domingo, 21 de outubro de 2007

Emotive - A PERFECT CIRCLE


1 Annihilation (Borruso, Douglas, Pheng) 2:13
2 Imagine (Lennon) 4:48
3 (What's So Funny 'Bout) Peace, Love and Understanding? (Lowe) 5:03
4 What's Going On (Benson, Cleveland, Gaye) 4:53
5 Passive (Howerdel, Keenan, Lohner, Reznor) 4:10
6 Gimmie Gimmie Gimmie (Ginn) 2:18
7 People Are People (Gore) 3:43
8 Freedom of Choice (Casale, Mothersbaugh) 2:59
9 Let's Have a War (Cramer, Ving) 3:28
10 Counting Bodies Like Sheep to the Rhythm of the War Drums (Howerdel, Keenan) 5:36
11 When the Levee Breaks (Public Domain) 5:55
12 Fiddle and the Drum (Mitchell) 3:06

Ao terceiro album este excelente projecto entregou-se às versões, o que se passou? Falta de inspiração? Necessidade de cumprir contrato e meter rapidamente um novo album na rua? Não sei a resposta a estas questões mas confesso que ao saber que este era um album de versões, excluindo dois temas, "Passive" e "Counting Bodies Like Sheep to the Rhythm of the War Drums", fiquei um tanto ao quanto desconfiado quanto ao seu conteudo, ainda para mais com temas como "Imagine" de John Lennon, "What's Going On" de Marvin Gaye, "When the Levee Breaks" conhecida pela interpretação dos Led Zeppelin ou "Fiddle and the Drum" de Joni Mitchell. Não entendo que critério terá levado à escolha destes trabalhos, acima de tudo históricos mas dos quais não vejo ligação com a banda. Poderão ter sido escolhidos por uma questão de admiração e respeito, no entanto penso que uma banda destas não teria necessidade de recorrer tão cedo a este tipo de trabalho, mas o certo é que depois deste lançamento em 2004 não apareceu nada de novo.
Depois dos medos e das dúvidas acerca do conteudo desta edição é com satisfação que escrevo agora sobre este trabalho. Gosto bastante do que me é aqui apresentado, a banda trabalhou as versões e tornou-as suas vestindo-as com a sua sonoridade. Não vou dizer que estão melhores que os originais, porque não estão, mas estão ao melhor estilo dos "A Perfect Circle" e por isso soam-nos grandiosas e envolventes. "What's Going On", de Marvin Gaye, não tem a sonoridade Soul do original, mas tem uma ambiência etérea e espacial, em contraste "Imagine" de John Lennon, é apresentado ainda mais triste e pesaroso, deve ser o que gostei menos. "People Are People", dos Depeche Mode, não o consigo conhecer aqui, apesar de manter uma linha electronica como o original. "When the Levee Breaks" é um tema de Blues originalmente gravado em 1929, mas mais conhecido pela versão dos Led Zeppelin no grandioso album que é "Led Zeppelin IV" em 1971. Este tema aparece creditado como "Public Domain" isto deve-se ao facto de uma vez que já passaram 78 anos sobre a sua primeira gravação este tema é hoje considerado"Public Domain", significando isso que qualquer um o pode tocar ou gravar sem ter de pagar quaisquer direitos de autor. A versão não tem nada a ver com a dos Led Zeppelin, a mais conhecida, a letra está alterada mas temos aqui outra boa versão com uma sonoridade muito enigmática. "Let's Have a War" é um tema que não conheço no formato original, tal como a banda Punk que o escreveu em 1982, os "Fear", mas é dos que gostei mais.
Como já referi no inicio há aqui dois temas que não são versões, "não" no sentido de não serem temas exteriores à banda. "Passive" foi escrito por Maynard James Keenan, co-fundador da banda, Trent Reznor (Nine Inch Nails) e Danny Lohner para um projecto que tentavam desenvolver chamado Tapeworm mas que nunca chegou a ver a luz do dia. O tema foi adoptado pelos A Perfect Circle e aqui apresentado, como versão. O outro tema em condições semelhantes é "Counting Bodies Like Sheep to the Rhythm of the War Drums" que é, aparentemente, uma sequela de "Pet" do segundo album dos A Perfect Circle "Thirteenth Step", de 2003.
Para quem gosta da banda ser-lhe-á fácil adaptar aos temas, pois soam como os outros albuns da banda, não há razões para preconceitos. Tocar estes temas, dar-lhes novas vidas vestindo-os de uma nova forma é tambem um trabalho de criação que requer uma certa dose de visão pessoal de quem o está a fazer, e essa visão reflecte-se aqui. Quem gosta da banda gosta deste album.

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