quarta-feira, 14 de novembro de 2007

Everything You Always Wanted To Hear On The Moog* - Semi-conducted by Andrew Kazdin and Thomas Z.Shepard


Side 1
1 CHABRIER: España (6.17)
2 LECUONA: Malagueña (3:14)
3 BIZET: Prelude to Act I; Habanera; Introduction to Act I (Los Toreadores) from "Carmen" (5.30)
Side 2
RAVEL: Bolero (14.33)

A turbulenta década de 60 chegava ao fim e após tanta revolução, tanta vontade de alterar a forma de ver o mundo, muitas coisas viriam mesmo a mudar, nomeadamente na arte de fazer música. A década de 70 acelerava rapidamente em direcção ao futuro, novas ideias, novas experiências, novas fusões e novos instrumentos. São tudo situações que ainda hoje acontecem, e ainda bem que estamos em permanente evolução, seja isso bom ou mau, mas na década de 60 começaram-se a desenvolver, mais atenciosamente, conceitos de utilização electrónica na música e nascem as primeiras formas de sintetizadores, que ainda hoje são olhados de soslaio por muitos. Um dos mais conhecidos era o famoso Moog, que inicialmente era uma máquina enorme, dividida por vários módulos. É este Moog que é utilizado neste Lp, editado em 1971, por dois produtores da CBS, Andrew Kazdin e Thomas Z.Shepard. Para além de produtores eram tambem; A.Kazdin contribuiu para bastantes albuns da CBS como arranjador e condutor, compôs algumas obras e tocava profissionalmente Timpanos na zona de Nova Iorque, T.Shepard compôs, arranjou e conduziu, tal como o colega, diversos trabalhos para a CBS e tocava Piano na area da música de câmara.
Ambos decidiram fazer algo inédito na altura, utilizar essa amálgama de osciladores, filtros e amplificadores, denominada de sintetizador Moog, para reproduzirem integralmente uma colecção de peças orquestrais, criteriosamente selecionadas para terem um tratamento natural nesta nova forma de fazer música, as peças escolhidas foram peças elementares da música Espanhola. Nasceu assim este album, hoje em dia mais uma curiosidade do que uma peça fundamental. É interessante passar por esta experiência, ouvir estas peças desta forma que por vezes nos soa bastante cómica, e admirar tal trabalho visto à altura em que foi feito.
De salientar que o Moog não tocava mais que duas notas em simultâneo, quer isto dizer que os dois homens tiveram de tocar as melodias, tal como nas peças originais, individualmente e em algumas vezes eram vinte elementos musicais a precisarem de ser reproduzidos num processo de gravação multi-pistas, ainda em desenvolvimento na altura.
É de ouvir e perceber como a electronica tem vindo a evoluir e pode ser utilizada em qualquer estilo de música.
*but were afraid to ask for

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