domingo, 18 de novembro de 2007

Burning Bridges - NAKED EYES


Side 1
1 Voices in My Head 3:46
2 I Could Show You How 3:24
3 Very Hard Act to Follow 4:01
4 Always Something There to Remind Me (Bacharach, David) 3:41
5 Fortune and Fame 3:16
6 Could Be 2:48
Side 2
7 Burning Bridges 3:34
8 Emotion in Motion 4:40
9 Low Life 3:51
10 Time Is Now 3:22
11 When the Lights Go Out 3:00
12 Promises, Promises 4:26
Pete Byrne (Voz) e Rob Fisher (Teclados) iniciaram o projecto britânico Naked Eyes em 1981 no entanto só em 1983 viriam a editar um album, Burning Bridges. Este trabalho conseguiu algum impacto muito por causa do single, e do video, "Always Something There To Remind Me" uma boa versão do duo autor Bacharach and David. Em 1984 os Naked Eyes voltam à carga com novo registo, Fuel for the Fire, mas sem grandes resultados, em consequência nesse mesmo ano deram por findas as suas actividades como duo. Resume-se assim a curta carreira de mais uma banda Pop nos anos 80 mas ainda há alguma coisa a dizer acerca deste seu primeiro album que afinal não se resume só ao dito single.
Em 1983, com 13 anos, eu era um dos possuidores desse single maravilhoso que era "Always Something There to Remind Me", e adorava a canção, e nem fazia ideia que a música era uma versão de "um tal" de Bacharach. Ao fim de 24 anos venho a adquirir o Lp que tem o referido Single e descubro, para meu espanto, uma obra bem feita à altura de outros trabalhos maiores tidos como referência desta época, hoje tão saudosa.
A Pop electrónica dominou os inícios desta década, os sintetizadores ditaram o som que se ouvia e este album conta com alguns, Rob Fisher usou os seguintes: Fairlight CMI, Synclavier 2, PPG Wave2.2, Emulator, OBX-a, Prophet 5, um Grand Piano e até um Cravo. Como músicos adicionais pode-se ainda contar com o produtor do album, Tony Mansfield, que tambem dá uma ajuda em guitarra, e toca uma bateria electrónica Simmons Drums, C.C.Smith ocupa-se dos sopros, Martin Dobson só para Saxofone e Flauta e um baterista convencional que é Phil Towner.
Como estou a escrever acerca de um Lp posso dividir a opinião pelo que temos um Lado A em grande nível, canções muito equilibradas sem nada a apontar, as quatro primeiras deveriam mesmo constar de um registo acerca de canções, Pop, obrigatórias dos anos 80. A última faixa deste lado, "Could Be", conta com um bem metido solo de Saxofone. Quanto ao Lado B já é menos equilibrado, os quatro primeiros temas são boas canções mas não tão envolventes como as do lado oposto, são construidas de uma forma menos directa, obrigam o ouvinte a prestar mais atenção ao que se passa, "Low Life" foge aos parâmetros iniciais da obra por incluir um modesto arranjo de sopros, por exemplo. Os dois ultimos temas estão ao nível de todo o Lado A, "Promises, Promises" foi inclusive o segundo single e tem forte presença de guitarra eléctrica com direito a um pequeno, mas bom, solo.
É uma obra a re-descobrir pertença de uma época que ainda têm, certamente, muitas pérolas por encontrar. Na altura dizia-se que este género facilmente passaria de moda e rapidamente seria esquecido. Não me parece, pois acontece precisamente o contrário e chego agora à conclusão que tudo deveria ter sido levado mais a sério. A música só passa de moda para os seguidores das modas, para o melómano será sempre um prazer não estar na moda e apreciar o que bem lhe apetece, seja de que época for.

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