quarta-feira, 1 de dezembro de 2021

The Big Gundown - JOHN ZORN plays the music of ENNIO MORRICONE


1 The Big Gundown (E. Morricone)   7:25
2 Peur Sur La Ville (E. Morricone)   4:16
3 Poverty (Once Upon A Time In America) (E. Morricone)   3:49
4 Milano Odea (E. Morricone)   3:02
5 Erotico (The Burglars) (E. Morricone)   4:26
6 Battle Of Algiers (E. Morricone)   3:50
7 Giu La Testa (Duck, You Sucker) (E. Morricone)   6:06
8 Metamorfosi (La Classe Operaia Va In Paradiso) (E. Morricone)   4:37
9 Tre Nel 5000 (J. Zorn)   4:37
10 Once Upon A Time In The West (E. Morricone)   8:33
     Bonus Tracks
11 The Sicilian Clan (E. Morricone)   3:20
12 Macchie Solari (E. Morricone)   3:29
13 The Ballad Of Hank McCain (vocal) (E. Morricone)   5:27
14 Suegliatti E Uccidi (E. Morricone)   3:03
15 Chi Mai (E. Morricone)   3:06
16 The Ballad Of Hank McCain (instrumental) (E. Morricone)   5:25

John Zorn é um admirador confesso da obra musical do inolvidável compositor italiano Ennio Morricone, famoso pelas notáveis bandas sonoras que criou, desde os anos 60, para boa parte das produções cinematográficas italianas ... e não só. A arte e engenho de Ennio Morricone para criar obras musicais admiráveis foi uma das fontes de inspiração do então jovem compositor norte-americano John Zorn que cedo se apercebeu (e sentiu) da força emocional que as ilustres bandas sonoras do maestro italiano transmitiam para lá das imagens em celuloide.  

Ennio Morricone detinha a capacidade e mestria de combinar uma grande diversidade de elementos na elaboração das suas peças, fundindo classicismo com temas populares, recorrendo ao uso de instrumentos musicais invulgares e à organização de técnicas de composição pouco convencionais. Terreno fértil para o arrojado John Zorn, cuja caraterização pode ser praticamente descrita da mesma forma e que em 1984 se entregava a um projeto que tinha tanto de admiração e respeito como de audácia e coragem. The Big Gundown - John Zorn plays the music of Ennio Morricone seria oficialmente editado em 1986.

A participação de John Zorn neste álbum resume-se ao trabalho de direção e composição, limitando-se a aparecer pontualmente em algumas músicas, nas mais diversas situações. Zorn trabalha sobre as partituras originais de Ennio Morricone, atribuindo novas ideias e conceitos a estas peças através de um processo de desconstrução que de início pode parecer um ato de profanação mas que no final revela a genialidade criativa de John Zorn como compositor. Para garantir a identidade de cada peça, Zorn escolheu músicos da sua inteira confiança que faziam parte do circuito nova-iorquino do Lower East Side. Consta por aí que o título "Once Upon A Time In The East Village" chegou mesmo a ser sugerido para este registo. 

O processo de desconstrução que John Zorn aplicou neste trabalho é na realidade um processo de reconstrução em que as entranhas das composições originais de Ennio Morricone são completamente remexidas ao ponto de se tornarem, descaradamente, em novas composições de John Zorn. No entanto, o caráter original destas peças mantém-se reconhecível. Uma abordagem feita com todo o respeito e admiração, de uma criatividade ímpar e visionária, que o próprio Ennio Morricone reconheceu como incrível. 

A reter que de todo o alinhamento há apenas uma faixa que não pertence a Ennio Morricone; "Tre Nel 5000" é uma composição original de John Zorn que integra o registo como uma ramificação que Ennio Morricone pude-se ter escrito sem a inclusão dos seus elementos caraterísticos. Funciona também como um indicador da autoridade de Zorn para com este trabalho.

A edição aqui apresentada refere-se à re-edição comemorativa dos 15 anos deste álbum, em 2001, para a qual John Zorn gravou seis novas peças, que adicionou como faixas extra. 

Sem comentários: