sábado, 28 de março de 2009

Butterfly Effect - MOONSPELL


1 Soulsick 4:16
2 Butterfly FX 3:51
3 Can't Bee 5:11
4 Lustmord 3:44
5 Selfabuse 4:16
6 I Am the Eternal Spectator 3:31
7 Soulitary Vice 3:27
8 Disappear Here 3:33
9 Adaptables 3:01
10 Angelizer 4:30
11 Tired 5:24
12 K 12:40

Ao quarto album de originais, editado em 1999, os Moonspell atreveram-se a explorar mais caminhos. Sem fugir da sua sonoridade mais característica a banda acaba aqui por cruzar algum ambiente mais Pop, com Industrial, Rock Gótico, e até mesmo um pouco de Swing no final de "I Am The Eternal Spectator". Se considerarmos o sample do coral de "Requiem", Mozart, em "Tired", pode-se até afirmar que tambem a música clássica está aqui presente.
O album vai melhorando a cada nova audição. O que às primeiras audições parecia desenquadrado vai-se tornando parte do registo e criando o quadro final que tem tanto de agressivo como de harmonia. Esta situação deve-se particularmente a um grande envolvimento dos teclados de Pedro Paixão, que é tambem o principal autor de todos os temas do album, que cria as atmosferas envolventes ajudando o album a respirar. Estamos perante um trabalho em que não há um único solo, de nenhum dos elementos, mas que no conjunto resulta num portento de força e e de afirmação musical.
A faixa que encerra o CD, o instrumental "K", tem na realidade 3:30. O restante tempo é ocupado com um som maquinal que nos conduz à faixa escondida, intitulada "O Mal de Cristo". Este tema é um ensaio experimentalista criado sob um texto de, ou inspirado em, William S.Burroughs que Fernando Ribeiro "desconstroi". Enquanto Fernando Ribeiro declama a sua "Oração", em ambiente de missa, são debitados ruídos díspares que distorcem as palavras e o tema em si.
Deixemo-nos enfeitiçar.

domingo, 22 de março de 2009

Transa - CAETANO VELOSO


Side A
1 You Don't Know Me 3:49
2 Nine Out of Ten 4:57
3 Triste Bahia (De Mattos, Veloso) 9:47
Side B
1 It's a Long Way 6:07
2 Mora Na Filosofia (Menezes, Passos) 6:16
3 Neolithic Man 4:55
4 Nostalgia (That's What Rock'n Roll Is All About) 1:22

Lp gravado em Londres em 1971, onde Caetano Veloso se encontrava em exílio desde 1969, só viria a ser editado em 1972 aquando do regresso, definitivo, do músico ao Brasil. O album foi gravado com um grupo de amigos de Caetano cujos créditos não aparecem na capa do disco devido a um conceito de prisma tridimensional que o autor da capa pretendeu elaborar e criar assim um trabalho gráfico original. Para tal descurou todos os outros aspectos o que deixou Caetano Veloso bastante desiludido com a edição gráfica. Os amigos de Caetano que com ele colaboraram na gravação deste trabalho foram, Jards Macalé, em Violão e Guitarra, Tutti Moreno, em Bateria e Percussão, e Áureo deSousa no Baixo. Há ainda uma pequena participação de Gal Costa em "You Don't Know Me", "Neolithic Man" e em "Nostalgia".
O album em si é uma autêntica pérola e só os menos atentos tem deixado escapar esta preciosidade das suas colecções. Em Londres, Caetano conviveu de perto com uma nova comunidade, um autêntico centro do Mundo, onde tudo se desenrolava à sua volta e diversas comunidades respiravam, nomeadamente a do Reggae em Portobello Road. Em "Nine Out Of Ten" Caetano refere mesmo ter sido a primeira vez que o Reggae foi incorporado numa música Brasileira, apesar de ser apenas um pequeno compasso a abrir e a fechar o tema. Caetano utiliza maioritariamente o Inglês como lingua principal, tambem chega a usar o Português, e isso não lhe fica nada mal.
"You Don't Know Me", para começar, deixa-nos logo agarrados ao disco. Tema tão quente e tão bem executado, muito presente. "Nine Out Of Ten" segue-se grandioso, com a tal referência ao Reggae. "Triste Bahia", totalmente cantado em Português, é um longo tema que vai crescendo de intensidade muito suportado pelas Percussões. "It'a A Long Way" abre o segundo lado do Vynil tal como o tema oposto do primeiro lado. Tem referências aos Beatles. "Mora Na Filosofia", tambem cantado em Português, é um tema lindíssimo, sustentado por um bonito poema. "Neolithic Man" tem algo de experimental e termina em ritmo tribal. "Nostalgia" sugere um aquecimento que acabou por ficar registado e incluido como épilogo do album.
Este seria, definitivamente, um dos albuns que eu carregaria comigo para uma ilha deserta. Como faria para o ouvir não sei, mas que iria comigo disso não duvido.

sexta-feira, 20 de março de 2009

Live Licks - ROLLING STONES - CD02


1 Neighbours 3:40
2 Monkey Man 3:40
3 Rocks Off 3:41
4 Can't You Hear Me Knocking 10:02
5 That's How Strong My Love Is (Jamison) 4:44
6 The Nearness of You (Carmichael, Washington) 4:34
7 Beast of Burden 4:08
8 When the Whip Comes Down 4:28
9 Rock Me, Baby (Bihari, King) 3:50
10 You Don't Have to Mean It 4:34
11 Worried About You 6:00
12 Everybody Needs Somebody to Love (Berns, Burke, Wexler) 6:34

O segundo Cd contêm o material menos utilizado pela banda ao vivo, isto para quem não seja um conhecedor profundo da obra, assim como algumas versões de temas que fazem, tambem eles, parte da história do Rock e das influências da banda. "That's How Strong My Love Is", cuja versão mais famosa foi interpretada por Ottis Redding, já tinha sido gravada pelos Stones em 1965 no album "Out Of Our Heads", "The Nearness Of You" costumava ser interpretada por Keith Richards a solo, em Piano, e aqui continua a ser ele a interpretar o tema, mas com a banda. "Rock Me, Baby" é um Blues que já conheceu inúmeras versões e "Everybody Needs Somebody To Love" encerra o Cd em tom festivo com a presença do autor original, Solomon Burke, em palco.
Apesar de não haver por aqui grandes hits, e "Beast Of Burden" poderia ter sido um, estão neste Cd os melhores momentos da dupla edição. Puro Rock' N Roll. Desde "Neighbours" até "Everybody Needs Somebody To Love" celebra-se o estilo que a banda instituiu desde meados dos anos 60 até à actualidade. Consegue-se tambem captar neste Cd outras influências que a banda assumiu, como os Blues, a origem de tudo, o Reggae, aqui presente pelo tema mais recente que a banda apresenta, "You Don't Have To Mean It" de Bridges To Babylon, cantado por Keith Richards. Mick Jagger usa o falsete em "Worried About You", que ele já tinha usado anteriormente, e um grande momento instrumental com "Can´t You Hear Me Knocking", com Jagger a usar a Harmónica.
Este Cd conheceu duas edições diferentes, uma Americana e outra Europeia. A única diferença está na capa, na versão Americana a personagem de Manga que "monta" a língua, esse ícone reconhecido em todo o lado, desenhada por John Pasche em 1970, usa um bikini. Deixo aqui tambem essa capa.

domingo, 15 de março de 2009

Live Licks - ROLLING STONES - CD01


1 Brown Sugar 3:50
2 Street Fighting Man 3:43
3 Paint It Black 3:44
4 You Can't Always Get What You Want 6:45
5 Start Me Up 4:02
6 It's Only Rock 'N Roll (But I Like It) 4:54
7 Angie 3:29
8 Honky Tonk Women 3:24
9 Happy 3:37
10 Gimme Shelter 6:50
11 (I Can't Get No) Satisfaction 4:54

Em Julho de 1980 Miguel Esteves Cardoso escrevia a seguinte introdução: "E, qualquer que seja a década, há sempre os Rolling Stones - o menir do Rock que se recusa a deixar descobrir pelos arqueólogos e ciclicamente se ergue da terra para receber os apupos e os aplausos das várias gerações que apanhou". Depois continuava assim: "Os Rolling Stones, como os pobres e o queijo Flamengo, estarão sempre connosco". Diferenças com a actualidade? Nenhuma.
Vinte e quatro anos depois saía este duplo Cd que registava assim mais uma espectacular digressão da, contínuas vezes aclamada como, melhor banda de Rock do Mundo. Começo a acreditar que realmente merecem o estatuto, que sempre considerei exagerado.
Nesta digressão a banda focou-se principalmente nos seus maiores Hits e em alguns temas menos tocados ao vivo, mas nem por isso menos importantes. No Cd, duplo, separaram-se os temas mais conhecidos, ao estilo "Best Of", que constituem o alinhamento deste primeiro Cd, enquanto que no segundo Cd aparecem os temas menos divulgados, e até algumas versões.
A banda continua em grande forma, apoiada por um grande leque de músicos de onde destaco o baixista Darryl Jones, e se apenas a voz de Mick Jagger por poucas vezes não consegue estar na tonalidade mais correcta, a idade não perdoa, o restante soa muito bem e o espectáculo está garantido. Destaco a sequência, "Street Fighting Man", "Paint It Black" e "You Can´t Always Get What You Want", como magnífica e dispensava completamente o momento "Angie". Em "Honky Tonk Women" referência para a presença de Sheryl Crow a juntar-se a Mick Jagger na voz. "(I Can't Get No) Satisfaction" encerra como sempre em grande apoteose.
Sinto por aqui a falta de "Jumpin' Jack Flash", e muitos outros sentirão a falta de outros temas, no entanto é apenas Rock' N Roll e eu gosto.

terça-feira, 10 de março de 2009

Back In The World - PAUL McCARTNEY - CD02


1 Eleanor Rigby (Lennon, McCartney) 2:17
2 Here, There and Everywhere (Lennon, McCartney) 2:23
3 Calico Skies 2:37
4 Michelle (Lennon, McCartney) 3:15
5 Band on the Run 5:00
6 Back in the U.S.S.R. (Lennon, McCartney) 2:55
7 Maybe I'm Amazed 4:47
8 Let 'Em In 5:23
9 My Love 4:03
10 She's Leaving Home (Lennon, McCartney) 3:52
11 Can't Buy Me Love (Lennon, McCartney) 2:11
12 Live and Let Die 3:04
13 Let It Be (Lennon, McCartney) 3:57
14 Hey Jude (Lennon, McCartney) 7:35
15 The Long and Winding Road (Lennon, McCartney) 3:30
16 Lady Madonna (Lennon, McCartney) 2:21
17 I Saw Her Standing There (Lennon, McCartney) 3:07
18 Yesterday (Lennon, McCartney) 2:08
19 Sgt. Pepper's Lonely Hearts Club Band (Lennon, McCartney) 4:40

Prosseguindo o set acústico, onde tinha acabado o primeiro Cd, este Cd arranca com "Eleanor Rigby" até voltar a entrar num ritmo Rock com "Band On The Run", e a banda volta a entusiasmar(-se) agarrando o arranque para a parte final onde se juntam os temas mais memoráveis.
É impressionante como este album ainda nos consegue prender a atenção. A fórmula cansativa de um artista editar com alguma regularidade albuns ao vivo cria-nos a sensação de se repetirem constantemente os mesmos temas, e se de facto alguns são inevitáveis, e tal como já referi na análise da primeira parte deste Cd, o repertório é vasto e tem muito por onde se escolher. Assim sendo aparece sempre qualquer coisa nova, um novo arranjo ou um tema que nunca tinha sido tocado ao vivo, que nos acaba por contrariar os sentidos e despertar novas emoções. McCartney tem tudo do seu lado para conseguir tais emoções.
De encontro ao que acabo de referir este Cd conta com uma edição para os EUA e outra para o resto do Mundo. A diferença entre elas está só na inclusão de alguns temas, em relação a uma e outra digressão.

segunda-feira, 2 de março de 2009

Back In The World - PAUL McCARTNEY - CD01


1 Hello Goodbye (Lennon, McCartney) 3:46
2 Jet 4:02
3 All My Loving (Lennon, McCartney) 2:08
4 Getting Better (Lennon, McCartney) 3:10
5 Coming Up 3:26
6 Let Me Roll It 4:24
7 Lonely Road 3:12
8 Driving Rain 3:11
9 Your Loving Flame 3:28
10 Blackbird (Lennon, McCartney) 2:30
11 Every Night 2:51
12 We Can Work It Out (Lennon, McCartney) 2:29
13 Mother Nature's Son (Lennon, McCartney) 2:11
14 Carry That Weight (Lennon, McCartney) 3:05
15 The Fool on the Hill (Lennon, McCartney) 3:09
16 Here Today 2:28
17 Something (Harrison) 2:33

Paul McCartney é dono de um repertório como poucos possuem, a herança dos Beatles para além de histórica é enorme e McCartney, como co-autor, com John Lennon, da basta maioria dos temas faz bem uso deles. Falamos de músicas que quase se podem considerar património mundial, poucos serão os que não as conhecem. McCartney é um homem imparável e quase que lança um album ao vivo por cada digressão que faz, é isso mesmo que este Back To The World, edição em Cd duplo, em 2003, nos traz, a digressão do album Driving Rain de 2001.
O Cd é composto maioritariamente por temas da mítica banda de Liverpool dividindo algum espaço com alguns temas mais recentes de McCartney e até alguns mais antigos, inevitáveis, do autor a solo. A fórmula não podia ser melhor e resulta na perfeição atraindo multidões de todas as idades. A banda é composta por músicos novos, com muita energia, que sustentam uma lenda em palco e ainda assim tem de a acompanhar pois McCartney continua tambem ele bastante energético dividindo-se entre a Guitarra, o Baixo e o Piano. Revela bem a sua experiência em palco ao improvisar, perante um vago esquecimento da letra, em "Carry That Weight".
O album começa muito bem ao som de "Hello Goodbye", dos Beatles, e repartindo temas mais antigos com outros mais actuais, "GettingBetter" é cantado e tocado por McCartney pela primeira vez ao vivo, vai-se Rockando até se chegar a "Blackbird" e este é o momento em que se entra no set acústico que encerra este primeiro Cd, "Something", tema de George Harrison, é aqui executado em forma de homenagem ao velho amigo, e companheiro, que morreu em Novembro de 2001.