quarta-feira, 25 de abril de 2012

Led Zeppelin III - LED ZEPPELIN



Side A
1 Immigrant Song 2:25
2 Friends 3:54
3 Celebration Day 3:29
4 Since I've Been Loving You 7:23
5 Out on the Tiles 4:06
Side B
1 Gallows Pole (Page, Plant, Traditional) 4:56
2 Tangerine 3:10
3 That's the Way 5:37
4 Bron-Y-Aur Stomp 4:16
5 Hats off to (Roy) Harper (Obscure, Traditional) 3:42

Foi em Bron-Y-Aur, uma casa de campo do século XVIII situada no País de Gales, sem energia elétrica, que Jimmy Page e Robert Plant encontraram a tranquilidade que precisavam para desanuviar do arranque rocambolesco proporcionado pelo êxito dos dois primeiros albuns dos Led Zeppelin e respetivas digressões. A espiritualidade da quinta ajudou assim a que os dois elementos trabalhassem em novas canções libertos de espírito e completamente inebriados pelo ambiente campestre que os rodeava. Encontramos aqui a razão deste trabalho editado em 1970 ser tão Folk. O segundo lado do vinil é praticamente todo acústico, exceção relevante para um curto e sentido solo de Guitarra Elétrica em "Tangerine". Entre os quatro elementos da banda John Paul Jones é tambem exceção neste album por ser o único elemento que permanece eletrificado ao longo de todo o album, seja no Baixo ou nos Teclados. No meio de tudo isto está uma banda única em que a criatividade e domínio técnico é uma excelência de todos eles.
Um album que arranca de forma eletrizante com "Immigrant Song" só pode ser mesmo um album excitante. O arranque eléctrico é logo precedido pela Folk de "Friends" que contêm uma orquestração entre o demoníaco e alguma orientalidade para suceder mais um arranque vertiginoso, oiça-se a destreza de Page noutro grande tema como "Celebration Day". Por falar em grande, "Since I've Been Loving You" é ainda maior numa enorme sensibilidade artística e lendária, com um John Bohnam bastante pronunciado na Bateria. "Out On The Tiles" encerra o lado A do vinil ao melhor estilo, elétrico, dos Led Zeppelin. O lado B apresenta-se numa vertente totalmente acústica, mas de grande garra, tal como "Gallows Pole" exibe. "Tangerine" é mais tímido mas bonito, "That's The Way" é um daqueles momentos que só a dupla Plant / Page nos consegue proporcionar, "Bron-Y-Aur Stomp" é bastante acentuado e "Hats Off To (Roy) Harper" revela-se uma peça experimentalista com a voz de Robert Plant a ser manipulada por efeitos.
Led Zeppelin III acaba por mostrar que a banda é muito boa no Rock de estirpe mais pesado mas que é igualmente boa na exploração e execução de sons mais acústicos.
A capa do vinil é um mimo, pontuada por diversos oríficios onde uma rodela cartonada nos proporciona diferentes imagens. Resquícios do Psicadelismo de finais da década de 60.

sexta-feira, 13 de abril de 2012

Even In The Quietest Moments - SUPERTRAMP


Side A
1 Give a Little Bit 4:08
2 Lover Boy 6:49
3 Even in the Quietest Moments 6:28
4 Downstream 4:01
Side B
1 Babaji 4:51
2 From Now On 6:21
3 Fool's Overture 10:52

Quinto album de originais dos Supertramp, editado em 1977, Even In The Quietest Moments é um trabalho reconhecido pela forma elaborada dos temas, épico na sua dimensão, algo Folk, espiritual e muito natural na abordagem melódica tão caraterística da banda. Tão natural e próprio que acaba por ser o album que divide a carreira da banda em duas fases pelo facto deste Lp ser distinto em relação tanto aos trabalhos anteriores como aos posteriores, prova disso está por exemplo no facto deste ser o único album da banda onde não se ouve o Piano Wurlitzer, presença fundamental, imediatamente reconhecida, em qualquer outro trabalho dos Supertramp. Composto por sete temas de qualidade evidente onde se destacam o Hit "Give A Little Bit", a peça de Rick Davies "From Now On" e a estrutura épica e única, pensada e elaborada por Roger Hodgson, "Fool's Overture", isto sem deixar de lado qualquer dos restantes temas. Em "Even In The Quietest Moments" encontramos o pulmão por onde este Lp respira. A fluidez natural na evolução da estrutura acústica deste tema é enriquecedora ao ponto de inebriar até ao sereno final. E se neste tema está o pulmão em "Downstream" está o coração, uma bonita e sincera balada executada a solo, cantada ao Piano, por Rick Davies.A liderança dividida entre Rick Davies e Roger Hodgson, duas vozes distintas mas tão fundamentais no equilíbrio e no resultado final das composições da banda, o som límpido dos Sopros de John Helliwell e a segurança da secção rítmica sustentada por Doug Thomson no Baixo e Bob Siebenberg na Bateria tornam-se um deleite de ouvir e apreciar ao longo deste trabalho singular. Será sempre difícil afirmar qual o melhor trabalho dos Supertramp mas este pelo menos é o mais irreverente.

domingo, 8 de abril de 2012

Lisboa - JOEL XAVIER


1 7 Colinas 2:38
2 O Eléctrico 4:50
3 O Tejo 4:27
4 O Castelo 2:16
5 O Elevador 3:32
6 A Calçada 2:48
7 Bairro Alto 1:46
8 Fado Vadio 3:36
9 Fado:
I) Gaivota 4:39
II) Fado Bailado 4:25

Editado em 2003 este trabalho de Joel Xavier revela-se como uma homenagem do virtuoso Guitarrista à cidade de Lisboa em formato de fusão onde o Fado, o Jazz e o "Novo Tango" convergem numa harmonia prática e bastante convincente, é tambem um prolongamento do projecto musical iniciado com o album anterior, "Lusitano", editado em 2001. "Lisboa" é composto por oito temas originais de Joel Xavier, alguns deles contêm óbvias passagens, sugestivas, de alguns dos Fados mais conhecidos, e duas adaptações, "Gaivota" e "Fado Bailado", onde a cidade de Lisboa é ilustrada através da atribuição de títulos com alguns pontos chave da cidade e com uma das sonoridades que melhor a caraterizam, mas atenção que aqui nem tudo é Fado. A fusão de estilos que se alimentam da improvisação resulta e Joel Xavier revela-se veloz e instantâneo na execução do seu instrumento. Neste trabalho Joel Xavier apenas utiliza Guitarra Clássica e encontra-se muito bem secundado por Marino Freitas no Baixo Acústico, André Sousa Machado na Bateria, Ricardo Dias no Acordeão e por dois convidados muito especiais: Toots Thielemans, a lenda da Harmónica, e Carlos do Carmo, que empresta a voz ao tema "Gaivota".