quinta-feira, 15 de maio de 2025

In Tenebris - ROSA CRVX

 

1 Adorasti (Rosa Crvx)   3:24
2 In Tenebris (Rosa Crvx)   4:19
3 Terribilis (Rosa Crvx)   4:03
4 Arcvm (Rosa Crvx)   5:52
5 Sacrvm (Rosa Crvx)   4:13
6 Procvmbere (Rosa Crvx)   4:06
7 Svrsvm Corda (Rosa Crvx)   4:07
8 Omnes Qvi Descendvnt (Rosa Crvx)   3:51
9 Salve Crvx (Rosa Crvx)   4:40

Os Franceses Rosa Crvx mantêm ainda atividade ao vivo, desde 1994, mas não editam trabalhos originais em formato físico desde 2002, o ano de edição deste 'In Tenebris' que conclui a obra desta formação em apenas três álbuns originais editados em formato CD, entre 1995 e 2002. Todas as edições posteriores correspondem a compilações bem cuidadas, havendo ainda a fantástica curiosidade desta publicação coincidir com a recente apresentação de um novo single, em formato digital (FLAC), intitulado "1335". 

Um projeto musical muito bem definido desde o seu início, quando Olivier Tarabo e Claude Feeny se conheceram, em 1984, na Escola de Belas Artes de Rouen, França, envoltos pela ambiência histórica de um antigo ossário, ladeado por esculturas sinistras que evocam morte e religião. Impressionados e motivados pela força mística de um local que está também associado aos anos tenebrosos da peste negra, os dois estudantes desenvolveram ali o perfil estético que moldou a sua identidade artística como Rosa Crvx - negro, marcial, medieval, ritualista, expresso unicamente em Latim tendo como base textos antigos de bruxaria.

Fazendo questão de marcar o seu território com uma identidade muito própria, a distinta sonoridade dos Rosa Crvx assenta num cariz profundamente gótico em que a guitarra elétrica de Olivier Tarabo parece fomentar uma inclusão rock, nomeadamente em "Adorasti", "In Tenebris" e "Terribilis", mas logo se percebe que o caminho não é esse. A essência do registo expõe-se em nuances autênticas que oscilam entre a solenidade litúrgica de "Arcvm" e a altivez instrumental de "Sacrvm", a expressividade neo-classicista de "Svrsvm Corda" e a relevância marcial de "Procvmbere", até ao pungente ritualismo de "Omnes Qvi Descendvnt" e um final, quase redentor, ao sabor do cântico "Salve Crvx".

Um dos grandes artifícios dos Rosa Crvx é a incrível bateria MIDI que aparece denominada nos créditos dos seus registos como BAM (Batterie Acoustique MIDI). Trata-se realmente de uma estrutura de percussão acústica composta por timbalões e caixas que são percutidos por braços mecânicos - robotizados - programados em MIDI. Uma segunda estrutura, o carillon, consiste numa armação em madeira composta por sinos de várias dimensões que estão conetados, individualmente, por corda a uma espécie de teclado, sendo depois executado como tal. A BAM é percetível ao longo de todo o registo, o carillon está bem destacado em "Terribilis".

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