terça-feira, 28 de agosto de 2007

Future Shock - HERBIE HANCOCK


1 Rockit (Beinhorn, Hancock, Laswell) 5:28
2 Future Shock (Mayfield) 8:05
3 TFS (Beinhorn, Hancock, Laswell) 5:47
4 Earth Beat (Beinhorn, Hancock, Laswell) 5:13
5 Autodrive (Beinhorn, Hancock, Laswell) 6:27
6 Rough (Beinhorn, Hancock, Laswell) 6:58
7 Rockit [*] (Beinhorn, Hancock, Laswell) 6:18

"Future Shock" é uma expressão usada por Alvin Toffler no livro, do mesmo nome, editado em 1970 e que o próprio designa como "demasiadas alterações em muito curto espaço de tempo". Curtis Mayfield usou a expressão, tirada do livro, para uma canção sua, no album "Back to the World" em 1973, e 10 anos mais tarde Herbie Hancock recupera-a neste album.
Herbie Hancock teve sempre uma grande apetência por explorar novos instrumentos, e novas tendências, ou seja estar sempre a par do que se passa à sua volta, o que sempre lhe causou pequenos "problemas". Começando por se evidenciar nos anos 60 ao lado de Miles Davis, e dono desde cedo de boa carreira a solo, chocou a comunidade jazzistica ao começar, em finais dos anos 60, a utilizar sintetizadores e pianos electricos. Nos anos 70 adquiriu uma sonoridade mais Funky com os Headhunters, e acompanhou a evolução do Jazz/Rock tal como Miles tambem faria. Isto nunca caiu muito bem nas secções mais puristas, e mais clássicas, no entanto havia todo um novo público pronto a recebê-lo. Em inicios dos anos 80 volta a haver mudanças no mercado musical, nomeadamente a MTV que veio atribuir a importância do videoclip, de uma imagem, a todo o artista. Agora não só se pode ouvir a música como ver quem a interpreta, ou um pequeno filme atribuido à música em questão. O tema "Rockit", o principal deste CD, ganhou inumeros prémios pelo seu video, o que ajudou bastante à divulgação do tema. Outra grande mudança neste trabalho é a entrega de Herbie Hancock a uma nova tendência musical, o Breakdance e daí o Hip-Hop, precisamente o que começava a dar, e para tal foi buscar os préstimos de Bill Laswell como produtor, e de um DJ credenciado na altura, Grandmixer D.ST.
O resultado está aqui, um album inteiramente dividido entre Herbie Hancock e Bill Laswell, exceptuando a versão de Curtis Mayfield, e chegamos mesmo a perguntar-nos a qual dos dois pertence verdadeiramente este album de 1983. O album é todo ele sonoridade de maquinaria, sintetizadores, caixas de ritmo, programação de computadores, mas tambem temos Herbie Hancock a solar piano em "Autodrive", temos som de lyricone por Wayne Shorter, baterias e percussões de Sly Dunbar e Daniel Ponce, guitarra electrica de Pete Cosey, o "scratch" do DJ mencionado, e o baixo electrico de Bill Laswell. Hoje em dia não choca, obviamente, mas não deixa de ser interessante ouvir Herbie Hancock nesta area, pode-se pensar que foi um trabalho de coragem, mas Herbie Hancock já tinha o nome mais que feito e como tal não precisava de dar provas a ninguem limitando-se a fazer o trabalho como ele queria dentro do que se podia fazer mais "à frente" na altura.
As opiniões ainda hoje, passados 24 anos, se dividem e a minha é de que é um trabalho valoroso, e de muito Groove. Pena é que mais músicos não tenham estas iniciativas de vez em quando.

quinta-feira, 23 de agosto de 2007

The Ultra Zone - STEVE VAI


1 The Blood and Tears 4:26
2 The Ultra Zone 4:52
3 Oooo 5:12
4 Frank 5:09
5 Jibboom 3:46
6 Voodoo Acid 6:25
7 Windows to the Soul 6:25
8 The Silent Within 5:00
9 I'll Be Around 4:57
10 Lucky Charms 6:44
11 Fever Dream 6:03
12 Here I Am 4:12
13 Asian Sky 5:34

O virtuoso guitarrista norte-americano assinou em 1999 este Ultra Zone. É mais um grande momento de guitarra com muitas peripécias para ouvir e tentar imaginar como é possível tal coisa. Steve Vai toca mesmo muito e por vezes pode tornar-se aborrecido para quem não esteja disposto a aturar tanta nota e malabarismo. O que quero com isto dizer é que não é um disco para todos, especialmente os que não apreciem obras instrumentais. Mesmo assim trata-se de um disco que contêm cinco faixas cantadas, "Voodoo Acid", "The Silent Within", "I'll be Around", "Here I Am" e "Asian Sky".
Uma das coisas que mais aprecio em Steve Vai é a sua vontade de explorar novos terrenos e novas sonoridades, ele lança-se muito mais facilmente em território experimental do que Satriani, o seu primeiro professor, tornando-se por isso menos maçudo de ouvir. Escrevo como ouvinte, não como músico. Steve Vai explora muitos efeitos e muitas paisagens, nomeadamente as orientais e mais exóticas. O trabalho é muito cuidado e metódico, bastante pormenorizado, sendo "Lucky Charms" o maior exemplo disso, para além de evidenciar a escola de Frank Zappa, que Vai tão bem assimilou. Por falar em Zappa este cd contêm duas faixas-homenagem, "Frank" para Zappa e "Jibboom" para outro mestre que foi Stevie Ray Vaughan.
Não posso deixar de mencionar também "Windows to the Soul", em jeito de balada, com aquela sensibilidade que Vai sabe usar para fazer a guitarra chorar, e "Oooo", uma faixa que sugere uma onomatopeia e soa como tal. A faixa "The Ultra Zone" é potente e dava uma boa banda sonora para uma cena de perseguição de carros.
O registo é um bocado longo, se se retirasse algumas das faixas cantadas não se iria notar a sua falta, mas quem sou eu para tal dizer?
Vale a pena descobrir a Ultra Zone do Steve Vai.

texto revisto em Fevereiro, 2022

sábado, 18 de agosto de 2007

Out There - ERIC DOLPHY


1 Out There (Dolphy) 6:55
2 Serene 7:01
3 The Baron 2:57
4 Eclipse (Mingus) 2:45
5 17 West 4:50
6 Sketch of Melba (Weston) 4:40
7 Feathers (Smith) 5:00

Ainda hoje se questiona, o que mais poderia ter oferecido Eric Dolphy caso não tivesse falecido tão cedo. A sua visão e criatividade teriam muito para dar e surpreender, não há dúvida, mas não o vamos saber. A sua morte em Berlim, Junho de 1964, deixou-nos sem um homem que procurava na Europa quem apreciasse a sua música e também novos músicos que o pudessem acompanhar na sua busca de novas sonoridades.
Esta sessão data de 1960 e representa o primeiro trabalho de Eric Dolphy em nome individual. É um registo surpreendente, com uma formação invulgar; Eric Dolphy em sax-alto, clarinete, clarinete-baixo e flauta transversal, Ron Carter em violoncelo, George Duvivier em contrabaixo e Roy Haynes na bateria. A inclusão de um violoncelo e de um contrabaixo soa, inicialmente, de uma forma estranha. "Como irão soar estes dois instrumentos em conjunto?" e a resposta foi obtida logo no primeiro tema. Ron Carter, não esquecer que é ele quem executa o violoncelo, com arco, tem o papel de segundo instrumento, tal como se fosse um guitarrista, ou outro instrumento mais vulgar de se ver nesta situação. A secção rítmica acompanha em alto nível os dois executantes mas é obviamente Eric Dolphy a personagem principal da sessão.
"Out There" arranca em grande ritmo com Roy Haynes a impor um andamento rápido e autoritário, como condutor deste tema. Eric Dolphy, em sax-alto, soa a Ornette Coleman. Rápido e imparável. Muitas vezes eles foram comparados, o que não agradava a Dolphy por se estarem a comparar as pessoas em detrimento da música, segundo ele. Eram grandes amigos e admiravam-se mutuamente, mas Dolphy achava que esta comparação desviava a atenção dos pormenores musicais de cada um.
"Serene" destaca-se por vários motivos. Aqui Eric Dolphy toca clarinete-baixo, e que bem que ele soa, e temos pequenos solos dos restantes membros com destaque para o solo de George Duvivier logo complementado por Ron Carter, desta vez sem arco, que consegue completar o que Duvivier começou como se fossem o mesmo elemento, admirável. O tema é calmo mas muito envolvente.
"The Baron" é mais uma composição de Dolphy e é sobre Charlie Mingus, que usou esta designação em tempos idos. Mais uma vez temos Dolphy em clarinete-baixo, muito bem secundado por Ron Carter que inicia e finaliza o tema com Dolphy. Carter tem aqui outro excelente apontamento. É um tema curto e rápido.
"Eclipse" é uma composição de Charles Mingus que Dolphy interpreta em clarinete. Soa um pouco a música de câmara mas é uma peça muito contemporânea. Mais uma vez Duvivier e Carter complementam-se na perfeição.
Em "17 West" Dolphy arranca para um dos instrumentos que mais o identifica, a flauta. O som que ele tira do instrumento é muito rico e quente, e usa-o de uma forma muito melódica. Neste tema os restantes elementos voltam a ter bastante espaço para os seus solos. Este tema é o que mais me faz lembrar, curiosamente, a sonoridade que Dolphy virá a usar em "Out to Lunch", em 1964. Há uma sensação de que o tema acaba a meio.
Magistral a forma como Dolhpy tira som da flauta e usa dinâmicas para expressar certos momentos em "Sketch of Melba", um tema de Randy Weston. O tema é quase todo de Dolphy cedendo espaço para um solo grave, em momento não em som, de Carter.
A terminar, uma composição de Hale Smith, "Feathers", em que Dolphy volta ao sax-alto. A entrega de Dolphy neste tema é total, de uma expressividade, e emotividade única. O tema é todo dele numa toada de lamento, mas impressionante. Obra obrigatória.

texto revisto em Abril, 2020

quarta-feira, 15 de agosto de 2007

Haunted Heart - CHARLIE HADEN QUARTET WEST


1 Introduction :37
("The Warner Bros. Logo Fanfarre", 1937, composed by Max Steiner followed by the introducion to "The Maltese Falcon", 1941, composed by Adolph Deutsch)
2 Hello My Lovely (Haden) 6:47
3 Haunted Heart (Dietz, Schwartz) 9:12
(Jo Stafford sings "Haunted Heart" with Paul Weston and His Orchestra in December, 1947)
4 Dance of the Infidels (Powell) 3:50
5 The Long Goodbye (Broadbent) 6:30
6 Moonlight Serenade (Miller, Parish) 9:08
7 Lennie's Pennies (Tristano) 5:15
8 Ev'ry Time We Say Goodbye (Porter) 4:18
(Jeri Southern sings "Ev'ry Time We Say Goodbye" and plays piano with Dave Barbour Trio in March, 1954)
9 Lady in the Lake (Broadbent) 6:09
10 Segment (Parker) 5:32
11 The Bad and the Beautiful (Raskin) 5:32
12 Deep Song (Cory, Cross) 6:05
(Billie Holiday sings "Deep Song" with Bob Haggart and His Orchestra in February, 1947)

Excelente Cd este, em 1991. Charlie Haden (contrabaixo) e o seu Quartet West (Ernie Watts-Saxofone Tenor, Alan Broadbent- Piano e Larance Marable-Bateria), evocam aqui a sonoridade dos filmes de Hollywood nas décadas de 40/50. É a Hollywood desta época que serve de inspiração a Charlie Haden, tambem ele um amante da 7ª arte, que concebeu este album como se de um filme se tratasse. Para tal recorre à samplagem de alguns temas da sua colecção particular, em vinil, para dar ainda mais ênfase ao tipo de som pretendido. Logo a começar, o Cd, a introdução é feita ao som do Logo da Warner Bros. "Fanfarre". Charlie Haden explica que muitos filmes americanos, na década de 40, tinham fanfarras para fazer a introdução ao filme, como tal ele utiliza esta fanfarra, escrita por Max Steiner, que foi muitas vezes usada para introdução de filmes da Warner Bros., e que faz aqui a introdução ao filme "The Maltese Falcon" para logo de seguida entrar a primeira composição deste trabalho, "Hello My Lovely" um tema escrito pelo próprio Charlie Haden, inspirado pela L.A. de Raymond Chandler. Segue-se "Haunted Heart", escrito por Arthur Schwartz-Howard Dietz, uma linda balada primorosamente tocada e que de facto nos transporta a um qualquer filme que idealizemos na nossa cabeça imaginando-nos como personagens vivas desse episódio. No final do tema é inserido um sampler do mesmo tema cantando por Jo Stafford em 1947.
"Dance Of The Infidels" é um tema de Bud Powell e é Ernie Watts que toma as rédeas nesta peça, em que me faz recordar a sonoridade de Stan Getz.
"The Long Goodbye" e "Lady In The Lake", foram escritos por A.Broadbent. São duas belas composições, a primeira cai bem logo numa primeira audição pois tem uma melodia fácil de apanhar, na segunda a sonoridade já se volta a aproximar do contexto inicial e de novo nos sentimos como fazendo parte deste filme dirigido por Charlie Haden.
"Moonlight Serenade", Glenn Miller, é daqueles temas que se reconhecem logo, tantas vezes já ouvimos a sua melodia, a peça é longa e demorada mas bem executada, e Charlie Haden presenteia-nos com um pequeno solo logo no inicio do tema.
"Lennie's Pennies", de Lennie Tristano, e "Segment", de Charlie Parker, são dois temas muito dançaveis e são os momentos de maior acção desta obra.
"Ev'ry Time We Say Goodbye" é um clássico de Cole Porter em que o quarteto quase só faz a introdução pois a maior parte do tema é dominado pelo sampler de Jeri Southern, uma pequena homenagem de Charlie Haden a uma "velha" amiga.
"The Bad and The Beautiful" é a verdadeira banda sonora, aqui recuperada, e para terminar temos mais um belo tema, "Deep Song", em que o quarteto abre para terminar com um sampler, desta vez, da grande Billie Holiday.
Candidato a Óscar.

terça-feira, 14 de agosto de 2007

Legend - BOB MARLEY AND THE WAILERS


1 Is This Love 3.57
2 No Woman, No Cry (Ford, Marley) 4.06
3 Could You Be Loved 3.36
4 Three Little Birds 3.02
5 Buffalo Soldier (Marley, Williams) 2.46
6 Get Up Stand Up (Marley, Tosh) 3.16
7 Stir It Up 3.41
8 One Love/People Get Ready (Marley, Mayfield) 2.53
9 I Shot the Sheriff 3.49
10 Waiting in Vain 4.07
11 Redemption Song 3.49
12 Satisfy My Soul 3.49
13 Exodus 4.19
14 Jamming 3.19

Este CD é uma colectânea, editada em 1984, do trabalho de Bob Marley com os Wailers. Será provavelmente a mais conhecida e que reune na perfeição os temas mais conhecidos do "embaixador" da Jamaica e seus parceiros mais famosos. A ideia de uma colectânea é mesmo essa, sintetizar os melhores momentos de certa figura, ou fase, e aqui não há nada que não seja conhecido do dominio público. Eu que pensava conhecer mal a carreira de Marley fiquei espantado ao chegar à conclusão de que afinal conheço todos estes temas, seja das pistas de dança, da rádio, ou até do cinema, tal é a extensão da obra. Não vou salientar nada de mais, a oportunidade aqui é ter estes temas todos num só registo. É uma boa forma de começar a ouvir Bob Marley, para quem ainda não conhece, ou de saborear de vez em quando este som das Caraíbas.

domingo, 12 de agosto de 2007

12 x 5 - ROLLING STONES


1 Around and Around (Berry) 3:04
2 Confessin' the Blues (Brown, McShann) 2:48
3 Empty Heart 2:38
4 Time Is on My Side (Ragovoy) 2:54
5 Good Times, Bad Times 2:31
6 It's All Over Now (Womack, Womack) 3:27
7 2120 South Michigan Avenue (Nanker Phelge) 3:39
8 Under the Boardwalk (Resnick, Young) 2:47
9 Congradulations 2:29
10 Grown Up Wrong 2:06
11 If You Need Me (Bateman, Pickett, Sanders) 2:05
12 Susie Q (Broadwater, Hawkins, Lewis) 1:50

Que grande confusão que este LP gerou aqui por casa. Tendo-o adquirido em Maio de 1991, numa troca de discos, este disco não vêm com a capa original. Vêm com a capa de um disco dos Rolling Stones mas de uma colectânea de 1969, ora como tal parti sempre do principio de que este , 12 x 5, tambem era uma colectânea, não sabia era de que ano uma vez que a rodela central só tem o nome das músicas e respectivos autores. Na altura tambem não havia Internet, a qual tem sido uma grande ajuda para descobrir situações do género. Hoje em dia basta-nos teclar o nome de um album, ou de uma banda, ou de quem, ou o que quer que seja, e lá está tudo aquilo que sempre quisemos saber mas nunca tivemos coragem de perguntar. Em 1991 a única forma de pesquisa seria recorrer a livros, jornais, ou a algum entendido na matéria que pudesse saber mais qualquer coisita acerca do pretendido.
Ora com isto tudo acabo por descobrir, passados 16 anos sobre a aquisição desta preciosidade, que é nem mais nem menos que o 2º album dos Rolling Stones editado em 1964. Reconheço ser uma grande falha minha não o ter descoberto mais cedo, mas sempre tive ideia de que os dois primeiros albuns da banda seriam só de versões, e este já inclui quatro originais de Jagger, Richards, no entanto não é só uma questão de distração minha, pois de facto o 2ºalbum dos Rolling Stones é "Rolling Stones nº2", a confusão aqui advêm de que este "12x5" teve edição só nos Estados Unidos, sendo por isso considerado o 2ª album da banda nos EUA. Assunto esclarecido.
O album provêm de uma sessão de gravações da banda, em território americano por altura da 1ªdigressão, nos famosos estudios da Chess, entretanto alguns temas foram gravados em Londres. Parece que Muddy Waters terá mesmo ajudado a banda a carregar o seu material para dentro do estudio americano. Da sessão americana sairam "Around And Around", "Confessin' The Blues", "Empty Heart", "Good Times Bad Times", "It's All Over Now", "2120 S. Michigan", e "If You Need Me".
São os Rolling Stones tal como começaram, partindo dos Blues, e alguma Soul, para a conquista do titulo de maior banda de "Rock'N Roll do mundo".

terça-feira, 7 de agosto de 2007

Classical Currents - LAURINDO ALMEIDA


Lado A:
The Breeze And I 3:56
(Adapted by T.Camarata from Ernesto Lecuona's "Andalucia")
My Reverie 2:21
(Melody based on Claude Debussy's "Reverie")
Till The End Of Time 2:54
(Based on Chopin's "Polonaise")
The Lamp Is Low 2:47
(Melody based on a theme from M.Ravel's "Pavane")
Baubles, Bangles and Beads 3:00
(Based on themes of A.Borodin)
Full Moon And Empty Arms 3:22
(Based on Rachmaninoff's "Piano Concerto nº2")
Lado B:
Moon Love 2:50
(Adapted from Tchaikovsky's "5th Symphony, 2nd movement")
My Prayer 3:52
(Based on Boulanger's "Avant de Mourier")
My Moonlight Madonna 2:39
(Adapted from Fibich's "Poeme")
Our Love 2:50
(Based on Tchaikovsky's "Romeo and Juliet")
When I Write My Song 3:33
(Based on a theme form Saint-Saens' "Samson and Delilah")
Theme From The Warsaw Concerto 4:27

Este LP foi gravado em Julho de 1969. Os arranjos e a direcção de orquestra ficaram por conta de Larry Cansler, Lex de Azevedo e Pete King, a produção é de Sonny Burke. O album tem como sub-titulo "Electronic Excursions". O músico de serviço é Laurindo Almeida em "guitarra classica electronica".
O sub-titulo e a "guitarra clássica electrónica" foram os despoletadores da minha curiosidade em relação a este disco, afinal a dita guitarra é uma guitarra clássica electrificada, hoje em dia tão comum mas, à época uma inovação electronica, e nada mais que Laurindo Almeida para a explorar, ele que tão bem conhecia o repertório clássico, e era um excelente executante do dito instrumento.
O que este album nos dá a ouvir são peças actuais, à época, que foram adaptadas de obras clássicas de compositores como Tchaikovsky, Debussy ou Ravel, entre outros. Uma orquestra "Lounge", se tal designação existe, acompanha Laurindo Almeida à guitarra criando uma nova roupagem, ou versões, destes 12 temas, volto a repetir que as peças clássicas referidas só serviram de inspiração. E que bem que elas soam, não é um trabalho maçudo nem chato, pelo contrário, tem uma sonoridade muito interessante e em moda na altura, a fazer lembrar as orquestrações tão tipicas de Burt Bacharach. Laurindo Almeida cumpre o seu papel sem grandes esforços, apesar de ser considerado um virtuosista da guitarra, não aparenta aqui ter necessitado de empregar grande técnica de execução pois parece perfeitamente à vontade no contexto, que para ele tambem não era novidade.
Uma obra curiosa a descobrir e saborear.

sexta-feira, 3 de agosto de 2007

Strangers In The Night - FRANK SINATRA


1 Strangers in the Night (Kaempfert, Singleton, Snyder) 2:25
2 Summer Wind (Bradtke, Mayer, Mercer) 2:53
3 All or Nothing at All (Altman, Lawrence) 3:57
4 Call Me (Hatch) 3:07
5 You're Driving Me Crazy! (Donaldson) 2:15
6 On a Clear Day (You Can See Forever) (Lerner, Loewe) 3:17
7 My Baby Just Cares for Me (Donaldson, Kahn) 2:30
8 Downtown (Hatch) 2:14
9 Yes Sir, That's My Baby (Donaldson, Kahn) 2:08
10 The Most Beautiful Girl in the World (Hart, Rodgers) 2:24

Frank Sinatra dispensa grandes apresentações, raro será quem nunca o tiver ouvido, sabendo ou não sabendo que era ele que cantava "aquela música". Senhor de uma voz inconfundivel, muito seguro de si próprio, sempre muito bem acompanhado, quer musical quer socialmente, e sempre muito bem vestido. É tambem reconhecido como actor de Hollywood, oscarizado, e protegido da máfia, segundo parece.
Este LP de 1966 contêm um dos temas mais populares de Sinatra, "Strangers In The Night", que lhe voltou a dar, como single, um Top nº1 ao fim de 11 anos. Este album assinala tambem o término da parceria com Nelson Riddle como arranjador. De resto é um album de canções, ao estilo de Sinatra, os temas são todos de autores consagrados, Nelson Riddle faz os arranjos e Sinatra canta como só ele sabe. Parece tão simples, mas não é. A inclusão de um orgão na orquestra dá-lhe a sonoridade ideal para situar o trabalho na época.
"All Or Nothing At All" é o tema mais completo, em que a banda tem uns compassos livres para o improviso, no resto do album limita-se, e bem, a acompanhar. "The Most Beatiful Girl In The World" é muito acelerado, mas um bom exercicio de jazz e é jazz que se respira por aqui. "Summer Wind" e "Call Me" são outros bons momentos do album.
Só falta referir que o single "Strangers In The Night" é o único tema em que Nelson Riddle não trabalhou, o arranjo foi feito por Ernie Freeman.
Doo Bi Doo Bi Doo.