quarta-feira, 10 de outubro de 2007

Frances The Mute - THE MARS VOLTA


1 Cygnus...Vismund Cygnus: Sarcophagi/Umbilical Syllables/ Facilis Descenus Averni/Con Safo   13:02
2 The Widow   5:50
3 L'Via L'Viaquez   12:21
4 Miranda That Ghost Just Isn't Holy Anymore: Vade Mecum/Pour Another Icepick/Pisacis (Phra-Men-Ma)/Con Safo   13:09
5 Cassandra Geminni: Tarantism/Plant a Nail in the Navel Stream/Faminepulse/Multiple Spouse Wounds/Sarcophagi   32:31

Eis uma edição relativamente recente, saiu em 2005, e que me entusiasmou por completo. Já me tinha entusiasmado bastante com o álbum anterior, "De-Loused in The Comatorium" de 2003, que mesmo assim considero alguns pontos acima deste no entanto ambos são grandiosas obras desta banda extremamente influenciada pelo rock progressivo de inícios dos anos 70. Consigo ver neste álbum uma espécie de aura criada pelos álbuns "Led Zeppelin II e III" e também pela fase experimentalista dos Pink Floyd em "Ummagumma". Para baralhar ainda mais a coisa, a banda também envereda por ondas mais latinas como a salsa e também dá para notar uma aura, mais pequena, de um Carlos Santana a vaguear por estas bandas. Tudo boas referências/influências a que a banda junta ao seu som rock numa atmosfera fortemente elevada por grandes doses de psicadelismo e bafejada de fortes sons de guitarras hard e ritmicamente irrequietas.
O álbum é composto por cinco temas, sendo três deles longas suites, algo a que hoje já não estamos muito habituados. A primeira suite é "Cygnus...Vismund Cygnus" que capta bem o espírito do álbum anterior, segue-se a faixa "The Widow" que nos faz pensar se Robert Plant terá aqui um sucessor e banda à altura, excelente. Em "L'Via L'Viaquez" o tema saltita entre uma sonoridade hard e um ritmo salsa, é um tema bastante intenso e talvez o mais conhecido deste registo. De regresso às suites temos "Miranda That Ghost Just Isn't Holy Anymore" que por vezes lembra a sonoridade "Ummagumma" dos Pink Floyd e daqui até à suite seguinte, a última, estende-se um ambiente mais experimentalista com laivos de free-jazz através de um sax-tenor endiabrado. De referir ainda as presenças, habituais, de Flea e John Frusciante dos Red Hot Chilli Peppers, ou não fossem eles amantes de fortes emoções.
Não é um álbum que se recomende a qualquer um. Apesar de ser um trabalho progressivo não se recomenda, por ex. a fãs dos Yes, agora se se for apreciador de doses mais fortes de progressivo mais experimental e mais hard há aqui trabalho para explorar. Também não tem nada a ver com o progressivo mais metal e mais perfeito de uns Dream Theater, aqui joga-se duro e crú. Não é fácil de encaixar às primeiras audições.

texto revisto em Outubro, 2019

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