Side A
1 It Should Have
Been Me (M.Curtis) 2:39
2 Mess Around
(A.Nugetre) 2:39
3 Don’t You Know
2:50
4 I’ve Got A Woman
2:48
5 A Fool For You
2:59
6 Hallelujah I Love
Her So 2:33
7 Drown In My Own
Tears (H.Glover) 3:15
8 Rockhouse 3:54
9 Lonely Avenue
(D.Pomus) 2:42
Side B
1 Ain’t That Love
2:50
2 Swanee River Rock
(Talkin’ Bout That River) 2:18
3 Night Time Is The
Right Time (L.Herman) 3:25
4 Mary Ann 2:45
5 I Believe To My
Soul 2:58
6 What’d I Say
6:25
7 Just For A Thrill
(L.Armstrong/D.Raye) 3:21
8 Yes Indeed
(S.Oliver) 2:14
9 Don’t Let The
Sun Catch You Crying (J.Greene) 3:41
Editada originalmente em 1971, esta
dupla compilação em vynil visava ser uma retrospetiva,
comemorativa, da influente carreira de Ray Charles abrangendo a
primeira fase de sucesso e a respetiva evolução até à atualidade,
à data da edição. Temos assim a preponderância de uma carreira
que cedo se começou a desenhar, fruto do infortúnio de um glaucoma
que lhe provocou cegueira aos seis anos de idade, e a perda precoce
dos pais na adolescência, pelo que o jovem Ray frequentou, desde
cedo, uma escola especial onde desenvolveu os sentidos para execução
e composição musical. Na segunda metade dos anos 40 já gravava em
estúdios e em 1951 conseguia o seu primeiro Top Ten Hit com "Baby,
Let Me Hold Your Hand", curiosamente ausente desta seleção. A
influência de Ray Charles no desenvolvimento cultural da música
popular através do Rhytm & Blues, a música negra que viria a
degenerar no Rock ‘n Roll e depois na Soul, é pois preponderante
num estilo que já continha os ingredientes explosivos que viriam a
despoletar definitivamente a emancipação da juventude branca
Norte-Americana na segunda metade dos anos cinquenta e o começo do
despoletar da música comercial “negra” como vencedora de Hits e
respetiva credibilidade artística.
Esta edição reúne um total de 36
temas de sucesso na carreira de Ray Charles, e o primeiro Lp
centra-se nos anos 50 e dá-nos 18 temas essenciais que se repartem
por diversos géneros em que alguns já eram Rock ‘n Roll antes do
Rock, caso de “Mess Around”, outros preconizavam a Soul através
do espiritualismo Gospel, como “Drown In My Own Tears” ou “Ain’t
That Love”, a presença do Jazz em “Rockhouse” e “Just For A
Thrill”, e a relevância de temas fundamentais como “I’Ve Got A
Woman”, “Hallelujah I Love Her So” e “What I’d Say”.
Um dia chamaram-lhe génio mas Ray não
gostou de tal epíteto ao que respondeu “Art Tatum era um génio. E
Einstein também. Eu não”. É inegável no entanto, a influência
que Ray Charles teve nos trabalhos e correntes posteriores às duas
décadas áureas em que vingou como um importante artista, inovador e
criativo.
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