quarta-feira, 28 de dezembro de 2016

Beyond Good And Evil - THE CULT


1 War (The Process)   4:12
2 The Saint   3:34
3 Rise   3:38
4 Take The Power   3:54
5 Breathe   4:59
6 Nico   4:49
7 American Gothic   3:56
8 Ashes And Ghosts   5:00
9 Shape The Sky   3:29
10 Speed Of Light   4:22
11 True Believers   5:07
12 My Bridges Burn   3:51        

Com "Beyond Good And Evil", editado em 2001, os Cult de Ian Astbury, Bill Duffy e Matt Sorum voltavam a mostrar-se ativos e, após um intervalo de sete anos, demonstravam estar em boa forma. O trabalho de produção foi entregue a Bob Rock e desta parceria nasceu um registo realmente pesado e intenso em que os Cult se assumem mais rockers do que nunca. No entanto, por entre potentes riffs de guitarra e um poderoso trabalho de bateria, o registo torna-se asfixiante e pouco dinâmico. Tamanha capacidade de força e de energia acaba por roubar algum fôlego ao álbum levando a que se sinta alguma falta de espaço entre as músicas, apenas os temas "Nico" e "True Believers" conseguem atenuar um pouco do efeito da descarga elétrica que por aqui se soltou. Para além da filosófica dicotomia Nietzchiana, Beyond Good And Evil é um potente registo de Heavy Rock que ajudou os Cult a reerguerem-se das cinzas e afugentou velhos fantasmas. 

terça-feira, 20 de dezembro de 2016

Dog Man Star - SUEDE


1 Introducing The Band   2:38
2 We Are The Pigs   4:18
3 Heroine   3:18
4 The Wild Ones   4:49
5 Daddy's Speeding   5:20
6 The Power   4:30
7 New Generation   4:36
8 This Hollywood Life   3:47
9 The 2 Of Us   5:44
10 Black Or Blue   3:45
11 The Asphalt World   9:24
12 Still Life   5:22          

Apesar de ser um registo ensombrado pela conflituosa relação entre o vocalista Brett Anderson e o guitarrista Bernard Butler, Dog Man Star confirma os Suede como sendo belos, poderosos, sensuais e fatais. Editado em 1994, o registo está complementado por uma escrita intensa, apoiada em músicas harmoniosas, onde se ocultam sujos riffs de guitarra. Algumas canções encontram-se envolvidas por pomposos arranjos de orquestra mas a estética provocante destes britânicos que em 1994 tinham o mundo da Pop rendido a seus pés não consegue, ou pretende, esconder uma certa agressividade. Tendo o portentoso single "We Are The Pigs" como uma poderosa imagem do registo, Dog Man Star é um álbum notável por conter ainda a ansiosa "Heroine", a sonhadora "The Wild Ones, a sinistra "Daddy's Speeding", a glamourosa "The Power", o incontornável universo Bowie em "New Generation", o desesperante "This Hollywood Life", a ponderação de "The 2 Of Us", a enormidade de "The Asphalt World" e a expressividade de "Still Life".        

segunda-feira, 12 de dezembro de 2016

A Luta Continua! - ENA PÁ 2000


1 Dr. Bayard   3:07
2 Tamagoxi   4:25
3 O Teu Pipi   4:14
4 Bóbó Bem Bom   3:07
5 Eu Já Mi Vim   3:27
6 No Meu Ford Capri   2:35
7 A Luta Continua   2:44
8 Paedophilia Com A Minha Tia   2:59
9 Barbarella   5:13
10 Uma Casa À Beira Mar   2:19
11 Mulher Do Norte   2:33
12 Pudim   0:38
13 Doce Susana   3:13
14 Xcabeça Grand-Macaronésia   5:46
15 Porque Já Cabia   4:12
16 Talibã Da Mamã   2:12
17 Tourada   2:57
18 Menina Bonita   2:02
19 Rosário   3:31
20 Vila Franca De Xira   1:12
     Faixa Extra   3:45   

Foi em 1991, ano em que editaram o primeiro registo oficial, que o coletivo Ena Pá 2000 começou a acompanhar o depravado estado da nação lusitana. Considerem-se a partir daí como sendo a banda de rock, ou de pop, ou de swing, ou da canção ligeira, ou de cabaret, ou de salão, latina ou africana ou do quer que seja, como sendo do politicamente mais correto que há por terras portuguesas. Em 2004 a luta continua através desta edição em Cd, abençoada pela D.Urraca. Sem qualquer pudor, os Ena Pá 2000 continuam a chamar as coisas pelo seu nome e teimam em nos presentear com a sua ofensiva boa disposição. Somos devorados pelo sugestivo e contagiante humor malicioso que tem mais de bom gosto do que de perversidade. Munidos de boa música, com inúmeras referências musicais, e muito kitsch, os Ena Pá 2000 pensaram então que não foi isto que eles pensaram na altura em que pensaram. De facto, a luta continua. 
E ainda conseguiram convencer o Phil Mendrix a participar no disco.

terça-feira, 6 de dezembro de 2016

Urban Hymns - THE VERVE


1 Bitter Sweet Symphony (M.Jagger / K.Richards)   5:57
2 Sonnet   4:21
3 The Rolling People   7:01
4 The Drugs Don't Work   5:03
5 Catching The Butterfly   6:26
6 Neon Wilderness   2:36
7 Space And Time   5:35
8 Weeping Willow   4:49
9 Lucky Man   4:53
10 One Day   5:02
11 This Time   3:49
12 Velvet Morning   4:57
13 Come On   6:37   

Urban Hymns é um registo notável da Brit Pop dos anos 90. Editado originalmente em 1997, o terceiro álbum de originais dos Verve está impregnado pela aura mística que envolve trabalhos memoráveis. O registo é formado por um naipe de canções capazes de perdurar no tempo pela sua carga emotiva e pela forte reminiscência retirada de influências evidentes, tanto das mais antigas como algumas bem mais recentes. O single "Bitter Sweet Symphony" surge à cabeça como o momento mais marcante do álbum através da utilização do sampler da orquestração da Andrew Oldham Orchestra sobre o tema original dos Rolling Stones "The Last Time". Imponentes e inesquecíveis são as prestações de temas como "Sonnet", The Rolling People", "Space And Time", "Weeping Willow", "Lucky Man" e "Come On". "Urban Hymns" apenas peca pelo tamanho pelo que não se pode afirmar que seja um dos álbuns mais práticos da BritPop mas é claramente um dos seus registos mais completo, cuidado e inteligente.     

quarta-feira, 16 de novembro de 2016

Fisherman's Blues - WATERBOYS


1 Fisherman's Blues   4:24
2 We Will Not Be Lovers   7:01
3 Strange Boat   3:04
4 World Party   3:58
5 Sweet Thing (V.Morrison)   7:09
6 Jimmy Hickey's Waltz   2:04
7 And A Bang On The Ear   7:28
8 Has Anybody Here Seen Hank?   3:15
9 When Will We Be Married? (Trad.Adapted)   2:57
10 When Ye Go Away   3:42
11 Dunford's Fancy   1:01
12 Stolen Child   6:49
13 This Land Is Your Land (W.Guthrie)   0:54                                  

Fisherman's Blues é um álbum de raízes e tradições em que os instrumentos elétricos do Rock cedem espaço aos instrumentos acústicos do Folk. Por aqui podem-se encontrar instrumentos comuns do folclore Irlandês como o violino, o bandolim, o Bouzouki ou as flautas. Editado originalmente em 1988, o registo é uma clara demanda pela música Celta em que o escocês Mike Scott, líder eterno dos Waterboys, começa por fundir Rock e Folk o que resulta num álbum singular em que no entanto é o Folk que acaba por ser o género predominante. Não será alheio o facto de neste registo os Waterboys já não contarem com o membro original Karl Wallinger, o impulsionador da vertente mais moderna dos Waterboys, e no seu lugar surgir definitivamente o violinista Steve Wickham. Não deixa de ser igualmente curioso a inclusão neste registo do tema "World Party", co-escrito com Wallinger e Hutchinson, que para além de ser o nome da banda que Wallinger criou após sair dos Waterboys é o tema mais "desenquadrado" com a temática deste álbum, tal como Wallinger gostava de fazer nos trabalhos anteriores da banda. Muito interessante a adaptação de "Sweet Thing", original do irlandês Van Morrison, que contêm uma alusão a "Blackbird" dos Beatles com Mike Scott a cantar os versos de Paul McCartney sem alterar o registo e a tonalidade de "Sweet Thing". O registo fecha em tom de jam com a banda a cantar "This Land Is Your Land", uma referência off the record a Woodie Guthrie.   

sábado, 12 de novembro de 2016

Waka/Jawaka - FRANK ZAPPA


1 Big Swifty   17:22
2 Your Mouth   3:12
3 It Just Might Be A One-Shot Deal   4:16
4 Waka/Jawaka   11:18   

 Editado originalmente em 1972, Waka/Jawaka é dominado pelas duas longas peças instrumentais que abrem e fecham o registo. Composto por quatro temas apenas, o álbum é ainda um reflexo da época em que Zappa se solta dos Mothers Of Invention e em que o Jazz se torna no ingrediente preferido para trabalhar. As duas peças dominantes são compostas e regidas como uma (pequena) big band enquanto que a forma de composição dos restantes dois temas sugerem ainda alguma conformidade com o registo "Uncle Meat". "Big Swifty" é uma peça aguerrida e bastante dinâmica em que Sal Marquez se evidencia com os seus "many" trompetes. A estrutura do tema assenta sobre improvisação com George Duke a ter direito à primeira prestação a que se sucedem as guitarras. Decididamente, "Your Mouth" podia ser um outtake de Uncle Meat enquanto "It Just Might Be A One-Shot Deal" se mostra uma peça interessante. O impecável arranque de Jeff Simmons para um peculiar solo em guitarra Hawaiana é um momento de júbilo. "Waka/Jawaka", e o seu arranjo de luxo, fecha o registo num formato mini-orquestra em que George Duke cede o lugar a Don Preston e os sopros passam a contar com mais três elementos. A peça é menos experimental do que "Big Swifty" sendo estruturalmente mais harmoniosa.           

sexta-feira, 4 de novembro de 2016

Sailin' Shoes - LITTLE FEAT


Side A
1 Easy To Slip   3:17
2 Cold, Cold, Cold   3:55   
3 Trouble   2:15
4 Tripe Face Boogie   3:12
5 Willin'   2:53
6 A Apolitical Blues   3:24
Side B
1 Sailin' Shoes   2:49
2 Teenage Nervous Breakdown   2:10
3 Got No Shadow   5:04
4 Cat Fever   4:32
5 Texas Rose Cafe   3:40  

Editado originalmente em 1972, "Sailin' Shoes" foi o segundo registo oficial dos Little Feat e o último com o quarteto original onde pontuavam o guitarrista e vocalista Lowell George, o baixista Roy Estrada, o teclista Bill Payne e o baterista Richard Hayward. "Sailin' Shoes" carateriza-se por ser um álbum singular carregado de Rock & Roll irreverente em que os temas passam pelos Blues, pelo Country e até por alguma Soul. Sente-se que a alma deste trabalho está assente na peculiar e expressiva figura de Lowell George como líder e que a força do coletivo é essencial na distinção dos Little Feat perante as bandas similares da época. A genialidade de temas como "Easy To Slip", "Willin'", "Cold, Cold, Cold", "Got No Shadow", "Cat Fever" e "Texas Rose Cafe", aliadas ao genuíno Rock & Roll de "Tripe Face Boogie" e "Teenage Nervous Breakdown", complementam-se com os temperamentais "Trouble", "Sailin' Shoes" e "A Apolitical Blues" e fazem de "Sailin' Shoes" um extraordinário registo de música experiente feita com gosto, detalhe e muito humor.   

sexta-feira, 28 de outubro de 2016

Europe 1992 - SONIC YOUTH


1 Shoot   6:56
2 100%   2:51
3 Kool Thing   5:07
4 Swimsuit Issue   3:40
5 Sugar Kane   6:53
6 Eric's Trip   3:25
7 Theresa's Sound-World   6:15
8 Dirty Boots   6:03
9 Brother James   3:09
10 Tom Violence   3:16
11 Drunken Butterfly   4:38
12 Schizophrenia   4:36
13 J. C.   5:59
14 Youth Against Fascism   4:54
15 Expressway To Your Skull   6:12        

Este bootleg (edição não oficial) regista a atuação dos nova-iorquinos Sonic Youth em Roma, Itália, a 26 de Novembro de 1992, durante a digressão europeia para promoção do álbum Dirty. A qualidade de som é ótima pelo que este registo poderia encaixar de forma perfeita na discografia oficial da banda. 100% real e pleno de energia, este bootleg testemunha uma noite intensa dos Sonic Youth em que o álbum "Dirty" ocupa uma boa parte do alinhamento mas há vigor e tempo de sobra para re-visitar material anterior. A potente muralha de som debitada por estes quatro elementos, imersos em pleno estado sónico, impressiona pela envolvente força contagiante. Magnífico registo para coleção e testemunho da sinceridade e capacidade vibrante dos Sonic Youth em palco.

terça-feira, 25 de outubro de 2016

Live At The Garden - ALICE COOPER


1 Welcome To My Nightmare   4:32     
2 Billion Dollar Babies   3:18                              
3 No More Mr. Nice Guy   3:36                     
4 Be My Lover   4:06                                       
5 I'm Eighteen   3:51                                       
6 The World Needs Guts   3:37              
7 Give It Up   3:57                                   
8 Cold Ethyl   3:02                                  
9 Only Women Bleed   4:10                    
10 Go To Hell   5:43                                
11 The Ballad Of Dwight Fry   7:12               
12 Elected   3:49                                               
13 Under My Wheels   3:26                             
14 Sick Things   2:37                                        
15 I Love The Dead   3:51                                
16 School's Out   10:25                                    

Bootleg (edição não oficial) captado ao vivo no The Garden, Cincinnati, Ohio, em Setembro de 1987. O concerto estava inserido na digressão The Nightmare Returns que promovia o álbum "Constrictor" assim como um regresso em força de Alice Cooper após uma pronunciada fase menos boa entre os finais da década de 70 até precisamente esta altura em que Cooper começa a conseguir recuperar algum do estatuto que detinha dentro do género. A gravação é bastante boa, um claro indício de ter sido feita a partir da mesa de som, e é uma pena que não tenha sido oficialmente lançada e tratada. De notar que o horror metal de Alice Cooper ganha muito mais caráter ao vivo, ou mesmo em video, do que em formato audio uma vez que o concerto é parte de uma expressiva performance em que a violência teatral pretende chocar as audiências. Esta gravação é um documento importante funcionando como uma boa retrospetiva da carreira da banda Alice Cooper e de Alice Cooper a solo. Apenas dois temas de Constrictor, o álbum que motivou a digressão, fazem parte do alinhamento acabando o concerto por ser um autêntico best of em que Alice Cooper percorre de forma intensa uma boa parte dos temas mais significativos da sua carreira.

quarta-feira, 19 de outubro de 2016

Bowl De Luna - PINK FLOYD - CD02


1 One Of These Days   8:58
2 Careful With That Axe, Eugene   11:39
3 Echoes   25:38
4 A Saucerful Of Secrets   15:01
5 Set The Controls For The Heart Of The Sun   12:57

O segundo cd do bootleg, edição não oficial, que regista o concerto no Hollywood Bowl, L.A. em Setembro de 1972, ajuda a perceber as diferenças entre o que eram os Pink Floyd pré-Dark Side Of The Moon e no que se viriam a tornar pós-Dark Side Of The Moon. É distinta a forma como a performance da segunda parte deste concerto evidencia o antagonismo entre os dois momentos apresentados neste espetáculo. Conseguindo manter a aura mística da era Waters, em que os Pink Floyd controlavam totalmente o show, a banda Britânica tem aqui a ousadia de apresentar integralmente um trabalho ainda em progresso durante a primeira parte e na segunda parte mostrar toda a sua categoria e esplendor ao apresentar um repertório difícil de receber ao vivo com cinco longos temas instrumentais que apenas contêm algumas, curtas, intervenções vocais. Se o primeiro cd é histórico pelo oportunidade de ouvir conteúdo ainda por acabar o segundo cd é icónico por mostrar a banda na sua magnificência e empenho numa atuação de prender a respiração. A performance da segunda parte mostra a verdadeira essência dos Pink Floyd antes de se tornarem mais acessíveis e previsíveis ao embarcarem definitivamente nos anos 70 com o álbum Dark Side Of The Moon.

domingo, 16 de outubro de 2016

Bowl De Luna - PINK FLOYD - CD01


1 Breathe   2:42
2 The Travel Sequence   4:33
3 Time   5:45
4 Home Again   1:02
5 The Great Gig In The Sky   4:26
6  Money   6:13
7 Us And Them   7:33
8 Any Colour You Like   4:35
9 Brain Damage   3:47
10 Eclipse   1:49

Histórico bootleg (edição não oficial) captado ao vivo no Hollywood Bowl, L.A. a 22 de Setembro de 1972. Este registo duplo testemunha uma das primeiras apresentações ao vivo do álbum "Dark Side Of The Moon" nos EUA, cerca de seis meses antes da sua edição oficial. Cumprindo datas em território americano por conquistar, os Pink Floyd aproveitaram a oportunidade para experimentar ao vivo uma boa parte do trabalho até aí desenvolvido em estúdio para o que entretanto se viria a tornar no famoso álbum "Dark Side Of The Moon". O alinhamento aqui definido é o mesmo que viria a sair no álbum e ocupa integralmente a primeira parte do concerto e o primeiro cd desta edição dupla. A maior parte dos temas encontra-se já bastante perto do resultado final apresentado no histórico registo com exceções para "The Travel Sequence", uma habitual jam session de palco que viria a ceder o seu lugar ao incomparável "On The Run", "The Great Gig In The Sky", ainda sem a icónica vocalização de Claire Torry que viria a ser gravada em Janeiro do ano seguinte, e "Us And Them", com falta de algumas dinâmicas e do saxofone que Dick Parry viria a encaixar no tema. Não sendo uma gravação perfeita, apresenta um nível de qualidade satisfatório que permite desfrutar o concerto dentro do seu melhor.

quinta-feira, 13 de outubro de 2016

Hearts And Numbers featuring Michael Brecker - DON GROLNICK


1 Pointing At The Moon   6:15
2 More Pointing   3:07
3 Pools   5:16
4 Regrets   5:14
5 The Four Sleepers   5:27
6 Human Bites   5:21
7 Act Natural   5:04
8 Hearts And Numbers   3:05

Editado em 1985, "Hearts And Numbers" regista a primeira aventura a solo do pianista Don Grolnick tendo a particularidade da destacada presença do saxofonista norte-americano Michael Brecker como personagem principal deste trabalho em que os dois elementos se suportam por mútua admiração ao longo de um registo que passa por diversas fases e formações. O álbum desliza sobre um movimento de fusões contemporâneas onde o Jazz começa por se fundir com algum Reggae em "Pointing At The Moon" e com o mesmo tema a insinuar-se, logo de seguida, em formato minimal como "More Pointing". "Pools" é indicado para Michael Brecker brilhar de forma sensual num dos melhores momentos deste trabalho, em que a prestação de Grolnick também se destaca. O formato acústico de "Regrets" traz algum equilíbrio de forças para um momento mais moderado enquanto "The Four Sleepers" demonstra a faceta mais smooth do álbum. A ousadia de "Act Bites" é evidenciada pela presença de dois bateristas, Peter Erskine e Steve Jordan, e pela sequência sintetizada expressa na passagem mais moderna do registo. A caixa de ritmos de "Act Natural" revela a naturalidade Pop deste tema através de uma sonoridade caraterística da época para o registo fechar nas mãos de Don Grolnick num claro momento de sobriedade. "Hearts And Numbers" revela-se como um trabalho de qualidade por onde também passam os baixistas Marcus Miller, Will Lee e Tom Kennedy, os guitarristas Hiram Bullock, Jeff Mironov e Bob Mann, assim como Clifford Carter, o programador de sintetizadores.

quinta-feira, 6 de outubro de 2016

The Planets - GUSTAV HOLST


   The Planets (Gustav Holst)
1 Mars, the Bringer of War   7:41
2 Venus, the Bringer of Peace   8:06
3 Mercury, the Winged Messenger   4:34
4 Jupiter, the Bringer of Jollity   7:54
5 Saturn, the Bringer of Old Age   8:57
6 Uranus, the Magician   5:41
7 Neptune, the Mystic   6:59
   (Frederick Delius)
8 Over the Hills and Far Away   13:25

Em vésperas da primeira guerra mundial, Gustav Holst inspirava-se nos elementos astrológicos e iniciava a composição da suite orquestral "The Planets", escrita entre 1914-1916. A suite é constituída por sete movimentos, musicalmente associados aos sete planetas então conhecidos. Plutão só viria a ser descoberto em 1930 com a curiosidade de ter perdido, bem recentemente, o estatuto de planeta. Na peça, os planetas são criteriosamente ordenados pela sua proximidade com a Terra e a cada planeta foi atribuído um subtítulo que define a sua qualidade mitológica e justifica a respeitante estrutura musical . A suite passa por diversas dinâmicas começando pela possante presença belicista de Marte a que se contrapõe a leveza etérea de Vénus. Mercúrio define-se pela destreza da peça mais curta da suite seguida pela imponência sinfónica de Júpiter. O misterioso compasso temporal de Saturno leva-nos ao encantador Úrano para a suite fechar com o hipnótico misticismo de Neptuno. A peça destaca-se por ser a composição mais famosa de Holst, contra o seu gosto, e pelo legado que veio a ser aproveitado por compositores posteriores, nomeadamente em bandas sonoras. Esta gravação de Novembro de 1988 foi executada pela CSR Symphony Orchestra (Bratislava) tendo sido conduzida por Adrian Leaper.
A última faixa do cd é ocupada por uma interpretação de "Over The Hills And Far Away" de Frederick Delius, um contemporâneo de Holst com menos projeção artística. É uma peça orquestral emocionalmente expressiva composta em finais do século XIX.

quarta-feira, 21 de setembro de 2016

Filles De Kilimanjaro - MILES DAVIS



1 Frelon Brun (Brown Hornet)   5:36
2 Tout De Suite   14:04
3 Petits Machins (Little Stuff)   8:05
4 Filles De Kilimanjaro (Girls Of Kilimanjaro)   12:00
5 Mademoiselle Mabry (Miss Mabry)   16:32

Gravado e editado em 1968, "Filles De Kilimanjaro" reflete uma época de mudança na cultura popular norte-americana e na música de Miles Davis. Em busca de novas sonoridades, acompanhando atentamente a evolução dos instrumentos musicais elétricos e de outros estilos musicais, Miles Davis encontrava-se por esta altura no início do processo que iria conduzir à eletrificação da banda e consequente alteração da famosa formação que o acompanhou durante grande parte dos anos 60. O sub-título "Directions in Music by Miles Davis", pensado pelo próprio e que doravante integraria as futuras edições, pretendia distinguir precisamente esta nova fase. Este registo testemunha a introdução definitiva do piano elétrico na música de Miles Davis. Relativamente à banda, o contrabaixista Ron Carter não mostrou interesse em dedicar-se ao baixo elétrico enquanto o pianista Herbie Hancock e o baterista Tony Williams pretendiam avançar com projetos próprios, pelo que neste registo há três temas com a formação antiga e dois temas em que o pianista Chick Corea e o contrabaixista Dave Holland surgem nos lugares de Herbie Hancock e de Ron Carter respetivamente. 

quinta-feira, 8 de setembro de 2016

Straight To The Heart - DAVID SANBORN


1 Hideaway   6:37
2 Straight To The Heart (M.Miller)   4:57
3 Run For Cover (M.Miller)   6:28
4 Smile (C.Perkinson)   10:25
5 Lisa   5:05
6 Love & Happiness (A.Green/Mabon L.Hodges)   6:32
7 Lotus Blossom (D.Grolnick)   6:50
8 One Hundred Ways (K.Wakefield/B.Wright/T.Coleman)   4:07       

Editado em 1984, Straight To The Heart é um exemplar registo captado ao vivo em estúdio, com banda e audiência, em que David Sanborn revela estar em grande forma. A entrega de Sanborn é evidenciada por uma interpretação intensa, de perder o fôlego, dentro do estilo mais ligeiro que o Saxofonista norte-americano sempre nos habituou mas com uma dinâmica mais Jazz do que o costume em que a música flui de forma bastante mais aberta, espontânea e natural. A formação de luxo que aqui acompanha Sanborn está igualmente bem presente em todos os temas nivelando a sessão por cima e marcando a descontração e alegria na atmosfera que torna este registo num álbum ímpar na carreira de Sanborn. São revistos temas dos álbuns anteriores e há até uma versão para "Love & Happiness" de Al Green com interpretação de Hamish Stuart. Sobressai a excecional interpretação de "Smile", em que David Sanborn e Hiram Bullock se excedem, por ser um momento que realmente brota da alma dos dois solistas.

sexta-feira, 19 de agosto de 2016

Backstreet - DAVID SANBORN


1 I Told U So (D.Sanborn/H.Bullock)   5:02
2 When You Smile At Me   5:46
3 Believer (M.Miller)   6:34
4 Backstreet   5:27
5 A Tear For Crystal (M.Miller/D.Sanborn)   7:02
6 Bums Cathedral (D.Sanborn/M.Colina)   4:40
7 Blue Beach (D.Sanborn/M.Miller)   4:50
8 Neither One Of Us (J.Weatherly)   5:06

Tecnicamente exemplar, foi desde cedo que David Sanborn se identificou pelo timbre inconfundível que utiliza nos trabalhos em que participa, sejam a solo ou como convidado. O saxofonista norte-americano exprime-se de forma emotiva através de notas gritantes, em timbres bastante agudos, que são facilmente reconhecidas como a sua voz ou o seu som de marca. 
Editado em 1983, Backstreet é o oitavo álbum a solo de David Sanborn. Numa época em que o Jazz tendia para uma veia mais melosa e comercial, mercê da adaptação de estilos desde a Soul, o R&B e o Funky, o estilo acabou fundido num género que soa ligeiro, feito de instrumentais melodiosos, e aqui Backstreet é um autêntico tabelador de época. Visto por outro prisma, o jazz comercial desta época colorida ainda procurava adaptar-se aos sequenciadores e o trabalho de estúdio vivia mais de produção e programação do que de execução musical. Não é por isso de estranhar que o trabalho de produção passe por três nomes (Marcus Miller, Ray Bardani e Michael Colina) responsáveis por alguns êxitos e por algum do som que caraterizou esta sonoridade. Num registo com participação de poucos músicos, é a voz de Sanborn, através do seu saxofone Alto, o principal protagonista de todo o registo. As programações de Michael Colina e o baixo de Marcus Miller apoiam ritmicamente Sanborn que tranquilamente vai fraseando ao longo dos oito temas. 

quinta-feira, 11 de agosto de 2016

FRANK ZAPPA - Apostrophe (')





1 Don't Eat The Yellow Snow   2:07
2 Nanook Rubs It   4:37
3 St. Alfonzo's Pancake Breakfast   1:50
4 Father O'Blivion   2:18
5 Cosmik Debris   4:14
6 Excentrifugal Forz   1:33
7 Apostrophe' (Zappa / Bruce / Gordon)   5:50
8 Uncle Remus (Zappa / Duke)   2:44
9 Stink-Foot   6:32 

As aventuras de Nanook, o esquimó, divididas em quatro suites que podemos classificar como quatro andamentos, dominam os primeiros dez minutos de Apostrophe(') e terão mesmo sido responsáveis pelo facto do álbum, editado em 1974, ainda se manter atualmente como o registo de Frank Zappa que mais vendeu, tendo chegado, inclusive, a alcançar um lugar no Top 10. Não esquecer, no entanto, que Zappa sempre se manteve estritamente afastado do folclore comercial através da sua peculiar forma de composição explorando humor e sarcasmo ao mesmo tempo que desenvolvia estruturas musicais de grande qualidade preenchidas com dinâmicas complexas e irrequietas. 
Centremos Apostrophe(') na sua outra metade, mais ousada e aguerrida, em que a homónima jam instrumental rebenta com a estrutura deste registo, solidificada nas inesperadas presenças de Jack Bruce no baixo e de Jim Gordon na bateria. Segue-se "Uncle Remus" onde George Duke detêm uma invulgar co-autoria com o próprio Zappa. O tema transmite um ambiente com tanto de notável como de surpreendente nos trabalhos de Zappa em que a melodiosa introdução de piano nos conduz de forma convencional a uma bela viagem musical com interpretação do próprio mestre Zappa. Pelo meio de tudo isto há..."Cosmik Debris".
Mesmo não sendo um dos trabalhos mais exemplares de Zappa, Apostrophe(') reforça o indomável caráter de Zappa como autor original e destemido. 

terça-feira, 26 de julho de 2016

Soul To Soul - STEVIE RAY VAUGHAN AND DOUBLE TROUBLE


1 Say What!   5:22
2 Lookin' Out The Window (D. Bramhall)   2:48
3 Look At Little Sister (H. Ballard)   3:07      
4 Ain't Gone 'N' Give Up On Love   6:07   
5 Gone Home (E. Harris)   3:05
6 Change It (D. Bramhall)   3:56
7 You'll Be Mine (W. Dixon)   3:44
8 Empty Arms   3:03
9 Come On (Part III) (E. King)   4:29
10 Life Without You   4:17
Bonus Tracks
11 SRV Speaks   1:41
12 Little Wing / Third Stone From The Sun (J. Hendrix)   13:29
13 Slip Slidin' Slim   1:41      

Stevie Ray Vaughan foi um dos guitarristas em quem mais se evidenciou o legado Hendrixiano. A alma deste virtuoso Bluesman texano assimilou a sonoridade mais clássica de Jimi Hendrix e embora não a tenha expandido tanto como Hendrix, soube tirar partido dessa influência de forma a criar um cunho pessoal através de um vigoroso registo de Blues/Rock. Em "Soul To Soul", editado em 1985,  está bem patente a expressividade e a força de um imparável Stevie Ray Vaughan, sempre bem acompanhado pelos habituais Double Trouble, em que os Blues soam másculos e poderosos. 
Para além dos dez temas que compõem o alinhamento original, esta edição inclui três temas como bónus começando pelo excerto de uma entrevista em que Stevie Ray Vaughan responde a uma questão acerca do que mais admirava nas capacidades revolucionárias de Jimi Hendrix seguindo-se uma avassaladora versão de "Little Wing", retirada das sessões de gravação deste trabalho, onde se percebe que Stevie Ray Vaughan consegue gerir o equilibro perfeito entre potência e brandura. Um trabalho de alma e paixão focado no sentimento de um homem que compreendia a sua guitarra e era obcecado pelos Blues.

domingo, 17 de julho de 2016

Animal Instincts - PINK FLOYD - CD02


1 Have A Cigar   6:36
2 Wish You Were Here   6:16
3 Shine On You Crazy Diamond (parts 6-9)   21:06
4 Money   10:33
5 Us And Them   7:45
6 Careful With That Axe, Eugene   10:10

A digressão que os Pink Floyd fizeram em 1977 por cidades Europeias e Norte-Americanas destinava-se a promover "Animals", o seu mais recente trabalho à data, e viria a revelar-se fatídica para o futuro da banda. O seu culminar em Montreal, Canadá, com Roger Waters a cuspir literalmente a sua frustação em cima de um membro da audiência, foi decisivo para a instabilidade dentro da banda e terminou mesmo com David Gilmour a abandonar o concerto perto do final e a assistir ao resto do set a partir da mesa de som. 
O segundo Cd deste duplo bootleg, edição não oficial gravada nesta mesma digressão, contempla a restante atuação dos Pink Floyd no Coliseum  de Oakland, California, em que a segunda parte do espetáculo está totalmente centrada no álbum "Wish You Were Here" e no longo e invulgar encore que os Pink Floyd fizeram. A excelência do longo encore será uma benesse da banda para com a assistência, contemplada não com um tema, como era usual, mas com três, que para acabar a noite teve até direito a uma interpretação de "Careful, With That Axe, Eugene" que a banda já não tocava ao vivo há bastante tempo, um sinal de que a noite estava a ser positiva. Diz-se mesmo que esta terá sido uma das melhores atuações de sempre da banda. A gravação testemunha uma interpretação intensa com um David Gilmour poderoso, secundado pelo guitarrista Snowy White, um Rick Wright muito presente, essencial a encher o som de palco e um Nick Mason irrequieto e magistral na sua bateria. Roger Waters é o líder, incontestável.  
Por não ser um lançamento oficial é comum encontrar este mesmo bootleg com outras denominações como: "Oakland Coliseum", "In The Flesh", "Plays The Animals" ou "Mr.Pig". 

quinta-feira, 14 de julho de 2016

Animal Instincts - PINK FLOYD - CD01


1 Sheep   11:15
2 Pigs On The Wing (part 1)   2:14
3 Dogs   18:29
Pigs On The Wing (part 2)   2:24
Pigs (Three Different Ones)   17:31
6 Shine On You Crazy Diamond (parts 1-5)   13:43
7 Welcome To The Machine   8:02 

Animal Instincts é um bootleg, edição não oficial, do concerto dos Pink Floyd no Coliseum de Oakland, California, a 9 de Maio de 1977, incluído na digressão do álbum Animals. Esta tournée percorreu a Europa e os EUA e foi uma das últimas oportunidades de ver a formação mais clássica da banda ao vivo, seguir-se-ia a curta digressão de The Wall em 1980 que apenas passou por quatro cidades.
A edição é dupla e inclui o concerto integral desta data cuja primeira parte é totalmente dedicada ao álbum "Animals" sendo a segunda parte preenchida por "Wish You Were Here" também no seu todo. Consta que nesta tournée o encore seria usualmente um tema de "Dark Side Of The Moon" que variava entre "Money" e "Us And Them" e nesta data a audiência teve direito aos dois temas e ainda a "Careful With That Axe Eugene" que os Pink Floyd já não tocavam ao vivo há bastante tempo. A qualidade de som é aceitável e permite perceber a intensidade da prestação da banda Inglesa em palco nesta altura, reforçada pela tensão causada pelo confronto de egos entre Gilmour e Waters. É realmente uma boa performance no geral com o trabalho de Rick Wright nos teclados a evidenciar-se ainda mais do que nos álbuns de estúdio e com a sonoridade agressiva de David Gilmour nas guitarras. Para além dos habituais quatro elementos percebem-se as presenças de músicos secundários como o guitarrista Snowy White, bastante notado no primeiro solo de "Dogs", e do saxofonista Dick Parry. Este primeiro cd inclui todo o set de "Animals" e o início do segundo set com o álbum "Wish You Were Here". 

segunda-feira, 11 de julho de 2016

Nebraska - BRUCE SPRINGSTEEN



Side A
1 Nebraska   4:27
2 Atlantic City   3:54
3 Mansion On The Hill   4:03
4 Johnny 99   3:38
5 Highway Patrolman   5:39
6 State Trooper   3:15
Side B
1 Used Cars   3:05
2 Open All Night   2:53
3 My Father's House   5:03
4 Reason To Believe   4:09

Editado em 1982, mais do que um álbum de canções Nebraska é um álbum de histórias criado da forma mais simples e mais tradicional que as canções podem ter. Basicamente Bruce Springsteen apenas utilizou uma guitarra acústica, uma harmónica e um gravador TASCAM Portastudio 144, o primeiro gravador de quatro pistas que permitia gravar diretamente para uma cassete tradicional. A independência de poder gravar em casa sem ter de se deslocar ao estúdio terá sido certamente um dos incentivos à criação deste registo e à sua posterior edição. O agreste ambiente Folk do registo apanhou todos de surpresa pela altura do seu lançamento e este acaba por evidenciar um amadurecimento de Springsteen ao fim de quase uma década de eletrizante rock'n roll acompanhado pela E-Street Band. As gravações foram feitas de forma nua e crua tal como a América violenta que aqui se apresenta. Sozinho, Bruce Springsteen explora o lado mais negro da mente humana como consequência do meio ambiente e das condições de vida que nos moldam daí que o registo se encontre envolvido por uma temática drástica que envolve desde assassinato e maldade humana até saudosas recordações de infância, muitos carros e que no final encontra uma razão para acreditar que um dia tudo pode melhorar. É um registo firme e duro, sem artifícios, muito real e honesto criado por um homem que realmente acredita no que faz.

domingo, 3 de julho de 2016

White Sessions - THE BEATLES - CD04


1 Back In The USSR (take 6, RM 1)   3:01
2 Dear Prudence (backing vocals only)   0:10
3 Dear Prudence (SI onto take 1)   4:00
4 Dear Prudence (take 1, RM 1)   3:52
5 By George, It's The David Frost Theme/It's Now Or Never   0:48
6 By George, It's The David Frost Theme   0:58
Hey Jude (UK promo film)   7:03
8 Hey Jude (US promo film)   7:10
Hey Jude (Anthology promo film)   7:00
10 Revolution (US/UK promo film)   3:22
11 Revolution (Anthology promo film, RM 95)   3:20
12 Revolution (promo film session)   0:09
13 Helter Skelter (take 2, RM 1)   3:40
14 I Will (take 1, RS 95)   1:54
15 Step Inside Love/Los Paranoias (take 35, RS 93)   2:29
16 I Will (take ?, RM 95)   0:06
17 Birthday (take 22, RM 1)   2:57
18 Piggies (take ?, RM 95)   0:13
19 Happiness Is A Warm Gun (take 35, SI track only)   2:48
20 Glass Onion (take 32)   2:06
21 I'm So Tired (edit of takes 3, 6 & 9, RS 95)   2:11
22 I'm So Tired (take 14, tracks 8 & 9 only)   1:55
23 I'm So Tired (take 14)   2:04
24 I'm So Tired (take 14, RM 95)   0:13
25 Why Don't We Do It In The Road? (take 4, RM 95)   2:15
26 Why Don't We Do It In The Road? (take ?)   0:20      

Por último e não menos importante, eis o quarto Cd da quadrupla edição não oficial das White Sessions que contêm outtakes das sessões de gravação do famoso White Album dos Beatles em 1968. Neste cd salienta-se a sessão em que os Beatles gravaram filmes/videos promocionais para os temas "Hey Jude" e "Revolution". O filme/video promocional de "Hey Jude" viria a ser estreado no programa de David Frost que também apareceu nos Twickenham Film Studios para gravar uma introdução que sugerisse que a banda estivesse realmente a tocar no seu programa sendo aqui que se enquadra o momento "By George, It's The David Frost Theme". Noutro momento de descontração Paul McCartney revisita um tema que tinha escrito no ano anterior para um programa de televisão da cantora Cilla Black. O tema chama-se "Step Inside Love" a que se juntou um momento de improvisação intitulado "Los Paranoias". O cd centra-se também em algumas passagens dos takes de "Dear Prudence", "I Will", "I'm So Tired" e "Why Don't We Do It In The Road? e ainda há tempo para ouvir um take de "Back In The USSR", "Birthday", "Happiness Is A Warm Gun", "Glass Onion" inclusive um take em que finalmente se ouve "Helter Skelter" a soar bastante perto do resultado final. 
Numa altura em que a relação entre os Beatles, como banda, começava a degradar, as White Sessions são um documento interessante que permite acompanhar o processo de evolução das sessões do White Album. 

quinta-feira, 30 de junho de 2016

White Sessions - THE BEATLES - CD03


1 Hey Jude (take 7 ?)   0:27
2 St. Louis Blues   0:16
3 Hey Jude (take 8 ?)   1:25
4 Hey Jude (take 9)   5:56
5 Hey Jude (take 10)   5:03
6 Hey Jude (take ?)   0:18
7 St. Louis Blues   1:07
8 Hey Jude (take ?)   6:17
9 Las Vegas Tune   0:15
10 Mother Nature's Son (take 2, RS 95)   3:16
11 Mother Nature's Son (RM 95)   0:15
12 Not Guilty (take 102)   4:26
13 Not Guilty (take 102, RM 1)   4:12
14 Not Guilty (take 102, RS 95)   3:20
15 What's The New Mary Jane (take 2, RM 95)   0:34
16 What's The New Mary Jane (take 4, RS 4)   6:32
17 What's The New Mary Jane (take 4, RS 95)   6:07
18 Rocky Raccoon (take 6, RS 95)   4:10
19 Rocky Raccoon (take 10, RM 95)   0:12
20 Rocky Raccoon (take 10, RM 1)   3:43
21 Yer Blues (edit of takes 16 & 17 and edit piece 1, RM 3)   4:14
22 Mother Nature's Son (take 26, RM 8)   2:56
23 Wild Honey Pie (take 1, RM 6)   1:05
24 Sexy Sadie (take 117, RM 5)   4:06        

Chegados ao terceiro Cd da edição não oficial das White Sessions, as sessões de trabalho para a gravação do famoso White Album dos Beatles em 1968, começamos por acompanhar a evolução de "Hey Jude" que apenas foi editado oficialmente como Single e não entrou no alinhamento do álbum. Para além de momentos de descontração entre os ensaios de onde saem brincadeiras/temas espontânea(o)s como "St. Louis Blues" ou "Las Vegas Tune" há neste Cd dois temas importantes que foram gravados mas não integraram o alinhamento final do White Album; "Not Guilty" é um original de George Harrison ao qual a restante banda não prestou grande atenção. A complexidade do tema, assente em variadas mudanças de andamento, e o seu azedo conteúdo lírico, que atingia Lennon e McCartney, terão sido os principais fatores que levaram à sua exclusão do álbum. O take que aqui aparece foi um dos mais bem conseguidos e demonstra a qualidade do tema, Harrison viria a recuperar esta canção uns anos mais tarde a solo. Depois há o vanguardismo de "What's The New Mary Jane", escrito por Lennon, que demostra ser uma atrevida tentativa daquilo que os Pink Floyd fizeram no seu primeiro álbum e os Rolling Stones se aproximaram bastante em "Their Satanic Majesties Request", experimentalismo psicadélico por muitos associado à ácida experiência de LSD. É uma arriscada peça abstrata, diferente de tudo o que os Beatles tinham feito anteriormente, tal como a "colagem"utilizada em "Revolution 9", e talvez por isso também tenha ficado de fora da edição original ao invès, curiosamente, da mencionada "Revolution 9". Oportunidade ainda para se ouvir alguns dos takes de "Mother Nature's Son" e "Rocky Raccoon" e uma mistura de "Yer Blues".

domingo, 26 de junho de 2016

White Sessions - THE BEATLES - CD02


1 Revolution 9 (take 22, RS 1)   7:45
2 Good Night (rehearsal take, RS 95)   2:37
3 Good Night (take ?, RM 95)   0:25
4 Ob-La-Di, Ob-La-Da (take ?, RS 95)   0:21
5 Ob-La-Di, Ob-La-Da (take 5)   2:54
6 Ob-La-Di, Ob-La-Da (take 5, RS 95)   2:54
7 Revolution (take 15)   3:27
8 Ob-La-Di, Ob-La-Da (take 23, RM 21)   3:15
9 Cry Baby Cry (take 1, RS 95)   2:44
10 Helter Skelter (take 2, edit)   4:36
11 Sexy Sadie (take ?, monitor mix)   0:36
12 Brian Epstein Blues (take ?, monitor mix)   1:06
13 Sexy Sadie (take ?, monitor mix w/ John & Paul voiceover)   2:41
14 Lady Madonna (take ?, monitor mix)   1:15
15 Sexy Sadie (take 6, RS 95)   4:06
16 Don't Pass Me By (take 6, RM 6)   4:11
17 Good Night (take 34, RM)   3:04
18 Everybody's Got Something To Hide Except For Me And My Monkey (take 12, RM 5)   2:32
19 Sexy Sadie (take 28, RS 95)   0:22
20 While My Guitar Gently Weeps (take 1, RM 83)   3:12
21 While My Guitar Gently Weeps (take 1, RS 95)   3:25
22 While My Guitar Gently Weeps (take 1, RM 95)   0:27
23 Hey Jude (take 2, RS 95)   4:28      

O segundo Cd da quadrupla edição das White Sessions, edição não oficial dos registos das sessões de gravação do famoso White Album dos Beatles, começa por oferecer a oportunidade de ouvir uma interessante "colagem" alternativa para o experimental "Revolution 9". O cd é preenchido na sua maior parte pelo acompanhamento dos temas "Good Night", "Ob-La-Di, Ob-La-Da", "Sexy Sadie" e "While My Guitar Gently Weeps" desde o estado embrionário até uma fase mais evoluída. Surgem aqui dois temas que não fazem parte do alinhamento original do álbum, um estranho improviso de John Lennon intitulado "Brian Epstein Blues", cujo conteúdo lírico está muito distante de ser um tributo ao malogrado manager da banda que tinha falecido há cerca de um ano, e Paul McCartney faz uma revisitação de "Lady Madonna" que tinha sido lançado como single em Março desse mesmo ano de 1968. Entretanto os Beatles parecem continuar às voltas com "Helter Skelter", desta vez já eletrificado mas ainda lento, "Don't Pass Me By" já se encontra mais perto da mistura final tal como "Everybody's Got Something To Hide Except For Me And My Monkey". Destaque para a simplicidade acústica de "While My Guitar Gently Weeps" sem qualquer arranjo, apenas George Harrison e sua guitarra. São notórias as presenças de John Lennon e Paul McCartney nas sessões com Lennon sempre a opinar ou a dizer disparates enquanto McCartney se concentra na estrutura dos temas, nem se sente a presença de George Harrison e Ringo Starr a nível de produção.

quinta-feira, 23 de junho de 2016

White Sessions - THE BEATLES - CD01


1 Revolution 1 (take 20, monitor mix w/ Yoko voiceover)   7:28
Revolution 1 (take 20, monitor mix w/ Yoko voiceover)   3:56
Revolution 1 (take 20, monitor mix w/ Yoko voiceover)   4:00
Revolution 1 (take 20, monitor mix w/ Yoko voiceover)   2:48
Revolution 1 (take 20, monitor mix w/ Yoko voiceover)   5:22
6 Don't Pass Me By (take 3, RM 95)   0:16
7 Don't Pass Me By (edit of takes 3 & 5)   2:40
8 Blackbird rehearsal session/Congratulations   1:52
Blackbird rehearsal session   4:26
10 Helter Skelter/Gone Tomorrow Here Today   4:11
11 Blackbird rehearsal session   2:14
12 Blackbird rehearsal session   2:46
13 Blackbird rehearsal session   1:05
14 Blackbird rehearsal session/Mother Nature's Son   4:56
15 Blackbird rehearsal session   2:54
16 Blackbird rehearsal session   3:15
17 Blackbird rehearsal session   2:00
18 Blackbird rehearsal session   2:41
19 Blackbird rehearsal session   3:09
20 Blackbird rehearsal session   1:11
21 Blackbird rehearsal session   4:03
22 Blackbird rehearsal session (take 4)   2:16
23 Blackbird rehearsal session (take 32)   2:32 

Estamos perante uma edição não oficial, dividida por quatro cd, composta por variados momentos registados nas sessões de gravação do famoso White Album dos Beatles editado originalmente em 1968.  Estas gravações proporcionam o acesso ao trabalho de estúdio testemunhando o processo de ensaio, composição e produção do que viria a resultar num duplo álbum. 
Nas primeiras cinco faixas deste cd ouvem-se em fundo diversas fases da mistura de Revolution 1 enquanto Yoko Ono divaga, uma espécie de monólogo pouco compreensível em que de vez em quando aparece John Lennon. Segue-se uma primeira abordagem a "Don't Pass Me By" com McCartney a dizer a Harrison que podem ter ali qualquer coisa e de seguida ouve-se a edição do tema numa conclusão muito perto do que se ouve no registo final. Na faixa 10 ouve-se uma parte da construção de Helter Skelter ainda em versão acústica.  
O processo de construção e aperfeiçoamento de Blackbird está aqui bem detalhado e domina a maior parte deste primeiro cd. Enquanto Paul McCartney vai estruturando o tema, ouve-se alguém a sugerir a paragem antes do final e a voltar ao início, tal como ficou registado na versão original, há breves aparições de John Lennon a fazer comentários e até se ouve McCartney a sugerir um arranjo de cordas para o segundo verso.           

domingo, 19 de junho de 2016

Facing The Love In Bethlehem - DAVID GILMOUR


1 Until We Sleep   6:21
2 All Lovers Are Deranged   5:01
3 Money   12:53
4 Love On The Air   6:16
5 Short And Sweet   7:54
6 You Know I'm Right   8:04
7 Run Like Hell   7:18
8 Blue Light   10:18
9 Introduction Of The Band   2:34
10 Comfortably Numb   10:03    

Bootleg, álbum não oficial, gravado ao vivo a 12 de Julho de 1984 em Bethlehem, Pennsylvania, EUA. A qualidade de som, captado diretamente da mesa de mistura, é bastante boa. A atuação pertence à digressão Americana de promoção do álbum "About Face", editado nesse mesmo ano, e este concerto terá sido já um dos últimos pois a digressão terminou em Nova Iorque a 16 de Julho. O alinhamento assenta basicamente em "About Face", inclui um tema (Short And Sweet) do primeiro álbum a solo de Gilmour, havendo ainda espaço para três temas dos Pink Floyd, inclusão inevitável apesar de nesta altura Gilmour se encontrar em plena guerra de egos com Roger Waters e procurava com este álbum e digressão manter uma clara distância dos Pink Floyd. Como curiosidade, é de referir que na altura ambos os músicos, Gilmour e Waters, aperceberam-se que as respetivas carreiras a solo passavam muito despercebidas e de que nem a associação ao nome dos Pink Floyd lhes valia. Este registo têm a qualidade de um álbum oficial, ao vivo, e serve como um bom documento para ouvir a prestação de David Gilmour a liderar uma banda bem diferente dos Pink Floyd, o comprovativo de que Roger Waters sempre foi mais cénico enquanto David Gilmour foi sempre mais musical.   

terça-feira, 7 de junho de 2016

Katy Lied - STEELY DAN



1 Black Friday   3:38
2 Bad Sneakers   3:18
3 Rose Darling   3:03
4 Daddy Don't Live In That New York City No More   3:13
5 Doctor Wu   3:53
6 Everyone's Gone To The Movies   3:43
7 Your Gold Teeth II   4:10
8 Chain Lightning   2:58
9 Any World (That I'm Welcome To)   3:52
10 Throw Back The Little Ones   3:12

Editado em 1975, Katy Lied inicia uma nova fase na carreira dos Steely Dan em que a banda fica reduzida a três elementos da formação original, permanece o núcleo de compositores Fagen / Becker e o Guitarrista Denny Dias, começando então a contar cada vez mais com a participação de criteriosos músicos de estúdio nas sessões de gravação, Phil Woods assina o solo de saxofone em "Doctor Wu" e Jeff Porcaro é o Baterista de serviço entre outros mais. Foi também a partir daqui que a banda prescindiu totalmente do circuito de concertos ao vivo para se dedicar apenas ao trabalho em estúdio.
É pois com este trabalho, o quarto original, que os Steely Dan conseguem definitivamente um registo coeso e decidido. Como habitualmente, o álbum começa com um forte tema Rock, "Black Friday", mas logo a partir de "Bad Sneakers" percebe-se que o aroma é outro, há mais pormenores e os arranjos estão mais cuidados. Apesar da atmosfera continuar a ter o Rock como base é também a partir daqui que o Jazz começa mesmo a ter um espaço maior no resultado final. O perfecionismo da dupla Fagen / Becker consegue agora expandir-se ainda mais mercê da qualidade dos músicos participantes e do tempo passado em estúdio para aperfeiçoar as composições.         

            

terça-feira, 31 de maio de 2016

Pretzel Logic - STEELY DAN


1 Rikki Don't Lose That Number   4:30
2 Night By Night   3:38
3 Any Major Dude Will Tell You   3:06
4 Barrytown   3:18
5 East St. Louis Toodle-Oo (D. Ellington / B. Miley)   2:46
6 Parker's Band   2:41
7 Through With Buzz   1:31
8 Pretzel Logic   4:29
9 With A Gun   2:15
10 Charlie Freak   2:42
11 Monkey In Your Soul   2:33    

Editado em 1974, Pretzel Logic, o terceiro álbum dos Steely Dan, é um álbum de canções curtas e eficazes onde começam por se destacar as referências jazzísticas a Horace Silver (o riff de piano de "Rikki Don't Lose That Number" foi claramente repescado a "Song For My Father"), Duke Ellington (uma belíssima adaptação de "East St. Louis Toodle-Oo") e Charlie Parker (homenageado em "Parker's Band"). Consequentemente é um trabalho eclético, mais arriscado e experimental, na medida em que Donald Fagen e Walter Becker não seguem um caminho linear percorrendo antes variadas vias em que a banda explora outros géneros conseguindo ainda assim manter o cunho caraterístico que define o estilo da banda. Por aqui o Rock continua a ter uma particularidade ímpar colando-se a outros géneros de forma inteligente e primorosa proporcionando temas Rock de invulgar qualidade. 
Mantendo ainda a formação inicial da banda, com exceção do vocalista David Palmer que apenas participou no primeiro álbum, começa aqui a ser mais evidente a inclusão de músicos de estúdio realçando-se a presença simultânea de duas baterias em "Parker's Band" (Jim Gordon e Jeff Porcaro) que se conseguem distinguir claramente nos canais panorâmicos à esquerda e à direita resultando numa experiência de som e ritmo muito interessante. Victor Feldman mantêm presença habitual no vibrafone, Michael Omartian aparece ao piano em "Rikki Don't Lose That Number", Chuck Rainey é o baixista em "Any Major Dude", Dean Parks toca banjo em "East St. Louis" entre outras presenças mais. Pretzel Logic mantêm elevado o prestígio da banda dentro dos pârametros exigidos pela dupla perfecionista Fagen / Becker. Neste mesmo ano empreenderiam a sua última digressão ao vivo para posteriormente se dedicarem apenas ao trabalho de estúdio.     

terça-feira, 24 de maio de 2016

Countdown To Ecstasy - STEELY DAN


1 Bodhisattva   5:15
2 Razor Boy   3:09
3 The Boston Rag   5:38
4 Your Gold Teeth   6:57
5 Show Biz Kids   5:22
6 My Old School   5:44
7 Pearl Of The Quarter   3:48
8 King Of The World   4:59    

O segundo álbum oficial dos Steely Dan, editado em 1973, começa por se mostrar através da predominante linha Rock em que Bodhisattva se movimenta. Simultaneamente mordaz e harmonioso poucas vezes o Rock foi tão polido, inteligente e irónico, como aquele que os Steely Dan criaram. Será que lhe podemos realmente chamar Rock? As guitarras de Denny Dias e Jeff "Skunk" Baxter dizem que sim que é de Rock que aqui se trata, mas depois temos os líderes Donald Fagen e Walter Becker a complementar o estilo com o requinte pretendido e é aqui que a coisa muda. É também a partir deste registo que Donald Fagen assume definitivamente a voz da banda e imprime ainda mais o seu registo ao estilo dos Steely Dan. Depois há momentos como a notável presença de Victor Feldman no vibrafone em "Razor Boy", o determinante "The Boston Rag" com um excelente apontamento de Jeff "Skunk" Baxter, a curiosa pronúncia do loop de "Show Bizz Kids" ou a perfeição de "My Old School" com naipe de sopros e mais um excelente apontamento de Jeff  "Skunk" Baxter como solista.

sexta-feira, 13 de maio de 2016

Heavy Weather - WEATHER REPORT


1 Birdland   5:57
2 A Remark You Made   6:51
3 Teen Town   2:51
4 Harlequin   3:59
5 Rumba Mama   2:11
6 Palladium   4:46
7 The Juggler   5:03
8 Havona   6:01

É inevitável falar-se de Heavy Weather sem mencionar o nome de Jaco Pastorius. São vários os fatores que terão contribuído para o grande sucesso do álbum em 1977, como o tema Birdland que se tornou num clássico incontornável, mas a influência da presença de Jaco Pastorius sente-se por todo o registo desde a música à produção final. Longe de ser um trabalho comercial, a moderna e experimental fusão Jazz/Rock dos Weather Report atingia aqui uma dimensão divina com Heavey Weather a ficar para a história como o álbum da banda que mais vendeu e mais prémios conquistou. A tudo isto não será certamente alheia a jovial presença de Jaco Pastorius como o novo baixista da banda apesar de já ter participado em dois temas do álbum anterior, Black Market, sendo Heavy Weather na realidade o seu primeiro trabalho com os Weather Report em que participa do princípio ao fim. 
O registo contêm sete temas trabalhados em estúdio e um captado ao vivo, Rumba Mama é um entusiástico momento com Alex Acuña e Manolo Badrena a darem show de percussão no festival Jazz de Montreux. É também notável neste registo a invulgar prestação de Alex Acuña como baterista, impulsionado e estimulado pelo pujança rítmica de Pastorius. 
Joe Zawinul percebeu em Pastorius a oportunidade de dar novo fulgor aos Weather Report e este registo, assim como os seguintes, prova(m) que o chefe não se enganou.

quinta-feira, 5 de maio de 2016

Secret Story - PAT METHENY


1 Above The Treetops   2:44
2 Facing West   5:59
3 Cathedral In A Suitcase   4:52
4 Finding And Believing   9:57
5 The Longest Summer   6:32
6 Sunlight   3:53
7 Rain River   7:09
8 Always And Forever   5:25
9 See The World   4:48
10 As A Flower Blossoms (I Am Running To You)   1:53
11 Antonia   6:11
12 The Truth Will Always Be   9:10
13 Tell Her You Saw Me   5:07
14 Not To Be Forgotten (Our Final Hour)   2:20     

Para além de na realidade ser um trabalho a solo do guitarrista norte-americano Pat Metheny, Secret Story é uma distinta viagem que conta com a participação de variados músicos desde os elementos do Pat Metheny Group, distribuídos por diversos temas, alguns músicos convidados e a omnipresença de elementos da London Orchestra o que efetivamente distingue logo este álbum dos trabalhos do PMG. É um registo luminoso, muito claro e com muita alma, com um toque muito pessoal de um artista que consegue viajar por diversas paisagens através da sua música e ao mesmo tempo nos consegue transmitir essas mesmas sensações de lugar, espaço, tempo através da estrutura dessas mesmas composições, sons e harmonias, como uma banda sonora nascida de um acumular de experiências que aqui agrega vários estilos culminando de forma airosa nas orquestrações, sempre presentes, que transmitem algum caráter épico a esta jornada fantástica. Sentir o sugestivo minimalismo de "Cathedral In A Suitcase", a riqueza exótica de "Finding And Believing", a intimidade de "Always And Forever", o quase Tango de "Antonia" ou o radioso crescendo de "The Truth Will Always Be" são certamente alguns dos momentos preciosos da história secreta de quem já viajou por este registo.   

segunda-feira, 25 de abril de 2016

Swedish Schnapps + - CHARLIE PARKER


1 Si Si   2:38
2 Swedish Schnapps (C. Shavers) (alt)   3:14
3 Swedish Schnapps   3:09
4 Back Home Blues (alt)   2:35
5 Back Home Blues   2:46
6 Lover Man (J. Davis / R. "Ram" Ramirez / J. Sherman)   3:21
7 Blues For Alice   2:47
8 Au Privave (alt)   2:37
9 Au Privave   2:42
10 She Rote (alt)   3:08
11 She Rote   3:05
12 K.C. Blues   3:24
13 Star Eyes (D. Raye / G. dePaul)   3:33
14 Segment - Tune X   3:18
15 Diverse - Tune X (alt)   3:15
16 Passport - Tune Y (rare)   2:54
17 Passport - Tune Z (common)   2:58

"Swedish Schnapps" apresenta-nos o saxofonista norte-americano Charlie Parker com três quintetos diferentes em períodos distintos. Em relação à edição original em vinil que contêm as duas sessões de 1951, a edição em Cd contêm mais uma sessão de gravação captada em 1949 mesmo em cima da partida de Charlie Parker para França onde encabeçava o cartaz do Paris International Festival Of Jazz desse ano. A rápida sessão antes do voo para a Europa terá originado alguma confusão nos títulos atribuídos aos quatro temas registados, os últimos do alinhamento do Cd. Nesta sessão participaram o trompetista Kenny Dorham, o pianista Al Haig, o baixista Tommy Potter e o baterista Max Roach. As duas sessões de 1951 apresentam diferentes formações, também em quinteto, onde se destacam as presenças dos trompetistas Red Rodney (temas de 1-7) e um jovem Miles Davis (temas de 8-14).
As sessões revelam Charlie Parker em excelente forma numa edição que também se salienta pela qualidade sonora dos registos relativamente à época em que foram gravados.

quinta-feira, 14 de abril de 2016

Truly - JIM BEARD


1 Big Pants   5:42
2 Tandoori Taxi   6:02
3 Gone Was, Gone Will Be   5:54
4 In All Her Finery   3:25
5 Social Climate   5:14
6 Side Two   5:07
7 Hand To Hand   6:02
8 Gonna Tell On You   4:12
9 Major Darling's Impossible Halftime Show   6:49

Editado originalmente em 1997, "Truly" é um trabalho verdadeiramente musical na medida em que percorre vários registos sob uma miríade de estilos que se fundem ordenadamente sob a regência de Jim Beard sem que se consiga definir o resultado final como um estilo ou rótulo sendo mais uma vez a originalidade da obra em si um fator de peso, relevante e inquestionável, quanto à sua atualidade. Jim Beard mantêm a parceria com o guitarrista Jon Herigton, tanto como músico como a nível de produção, e têm nas harmonias vocais de David Blamires e Mark Ledford uma confortante presença que se mantêm regular ao longo de todo registo. Para além do excelente nível musical há que notar a boa disposição e o humor de Jim Beard bem evidenciado no trabalho de capa e em boa parte das peças apresentadas no Cd.  

quinta-feira, 7 de abril de 2016

Song Of The Sun - JIM BEARD


1 Camieff   5:16
2 Parsley Trees   6:52
3 Song Of The Sun   5:51
4 Holodeck Waltz   5:11
5 Diana   6:28
6 Baker's Annex   5:55
7 Haydel Bay   1:45
8 Lucky Charms   5:25
9 Long Bashels   6:54
10 Sweet Bumps   5:06
11 Crossing Troll Bridge   5:10      

Não é vulgar o gozo manifestado na audição de um trabalho como "Song Of The Sun". O registo atrai pela salutar originalidade, pel
as formações e variedade de instrumentos, nomeadamente de percussão. A riqueza rítmica da ativa e inconstante percussão exótica que pontua os diversos momentos deste registo imprime um ritmo oscilante correspondente à enérgica habilidade de Jim Beard no manuseamento das teclas. Não sendo propriamente um desconhecido no meio, já tinha trabalhado ao vivo e em estúdio com muitos dos grandes nomes do Jazz à época pelo que não terá sentido dificuldade em reunir os notáveis músicos que participaram nestas sessões, faltava a Jim Beard revelar a sua faceta pessoal. Em 1990 surge então "Song Of The Sun" como o seu primeiro registo a solo em que para além do Piano e dos Sintetizadores assume ainda o trabalho de composição, arranjos e produção, numa notável demonstração da sua capacidade artística. O álbum manifesta-se por onze hábeis temas para quatro solistas, para além de Jim Beard, com cada um dos solistas a encaixar na perfeição com os temas correspondentes como que idealizados para estes mesmos músicos; sente-se a intensidade de Michael Brecker no Sax Tenor, a imprevisibilidade de Wayne Shorter no Sax Soprano  e a serenidade de Toots Thielemans na Harmónica e de Jon Herigton na Guitarra Elétrica. Exceção para "Haydel Bay", que aparece como um curto apontamento com evidentes reminiscências dos Weather Report. 

quarta-feira, 30 de março de 2016

Ten - PEARL JAM


1 Once   3:51
2 Even Flow   4:53
3 Alive   5:41
4 Why Go   3:18
5 Black   5:43
6 Jeremy   5:18
7 Oceans   2:41
8 Porch   3:30
9 Garden   4:58
10 Deep   4:16
11 Release   9:02
12 Alive (Live)   4:53
13 Wash   3:32
14 Dirty Frank   5:37                

Em meados da transição da década de 80 para a de 90 havia quem afirmasse que o Rock estava morto, que não tinha mais nada para dar, mas da cidade norte-americana de Seattle veio uma proclamação que sustentava que a coisa não era bem assim, o Rock estava vivo e recomendava-se. Do naipe de bandas que então surgiu através do denominado movimento Grunge, os Pearl Jam eram aqueles que praticavam uma sonoridade Rock mais próxima do seu conceito clássico e o álbum Ten, editado em 1991, é um dos melhores testemunhos dessa época. É um registo que denota uma grande força e atitude do coletivo apoiado na forte expressividade de Eddie Vedder como intérprete. Quatro temas deste registo tornaram-se clássicos, "Even Flow", Alive", "Black" e Jeremy" e outros tantos se poderiam igualmente sugerir como tal. Edição em Cd que contêm três temas extra, "Wash", "Dirty Frank" e uma versão ao vivo de "Alive", que pouco acrescentam ao registo. 

quinta-feira, 24 de março de 2016

Zappa In New York - FRANK ZAPPA - CD02


1 I'm The Slime   4:23
2 Pound For A Brown   3:42
3 Manx Needs Women   1:50
4 The Black Page Drum Solo / Black Page #1   3:51
5 Big Leg Emma   2:17
6 Sofa   2:56
7 Black Page #2   5:36
8 The Torture Never Stops   12:35
9 Purple Lagoon / Approximate   16:40  

Para além dos três restantes temas que nunca apareceram na edição em vinil, "I'm The Slime", "Pound For A Brown" e "The Torture Never Stops", o segundo Cd contêm a genialidade do material de estrutura mais complexa deste registo. Momentos como as variações da peça Black Page, escrita inicialmente como um teste para Bateristas, a irregularidade de "Manx Needs Women" ou a combinação das peças "Purple Lagoon / Approximate" evidenciam o quanto Zappa arriscava nas atuações ao vivo preferindo executar peças exigentes que não só dignificavam o seu trabalho de composição como proporcionavam excelentes momentos de palco privilegiando quem assistia e gostava realmente de música. Um espetáculo de tal dimensão requer músicos distintos e capazes e aí Zappa nunca deixou os créditos por mãos alheias escolhendo sempre nomes de excelência, neste registo pontuam nomes como os irmãos Michael e Randy Brecker, respetivamente Saxofone e Trompete e o Baterista Terry Bozzio entre outros. É um registo dinâmico a que não se consegue ficar indiferente, seja pela boa disposição em palco ou seja pelas constantes reviravoltas e riqueza das irregularidades rítmicas.           

quinta-feira, 17 de março de 2016

Zappa In New York - FRANK ZAPPA - CD01


1 Titties & Beer   7:36
2 Cruisin' For Burgers   9:12
3 I Promise Not To Come In Your Mouth   3:32
4 Punky's Whips   10:50
5 Honey, Don't You Want A Man Like Me?   4:12
6 The Illinois Enema Bandit   12:41       

Álbum registado ao vivo em Nova Iorque na semana de Natal de 1976 mas que apenas veio a ser editado oficialmente em 1978 em edição de duplo vinil sob censura, o tema "Punky Whips" aparecia no alinhamento da capa mas a censura acabaria por conseguir que fosse retirado da primeira edição. Quando Frank Zappa preparou a edição em Cd editou finalmente todo o registo como inicialmente previsto incluindo ainda quatro temas extra que nunca apareceram na edição em vinil.
Concerto de excelência, produz um álbum de excelência. Frank Zappa sabia como equilibrar o espetáculo com música de eleição, arranjos magníficos, e uma boa dose de humor e sátira, tudo complementado por uma banda esplêndida pronta a responder na hora às exigências do mestre Zappa. A teatralidade patente em "Titties & Beer", "Punky's Whips" e "The Illinois Enema Bandit" para além de divertir reflete momentos musicais impressionantes e depois há ainda os solos de Guitarra de Zappa. Um mimo.