domingo, 6 de agosto de 2023

The Concerts In China - JEAN-MICHEL JARRE


1 The Overture (Jean-Michel Jarre)   4:47
2 Arpegiator (Jean-Michel Jarre)   6:51
3 Equinoxe IV (Jean-Michel Jarre)   7:39
4 Fishing Junks At Sunset (Jean-Michel Jarre)   9:35
5 Band In The Rain (Jean-Michel Jarre)   1:23
Equinoxe VII (Jean-Michel Jarre)   9:52
7 Orient Express (Jean-Michel Jarre)   4:21
Magnetic Fields I (Jean-Michel Jarre)   0:28
9 Magnetic Fields III (Jean-Michel Jarre)   3:48
10 Magnetic Fields IV (Jean-Michel Jarre)   6:43
11 Laser Harp (Jean-Michel Jarre)   3:26
12 Night In Shanghai (Jean-Michel Jarre)   7:01
13 The Last Rumba (Jean-Michel Jarre)   2:03
14 Magnetic Fields II (Jean-Michel Jarre)   6:19
15 Souvenir Of China (Jean-Michel Jarre)   4:00

Em Outubro de 1981, o francês Jean-Michel Jarre tornava-se no primeiro músico ocidental a ser oficialmente convidado para atuar na China pós-Maoísta. Um convite governamental para Jean-Michel Jarre se apresentar ao vivo em cinco concertos de arena fechada, duas datas em Pequim e três em Xangai, com a majestosidade do seu espetáculo de música eletrónica. A audiência da primeira data compunha-se exclusivamente por elementos das forças militares Chinesas, facto que levou Jean-Michel Jarre a distribuir bilhetes à população, nas ruas, para que também tivessem oportunidade de assistir às próximas datas da sua atuação. 

À data, a maquinaria necessária para um espetáculo de música eletrónica desta envergadura envolvia uma grande parafernália de sintetizadores, sequenciadores, módulos e outros 'artefactos' semelhantes. Para a manipulação de todo este equipamento em palco, Jean-Michel Jarre levou três músicos de apoio para que as atuações fossem tocadas integralmente ao vivo; Frédéric Rousseau e Dominique Perrier partilharam os sintetizadores e Roger Rizzitell encarregou-se da percussão ... eletrónica. Não houve utilização de qualquer instrumento acústico em palco, percussão incluída.       

A espetacularidade do concerto envolvia, para além da música, uma grandiosa exibição de efeitos de luz e de raios laser mas o foco desta resenha é mesmo a música em si. Para esta pequena e tão peculiar digressão, Jean-Michel Jarre criou novo repertório do qual se encontram seis peças nesta edição; o detalhe futurista de "Arpegiator", a pulsante viagem de "Orient Express", a singular e inédita atuação de "Laser Harp", o misterioso caráter oriental de "Night In Shanghai", um bonito hino de despedia sob a forma de um adágio para "Souvenir Of China", e um momento simbólico em que Jean-Michel Jarre funde duas culturas tão diferentes entre si com um novo arranjo para "Fishing Junks At Sunset", peça tradicional Chinesa que foi interpretada e gravada com a Orquestra Sinfónica do Conservatório de Pequim. Mais tarde, Jarre definiria esta peça como 'um confronto entre instrumentos antigos e instrumentos modernos'. O restante repertório do registo assenta em peças dos dois últimos álbuns de Jean-Michel Jarre, 'Equinoxe', de 1978, e 'Magnetic Fields', de 1981. O registo ao vivo data de 1982.

Esta é uma viagem com tanto de surpreendente como de inovação que Jean-Michel Jarre aceitou fazer como um desafio a si próprio e ao valor da sua música. Era a oportunidade ideal para mostrar a sua obra a uma audiência invulgar e tão pura. O regime fechado da China de 1981 dava poucas hipóteses, ou mesmo nenhumas, de se estabelecer contato com todo o mundo exterior às suas fronteiras. A escolha da apresentação da música de Jean-Michel Jarre terá sido feita com base no seu modernismo e no seu caráter futurista, o que não deixa de ser algo curioso para um país fechado nas suas tradições. Mas a China tradicional condenava a vulgar decadência da música ocidental, nomeadamente o rock'n roll, mas via com bons olhos tudo o que fosse novo e usasse novas tecnologias.   

A edição original em vinil era dupla e muitas das edições em CD também são duplas. Esta re-edição de 1997 reúne todo o álbum num só CD, remasterizado digitalmente 96Khz - tecnologia 24 bit, por Scott Hull, Masterdisk, New York.

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