quarta-feira, 23 de abril de 2008

In The Court Of The Crimson King - KING CRIMSON


Side A
1 21st Century Schizoid Man/Mirrors 7:24
2 I Talk to the Wind 6:05
3 Epitaph/March for No Reason/Tomorrow and Tomorrow 8:47
Side B
4 Moonchild/The Dream/The Illusion 12:12
5 The Court of the Crimson King/The Return of the Fire Witch/The Dance of the Puppets 9:22

Em 1969 os King Crimson desafiavam as leis da gravidade e levitavam o seu som até aos confins das galáxias. A metafísica ocupa grande espaço desta obra deixando os conceitos terrenos entregues a figuras convencionais. A razão da loucura transcende o homem e cria espaços, lugares, musas, e uma intemporalidade e realidades distintas onde a esquizofrenia e a insanidade se podem encarar como propriamente sãs.
A concepção musical é cuidada mas por vezes o caos instala-se tal como logo no início com "21st Century Schizoid Man", um tema louco, cantado com voz distorcida, em que o saxofone de Ian McDonald é prepoderante através de uma intervenção autenticamente free, no conceito mais "livre" da palavra, no entanto a desordem é controlada. Tudo parece correcto mesmo não o sendo, a reflexão é feita através de um dos versos de "I Talk To The Wind": "I'm on the outside looking inside/What do I see/ Much confusion, disillusion/ All around me". Neste tema muito calmo é Ian McDonald quem se faz mais notar através de um maravilhoso som de flauta que domina a peça. A confusão da mente continua com "Epitaph" que fica muito bem na voz de Greg Lake, tal como todos os outros temas.
"Moonchild" é uma peça única e ainda mais transcendente que as restantes. Se nos deixarmos absorver integralmente por esta peça a libertação do espírito é divina e emocional, há uma relação espaço-tempo, e este tema é o mais longo, em que o silêncio e a improvisação nos deleitam singularmente a alma. Lindo.
O último tema oferece-nos uma visão mais singular deste reino, em que o coro, no momento crucial, lhe dá o toque mais divino.
De referir obviamente o nome de Robert Fripp, guitarrista, principal mentor deste projecto e tambem Peter Sinfield o criador dos textos e de toda esta espectacular ambiência.
Fundamental.

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