terça-feira, 7 de setembro de 2021

Aula Magna 1983 - TROVANTE - CD01


1 Lua de Março (C. Tê/J. Gil)   5:32      
2 Pedra no Charco (L. Represas/J. Gil/M. Faria)   3:51   
3 Ribeirinho (F. Pessoa/J. Gil/J. Martins)   3:11   
4 Ibérica (J. Gil)   6:00   
5 Oração (J. Monge/J. Gil/M. Faria/L. Represas)   4:30      
6 Outra Margem (Maria R. Colaço/Trovante)   2:35    
7 Rio Largo de Profundis (J. Afonso)   2:11   
8 Caramba (S. Godinho)   3:17   
9 Comboio (L. Represas/J. Gil/M. Faria)   4:17

A 28 de Maio de 1983 os portugueses Trovante enfrentavam uma 'prova de fogo' em Lisboa. Há dois anos que o coletivo não tocava ao vivo na capital portuguesa e iriam então apresentar-se perante uma Aula Magna completamente esgotada, que os aguardava com carinho e expetativa. Na bagagem, os Trovante levavam o seu novo trabalho 'Cais Das Colinas' e um belo naipe de músicas de autores que admiravam.

Os Trovante viriam a terminar oficialmente em 1991, sem que a gravação dessa noite memorável na Aula Magna fosse editada em formato discográfico. Vinte anos depois, em 2003, reencontraram-se as fitas e as capas e logo se procedeu à mistura daquele que foi o concerto de consagração da banda perante o público lisboeta. A edição seria feita nesse mesmo ano, apenas em formato de cd duplo.

É interessante perceber como os Trovante se foram "afastando", aos poucos, da música mais tradicional e começaram a integrar elementos de outros géneros, nomeadamente pop e jazz. Uma fusão benéfica e esclarecedora que abria novas portas ao coletivo e incentivou a sua evolução musical. Apesar da abertura musical, já evidenciada no álbum 'Cais Das Colinas', o concerto da Aula Magna esperava uma banda ainda agregada ao seu passado mais tradicional. 

A segurança com que Luís Represas inicia a sua prestação em "Lua de Março", após uma breve introdução instrumental, transmite confiança e prenuncia uma boa atuação, que no final se confirma vitoriosa através da entusiasmante prestação da audiência, que terminou a noite em cima do palco. A serenidade de "Pedra No Charco", complementada pelos cuidados arranjos musicais, cria espaço para um momento de fusão mais popular com "Ribeirinho", que por sua vez conduz ao instrumental "Ibérica". 

"Oração" é uma peça mais séria, que Luís Represas apresenta com cuidado e respeito, uma prece de ambiente pesado e sentido. Com "Outra Margem" a banda sai pela primeira vez do alinhamento de "Cais Das Colinas", seguindo-se a interpretação de duas versões, da autoria de José Afonso e Sérgio Godinho respetivamente, que têm a capacidade de elevar o entusiasmo da sala e arrancar a primeira participação da audiência, com acompanhamento em palmas. Antes de partir para um pequeno intervalo, há ainda tempo para embarcar na complexidade rítmica de "Comboio", finalizando também o primeiro cd da edição, que inclui toda a primeira parte do concerto. 

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