sexta-feira, 10 de outubro de 2008

Lounge Lizards - THE LOUNGE LIZARDS


1 Incident on South Street 3:25
2 Harlem Nocturne (Hagen) 2:07
3 Do the Wrong Thing 2:42
4 Au Contrarie Arto 3:26
5 Well, You Needn't (Monk) 1:58
6 Ballad 3:25
7 Wangling 3:01
8 Conquest of Rar 3:17
9 Demented 2:06
10 I Remember Coney Island 3:30
11 Fatty Walks 2:56
12 Epistrophy (Clarke, Monk) 4:17
13 You Haunt Me 3:40

Corria o ano de 1981 quando este álbum, o primeiro do colectivo, aqui em cd, viu a luz do dia, no entanto é um álbum de, e para, gente da noite. Estamos perante um autêntico trabalho underground nova-iorquino envolto numa estética muito vanguardista onde o jazz se mistura com outras linhagens, nomeadamente a sua forma mais free, passando pelo rock e algum do ambiente mais noir do cinema policial das décadas mais remotas, em suma, explosivo.
John Lurie, no saxofone, assume-se desde logo como o líder deste quinteto que executa música de uma forma extrovertida. As nuances dos Lounge Lizards são sóbrias mas também atrevidas e por vezes roçam a experimentação, mas o resultado é um trabalho pleno de criatividade que desperta os sentidos. O baterista Anton Fier revela-se como o segundo elemento mais notado pois estamos perante uma autêntica máquina rítmica de execução, rica em dinâmicas, que quase não respira de tanta actividade.
Arto Linsday credita-se como o guitarrista de serviço mas as suas execuções estão longe de serem convencionais, desiluda-se quem espera ouvir fraseados melódicos ou escalas debitadas, Lindsay desenvolve uma técnica de execução baseada na utilização das cordas e dos pickups do instrumento de facto, mas de outras variadas formas, apetitoso nomeadamente para quem gosta de coisas diferentes.
Evan Lurie, irmão de John Lurie, apresenta-se nos teclados e revela-se também um excelente criador de ambientes, Steve Piccolo no baixo corresponde perfeitamente ao que a banda exige dele, muito seguro.
De notar a presença de dois temas de Thelonious Monk, "Well You Needn't" e "Epistrophy", e um tema de Earle Hagen, "Harlem Nocturne", os restantes são originais da banda.
Sem destacar nenhuma faixa em particular, todas são perfeitas, seja lá o que isso for, destaco o álbum como um todo, composto por treze temas loucos, todos curtos, que nos convidam a fazer o que quer que seja ao seu ritmo. Experimentem deixar o corpo submeter-se ao que se sente ao ouvir este trabalho.

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