sábado, 8 de janeiro de 2022

Tormato - YES


   Lado A
1 Future Times (Anderson/Howe/Squire/Wakeman/White)   4:04
2 Rejoice (Anderson)   2:39
3 Don't Kill The Whale (Anderson/Squire)   3:53
4 Madrigal (Anderson/Wakeman)   2:21         
5 Release, Release (Anderson/White/Squire)   5:42   
   Lado B
1 Arriving UFO (Anderson/Howe/Wakeman)   6:01
2 Circus Of Heaven (Anderson)   4:27
3 Onward (Squire)   4:02   
4 On The Silent Wings Of Freedom (Anderson/Squire)   7:46   

Em 1978 os britânicos Yes permanecem fiéis na sua demanda e mostram-se competentes para manter a dignidade da sua cruzada. Tecnicamente irrepreensíveis, numa época em que a capacidade do músico virtuoso era amplamente desprezada pelo conceito estético do movimento punk, os Yes concentravam-se unicamente no seu trabalho e prosseguiam, sem complexos, "fora de moda". Tormato ficou registado como o nono álbum de estúdio da banda revelando-se como um trabalho de estruturas mais diretas, para trás ficaram as composições épicas que preenchiam todo um lado de um álbum em vinil, imediatamente reconhecível por conter a magia que distingue e encanta toda a obra dos Yes. 

Este álbum encerra o ciclo criativo dos anos 70 dos Yes por ser o último registo em que a formação inclui boa parte dos elementos preponderantes da fase mais produtiva da banda; serão precisos treze anos para que os Yes voltem a gravar um álbum de estúdio que inclua todos os elementos que passaram pela banda. Rick Wakeman voltava a abandonar os Yes, logo após este álbum, a que se juntou o abandono do carismático vocalista Jon Anderson que também partia para se poder dedicar a novos projetos. Anderson regressaria em 1983 para integrar uma nova fase da banda, Rick Wakeman só voltaria alguns anos mais tarde. 

Tormato carrega por isso a conjetura que carateriza a estrutura da grandiosidade da obra dos Yes; composições breves e diretas mas elaboradas, compostas por camadas dinâmicas e bem expressivas, a espiritualidade de Jon Anderson e um Chris Squire arrebatador no baixo. Steve Howe parece menos inspirado que o habitual mas está bem presente no álbum e Wakeman aparece menos artilhado mas eficaz.

Os momentos mais consistentes encontram-se em "Future Times", que cola com "Rejoice", no atrevimento rock liderado pela bateria de Alan White em "Release Release", no estratosférico "Arriving UFO" e no vigor de "On The Silent Wings Of Freedom" que varre o que sobra do álbum. O single "Don't Kill The Whale" é funcional e "Circus Of Heaven" podia ser um trabalho de Jon Anderson a solo. Restam dois momentos particulares como o "barroquismo" celestial de "Madrigal" e a interessante componente orquestral de "Onward".

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