quinta-feira, 25 de abril de 2013

A Whole New Thing - BILLY PRESTON

Side A
1 Whole New Thing 3:32
2 Disco Dancin' 3:26
3 Complicated Sayings 2:50
4 Attitudes (Instrumental) 2:28
5 I'm Really Gonna Miss You 3:48
Side B
1 Wide Stride (Instrumental) 3:12
2 You Got Me Buzzin' 2:40
3 Sweet Marie 3:38
4 Happy (Instrumental) 2:19
5 Touch Me Love 3:20
6 You Don't Have to Go 2:56

Reconhecido desde muito novo pelas suas aptidões em Orgão, pode-se dizer no entanto que Billy Preston conheceu maior prestígio na sua carreira pela participação nos últimos trabalhos dos Beatles e numa grande parte dos álbuns e concertos dos Rolling Stones durante a década de 70. Dono de uma silhueta imponente por detrás das teclas, Billy Preston editou “A Whole New Thing” no mesmo ano em que deixou de tocar com os Rolling Stones, em 1977, e este vinyl é o décimo nono na sua discografia oficial.
“A Whole New Thing” revela-se um trabalho consistente, impregnado de Soul/Funk, na altura em que o Disco Sound começava a apoderar-se dos Tops e aqui não deixa de ser curioso reparar que no alinhamento deste registo o tema “Disco Dancin’” seja aquele que mais deixa a desejar. O restante material é de boa casta e Billy Preston destaca-se evidentemente ao longo de todo o trabalho através da sua distinta sonoridade nas teclas. Uma basta variedade de músicos participa neste álbum mas uma vez que não há créditos individuais é difícil saber quem é quem nos temas, sendo de mérito a compleição geral. Sente-se Groove por todo o álbum mas destaco os três instrumentais que são os momentos onde se sente Preston brilhar, seja a solar ou simplesmente a tirar gozo do Teclado do Piano como sugere “Attitudes”, ou a explorar sons sintetizados em “Wide Stride” e “Happy”. A expressividade da balada “I’m Really Gonna Miss You” é também de destaque. No final, em “You Don’t Have To Go”, Preston atreve-se por campos mais electrónicos explorando efeitos e a marcação de uma caixa de ritmos.

quarta-feira, 17 de abril de 2013

A 25th Anniversary In Show Business Salute To - RAY CHARLES - LP02


Side A
1 Georgia In My Mind (S.Gorrell/H.Carmichael)   3:37
2 Unchain My Heart (A.Jones/F.James)   2:52
3 Hit The Road Jack (P.Mayfield)   1:57
4 One Mint Julep (R.Toombs)   3:04
5 Ruby (M.Parish/H.Roemheld)   3:52
6 I Can’t Stop Lovin’ You (D.Gibson)   4:15
7 You Are My Sunshine (J.Davis/C.Mitchell)   2:52
8 Born To Lose (F.Brown)   3:15
9 Busted (H.Howard)   2:09
Side B
1 Crying Time (B.Owens)   2:54
2 Let’s Go Get Stoned (V.Simpson/N.Ashford/J.Armstead)   2:57
3 Yesterday (J.Lennon/P.McCartney)   2:42
4 Understanding (J.Holiday/R.Charles)   3:08
5 Eleanor Rigby (J.Lennon/P.McCartney)   2:56
6 If You Were Mine   3:47
7 Don’t Change On Me (J.Holiday/E.Reeves)   3:22
8 Booty Butt   4:10
9 Feel So Bad (L.Tample/J.Johnson)   3:41

O segundo Lp desta compilação começa por incidir basicamente nos anos 60, a década em que tudo aconteceu, e fecha com uma interessante visita à transição de Ray Charles para os anos 70, onde se nota que os tempos estavam de facto a mudar. Grandes êxitos como “Unchain My Heart” e “Hit The Road Jack” em 1961, davam o arranque em grande estilo para a década que viu nascer a Soul Music, viu o Rock afirmar-se como um caso sério, viu os Beatles nascer e a Pop nunca mais foi a mesma. No meio de tudo isto Ray Charles continuou a ser "grande" percorrendo variadas formas e estilos. É pois um imparável Ray Charles revelado como um dos principais impulsionadores da Soul, mas que também visitou o Country e utilizou vozes Gospel e grandes orquestrações em temas declaradamente mais Pop onde se incluem versões peculiares de temas dos Beatles, como “Yesterday” e “Eleanor Rigby”. No meio da turbulência desta década Ray Charles foi preso por posse de drogas e esteve ausente dos Tops durante um ano mas o regresso às lides com “Let’s Go Get Stoned” revelou um artista moralizado e pronto a seguir de onde tinha ficado. No final de uma década confusa e colorida, Ray, à semelhança de Elvis Presley, abraça a Pop mais ligeira e é desta forma, com a Guitarra Elétrica e o Baixo a sobressaírem sobre o resto da banda, que entra com alma nos anos 70.
Nas palavras de Ray Charles “Soul is when you can take a song, and make it part of you – a part that’s so true, so real, people think it must have happened to you. I’m not satisfied unless I can make them feel what I feel”. Assim era Ray Charles e esta compilação ajuda a compreender a importância da sua evolução como músico influente nas gerações que lhe sucederam. 

domingo, 7 de abril de 2013

A 25th Anniversary In Show Business Salute To - RAY CHARLES - LP01

Side A
1 It Should Have Been Me (M.Curtis) 2:39
2 Mess Around (A.Nugetre) 2:39
3 Don’t You Know 2:50
4 I’ve Got A Woman 2:48
5 A Fool For You 2:59
6 Hallelujah I Love Her So 2:33
7 Drown In My Own Tears (H.Glover) 3:15
8 Rockhouse 3:54
9 Lonely Avenue (D.Pomus) 2:42
Side B
1 Ain’t That Love 2:50
2 Swanee River Rock (Talkin’ Bout That River) 2:18
3 Night Time Is The Right Time (L.Herman) 3:25
4 Mary Ann 2:45
5 I Believe To My Soul 2:58
6 What’d I Say 6:25
7 Just For A Thrill (L.Armstrong/D.Raye) 3:21
8 Yes Indeed (S.Oliver) 2:14
9 Don’t Let The Sun Catch You Crying (J.Greene) 3:41

Editada originalmente em 1971, esta dupla compilação em vynil visava ser uma retrospetiva, comemorativa, da influente carreira de Ray Charles abrangendo a primeira fase de sucesso e a respetiva evolução até à atualidade, à data da edição. Temos assim a preponderância de uma carreira que cedo se começou a desenhar, fruto do infortúnio de um glaucoma que lhe provocou cegueira aos seis anos de idade, e a perda precoce dos pais na adolescência, pelo que o jovem Ray frequentou, desde cedo, uma escola especial onde desenvolveu os sentidos para execução e composição musical. Na segunda metade dos anos 40 já gravava em estúdios e em 1951 conseguia o seu primeiro Top Ten Hit com "Baby, Let Me Hold Your Hand", curiosamente ausente desta seleção. A influência de Ray Charles no desenvolvimento cultural da música popular através do Rhytm & Blues, a música negra que viria a degenerar no Rock ‘n Roll e depois na Soul, é pois preponderante num estilo que já continha os ingredientes explosivos que viriam a despoletar definitivamente a emancipação da juventude branca Norte-Americana na segunda metade dos anos cinquenta e o começo do despoletar da música comercial “negra” como vencedora de Hits e respetiva credibilidade artística.
Esta edição reúne um total de 36 temas de sucesso na carreira de Ray Charles, e o primeiro Lp centra-se nos anos 50 e dá-nos 18 temas essenciais que se repartem por diversos géneros em que alguns já eram Rock ‘n Roll antes do Rock, caso de “Mess Around”, outros preconizavam a Soul através do espiritualismo Gospel, como “Drown In My Own Tears” ou “Ain’t That Love”, a presença do Jazz em “Rockhouse” e “Just For A Thrill”, e a relevância de temas fundamentais como “I’Ve Got A Woman”, “Hallelujah I Love Her So” e “What I’d Say”.
Um dia chamaram-lhe génio mas Ray não gostou de tal epíteto ao que respondeu “Art Tatum era um génio. E Einstein também. Eu não”. É inegável no entanto, a influência que Ray Charles teve nos trabalhos e correntes posteriores às duas décadas áureas em que vingou como um importante artista, inovador e criativo.