quarta-feira, 31 de agosto de 2011

American Recordings - JOHNNY CASH


1 Delia's Gone 2:17
2 Let the Train Blow the Whistle 2:15
3 The Beast in Me (Lowe) 2:45
4 Drive On 2:23
5 Why Me Lord? (Kristofferson) 2:20
6 Thirteen (Danzig) 2:29
7 Oh, Bury Me Not (Introduction: A Cowboy's Prayer) (Lomax, Lomax, Rogers, Spencer) 3:52
8 Bird on a Wire (Cohen) 4:01
9 Tennessee Stud (Driftwood) 2:54
10 Down There by the Train (Waits) 5:34
11 Redemption 3:03
12 Like a Soldier 2:50
13 The Man Who Couldn't Cry (Wainwright) 5:01

Em 1994 Johnny Cash renascia das cinzas como uma verdadeira Fénix para gaúdio de uma nova geração mais orientada para o Rock, e a razão para tal está no nome do produtor Rick Rubin normalmente associado a grandes nomes do Rock, que para alem de produzir este trabalho é tambem o principal responsavel pela editora American Recordings que iniciava com este album um contrato com Johnny Cash para uma serie de novas edições. Cash conheceu bem o sucesso como músico de Country através de uma serie de hits nos Tops dos anos 50, 60 e numa parte dos 70, mas dos anos 80 para a frente o músico caiu em declínio de vendas até 1993, o ano em que Rick Rubin assina contrato com esta lenda da musica Norte-Americana e inicia as gravações desta sessão.
Johnny Cash costumava dizer que ele e a Guitarra eram um só, e que era essa unidade que criava a harmonia e magia necessárias para um bom momento, nada mais importava. E é isto que encontramos neste album, apenas Johnny Cash e o seu instrumento, nada mais. O resto são treze mágicos momentos musicais em que para além de alguns originais Cash interpreta Tom Waits, Leonard Cohen, Nick Lowe entre outros. A sua inconfundível voz de Barítono preenche as músicas com o seu estilo ímpar de cantar enquanto vai ritmicamente puxando pelas cordas da Guitarra quer seja captado em casa de Rubin ou ao vivo, como em "Tennessee Stud" e "The Man Who Couldn't Cry" onde se sente o delirante calor do publico, e a paisagem Norte-Americana das pradarias sente-se por aqui ao longo de histórias intemporais que Cash
ca(o)nta maravilhosamente como se fossem atuais momentos vividos.
Foi assim que Johnny Cash renasceu para uma nova época em que já poucos acreditavam nele. Rick Rubin acreditou e ganhou a aposta.

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

A Bigger Bang - ROLLING STONES


1 Rough Justice 3:11
2 Let Me Down Slow 4:16
3 It Won't Take Long 3:54
4 Rain Fall Down 4:53
5 Streets Of Love 5:10
6 Back of My Hand 3:32
7 She Saw Me Coming 3:12
8 Biggest Mistake 4:06
9 This Place Is Empty 3:16
10 Oh No, Not You Again 3:46
11 Dangerous Beauty 3:48
12 Laugh, I Nearly Died 4:54
13 Sweet Neo Con 4:33
14 Look What The Cat Dragged In 3:57
15 Driving Too Fast 3:56
16 Infamy 3:47

Depois de atravessar 5 décadas de história da musica popular a maior banda de Rock n' Roll do Mundo aparece em 2005 carregada de energia como se nada se tivesse passado. As zangas, as birras, os maus momentos musicais e sabe-se lá que mais, foram apenas etapas de percurso que acabaram por fortalecer os alicerces desta instituição que chega a esta altura numa forma bastante consistente e arrasadora. Velhos? Talvez, mas são de boa estirpe.
A Bigger Bang, Cd editado em 2005, é mesmo uma explosão acima de todas as expetativas, a idade da banda e os albuns menos conseguidos de alguns anos para cá nao deixavam antever uma obra deste calibre. O trabalho de composição continua a cargo dos Glimmer Twins, Jagger/Richards, assim como a produção a que teremos só de acrescentar o nome de Don Was. Jagger e Richards escreveram para este album dezasseis temas impecáveis em que não se encontram divergências mas sim uma linha de coesão e harmonia quase perfeita onde é difícil apontar qualquer defeito. O longo historial da banda transporta-nos por diversos períodos que o coletivo atravessou ao longo dos anos e resquícios de todas essas fases encontram-se por todo o album mas já numa forma assimilada ou corrigida. Noutros termos os Rolling Stones não se meteram com grandes invenções limitaram-se a ser simplesmente os genuínos e a aplicar na íntegra aquilo que melhor sabem fazer, fortes e coesas canções de Rock n' Roll, conseguindo neste trabalho um resultado bastante positivo.
Logo na entrada do Cd somos atacados pelo som sujo e implacável de "Rough Justice", como que uma espécie de aviso para o que vamos encontrar, no entanto só voltamos a sentir essa força mais para a frente em temas como "Oh No, Not You Again", "Sweet Neo Con" e "Look What
The Cat Dragged In". Até lá vamos sentido vontade de dançar com "Rain Fall Down", participação de Matt Clifford em Teclados, acompanhamos os Stones num regresso as raízes, os Blues, com "Back Of My Hand", sentimos a força das baladas "Streets Of Love" e "Laugh, I Nearly Died" e, como sempre, temos direito a (dois) temas interpretados por Keith Richards, "This Place Is Empty" e "Infamy".
Juntam-se à banda o Baixista Darryl Jones, o Teclista Chuck Leavell e Don Was acaba por dar uma mãozinha nos Teclados para além do trabalho de Produção. A Bigger Bang revela-se como um verdadeiro album a La Rolling Stones...and we like it!

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Lies- GUNS N' ROSES


G Side 1986
1 Reckless Life 3:20
2 Nice Boys (Wells/Anderson/Royal/Leach/Cooks) 3:02
3 Move To The City 3:42
4 Mama Kin (Tyler) 3:54
R Side 1988
1 Patience 5:53
2 Used To Love Her 3:10
3 You're Crazy 4:08
4 One In A Million 6:08

Um ano após o sucesso da edição de Apettite For Destruction os Guns N' Roses lançam em 1988 este vynil em que incluiram o Ep Live Like A Suicide na face G Side 1986, captado ao vivo e editado originalmente como um Ep em 1986, juntaram-lhe quatro temas essencialmente acusticos, gravados em estudio em 1988, na face R Side 1988 e intitularam o resultado final como Lies. Será caso para aplicar o conhecido proverbio Português "com a verdade me enganas" uma vez que o que se passou foi reutilizar material previamente editado antes do grande boom de Apettite e adicionar-lhe quatro temas simples, gravados acusticamente, sem grandes produções e prontos a consumir. Estava assim pronto o sucessor de Apettite For Destruction.
Por outra via podemos tirar outra ilação acerca desta edição em que a banda nos é apresentada de uma forma explosiva, brutalmente nua e crua ao vivo em palco na face G(uns), assim como uma banda badaleira, em estudio, quase limpinha e pura, não fossem os conteudos liricos das quatros canções apresentadas, na face R(oses). Em qual delas se rege a mentira? Acima de tudo é apenas uma questão de Rock n' Roll e, tal como verso da canção cantada por Axl Rose, "Nice Boys don't play Rock N' Roll".
Os quatro temas gravados ao vivo são de uma energia estonteante, "Reckless Life" e "Nice Boys" roçam a fronteira do Punk, e a banda já nesta altura denotava segurança em palco. "Move To The City" já evidencia algum trabalho de composição e "Mama Kin" pertence aos ... Aerosmith. "Patience" é a balada de serviço e o sucesso deste album, a que se segue, e seguiu, uma simplicissima e humoristica "Used To Love Her". "You're Crazy", que aparece na versão elétrica em Appetite For Destruction, retoma em Lies a forma em que foi escrita originalmente, acústica. A fechar o album vem o racismo incontido de "One In A Million".
Lies acaba por ser ser um documento interessante e revelador da capacidade de antítese, tal como o nome da banda indica, dos Guns n' Roses.

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Terra Prometida - LENA D'ÁGUA

Lado A 1 Tudo Bem 5:06 2 Estou Contigo 4:07 3 Beco 5:11 4 Tao 5:36 Lado B 1 Dou-te Um Doce 3:12 2 Dança Comigo 4:39 3 Valsa Nova 4:13 4 Ulisseia 4:48 5 Terra Prometida 4:59 

Para trás ficou a Banda Atlântida, depois de dois álbuns, permanecendo a colaboração com Luís Pedro Fonseca como compositor, músico, e produtor a par de Robin Geoffrey Cable. Terra Prometida, Lp editado em 1986, mostra-se como um trabalho criado em estúdio numa forma mais elaborada, as caixas de ritmos e os sintetizadores marcam aqui uma presença fundamental à semelhança de qualquer outro trabalho da época. Lena d'Água é-nos introduzida de uma forma mais amadurecida e se no trabalho anterior a pop europeia era mais evidente aqui sente-se mais a influência do trabalho de produção norte-americano do qual "Tudo Bem", tema de abertura do álbum, é o melhor exemplo. O álbum viaja por diversos momentos, ou estilos, todos eles criados com bom gosto como a beleza pop de "Estou Contigo", o exotismo oriental muito bem captado em "Tao" ou o drama intenso de "Beco". Nao deixo aqui de pensar que "Beco" teria sido um belo tema para a voz de Adelaide Ferreira. Lena d'Água emprega-lhe mais doçura mas o tema em si pede mais dramatismo de interpretação, a interpretação de Lena não deixa no entanto de ser belíssima. Segue-se "Dou-te Um Doce", o êxito da altura, um single de Verão com boa disposição e ambiente tropical quanto baste, para vender obviamente. "Dança Comigo" é o meu momento preferido, tem bom balanço, bastante ritmado, e uma guitarra quase funky. Os três temas finais estão mais dentro do nosso estilo, se bem que "Valsa Nova" ainda passa um bocado despercebido mas já se nota mais o estilo de produção nacional. "Ulisseia" é um instrumental com vibrações de gloria e "Terra Prometida" encerra em jeito espiritual, bastante angélico (uns anos mais tarde e diríamos estar a copiar Julee Cruise em Twin Peaks). Num álbum povoado de tecnologia os músicos escasseiam, Luís Oliveira é o guitarrista de serviço, Carlos Araújo é o baixista, Guilherme Inês toca bateria em "Valsa Nova" e "Ulisseia", as restantes são programadas por ele. Tó Leal, antigo companheiro de Lena d'Água noutras aventuras musicais, participa nos coros. Luís Pedro Fonseca ocupa-se do resto. Terra Prometida tem tudo para ser um bom álbum mas "peca" por estar elaborado de uma forma pouco habitual entre nós e com falta de exposição fora de portas. Fica como mais um bom trabalho de Luís Pedro Fonseca com Lena d'Água, e Lena a provar mais uma vez ter uma nossas vozes mais cristalina, mais doce e mais pura.