terça-feira, 30 de junho de 2020

Hints, Allegations And Things Left Unsaid - COLLECTIVE SOUL


1 Shine   5:05
2 Goodnight, Good Guy   3:35
3 Wasting Time   3:27
4 Sister Don't Cry   3:52
5 Love Lifted Me   3:48
6 In A Moment   3:53
7 Heaven's Already Here   2:13 
8 Pretty Donna (Instrumental)   1:58
9 Reach   4:21
10 Breathe   3:03
11 Scream   3:00
12 Burning Bridges   3:36
13 All   3:29

Em 1992, após várias rejeições à demo com que a banda se tentou dar a conhecer, os norte americanos Collective Soul davam por terminada a sua curta aventura musical. No entanto, houve uma música dessa demo que chamou a atenção de uma rádio e entretanto houve mais rádios a aperceber-se do potencial dessa mesma música. Foi "Shine" que despoletou o interesse nos Collective Soul, e que levou a que a banda se voltasse a reunir em 1993 para dar resposta aos contatos que então começaram a surgir. "Hints Allegations And Things Left Unsaid" nasce das raízes dessa demo e fica registado como o seu primeiro trabalho oficial. 
Surgidos em pleno período de domínio grunge, mostram-se algo desenquadrados pela sua sensatez e por apresentarem uma sonoridade mais limpa e consciente relativamente à agressividade da concorrência. O coletivo herdou a tranquilidade e organização mais clássica das linhagens soft e folk rock conseguindo ainda aproveitar o recurso de possuir uma formação sustentada por três guitarras que lhes permite trabalhar, a par das vozes, com boas harmonias. Num registo que se apresenta com um bom equilíbrio de canções, a banda apenas se "excede" em "Love Lifted Me" e "Scream", com o resto do álbum a ser sustentado por canções inteligentes e bem estruturadas. A meio do registo, surgem em formato acústico para "Heaven's Already Here" e aproveitam a utilização de um quarteto de cordas para uma pequena peça instrumental, de cariz classicista, como "Pretty Donna". Do restante alinhamento destacam-se o single "Shine", o pop rock de "Goodnight, Good Guy" e "Reach", a distinta sensibilidade de "Sister Don't Cry", as harmonias de "Breathe" e a clara inspiração nos Beatles para o efeito das segundas vozes em "All".

terça-feira, 23 de junho de 2020

Luna Dance - BUNNYRANCH


1 Your Words Are My Jokes   3:13
2 Flip Flop   3:22
3 We Got This Thing   3:23
4 Let Me Understand   3:08
5 Can't Stop The Ranch   2:47
6 The Dog   3:12
7 In The Land Of The Poor   3:23
8 On My Way Out   4:24
9 Inside My Head   3:20
10 It's Gonna Be Ok   3:14
11 Give Me Back My Gold   3:01

Terceiro registo de originais para os conimbricenses Bunnyranch, editado em 2006, Luna Dance é mais uma torrente de rock'n roll made in rio modego tal como Kaló e companhia habituaram as audiências. Neste trabalho há a inclusão de um novo membro nas teclas, João Cardoso substitui Filipe Costa, da formação original, e Gui dos Xutos e Pontapés toca saxofone em "Your Words Are My Jokes" e "In The Land Of The Poor". A voz feminina que se ouve em "In The Land Of The Poor" pertence a Cláudia Efe dos Micro Audio Waves. 
Luna Dance apresenta em pista onze canções de formato curto, fluídas numa combinação de estilos rebeldes que se sucedem agilmente desde o rock mais clássico ao punk rock, com passagem pelo garage rock e uma discreta espreitadela ao gospel, mas no final é tudo rock'n roll e é isso o que realmente interessa por aqui. O registo é funcional mas a combinação clássica da formação composta por guitarra, baixo e bateria, com orgão, torna-se algo repetitiva ao longo de todo o álbum valendo a exceção dinâmica de músicas como "Let Me Understand", "Can't Stop The Ranch", "The Dog", "In The Land Of The Poor" e "Inside My Head" que apesar de elaboradas debaixo da mesma fórmula conseguem, ainda assim, demonstrar alguma elegância e frescura. You can't stop the ranch!

terça-feira, 16 de junho de 2020

Mindgroovin' Moodtravellin' - SOUNDS OF THE COFFEECOMPANY #1


1 Makeda - LES NUBIANS   4:55   
2 Femiliarise - KEZIAH JONES   3:40
3 Ease My Mind - ARRESTED DEVELOPMENT   4:08
4 You're The One - BOOSTER   3:19   
5 I Got The... - LABI SIFFRE   2:53
6 What Do You Want (L. Vandyke) - ADAM FAITH   0:49
7 Samba In Solitude - EDC   3:56      
8 Canto De Osanha (B.Powell/V. de Moraes) - DAÚDE   4:01   
9 Mentira - MARCOS VALLE   3:39   
10 Flying Right - KV5   3:39   
11 Full Clip - GANG STARR   3:35
12 Certified - GURU'S JAZZMATAZZ feat. BILAL   4:35   
13 Run To The Sun - N*E*R*D   4:49
14 It's Been Done - ANGELA McCLUSKEY   3:54
15 Feel Like Makin' Love - D'ANGELO   6:21
16 Poetry Man (P.Snow) - ZAP MAMA   5:38
Bónus track
17 I'll Be Seeing You - FRANÇOISE HARDY & IGGY POP

É escassa a informação que se consegue encontrar relativamente a esta coletânea editada em 2005, em formato cd. As poucas referências disponíveis indicam ser uma coletânea elaborada pela empresa coffeecompany, sediada nos Países Baixos, que terá sido produzida à semelhança das coletâneas criadas pela Starbucks em 1995 e pela Benneton em 1999. Com distribuição e venda a cargo da EMI Netherlands, a presente edição será composta por músicas que fariam parte, certamente, da ambiência habitual da cadeia de lojas de café, cuja deliciosa e colorida seleção musical foi feita pelos fundadores Dick de Kock e Rick Bekkema em colaboração com Michael MacDonald e Arne Halsema. Haverá decerto algum intuito promocional por detrás da edição mas trata-se de um registo de bom gosto musical que reúne vários nomes e estilos e encontra-se seccionada pelos variados géneros da seguinte forma:
O simpático soul jazz das Les Nubians abre as hostes em francês seguindo-se-lhe a pop nigeriana de Keziah Jones, o hip hop dos norte americanos Arrested Development, a reminiscência de Prince no acid jazz do francês Booster e esta primeira secção fecha com o funk/soul do britânico Labi Siffre, um original de 1975 que Eminem utilizou como sampler para um dos seus primeiros grandes êxitos em 1998. Há um curto interregno com uma curiosa música de Adam Faith, datada de 1959, e na secção seguinte aborda-se o perfume brasileiro da lounge/bossa, com os EDC, e da MPB, por Daúde e pela abordagem funk soul de Marcos Valle. A good vibe eletrónica de KV5 introduz a coletânea no hip hop oldskool de Gang Starr, na streetsoul de Guru e no cool hip hop rock dos N*E*R*D de Pharrell Williams. A vertente final da compilação centra-se num ambiente mais pop, com a escocesa Angela McCluskey a contribuir com umas das faixas mais cativantes de toda a seleção, mas ainda se cruza com a sensualidade do funk/neo soul de D'Angelo, outra reminiscência de Prince, e com a lazy beat dos belgas Zap Mama para "Poetry Man" de Phoebe Snow. A edição encerra com uma faixa bónus em que a francesa Françoise Hardy partilha a interpretação de "I'll Be Seeing You" com Iggy Pop.

terça-feira, 9 de junho de 2020

Landing On Water - NEIL YOUNG


1 Weigth Of The World   3:40
2 Violent Side   4:22
3 Hippie Dream   4:11
4 Bad News Beat   3:18
5 Touch The Night   4:30
6 People On The Street   4:33
7 Hard Luck Stories   4:06
8 I Got A Problem   3:16
9 Pressure   2:46
10 Drifter   5:05    

Neil Young atravessou os anos 80 de forma irreverente, através da edição de vários trabalhos em que aproveitou para se distanciar da habitual sonoridade rock/folk com que brindou o seu público na década anterior. Ao domínio da energia das guitarras elétricas e da destreza das guitarras folk sucedeu o fascínio pelos sintetizadores e a viagem inclui ainda uma aventura rockabilly e uma passagem pelo country. Momentos controversos perante uma dedicada base de fãs que não aceitou uma mudança tão radical. 
Landing On Water é um dos trabalhos "malditos", foi editado em 1986, após o country de "Old Ways", sendo um registo que não encaixa de maneira nenhuma no estilo habitual de Neil Young mas encaixa perfeitamente no contexto de trabalho utilizado na época e demonstra o quanto a criatividade de Neil Young se pode expandir. O produtor Danny Kortchmar e o baterista Steve Jordan foram os únicos elementos que participaram na gravação deste registo, para além da presença de um coro em "Violent Side" e "Touch The Night". Danny Kortchmar assume o trabalho de produção a par de Neil Young e assume também algum trabalho dos sintetizadores e de algumas guitarras, numa sessão em que não há crédito de nenhum baixista. A irrepreensível participação do baterista Steve Jordan é notável e digna de registo, através de uma prestação arrebatadora e preponderante no resultado final deste trabalho. Neil Young começa por aparecer algo "sóbrio" mas acaba por se revelar igual a ele próprio em momentos como "Hippie Dream", "Touch The Night", "I Got A Problem", "Pressure" e "Drifter". Entre o restante alinhamento, "Violent Side", "Touch The Night" e "People On The Street" destacam-se como as músicas que apresentam a estrutura musical mais completa. Um trabalho distinto, marcado pelo empenho e entrega de uma formação invulgar que consegue preencher todos os espaços do álbum. Para ouvir sem preconceitos.