2 Dei-lhe Carros E Prendas (António M. Ribeiro) 3:57
3 End Rock? (António M. Ribeiro) 1:09
4 Raiva End Roll (António M. Ribeiro) 2:19
5 Fã Número Um (Sou Eu E + Nenhum) (António M. Ribeiro) 2:14
6 Os Putos Vieram Divertir-se (António M. Ribeiro) 3:29
7 O Conselho Da Fada (António M. Ribeiro) 2:37
8 Em Tribunal (IV) (António M. Ribeiro) 1:03
9 Tu Mordes E Eu Deixo (António M. Ribeiro) 2:40
10 Por Uma Guitarra Eléctrica (António M. Ribeiro) 1:23
11 Eu Escolhi A Estrada Certa (António M. Ribeiro) 4:55
12 Aqui Vamos Nós/Sem Disfarce (António M. Ribeiro) 5:04
13 Memórias De Hotel (António M. Ribeiro) 4:58
14 Por Três Minutos Na Vida (António M. Ribeiro) 4:20
15 O Fim. The End? (António M. Ribeiro) 0:32
16 La Pop End Rock (António M. Ribeiro) 3:17
17 Ai Eme Ra (António M. Ribeiro) 1:24
18 O D.J. É Um Rei (António M. Ribeiro) 3:40
Ao segundo cd desta dupla edição, a história ficcionada com base no percurso dos UHF mantém, naturalmente, os moldes temáticos da 'primeira parte', adicionando simplesmente alguns detalhes de composição. Os interlúdios, ao jeito de um coro Grego, continuam a cumprir com o seu papel, surgem logo de início em "É Malhar! É Malhar" e depois "Em Tribunal (IV), a estrutura musical da predição da fada regressa como "Conselho Da Fada", e percebe-se agora que a peça instrumental "Por Uma Guitarra Elétrica" corresponde a um dos breves trechos que integram a intro de abertura para esta obra conceptual.
O preço da fama é elevado e o artista paga-o de diversas formas. "Dei-lhe Carros E Prendas" é um dos momentos musicais mais bem conseguidos do registo, com uma canção concisa e esclarecedora que evoca a aspereza das dissidências conjugais. Rock moderado e sincero, que se mostra mais decidido em "Raiva End Roll" e mais polido em "Eu Escolhi A Estrada Certa", seguindo destemidamente para a nobre excelência de "Aqui Vamos Nós/Sem Disfarce" e para a distinta abordagem de um novo capítulo musical com a inserção de elementos eletrónicos na exuberância de "Memórias De Hotel". O rock imberbe e orelhudo de "Os Putos Vieram Divertir-se" já ficou para trás.
O alinhamento do cd é também marcado pela aparição de alguns apontamentos acústicos, onde sobressai "Fã Número Um (Sou Eu E Mais Nenhum)" que António Manuel Ribeiro interpreta a solo. "End Rock" manifesta-se na brevidade de um instrumental acústico que prepara a passagem para outras atmosferas, enquanto a graciosa intimidade lírica de "Tu Mordes E Eu Deixo" e "Por Três Minutos Na Vida" é suportada por dois bonitos arranjos - a guitarra acústica em "Tu Mordes ... ", a que se junta o piano em "Por Três Minutos ... ". O final é anunciado com outro breve trecho instrumental acústico, "O Fim, The End".
Mas ainda há direto a encore e, como não podia deixar de ser, o rock ainda predomina para "La Pop End Rock", a faixa que dá título a esta obra. A designação "Ai Eme Ra" é relevante para o percurso dos UHF, que em 1997 rescindiram contrato com a BMG/Ariola e criaram a sua própria gestora de atividades, usando esta mesma denominação. "Ai Eme Era" enquadra-se na história da banda como um ponto de viragem e manifesta-se como uma faixa enigmática em rotação invertida, que o ouvido mais atento deverá identificar como o final invertido de "Aqui Vamos Nós/Sem Disfarce". No fim, como já passou a ser habitual, a festa pertence mesmo a "O D.J. É Um Rei".
Para além de comemorar os 25 anos de atividade artística dos UHF, o registo marca o início do percurso da banda com o núcleo mais duradouro da sua existência. O guitarrista António Côrte-Real - filho de António Manuel Ribeiro - e o baterista Ivan Cristiano, são ainda elementos da formação, enquanto que o baixista Fernando Rodrigues acompanhou a formação por cerca de vinte anos, entre o baixo e as teclas, mas já não faz parte da mesma. Fundamental também a participação dos músicos convidados no resultado final desta obra: Jorge Manuel Costa, que já tinha colaborado no álbum anterior, funciona aqui como um 'quinto elemento' da banda para tudo o que é teclas; Orlanda Guilande distingue-se com a nobreza de uma enorme presença vocal; Alexandre Manaia aparece bem distinto, no orgão, em "Um Anjo No Meu Quarto", "Dei-lhe Carros E Prendas" e "Memórias De Hotel"; Fernando Abrantes faz o solo de piano em "Eu Escolhi A Estrada Certa"; Mário Lopes acompanha ao piano em "Eu Escolhi A Estrada Certa" e está no orgão em "La Pop End Rock"; Nuno Flores emprega a arte dos instrumentos de arco em "Sem Disfarce".
É um registo diferente dos trâmites habituais da banda, pensado para ser representado num palco com coreografia e intérpretes, o que nunca chegou a acontecer.