domingo, 28 de outubro de 2007

Loveless - MY BLOODY VALENTINE


1 Only Shallow 4:17
2 Loomer 2:38
3 Touched :56
4 To Here Knows When 5:31
5 When You Sleep 4:11
6 I Only Said 5:34
7 Come in Alone 3:58
8 Sometimes 5:19
9 Blown a Wish 3:36
10 What You Want 5:33
11 Soon 6:58
Brumas sónicas, saturadas de distorção, chegam-nos de Dublin e preenchem este album, no entanto é interessante encontrar tanta sensibilidade em tamanha brutalidade. A banda esconde-se, timidamente, por detrás desta muralha de som distorcido, no entanto tão melódico e tão Pop. As letras mal se conseguem perceber mas o canto está bem inserido nas músicas, funde-se de tal forma que a melodia sai fluentemente incorporada na estrutura das canções. Originais? É dificil aceitar, actualmente, alguem como original num universo Pop ou Rock tantas são as influências que podem alterar o curso das coisas, e isso verifica-se aqui pois são várias as sonoridades que aqui se podem encontrar e que neste album, de 1991, quase criam uma colectânea da sonoridade Indie dos anos 80.
Encontrei os inicíos dos New Order em "When You Sleep", construção de acordes tipicamente deles. Em "Blown a Wish" lembrei-me logo dos Cocteau Twins, bela canção. Os Jesus and Mary Chain são constantemente evocados na maior parte dos temas, mas mais evidentes em "Come in Alone", tal como os Sonic Youth, os reis de toda a sonoridade Indie, cujo espirito terá influenciado grandemente a banda a esconder-se por tras da tal muralha distorcida. "To Here Knows When" têm qualquer coisa de minimal, via Philip Glass que tão em voga andou nos anos 80. "I Only Said" é outra faixa que nos entra bem, muito Pop, e "Sometimes" tem uma guitarra acústica a tentar sobreviver a tamanha distorção e consegue-o e distingue-se bem e acaba por criar uma excelente atmosfera, à la Cure. A fechar esta obra, tão apreciada no geral, vem o tema com a sonoridade mais vulgar, "Soon". A bateria aqui, ao contrário dos outros temas, sobressai bastante num ritmo muito dançável ao andamento de Madchester que estava nesta altura em pleno apogeu, quase que parecem os Stone Roses.
Ao evocar tamanhas influências não quero com isso criticar negativamente o trabalho da banda, pelo contrário, acho que usaram muito bem essas influências, e quem é que hoje em dia não é influenciado pelo quer que seja? Pena é não ter surgido mais nenhum trabalho após este lançamento, o terceiro da banda apenas.

Sem comentários: