quarta-feira, 1 de agosto de 2012

Animals - PINK FLOYD

Side A
1 Pigs on the Wing 1 1:23
2 Dogs 17:00
Side B
1 Pigs (Three Different Ones) 11:22
2 Sheep 10:18
3 Pigs on the Wing 2 1:23

Em 1977, para além da explosão do Punk, acentuava-se a tensão entre os egos Waters / Gilmour, sendo Waters quem mais se ressentia perante a descontraída passividade de Gilmour. Não admira por isso que todos os temas de Animals, com exceção de “Dogs”, sejam assinados somente por Roger Waters, que assim começava a assumir de vez a liderança da banda. É sob esta posição que Roger Waters avança de forma firme para Animals inspirando-se na obra literária de George Orwell "O Triunfo dos Porcos" para criar um álbum conceptual sob uma égide sombria e uma atmosfera pesada. Não sendo um trabalho harmonioso e envolvente como os Pink Floyd tinham criado até aqui não deixa de ser um dos seus trabalhos mais bem conseguidos e David Gilmour até consegue neste album uma das suas melhores prestações, se não mesmo a melhor, em todos os registos da banda. David Gilmour compensa de forma categórica o facto de estar de fora do trabalho de composição, a sua sonoridade nunca foi tão forte, tão suja e ao mesmo tempo tão impressionável como aqui, ouça-se a sensual utilização de uma Talk-Box em “Pigs”. E se Nick Mason nos aparece igual a ele próprio na Bateria é o Teclista Rick Wright o elemento mais deslocado do seu habitual. Sente-se a presença de Rick Wright no álbum mas é no momento de respiração em “Dogs” e na sua fundamental presença em “Sheep” que mais se ouve o seu registo habitual.
Longos temas, exceção para o minuto e pouco de “Pigs on The Wing” que abre e fecha o registo, sendo “Sheep” com os seus 10’ o tema mais curto, percebendo-se logo aqui que este não é um álbum para as massas, é inclusive no final da digressão deste álbum, num concerto em Montreal, Canadá, que Waters cospe literalmente a sua frustração, de não ser ouvido, na cara de um fã.
Problemas à parte, “Animals” é uma presença muito forte no catálogo da banda quer pela sua diferença quer pelo resultado final, um álbum muito denso e que apesar das divergências consegue ser coeso e brilhante.

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