domingo, 16 de julho de 2023

Title Of Record - FILTER


1 Sand (R. Patrick)   0:37
2 Welcome To The Fold (R. Patrick)   7:40
3 Captain Bligh (R. Patrick)   5:12
4 It's Gonna Kill Me (R. Patrick/G. Lenardo)   5:05
5 The Best Things (R. Patrick)   4:24
6 Take A Picture (R. Patrick)   6:00
7 Skinny (R. Patrick/G. Lenardo)   5:43
8 I Will Lead You (R. Patrick/G. Lenardo)   3:22
9 Cancer (R. Patrick)   6:39
10 I'm Not The Only One (R. Patrick)   5:50
11 Miss Blue (R. Patrick)   5:36   

O estigma do rock dos anos 1990 irá perseguir alguns dos registos da época e o segundo álbum dos norte-americanos Filter, editado em 1999, não escapa à regra. É uma obra bem enquadrada no seu tempo, sem qualquer dúvida, sob o peso das guitarras que sustêm o cerco de uma sonoridade fechada, intensa e gritante, mas que acaba por ficar presa num catálogo de referências maiores e não se livra da contemporaneidade de espetros como Marilyn Manson, Billy Corgan, Butch Vig ou o incontornável Trent Reznor, de quem Richard Patrick chegou a ser o "braço direito" nos inícios dos Nine Inch Nails.

Richard Patrick ambicionava ter a sua banda, o seu som, adquirir a sua independência musical, e foi a partir dessa força de vontade que surgiu o projeto Filter. No entanto, e apesar das boas ideias, falta neste registo alguma identidade própria que possa definir os Filter como uma banda à parte do que já existia então. 'Title of Record' revela ter estrutura suficiente para ser então encarado como uma promessa mas sem discernimento para se evidenciar como uma nova e relevante potência musical. 

O portentoso arranque de "Welcome To The Fold" é entusiasmante, a sólida coerência de "Captain Bligh" dá-lhe a melhor continuidade possível, enquanto o temperamento mais alucinado de "It's Gonna Kill Me" corta alguma da dinâmica inicial e "The Best Things" podia estar num álbum dos ... Garbage. O single "Take A Picture" revela-se como a atração mais airosa do registo, restando depois alguma ponderação em "Skinny" e pouca inspiração para "I Will Lead You" mas é em "Cancer" que se encontra o grande momento do álbum, através da intensidade da sua lenta progressão até ao êxtase final. A fechar o registo, "I'm Not The Only One" e "Miss Blue" acabam por não passar de dois simpáticos apontamentos de passagem.

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