
8 Center Of Universe 4:36
9 Sleepwalker 2:43
10 (The Love For) Lost Causes 3:08
11 Acess To Beauty 5:16
12 Burning Cities 6:08

O panorama do Rock Português têm sido desde os finais da década de 80 bastante prolífero em bandas de qualidade mas poucas são as que conseguem singrar mercê da escassa divulgação, ou projeção comercial, devido à falta de aposta em material novo e na insistência de playlists de radio que repetem diariamente as mesmas músicas mercê de um rídiculo critério de promoção. Em consequência este tipo de bandas só chega aos meios que sabem onde procurar e encontrar este tipo de som, nomeadamente em concertos, ditos underground, ou através do passa-palavra, e atualmente nada melhor do que a Internet como principal meio de divulgação. O contra da Internet é que a informação disponível é tanta que é preciso saber filtrá-la de forma a conseguir apanhar a melhor e mais fiável. Em suma estes são parâmetros que definem, por norma, as chamadas bandas de culto e normalmente é aqui que se apanha material do melhor e mais criativo.
Os More República Masónica reúnem, desde 1988, estas carateristicas e pode-se afirmar que foram uma das "vítimas" deste tipo de situação sendo mesmo um dos projetos que mais poderia ter rendido ao Rock feito em Terras Lusas, mesmo assim conseguiram deixar um legado de cinco albuns de originais para a posterioridade, dos quais este Cd "Permanent Revolutions" que encerrou oficialmente o capítulo em 2003, e foi assim que mais uma boa banda Portuguesa passou praticamente despercebida à nação.
Caraterizo o Rock dos More República Masónica como sendo expansivo, não tendo uma sonoridade original mas as Guitarras criam uma atmosfera sónica, muito rica em harmonias, em permanente comunicação e evolução traçando uma linhagem sonora envolvente onde a Voz de Paulo Coelho, que é tambem o Guitarrista, paira naturalmente. Neste album há tambem algum trabalho de Teclados que adiciona ao registo alguma atmosfera Gótica e até mesmo algum Psicadelismo, de notar ainda a aparição de uma Sítara em "Random Acts Of Love", "Center Of The Universe" e "Burning Cities", tocada por Luís Simões. São doze temas para descobrir e redescobrir a cada nova audição, e a primeira audição não é fácil nem conclusiva acabando por ser estranha e até misteriosa, algo está oculto e à medida que se vai penetrando no album vão-se denunciando as suas entranhas e o trabalho vai-se revelando.
Nos temas; "The Time When Anything Is Possible" encontra-se entre os Joy Division e os Sonic Youth, "In Hunter's Land" revela-se um bom tema de génese Gótica, "Center Of Universe" é explosivo e ao mesmo tempo controlado e previdente, "Lost Causes" é irrequieto e o momento mais intenso do album, e no final um hipnótico "Burning Cities" esconde algum misticismo Asiático. Estes são temas urgentes que devem singrar no patrimónimo musical Português.
Como conclusão ao primeiro parágrafo há que dizer que este album foi gravado em Janeiro de 2002 mas só viu a luz do dia no ano seguinte e num lançamento conjunto com o então jornal Blitz.

quarta-feira, 31 de agosto de 2011

American Recordings - JOHNNY CASH


1 Delia's Gone 2:17
2 Let the Train Blow the Whistle 2:15
3 The Beast in Me (Lowe) 2:45
4 Drive On 2:23
5 Why Me Lord? (Kristofferson) 2:20
6 Thirteen (Danzig) 2:29
7 Oh, Bury Me Not (Introduction: A Cowboy's Prayer) (Lomax, Lomax, Rogers, Spencer) 3:52
8 Bird on a Wire (Cohen) 4:01
9 Tennessee Stud (Driftwood) 2:54
10 Down There by the Train (Waits) 5:34
11 Redemption 3:03
12 Like a Soldier 2:50
13 The Man Who Couldn't Cry (Wainwright) 5:01

Em 1994 Johnny Cash renascia das cinzas como uma verdadeira Fénix para gaúdio de uma nova geração mais orientada para o Rock, e a razão para tal está no nome do produtor Rick Rubin normalmente associado a grandes nomes do Rock, que para alem de produzir este trabalho é tambem o principal responsavel pela editora American Recordings que iniciava com este album um contrato com Johnny Cash para uma serie de novas edições. Cash conheceu bem o sucesso como músico de Country através de uma serie de hits nos Tops dos anos 50, 60 e numa parte dos 70, mas dos anos 80 para a frente o músico caiu em declínio de vendas até 1993, o ano em que Rick Rubin assina contrato com esta lenda da musica Norte-Americana e inicia as gravações desta sessão.
Johnny Cash costumava dizer que ele e a Guitarra eram um só, e que era essa unidade que criava a harmonia e magia necessárias para um bom momento, nada mais importava. E é isto que encontramos neste album, apenas Johnny Cash e o seu instrumento, nada mais. O resto são treze mágicos momentos musicais em que para além de alguns originais Cash interpreta Tom Waits, Leonard Cohen, Nick Lowe entre outros. A sua inconfundível voz de Barítono preenche as músicas com o seu estilo ímpar de cantar enquanto vai ritmicamente puxando pelas cordas da Guitarra quer seja captado em casa de Rubin ou ao vivo, como em "Tennessee Stud" e "The Man Who Couldn't Cry" onde se sente o delirante calor do publico, e a paisagem Norte-Americana das pradarias sente-se por aqui ao longo de histórias intemporais que Cash
ca(o)nta maravilhosamente como se fossem atuais momentos vividos.
Foi assim que Johnny Cash renasceu para uma nova época em que já poucos acreditavam nele. Rick Rubin acreditou e ganhou a aposta.

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

A Bigger Bang - ROLLING STONES


1 Rough Justice 3:11
2 Let Me Down Slow 4:16
3 It Won't Take Long 3:54
4 Rain Fall Down 4:53
5 Streets Of Love 5:10
6 Back of My Hand 3:32
7 She Saw Me Coming 3:12
8 Biggest Mistake 4:06
9 This Place Is Empty 3:16
10 Oh No, Not You Again 3:46
11 Dangerous Beauty 3:48
12 Laugh, I Nearly Died 4:54
13 Sweet Neo Con 4:33
14 Look What The Cat Dragged In 3:57
15 Driving Too Fast 3:56
16 Infamy 3:47

Depois de atravessar 5 décadas de história da musica popular a maior banda de Rock n' Roll do Mundo aparece em 2005 carregada de energia como se nada se tivesse passado. As zangas, as birras, os maus momentos musicais e sabe-se lá que mais, foram apenas etapas de percurso que acabaram por fortalecer os alicerces desta instituição que chega a esta altura numa forma bastante consistente e arrasadora. Velhos? Talvez, mas são de boa estirpe.
A Bigger Bang, Cd editado em 2005, é mesmo uma explosão acima de todas as expetativas, a idade da banda e os albuns menos conseguidos de alguns anos para cá nao deixavam antever uma obra deste calibre. O trabalho de composição continua a cargo dos Glimmer Twins, Jagger/Richards, assim como a produção a que teremos só de acrescentar o nome de Don Was. Jagger e Richards escreveram para este album dezasseis temas impecáveis em que não se encontram divergências mas sim uma linha de coesão e harmonia quase perfeita onde é difícil apontar qualquer defeito. O longo historial da banda transporta-nos por diversos períodos que o coletivo atravessou ao longo dos anos e resquícios de todas essas fases encontram-se por todo o album mas já numa forma assimilada ou corrigida. Noutros termos os Rolling Stones não se meteram com grandes invenções limitaram-se a ser simplesmente os genuínos e a aplicar na íntegra aquilo que melhor sabem fazer, fortes e coesas canções de Rock n' Roll, conseguindo neste trabalho um resultado bastante positivo.
Logo na entrada do Cd somos atacados pelo som sujo e implacável de "Rough Justice", como que uma espécie de aviso para o que vamos encontrar, no entanto só voltamos a sentir essa força mais para a frente em temas como "Oh No, Not You Again", "Sweet Neo Con" e "Look What
The Cat Dragged In". Até lá vamos sentido vontade de dançar com "Rain Fall Down", participação de Matt Clifford em Teclados, acompanhamos os Stones num regresso as raízes, os Blues, com "Back Of My Hand", sentimos a força das baladas "Streets Of Love" e "Laugh, I Nearly Died" e, como sempre, temos direito a (dois) temas interpretados por Keith Richards, "This Place Is Empty" e "Infamy".
Juntam-se à banda o Baixista Darryl Jones, o Teclista Chuck Leavell e Don Was acaba por dar uma mãozinha nos Teclados para além do trabalho de Produção. A Bigger Bang revela-se como um verdadeiro album a La Rolling Stones...and we like it!

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Lies- GUNS N' ROSES


G Side 1986
1 Reckless Life 3:20
2 Nice Boys (Wells/Anderson/Royal/Leach/Cooks) 3:02
3 Move To The City 3:42
4 Mama Kin (Tyler) 3:54
R Side 1988
1 Patience 5:53
2 Used To Love Her 3:10
3 You're Crazy 4:08
4 One In A Million 6:08

Um ano após o sucesso da edição de Apettite For Destruction os Guns N' Roses lançam em 1988 este vynil em que incluiram o Ep Live Like A Suicide na face G Side 1986, captado ao vivo e editado originalmente como um Ep em 1986, juntaram-lhe quatro temas essencialmente acusticos, gravados em estudio em 1988, na face R Side 1988 e intitularam o resultado final como Lies. Será caso para aplicar o conhecido proverbio Português "com a verdade me enganas" uma vez que o que se passou foi reutilizar material previamente editado antes do grande boom de Apettite e adicionar-lhe quatro temas simples, gravados acusticamente, sem grandes produções e prontos a consumir. Estava assim pronto o sucessor de Apettite For Destruction.
Por outra via podemos tirar outra ilação acerca desta edição em que a banda nos é apresentada de uma forma explosiva, brutalmente nua e crua ao vivo em palco na face G(uns), assim como uma banda badaleira, em estudio, quase limpinha e pura, não fossem os conteudos liricos das quatros canções apresentadas, na face R(oses). Em qual delas se rege a mentira? Acima de tudo é apenas uma questão de Rock n' Roll e, tal como verso da canção cantada por Axl Rose, "Nice Boys don't play Rock N' Roll".
Os quatro temas gravados ao vivo são de uma energia estonteante, "Reckless Life" e "Nice Boys" roçam a fronteira do Punk, e a banda já nesta altura denotava segurança em palco. "Move To The City" já evidencia algum trabalho de composição e "Mama Kin" pertence aos ... Aerosmith. "Patience" é a balada de serviço e o sucesso deste album, a que se segue, e seguiu, uma simplicissima e humoristica "Used To Love Her". "You're Crazy", que aparece na versão elétrica em Appetite For Destruction, retoma em Lies a forma em que foi escrita originalmente, acústica. A fechar o album vem o racismo incontido de "One In A Million".
Lies acaba por ser ser um documento interessante e revelador da capacidade de antítese, tal como o nome da banda indica, dos Guns n' Roses.

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Terra Prometida - LENA D'ÁGUA

Lado A 1 Tudo Bem 5:06 2 Estou Contigo 4:07 3 Beco 5:11 4 Tao 5:36 Lado B 1 Dou-te Um Doce 3:12 2 Dança Comigo 4:39 3 Valsa Nova 4:13 4 Ulisseia 4:48 5 Terra Prometida 4:59 

Para trás ficou a Banda Atlântida, depois de dois álbuns, permanecendo a colaboração com Luís Pedro Fonseca como compositor, músico, e produtor a par de Robin Geoffrey Cable. Terra Prometida, Lp editado em 1986, mostra-se como um trabalho criado em estúdio numa forma mais elaborada, as caixas de ritmos e os sintetizadores marcam aqui uma presença fundamental à semelhança de qualquer outro trabalho da época. Lena d'Água é-nos introduzida de uma forma mais amadurecida e se no trabalho anterior a pop europeia era mais evidente aqui sente-se mais a influência do trabalho de produção norte-americano do qual "Tudo Bem", tema de abertura do álbum, é o melhor exemplo. O álbum viaja por diversos momentos, ou estilos, todos eles criados com bom gosto como a beleza pop de "Estou Contigo", o exotismo oriental muito bem captado em "Tao" ou o drama intenso de "Beco". Nao deixo aqui de pensar que "Beco" teria sido um belo tema para a voz de Adelaide Ferreira. Lena d'Água emprega-lhe mais doçura mas o tema em si pede mais dramatismo de interpretação, a interpretação de Lena não deixa no entanto de ser belíssima. Segue-se "Dou-te Um Doce", o êxito da altura, um single de Verão com boa disposição e ambiente tropical quanto baste, para vender obviamente. "Dança Comigo" é o meu momento preferido, tem bom balanço, bastante ritmado, e uma guitarra quase funky. Os três temas finais estão mais dentro do nosso estilo, se bem que "Valsa Nova" ainda passa um bocado despercebido mas já se nota mais o estilo de produção nacional. "Ulisseia" é um instrumental com vibrações de gloria e "Terra Prometida" encerra em jeito espiritual, bastante angélico (uns anos mais tarde e diríamos estar a copiar Julee Cruise em Twin Peaks). Num álbum povoado de tecnologia os músicos escasseiam, Luís Oliveira é o guitarrista de serviço, Carlos Araújo é o baixista, Guilherme Inês toca bateria em "Valsa Nova" e "Ulisseia", as restantes são programadas por ele. Tó Leal, antigo companheiro de Lena d'Água noutras aventuras musicais, participa nos coros. Luís Pedro Fonseca ocupa-se do resto. Terra Prometida tem tudo para ser um bom álbum mas "peca" por estar elaborado de uma forma pouco habitual entre nós e com falta de exposição fora de portas. Fica como mais um bom trabalho de Luís Pedro Fonseca com Lena d'Água, e Lena a provar mais uma vez ter uma nossas vozes mais cristalina, mais doce e mais pura.

domingo, 24 de julho de 2011

Lusitânia - LENA D'ÁGUA


Lado A
1 Ajinomoto 4:30
2 Sempre Que O Amor Me Quiser 4:00
3 Eu Tenho Um Sonho 3:59
4 Perto De Nós 3:12
5 Quando Vem Do Amor 3:53
6 Trabalhar Para Ganhar A Vida 3:30
Lado B
1 Olimpo 5:07
2 É Ao Mar Que Eu Pertenço 4:03
3 Proibido 3:58
4 Foi Ele 3:31
5 Lusitânia 5:54

Trabalho de qualidade da Pop Portuguesa, editado em 1984, em que Lena d'Água se faz acompanhar mais uma vez pela Banda Atlântida tendo como resultado um conjunto de canções sólidas, extremamente bem elaboradas e executadas, com Luis Pedro Fonseca aos comandos do trabalho de composição e respetivos arranjos. A presença refrescante de Lena Água, a menina que melhor alimentou a líbido desta década em Portugal, com uma voz cristalina e profunda, ajuda a concluir este trabalho como um dos albuns fundamentais da época, e que continua, injustamente, esquecido e ignorado. É urgente redescobrir este trabalho onde vigoram óbvias influências da Pop Europeia eletrónica mais séria da altura, sentimos os Buggles em "Eu Tenho Um Sonho". Em "Olimpo" e "Ajinomoto" respiramos alguma New Wave banhada por exotismos orientais e até algum tropicalismo em "Trabalhar Pra Ganhar A Vida" e "Proibido". João Maló participa como convidado, em Guitarra Acústica, nos temas "Perto De Nós" e "Foi Ele" que se salientam ainda como duas das peças fundamentais deste Lp. Em "Perto De Nós" Lena d'Água cresce de uma forma espantosa proporcionando-nos uma deliciosa interpretação. O single retirado do album foi "Sempre Que O Amor Me Quiser", de caráter mais comercial perante o resto do album não deixa no entanto de ser um tema bem estruturado pensado talvez para singrar como o êxito que revelou ser.
Em termos de composição já foi referido Luis Pedro Fonseca mas há tambem os textos de Jorge Palma, "Eu Tenho Um Sonho", Eugénia Melo e Castro, "Perto De Nós", Ronaldo Bastos, "Quando Vem Do Amor" e José Fanha, "É Ao Mar Que Pertenço".
Lusitânia continua à data sem conhecer qualquer edição em Cd privando assim a divulgação de um grande trabalho da música Pop Portuguesa dos anos 80. Para já, tal como eu, só ouvindo o velhinho vynil.

sexta-feira, 15 de julho de 2011

High Wire - ERNIE ISLEY


Side A
1 Song For The Muses 7:35
2 High Wire 5:26
3 Love Situation 3:01
4 Diamond In The Rough 4:58
5 Deal With It 4:42
6 In Deep 0:24
Side B
1 She Takes Me Up 4:33
2 Fare Thee Well, Fair-Weathered Friend 3:55
3 Rising From The Ashes 4:48
4 Deep Water 4:19
5 Back To Square One 6:01
6 The Muses 0:32

Nascido no seio de uma família de músicos, os Isley Brothers a que pertenceu a partir de 1973, Ernie Isley é um músico completo que se consegue dividir por vários instrumentos sendo no entanto a Guitarra Elétrica a sua eleição e onde de fato mais se destaca. Após o fim dos Isley Brothers em 1984 formou o Trio Isley Jasper Isley que durou até finais da década de 80 e no seguimento estreava-se a solo em 1990 com High Wire, sendo este um registo inédito uma vez que não voltou a editar qualquer trabalho, a solo.
Neste Lp Ernie Isley assume o trabalho de composição e execução, com exceção dos temas onde participam os músicos convidados, Lee Curreri toca Piano em "Love Situation", Randy Jackson é o Baixista em "Love Situation", Rising From The Ashes" e "Back To Square One", Paulinho da Costa assume as Percussões. Ernie Isley revela-se neste trabalho como um virtuoso Guitarrista herdeiro da escola Hendrixiana que enche uma autêntica sessão R&B / Funky de longos solos de Guitarra, tão eletrizantes que ficamos na dúvida se este é um album R&B ou Rock. A prova de que são bons temas de R&B está em que não perdem a alma original e o resultado acaba por ser uma fusão interessante dentro dos limites da perfeição.

sábado, 9 de julho de 2011

Complete "B" Sides - PIXIES


1 River Euphrates 3:23
2 Vamos 3:28
3 In Heaven (Lady In The Radiator Song) (Ivers, Lynch) 1:46
4 Manta Ray 2:39
5 Weird At My School 1:59
6 Dancing The Manta Ray 2:13
7 Wave Of Mutilation (UK Surf Mix) 3:00
8 Into The White 4:42
9 Bailey's Walk 2:23
10 Make Believe 1:54
11 I've Been Waiting For You (Young) 2:45
12 The Thing 1:58
13 Velvety Instrumental Version 2:04
14 Winterlong (Young) 3:07
15 Santo 2:16
16 Theme From Narc 1:48
17 Build High 1:42
18 Evil Hearted You (Gouldman) 2:37
19 Letter To Memphis (Instrumental) 2:43

Ora aqui está um excelente complemento para quem possui todos os albuns originais dos Pixies mas não tem os singles. Temos aqui uma recolha, oficial, de todos os lados B dos seis singles editados pela banda na Grã-Bretanha, e um lado B de um single editado nos EUA, e com a mais valia de que quase todos eles poderiam ter feito parte dos alinhamentos originais que não iriam destoar do restante material editado. Em suma, temos aqui bom material.
Não são só temas inéditos que podemos por aqui encontrar, "River Euphrates" e "Vamos", já editados anteriormente em Surfer Rosa, re-aparecem por aqui numa remistura e numa versão captada ao vivo. "Wave Of Mutilation", de Doolittle, é aqui alvo de uma remistura bastante mais lenta, que parece resultar bem ao vivo segundo palavras do próprio Francis Black, em "The Thing" temos nem mais nem menos que o backup da parte final de "The Happening", de Bossanova, e a fechar o Cd há ainda uma versão instrumental de "Letter To Memphis", do Trompe Le Monde. Para ajudar à festa há tambem quatro versões; uma captada ao vivo de "In Heaven", música original do filme Eraserhead de David Lynch, duas de Neil Young, "I've Been Waiting For You" e "Winterlong", e "Evil Hearted You", tema escrito por Graham Gouldman, e popularizado nos anos 6o pelos Yardbirds, em que os Pixies tiveram a ousadia de cantar em Espanhol, tal como aparece neste Cd.
Os restantes temas são de facto inéditos apesar de uma parte deles fazer parte do alinhamento ao vivo, como "Manta Ray" e "Into The White". Há inclusive um tema, "Theme From Narc", que aparece num jogo de video.
No folheto do Cd vem as notas de Frank Black acerca de cada uma das músicas e como Bónus vem ainda adicionados ao Cd dois Videoclips, "Here Comes Your Man" e "Allison". Os Pixies dentro do alto nível a que sempre nos habituaram.

quarta-feira, 29 de junho de 2011

Genius Loves Company - RAY CHARLES


1 Here We Go Again w/ Norah Jones (Lanier, Steagall) 3:59
2 Sweet Potato Pie w/James Taylor (Taylor) 3:47
3 You Don't Know Me w/ Diana Krall (Arnold, Walker) 3:55
4 Sorry seems To Be The Hardest Word w/ Elton John (John, Taupin) 3:59
5 Fever w/ Natalie Cole (Cooley, Davenport) 3:30
6 Do I Ever Cross Your Mind? w/ Bonnie Raitt (Burnette, Smotherman) 4:34
7 It Was A Very Good Year w/ Willie Nelson (Drake) 4:59
8 Hey Girl w/ Michael McDonald (Goffin, King) 5:15
9 Sinner's Prayer w/ B.B.King (Fulson, Glenn) 4:25
10 Heaven Help Us All w/ Gladys Knight (Miller) 4:32
11 Over The Rainbow w/ Johhny Mathis (Arlen, Harburg) 4:54
12 Crazy Love w/ Van Morrison (Morrison) 3:34

Ray Charles lamentava o facto de apesar de ter gravado com inúmeros músicos ao longo da sua vida nunca ter feito um album de duetos em nome prório. Foi com base neste pensamento que se decidiu ter chegado a altura de avançar com tal projeto e de convidar grandes amigos e alguns músicos por ele venerados para se gravar então um album de duetos. O que não se esperava certamente era que iriam participar na sua última gravação. O resultado foi um delicioso album de canções que acabou por se transformar numa bonita homenagem de admiradores confessos e acima de tudo surpresos pelo privilégio de terem participado neste album ao lado de um mestre de calibre lendário como Ray Charles. São doze temas, escolhidos em parceria entre Charles e os convidados, que preenchem este album onde são interpretados vários géneros e estilos com esplendor, respeito e alma.
Apesar de haver um ponto de equilíbrio qualitativo ao longo de todo o album há sempre pormenores a destacar e começo por fazê-lo com o dramático, poderoso e intenso, arranjo de Orquestra para "It Was A Very Good Year" ou a quente interpretação, marcadamente Jazzy, de "Fever" com Natalie Cole e, tambem, a interpretação angelical de "Heaven Help Us All" com Gladys Knight. "Sweet Potato Pie" de, e com, James Taylor é outro bom momento assim como "Crazy Love" de, e com, Van Morrison que foi o único tema captado ao vivo em concerto, e foi tambem o primeiro a fazer parte do album.
O génio de Ray Charles de facto adorava companhia e isso está bem patente neste trabalho onde parece ter predominado a boa disposição.

domingo, 8 de maio de 2011

Big Thing - DURAN DURAN


1 Big Thing 3:41
2 I Don't Want Your Love 4:06
3 All She Wants Is 4:35
4 Too Late Marlene 5:08
5 Drug (It's Just a State of Mind) 4:38
6 Do You Believe in Shame? 4:23
7 Palomino 5:19
8 Interlude One 0:33
9 Land 6:12
10 Flute Interlude 0:32
11 The Edge of America 2:37
12 Lake Shore Driving 3:05
13 Drug (It's Just a State of Mind) [Daniel Abraham Mix] 4:21

De banda de topo no início da década de 80 os Duran Duran despedem-se dessa mesma década pela porta mais pequena e reduzidos a três dos elementos originais, o carismático vocalista Simon Le Bon, o excelente Baixista John Taylor e o "engenheiro de som" da banda o Teclista Nick Rhodes. "Big Thing", editado em 1988, está longe dos dias de glória da banda não por ser inferior mas porque o registo da banda tornou-se num Pop mais maduro, com tendências Funky, a partir da divisão da banda em 1985. Estamos então perante um conjunto de canções sólidas a que o tempo se encarregará de fazer justiça e tornar este trabalho numa peça bastante interessante para apreciadores de uma Pop adulta, bem estruturada e calculada.
"Big Thing" dá-nos um conjunto de canções bem trabalhadas mas logo no início o tema homónimo gela a sessão não impressionando, mas desiludindo, pela sua falta de gosto. Um mau começo que acaba por ser compensado pelo contexto geral do trabalho. "I Don't Want Your Love" foi o single principal, com direito a Top Ten, e "All She Wants Is" sucedeu-lhe, já sem tanto impacto comercial mas, como uma boa referência de bom gosto presente neste trabalho. Daqui para a frente o album torna-se mais equilibrado assente em temas calmos e extremamente cool onde se destacam "Too Late Marlene", com direito a curto solo de Saxofone de David Tofani, "Do You Believe In Shame?" e "Palomino". Há ainda "Drug", que volta aos cânones da Pop mais comercial, com direito a mistura extra como bónus no final do album. Por fim há que referir "Lake Shore Driving", um instrumental em que Warren Cuccurullo, o Guitarrista da banda, faz jus aos seus dotes exímios de Guitarrista experiente através de um tema que roça algum experimentalismo, não muito habitual na banda. Nos músicos presentes encontra-se tambem o conceituado Baterista Steve Ferrone.

sábado, 30 de abril de 2011

Demolition Man - STING


1 Demolition Man 5:27
2 King of Pain 7:21
3 Shape of My Heart 4:32
4 Love Is Stronger Than Justice (The Munificent Seven) 7:29
5 It's Probably Me (Clapton, Kamen, Sting) 6:18
6 A Day in the Life Lennon, McCartney) 4:06

Em 1993 o tema "Demolition Man", gravado pelos Police em 1981 para o album "Ghost In The Machine", foi aproveitado como tema principal para o filme homónimo realizado por Marco Brambilla. Sting, detentor dos direitos da música, aproveitou para regravar o tema imprimindo-lhe uma nova dimensão num registo mais actual e virtuoso em relação ao original. Tudo bem até aqui mas há que ter em atenção que este Cd não tem nada a ver com a banda sonora do filme em questão. Sting aproveita a edição deste single/Ep e acrescenta-lhe cinco temas gravados ao vivo em Itália em Julho desse mesmo ano, ou seja a Tour corrente à altura do album "Ten Summoner's Tale", acompanhado por um trio de luxo constituido por Dominic Miller na Guitarra, David Sancious nos teclados e Vinnie Colaiuta na Bateria. O resultado é uma banda fantástica que nesta edição acaba por ser alvo de uma pequena amostra.
A prestação ao vivo começa com outro tema gravado anteriormente pelos Police, "King Of Pain", numa versão mais pulsante e com a inspiração de Dominic Miller. De seguida vem "Shape Of My Heart", "Love Is Stronger Than Justice" e "It's Probably Me" (o single escrito por Sting, Clapton e Kamen), todas de "Ten Summoner's Tale", e a fechar uma versão para "A Day In The Life", um dos temas incontornáveis dos Beatles. A presença de David Sancious é destacável, em todos os temas, com intervenções milimétricas a pontuar momentos deliciosos.
Uma edição que acaba por interessar mais a colecionadores ou a fãs de Sting.

quinta-feira, 21 de abril de 2011

Eat A Peach - THE ALLMAN BROTHERS



1 Ain't Wastin' Time No More 3:42
2 Les Brers In A Minor 9:07
3 Melissa 3:56
4 Mountain Jam 33:41
5 One Way Out (James, Sehorn, Williamson) 4:58
6 Trouble No More (Morganfield) 3:44
7 Stand Back 3:27
8 Blue Sky 5:10
9 Little Martha 2:07

"Eat The Peach" foi editado no ano de 1972 e evoca tempos conturbados para os Allman Brothers. Já com as sessões de gravação iniciadas morre Duane Allman num acidente de mota privando a banda e o Mundo de um Guitarrista que para além de dominar a arte de tocar Guitarra dominava tambem a arte de tocar com Slide, o que tornou o seu som num registo bastante caraterístico e facilmente identificável (é dele o solo final em "Layla" dos Derek & The Dominos de Eric Clapton). A morte prematura do malogrado Guitarrista acabou por transformar este trabalho numa sessão póstuma, com o sub-título "Dedicated To A Brother", assim como num tributo. Os três primeiros temas do album foram finalizados já sem a participação de Duane, seguem-se três brutais temas captados ao vivo no Fillmore East em Nova Iorque, onde se destaca a gigantesca Jam de 33 minutos intitulada "Moutain Jam", e o album fecha com três novos temas finalizados ainda com a participação de Duane Allman.
É Blues-Rock que os Allman nos proporcionam, sob a aura do Southern Rock, e do bom. Sustentados pelas Guitarras de Duane Allman e Dicky Betts, pela voz de Greg Allman que tambem domina nas teclas, e por uma poderosa secção rítmica onde se destaca o Baixista Berry Oakley e a dupla percussão de Butch Trucks e Jai Johanny Johanson. Ao vivo a banda pendia para longas Jams em palco onde a banda se perdia e vagueava, e é interessante constatar aqui como os dois Guitarristas se entendiam e respeitavam de uma forma perfeita. Muito bons são tambem os dois Blues captados ao vivo, "One Way Out" e "Trouble No More", aqui impregnados de uma força de interpretação intensa.
Este album marca assim uma fase importante na carreira dos Allman Brothers pelas piores razões, não deixando no entanto de ser um excelente trabalho.

quinta-feira, 24 de março de 2011

Metallica - METALLICA


1 Enter Sandman 5:29
2 Sad But True 5:24
3 Holier Than Thou 3:47
4 The Unforgiven 6:26
5 Wherever I May Roam 6:42
6 Don't Tread on Me 3:59
7 Through the Never 4:01
8 Nothing Else Matters 6:29
9 Of Wolf and Man 4:16
10 The God That Failed 5:05
11 My Friend of Misery 6:47
12 The Struggle Within 3:51

Os Metallica entraram a matar na década de 90 e ao quinto album, "Metallica", editado em 1991, tambem é conhecido como "Black Album", a banda conquista o mundo graças aos êxitos de "Enter Sandman", "The Unforgiven" e "Nothing Else Matters". E se estes êxitos levaram os Metallica a novas audiências, o que parece ter incomodado um pouco os fãs mais antigos, isso deve-se tambem a um exemplar trabalho de produção que contou com a mão de Bob Rock, aliado a James Hetfield e Lars Ulrich. O resultado é este album potente,com um som poderoso mas límpido,onde os riffs, os solos, a voz e uma captação de Bateria muito boa, se misturam vigorosamente mas de forma ordenada dando espaço para que todos os pormenores se distinguam e se ouçam. A complementar tudo isto está um excelente naipe de doze músicas bem conseguidas e bem interpretadas de onde saliento um curioso "Sad But True", o exótico "Wherever I May Roam", o terrífico "Of Wolf And Man", um sentido "The God That Failed" e a cativante estrutura de "My Friend Of Misery", enorme.

domingo, 13 de março de 2011

On An Island - DAVID GILMOUR


1 Castellorizon 3:54
2 On an Island 6:47
3 The Blue 5:26
4 Take a Breath 5:45
5 Red Sky at Night 2:51
6 This Heaven 4:24
7 Then I Close My Eyes 5:27
8 Smile 4:03
9 A Pocketful of Stones 6:17
10 Where We Start 6:46

Tal como os seus solos e composições, a gestão da carreira a solo de David Gilmour (o guitarrista dos Pink Floyd) é pausada e ponderada resultando num trabalho com uma sonoridade caraterística, imediatamente identificável, e em doces harmonias que nos inebriam numa relação espaço-temporal. Este trabalho foi editado em 2006, no dia em que Gilmour completava 60 anos de vida e vinte e dois anos depois de About Face, e nele encontramos o artista ainda mais amadurecido e refletivo, encontrando na companheira, Polly Samson, uma parceira de composição e inspiração.
Abrindo o trabalho com um misterioso "Castellorizon", uma peça instrumental executada unicamente por Gilmour, recheada de extractos musicais e parcialmente orquestrada, segue-se um melodioso "On An Island" que conta com a participação das vozes mágicas de David Crosby e Graham Nash que ajudam David Gilmour a conseguir um tema muito doce bastante rico em harmonias, celestiais, resultando num belo momento musical. Neste tema participa tambem Rick Wright, o velho companheiro de teclas nos Pink Floyd. "The Blue" mantêm o trabalho subtil para de seguida, com "Take A Breath", entrar num ritmo mais cadenciado ao estilo do que Gilmour fez nos últimos trabalhos como líder dos Pink Floyd, nota-se aqui a presença do baixista Guy Pratt, o baixista utilizado por Gilmour nos Pink Floyd sem Roger Waters. Em "Red Sky At Night" Gilmour presenteia-nos com um bonito, e muito calmo, instrumental em que ele toca Sax-Alto, uma novidade na carreira deste inconfundível guitarrista. "This Heaven" roça os Blues, num tema poderoso e marcante, a anteceder novo instrumental. "Then I Close My Eyes"conta com a participação de Robert Wyatt. Não consigo resistir a comparar este tema com "Albatross" dos Fleetwood Mac, distintos mas com algumas semelhanças.
E chega a vez de "Smile", profundo e líndissimo. É sem dúvida o meu momento preferido de todo o album acente num tema acústico com reminiscências dos tempos de "Meddle" dos Pink Floyd. Em "Pocketfull Of Stones" volta-se a sentir a fase de Gilmour como líder dos Pink Floyd para de seguida encerrar o trabalho, de uma forma muito bela, com "Where We Start". A sombra dos Pink Floyd mais remotos volta a pairar neste tema que encerra de forma emotiva um trabalho sentido e calculado.
David Gilmour re-inventa-se a solo oferecendo aquilo que ele sempre possuiu, uma forma de tocar e compor singular, assente numa sensibilidade única.

sábado, 26 de fevereiro de 2011

Poulina - ORCHESTRE NATIONAL DE BARBÈS


1 Poulina (Intro) 1:17
2 Poulina 4:04
3 Ourar 4:49
4 Lemouima 4:35
5 Touba 5:38
6 Jabario 5:56
7 Meli Ana 4:13
8 Yahli (Intro) 3:20
9 Yahli 8:04
10 Soudani 6:14
11 Nabina 2:46
12 Mariama 5:51

Provenientes do bairro Parisiense de Barbès, tambem conhecido como "Petite Algerie", este grupo de músicos maioritariamente Argelinos funde neste CD editado em 1999, o segundo por eles editado e o primeiro em estúdio, uma diversidade de estilos que abrange desde o Rai, Ragga, Reggae, Rock, Jazz, Alaoui, Soukous, Zouk entre outros géneros mais. Esta fusão de estilos deve-se tambem à fusão de músicos de diversas nacionalidades (Argelinos, Marroquinos e Franceses) que incorporam o grupo, onde cada um contribui um pouco com a sua cultura e estilo. Todas estas referências contêm os ingredientes necessários para alimentar a nossa curiosidade musical. Num trabalho em que a primeira barreira será a língua resta-nos a musicalidade verbal, os ritmos e, instrumentos e escalas diferentes das que "estamos" habituados, após o que de facto nos resta é, a curiosidade melómana para penetrarmos neste colectivo de músicos e estilos que visitam practicamente todo o norte de África.
Um cheirinho de Reggae abre o album através de "Poulina" e de seguida "Ourar" transporta-nos até a ambiência colorida de uma festa Berbere. "Lemouima" é puro Rai, e é uma interpretação de um tema da artista Cheikha Rimitti, que à data era tambem ela uma habitante do bairro de Barbès. "Touba" remete-nos à Argélia, origem da maior parte dos elementos, através de uma canção popular, e um clássico, do País. As terras de Marrocos são a próxima paragem em "Jabario" e de seguida "Meli Ana" é o tema que mais se aproxima do "nosso" formato de canção, num registo que ronda os meandros mais Rock. Em "Yahli" encontramos, para além do tema mais longo deste registo, o tema mais elaborado através de uma estrutura mais rica. "Soudani" respira África por todos os poros, ao nível Continental, com um cativante ritmo tribal e as vozes ordenadas. Em "Nabina" damos de caras com um tema curto, bastante bonito, em que as vozes dominam lindamente e em que há espaço para um breve momento Jazzístico de Piano e Sax-Soprano. "Mariama" encerra o album de forma mais discreta, sem ritmo.
Uma obra interessante que nos transporta para outras paisagens, cores e cheiros.

domingo, 30 de janeiro de 2011

Turning Night Into Day - NELSON RANGELL


1 Starting Now (Mann) 5:28
2 Turning Night into Day (Mann) 5:01
3 The Journey (Haffner) 6:02
4 All for You (Bearden, Rangell) 5:47
5 For the Rest of My Life (Deignan, Hupfer) 4:34
6 Romantique (Bearden, Rangell) 5:19
7 Godzilla (Bearden) 5:05
8 From Spark to Flame (Kuepper, Rangell) 5:38
9 April Snow (Loeb) 5:45
10 All Hearts, One Heart (Loeb, Rangell) 7:04
11 Today's Top Story (Loeb, Rangell) 5:16
12 La Repuesta (The Answer) (Bearden, Rangell) 4:20

O Jazz da GRP sempre teve uma cunha muito própria caracterizando-se por excelentes executantes, alguns virtuosos, e por uma sonoridade mais comercial dentro do género chamada Smooth Jazz, e é um verdadeiro album de Smooth Jazz que Nelson Rangell nos entrega de corpo e alma neste "Turning Night Into Day" editado em 1999. Um album preenchido por solos exuberantes, muito límpidos, de Sax-Alto, Sax-Tenor, Flauta e Piccolo, com Rangell acompanhado por diversos músicos que tambem assumem o trabalho de composição e produção onde sigram nomes como; Chuck Loeb, David Mann, Michael Bearden, Mike Hupfer, Kip Kuepper e Wolfgang Haffner. Se em termos de execução podemos afirmar estar perante um núcleo de bons músicos, em termos de composição baixa-se o nível, sem contudo se chegar ao ponto da desilusão, pois os temas são demasiado melosos remetendo-nos para um bom album ambiental mas sem grandes picos de excitação.
"The Journey", em que Rangell executa maravilhosamente um Piccolo, e "La Repuesta", com cheirinho a Salsa, revelam-se neste trabalho como as duas faixas mais cativantes por se execederem em relação às restantes demasiado sisudas. "Starting Now" e "Turning Night Into Day" tambem se conseguem salientar por fazerem um bom arranque de disco, mas não passam disso.
Inevitável é a comparação do timbre sonoro de Nelson Rangell com o de David Sanborn, dono de um som muito particular e de referência para muitos Saxofonistas.

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

North - ELVIS COSTELLO


1 You Left Me in the Dark 3:26
2 Someone Took the Words Away 4:35
3 When Did I Stop Dreaming? 5:22
4 You Turned to Me 2:32
5 Fallen 3:12
6 When It Sings 3:58
7 Still 2:27
8 Let Me Tell You About Her 4:23
9 Can You Be True? 3:45
10 When Green Eyes Turn Blue 4:17
11 I'm in the Mood Again 2:34
12 Impatience (Bonus Track) 5:03

Em "North", Cd editado em 2003, temos um Elvis Costello maduro, se calhar até maduro demais, fora do seu registo habitual e entregando-se de corpo e alma a composições mais sérias onde o Piano domina dentro de uma área mais Jazzy com requintes de algum Classicismo não deixando aqui de ser evidente o facto deste trabalho ter selo da credenciada editora Alemã de música Clássica a Deutsche Grammophon.
O album regista doze temas originais compostos, arranjados e conduzidos por Elvis Costello, sendo o décimo segundo tema um extra desta edição, com todos eles a roçar o formato da balada mas que numa audição mais atenta concluí-se serem bonitas peças musicais, sérias e cuidadas, tratadas com requinte e com estruturas mais complexas do que baladas ordinárias. Atente-se nos pormenores de temas como "When Did I Stop Dreaming", "Fallen" ou "Still".
Vários músicos e várias formações acompanham Costello desde duos até um formato de quase mini-orquestra, aparecem por aqui nomes de referência como: Peter Erskine, na Bateria, Michael Formanek, no Baixo, Conrad Herwig, no Trombone, Steve Nieve, o Pianista de serviço e o único elemento que aparece em quase todos os temas, Lew Soloff, em Fliscórnio com solo em "Let Me Tell You About Her", Lee Konitz, no Sax-Alto com direito a solo em "Someone Took The Words Away", Bill Ware, no Vibraphone, Marc Ribot, Guitarra em "Impatience" entre muitos outros.
Para além do tema extra "Impatience", que fecha o album numa toada mais exótica e completamente diferente do resto do album, esta edição vem acompanhada de um Dvd com videos de "Still", "Fallen" e "North". Curiosamente "North" é o tema que dá título a este album mas não consta do alinhamento original aparecendo somente no Dvd.