sábado, 30 de novembro de 2019

The Datsuns - THE DATSUNS


1 Sittin' Pretty   3:05
2 MF From Hell   3:33
3 Lady   3:01
4 Harmonic Generator   3:04
5 What Would I Know   5:35
6 At Your Touch   3:30
7 Fink For The Man   4:34
8 In Love   2:54
9 You Build Me Up (To Bring Me Down)   4:14
10 Freeze Sucker   5:56  

Oriundos da distante Nova Zelândia, os Datsuns editavam o seu álbum de estreia homónimo em 2002 e marcavam pontos com a intensidade do seu fast rock galopante composto por riffs de guitarra eletrizantes e por uma voz gritante e manifestamente impulsiva. As canções são curtas e eficazes, como manda o género, e sucedem-se de forma enérgica ao longo do registo sob uma torrente de desenfreado rock 'n roll manifestamente influenciado pelas sonoridades mais hard da década de 70 onde até nem falta, por vezes, algum som de orgão mais clássico. O rock quer-se direto, enérgico, de forma crua e sem grandes efeitos, e é assim que "Sittin' Pretty", "MF From Hell", "Lady", "Fink For The Man" e "You Build Me Up (To Bring Me Down)" fazem deste registo um empolgante trabalho de estreia para os Datsuns enquanto "Harmonic Generator", "What Would I Know", "At Your Touch", "In Love" e "Freeze Sucker" se mostram algo mais trabalhadas e acabam por se distinguir pelo detalhe. 

terça-feira, 26 de novembro de 2019

Softs - SOFT MACHINE


Side A
1 Aubade   1:51
2 The Tale Of Taliesin   7:20      
3 Ban-Ban Caliban   9:34
4 Song Of Aeolus   4:34    
Side B
1 Out Of Season   5:40
2 Second Bundle   2:35   
3 Kayoo   3:26
4 The Camden Tandem   2:00   
5 Nexus   0:49
6 One Over The Eight   5:22      
7 Etika   2:19

É de forma discreta e singela que os Soft Machine se introduzem em Softs iniciando o registo com "Aubade", uma peça curta e simples em dueto de guitarra acústica e sax soprano, para um registo de fusão, não muito complexo, em que nem o rock é rock nem o jazz é jazz mas sim uma combinação progressiva que flutua num universo paralelo situado algures entre os Camel e a Mahavishnu Orchestra. Editado em 1976, Softs é o nono álbum da banda britânica e centra-se no trabalho de composição do teclista Karl Jenkins, que domina maioritariamente o registo, e também na especificidade de momentos a solo ou em duo pelo que apenas é possível encontrar a banda no seu todo em "The Tale Of Taliesin", "Ban-Ban Caliban", "Song Of Aeolus", "Out Of Season" e "One Over The Eight". Atente-se na riqueza rítmica do baterista John Marshall em "Ban-Ban Caliban" ele que também contribui com "Kayoo", uma peça a solo, e "The Camdem Tandem" em parceria com o guitarrista Etheridge que também se evidencia bastante ao longo do registo pela sensibilidade das suas nuances acústicas e por momentos escaldantes na guitarra elétrica. O saxofonista Alan Wakeman surge apenas por três vezes mas mostra-se fundamental em "Ban-Ban Caliban" e "One Over Eight", peça que ressalta junto do restante alinhamento por ser a única música creditada a toda a banda e pela dinâmica do seu equilíbrio estrutural. A instabilidade da formação dos Soft Machine foi uma constante ao longo da sua existência de tal forma que por esta altura já não restava nenhum membro da formação original pelo que não deixa de parecer irónico o facto de que Mike Ratledge aparece creditado neste registo como músico convidado pela sua participação em "Ban-Ban Caliban" e "Song Of Aeolus".

sábado, 16 de novembro de 2019

Lullabies To Paralyze - QUEENS OF THE STONE AGE


1 This Lullaby   1:22
2 Medication   1:54   
3 Everybody Knows That You Are Insane   4:14
4 Tangled Up In Plaid   4:13   
5 Burn The Witch   3:35   
6 In My Head   4:01   
7 Little Sister   2:53
8 I Never Came   4:48
9 Someone's In The Wolf   7:15   
10 The Blood Is Love   6:37
11 Skin On Skin   3:42
12 Broken Box   3:02   
13 "You Got A Killer Scene There, Man..."   4:56
14 Long Slow Goodbye   6:50
15 Like A Drug (Bonus Track)   3:15
16 Precious And Grace (Bonus Track)   3:23

Em 2005 os norte americanos Queens Of The Stone Age não desiludem e conseguem manter a vivacidade e frescura do seu rock 'n roll viciante contando apenas com Josh Homme como membro da formação original e é sob a sua liderança que editam o quarto álbum de originais. Quatorze canções de "embalar" mais duas músicas extra completam esta enigmática fábula de rock 'n roll habilmente envenenado para paralisar, não de medo, mas através de ágeis riffs de guitarra e de uma estrutura bastante solidificada. O início tenebroso na voz cavernosa de Mark Lanegan deixa logo antever um registo escuro e irrequieto cuja agilidade discorre de música para música em busca de uma linha corrente que une todo o trabalho. Sem pontos mortos ou linhas desinteressantes, o rock 'n roll dos Queens Of The Stone Age flui de forma tão natural que até parece simples mas a sua composição revela arranjos não muito complexos mas muito bem estruturados que evidenciam algum cuidado e harmonia num trabalho que inclui variadas participações em que todos contribuem com um pouco daquilo que têm para dar. 

quarta-feira, 13 de novembro de 2019

Is There Anybody Out There? (The Wall Live 1980-1981) - PINK FLOYD - CD02


1 Hey You   4:24
2 Is There Anybody Out There?   3:08
3 Nobody Home   3:15   
4 Vera   1:27
5 Bring The Boys Back Home   1:20  
6 Comfortably Numb   7:25
7 The Show Must Go On   2:34   
8 MC:Atmos   0:37
9 In The Flesh   4:21   
10 Run Like Hell   7:04   
11 Waiting For The Worms   4:13
12 Stop   0:32
13 Trial   6:00      
14 Outside The Wall   4:27

A dimensão megalómana do concerto The Wall impressionava não só pela sua plenitude mas também pela forma como as músicas realmente encaixam umas nas outras e criam um enredo, sendo de facto ao vivo que melhor se entende como The Wall foi pensado como uma representação para além do álbum. A primeira metade da segunda parte do concerto desenrola-se toda com a banda totalmente oculta pelo muro, facto que gerou algum receio por parte de alguns membros da banda e da produção de que a audiência pudesse pensar que não estaria ninguém a tocar, apenas música a passar. Um belo golpe de teatro. No entanto há momentos em que Roger Waters atua sozinho à frente do palco e David Gilmour surge também por duas vezes em momentos específicos sendo um deles o impactante solo de guitarra de Comfortably Numb, com Gilmour a surgir no topo do muro encadeado por quatro potentes holofotes. Daqui para a frente o concerto conhece alguma intensidade e os Pink Floyd surgem à frente do muro, acompanhados pelos músicos de apoio, com a atuação a desenrolar-se de forma vertiginosa até ao seu culminar com o operático julgamento e respetivo derrube do muro. A banda de apoio está presente ao longo de todo o concerto e mostra-se fundamental porque apesar das músicas serem tocadas tal como no álbum é percetível mais algum enchimento de instrumentos e algumas pequenas variações relativamente à edição de estúdio. Este registo ao vivo ajuda a reforçar a força e importância desta obra assim como o seu caráter teatral.

quinta-feira, 7 de novembro de 2019

Is There Anybody Out There? (The Wall Live 1980-1981) - PINK FLOYD - CD01


1 MC:Atmos   1:13
2 In The Flesh?   3:00
3 The Thin Ice   2:49
4 Another Brick In The Wall - Part 1   4:12
5 The Happiest Days Of Our Lives   1:38
6 Another Brick In The Wall - Part 2   6:18
7 Mother   7:54
8 Goodbye Blue Sky   3:14
9 Empty Spaces   2:14
10 What Shall We Do Now?   1:40
11 Young Lust   5:16
12 One Of My Turns   3:40
13 Don't Leave Me Now   4:07
14 Another Brick In The Wall - Part 3   1:14
15 The Last Few Bricks   3:25
16 Goodbye Cruel World   1:39

Vinte anos depois da edição original do álbum The Wall e da consequente tournée, os Pink Floyd disponibilizaram finalmente a gravação ao vivo que inclui captações feitas em várias datas da digressão que ocorreu em 1980-1981. Quem conhece bem a obra original da banda britânica sabe que o espetáculo segue o alinhamento do álbum e que ao longo da primeira parte do concerto vai sendo construído um muro que depois de concluído acaba por ocultar a banda. A gestão de todo o espetáculo é feita como a de uma peça teatral e está tudo devidamente encenado, o início do concerto, com "In The Flesh?", é feito pela banda de suporte usando máscaras prostéticas das faces dos membros originais enquanto estes aguardam na penumbra do palco para fazerem a sua verdadeira aparição a partir da segunda música. Tal como já referido, o alinhamento do concerto segue rigorosamente o alinhamento do álbum contando apenas com a inserção de "What Shall We Do Now?" que ficou de fora do alinhamento original e "The Last Few Bricks" que funciona como uma espécie de medley intrumental, um apanhado de alguns dos riffs da primeira parte do alinhamento, e ajuda a criar tempo para a conclusão da montagem do muro. As músicas são fielmente tocadas como no álbum havendo espaço para solos mais alargados em "Another Brick On The Wall Part2" e em "Mother". O primeiro cd regista precisamente toda a primeira parte do espetáculo e a versão aqui apresentada refere-se à edição limitada em formato livro com dois cd. O livro inclui variadas fotos do concerto e esquemas da produção de montagem do palco assim como depoimentos dos quatro elementos originais e de quatro dos principais responsáveis pela produção do show.

segunda-feira, 4 de novembro de 2019

Perceptual - BRIAN BLADE FELLOWSHIP


1 Perceptual   6:28
2 Evinrude-Fifty (Trembling)   7:56
3 Reconciliation   6:41
4 Crooked Creek   9:10
5 Patron Saint Of Girls   2:40
6 The Sunday Boys (Improvisation)   1:06
7 Variations Of A Bloodline   9:09
   A. From The Same Blood
   B. Fellowship (Like Brothers)
   C. Mustangs (Class Of 1988)
8 Steadfast   8:15
9 Trembling   2:17

Editado originalmente em 2000, Perceptual é o segundo registo do baterista norte americano Brian Blade, novamente com a formação Fellowship. A empatia desta irmandade é a razão de ser do projeto e é sobre ela que o jovem coletivo se empenha na criação de peças musicais cuidadas e inteligentes que resultam num trabalho pormenorizado e extremamente sensível cuja estrutura assenta em linhas de jazz com fortes vestígios de fusão, nomeadamente da parte da pedal steel de Dave Easley e da guitarra de Kurt Rosenwinkel. A delicadeza das nove peças que integram o álbum, uma delas é uma pequena suite, imprime alguma ligeireza ao registo e realça o forte caráter pessoal de composição manifestamente inspirado pela sensibilidade de factos vividos. Uma sonoridade deliciosa, repleta de frescura, a que se junta a participação especial do jovem guitarrista Kurt Rosenwinkel ao longo de todo o registo, Joni Mitchell empresta o seu charme para "Steadfast" e Daniel Lanois complementa a formação, na guitarra, para as duas últimas músicas. O saxofonista Melvin Butler tem um apontamento genial com um emotivo solo de sax soprano em "Reconciliation", uma peça urgente e gritante. Um registo composto por um ambiente fantástico, digno de uma audição atenta para melhor apreciação.